Eletrônicos velhos são reciclados para projetos de inclusão social
YURI GONZAGA
A temporada de compras de fim de ano carrega consigo uma questão
incômoda: o que fazer com os eletrônicos que serão substituídos?
É uma pergunta de 495 mil toneladas --esse é o peso total do lixo que o país deve gerar em 2012 pelo descarte de computadores, celulares, TVs e outros aparelhos pequenos.
SMART LIXO |
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Lei aumenta demanda de empresas por reciclagem de eletrônicos |
Projeto com participação da USP ensina a catadores como reciclar eletrônicos |
Quem quiser reduzir um pouco esse peso pode doar aquele PC velho e ainda ajudar um projeto social. Opções para isso não faltam.
Um exemplo recente é o C3RCO, parceria entre a Prefeitura de Osasco e a ONG Sampa.org. Iniciado no segundo semestre deste ano em Osasco, ele aproveita computadores doados e oferece formação técnica em informática a 60 jovens com idade de 16 a 21 anos e baixa renda familiar.
Além de oficinas culturais, que envolvem atividades de estudo de música, os alunos do projeto recebem uma bolsa de R$ 286 para fazer 16 horas semanais de aulas de
software e de montagem e manutenção de PCs.
As máquinas recondicionadas pelo projeto --que recolhe as doações nos bairros paulistanos limítrofes e nos municípios vizinhos-- são destinadas a salas de acesso gratuito da cidade.
"O que não é aproveitado é encaminhado a empresas recicladoras", diz Carlo Fabiano Leite, coordenador.
Para Edigelson Menezes Ferreira, 20, um dos alunos do C3RCO, as aulas serviram para canalizar um interesse antigo. "Eu já mexia em computadores, mas era de qualquer jeito. Agora quero abrir a minha própria empresa de reciclagem", diz.
Silva Junior/Folhapress |
Edigelson de Menezes Ferreira, 20, na oficina de desmontagem do projeto C3RCO, que recondiciona PCs e os encaminha para salas de inclusão digital de Osasco (SP) |
Um dos principais centros de recuperação de computadores da capital, a ONG Oxigênio tem uma proposta semelhante à do C3RCO, mas muito mais tempo de estrada e capacidade de recondicionar máquinas. Fundada em 1988, doou a Telecentros dos governos estadual e federal os 3.000 computadores que recuperou só em setembro.
Para comparar, o Cedir (Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática) da USP, referência no Brasil, encaminha a projetos sociais e escolas públicas 200 computadores por ano. O centro, após período de reformas, volta a aceitar doações hoje.
A Abre (Associação Brasileira de Redistribuição de Excedentes) recebe qualquer tipo de eletrônico e envia os aparelhos que ainda funcionam a uma das 85 instituições sem fins lucrativos de seu cadastro. A associação também aceita equipamentos pifados --que são reciclados.
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