12.12.2012

Esclerose Múltipla tem maior incidência em jovens e adultos entre 20 e 40 anos


Segundo dados da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (Abem), quinze em cada 100 mil brasileiros são acometidos por essa doença que afeta o sistema nervoso central e provoca uma diminuição da capacidade de transmissão dos estímulos nervosos, atinge principalmente jovens e adultos com idade prevalente entre 20 e 40 anos. “Ao contrário do que se imagina, a esclerose múltipla é uma doença dos jovens, e não dos idosos”, explica o neurologista Getúlio Daré Rabello, do Hospital Samaritano.

As causas da doença ainda são desconhecidas. Os sintomas são variados, podendo ocorrer de forma isolada ou associadamente: vertigem, visão dupla e perda parcial ou total da visão, dores, diminuição da sensibilidade, problemas de coordenação motora, déficit motor e, em casos muito graves, devido a dificuldade motora, pode ocorrer até insuficiência respiratória.

Segundo o especialista, “a incidência da doença vem aumentando nos últimos anos, muito em função do avanço no diagnóstico com o exame de ressonância magnética, que possibilita visualizar as lesões”. Ele lembra que outro exame importante para a identificação da esclerose múltipla é o do líquido céfalo-raquidiano, que afasta a possibilidade de dezenas de outras doenças infecciosas e inflamatórias.

“Mesmo ainda não havendo cura da doença, os tratamentos também vêm avançando, permitindo que o paciente tenha uma vida normal, com surtos menos intensos e em menor quantidade”, afirma Rabello. O tratamento da esclerose múltipla contempla dois aspectos: a própria doença e, depois, suas consequências.

Avanços no tratamento
A ciência vem apostando nas drogas imunomoduladoras e imunossupressoras para tratar a esclerose múltipla. Como o problema é que o sistema que nos defende contra as infecções passa a atacar uma substância que existe no sistema nervoso central chamada mielina, medicamentos que tentam regular esta alteração do sistema imunológico podem ser utilizados. As drogas mais potentes e com eficácia maior normalmente tem um perfil de segurança inferior.

Os objetivos com o uso de medicamentos são diminuir os surtos, evitar acúmulo de lesões e retardar a fase degenerativa, que pode ocorrer progressivamente após a fase inicial, que é basicamente inflamatória. A escolha do remédio deve ser feita pelo neurologista, analisando fatores da doença e do paciente. Quando existe o quadro de “surto”, que é como são chamados os períodos de piora da doença, normalmente são usadas doses grandes de corticosteroides. Atualmente, nos casos refratários, pode ser feito um procedimento chamado plasmaferese.

Outra melhoria significativa no que diz respeito à Esclerose Múltipla é uma mudança na abordagem clínica com o desenvolvimento do conhecimento pelos profissionais, diferenciando tratamentos para os diversos tipos da doença.

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