FDA ouvirá a indústria por 2 meses antes de efetivar decisão.
Redução poderá evitar 20 mil ataques de coração, segundo especialista.
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Gorduras
parcialmente hidrogenadas podem ser alvo de proibição nos Estados
Unidos por representar riscos à saúde (Foto: REUTERS/Lucy
Nicholson/files )
A Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos
anunciou nesta quinta-feira (7) sua intenção de declarar que os óleos
parcialmente hidrogenados, principal fonte de gordura trans em alimentos
processados, não são seguros para uso em comida, devido aos riscos que
implicam para a saúde.A FDA afirmou que baseou sua decisão em provas científicas disponíveis e conclusões de painéis de especialistas científicos.
O órgão tornará efetiva sua decisão depois de um período de 60 dias para obter mais informações sobre o tempo que a indústria da alimentação necessita para cumprir com a proibição desse ingrediente. Os prazos serão diferentes para cada alimentos, dependendo da dificuldade que será para substituí-los.
"Apesar de o consumo de gorduras hidrogenadas artificiais, potencialmente perigosas para a saúde, ter diminuído nas últimas duas décadas nos Estados Unidos, continua sendo uma preocupação maior em termos de saúde pública", afirmou a diretora da FDA, Margaret Hamburg.
Segundo a FDA, a ingestão de gordura trans por consumidores americanos diminuiu de 4,6 gramas por dia em 2003 para uma grama por dia em 2012.
"Uma nova redução nas quantidades dessas gorduras na dieta americana poderá evitar 20 mil ataques de coração e 7 mil mortes a mais a cada ano", assinalou.
Natural x artificial
Gorduras trans naturais são encontradas em níveis baixos em alguns alimentos, como carne e produtos derivados do leite. As gorduras trans artificiais são feitas a partir de um processo de hidrogenação do óleo, e são conhecidas como gordura hidrogenada. Esse tipo de gordura pode ser usado, por exemplo, para fazer frituras.
Gorduras trans artificiais também podem ser encontradas em comidas processadas, como biscoitos e bolos, e são as vezes usadas para prolongar a vida dos produtos nos prateleiras.
Uma dieta rica em gorduras trans pode também levar a altos níveis de colesterol ruim no sangue.
O que é a gordura trans?
Paula Sato
Biscoito, salgadinhos, sorvete e margarina são uma bomba de gordura trans. Fotos: Alfredo Franco, Pedro Rubens e Luna Garcia/DEDOC
A gordura trans não é sintetizada pelo organismo e, por isso, não deveria ser consumida nunca. Mas, como isso é quase impossível, o Ministério da Saúde determinou que é aceitável consumir até 2g da gordura por dia, o que equivale a quatro biscoitos recheados. Mesmo tendo isso em mente, um dos grandes problemas para o consumidor é conseguir perceber com clareza quanta gordura trans existe em cada alimento. "A Anvisa determinou que, quando uma porção do alimento possuir até 0,2% da gordura, o rótulo pode dizer que o produto não tem gordura trans, o que não é verdade", explica Samantha Andrade. Ou seja, se a embalagem traz os valores referentes à porção de dois biscoitos e esses contiverem 0,2g de gordura trans, o fabricante pode afirmar que o produto é livre dela. Mas, na verdade, se uma pessoa comer 20 biscoitos terá consumido os 2g da gordura. "Por isso, o melhor jeito do consumidor ter certeza do que está comprando é verificar a lista de ingredientes para checar se não existe gordura vegetal hidrogenada na composição do produto", ensina a nutricionista. Vale lembrar que os alimentos que mais contêm gordura trans são bolachas, pipocas de microondas, chocolates, sorvetes, salgadinhos e todos os alimentos que tem margarina na composição.
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