Mulheres discutem na Rio+20 poderio feminino no desenvolvimento sustentável
Que
futuro as mulheres querem? Essa foi a pergunta lançada às centenas de
mulheres que participaram do fórum sobre equidade de gênero e a
presença das mulheres nos cargos de poder para o desenvolvimento
sustentável, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre o
Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, organizado nesta terça-feira pela ONU Mulheres no Rio Centro.
Com o microfone do auditório aberto para a manifestação das mulheres
da plateia, elas trouxeram demandas objetivas, como combate ao racismo e
à pobreza, respeito aos povos indígenas e garantia de liberdade. Em
suma, o sentimento das mulheres é que a era do poderio masculino deve
abrir espaço para o jeito feminino de governar e negociar temas tão
relevantes quanto mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável.
O fórum, presidido pela ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, reuniu, durante todo o dia, mulheres notáveis de todo o mundo.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) acompanhou os debates e concorda que, em um mundo ainda governado majoritariamente por homens, muitos aspectos da política e da vida ficam em segundo plano porque a opinião feminina não é ouvida. “Muitas demandas da sociedade não estão presentes na negociação, nem em documento ou em discussão. Essa impotência é que sentimos diante de fóruns predominante masculino.
Declaração do Território Global das Mulheres
Ao final do encontro, a representante do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), Guacira Oliveira, leu a Declaração do Território Global das Mulheres na Cúpula dos Povos para Rio+20. No documento, as mulheres denunciam a violação dos compromissos da Eco 92 e rejeitam o que consideram falsas soluções para o desenvolvimento, baseadas na mercantilização dos bens da natureza e em um modelo de consumo insustentável. “Não queremos uma economia verde no lugar dos direitos. Economia tem que estar voltada para garantia de direitos, para a vida das pessoas e não uma economia voltada para o lucro cada vez maior do capital. A gente quer que ONU e governos assumam compromissos com garantia dos direitos das mulheres."
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que participou do evento, assinalou que não se pode falar de inclusão social sem falar de mulher. “O Brasil é um exemplo de democracia para muitos países, embora tenhamos ainda uma democracia em franco processo de construção. Nesta democracia, nós, mulheres, ocupamos menos de 10% das cadeiras do Parlamento. Temos a melhor formação educacional formal e ganhamos quase 30% a menos que os homens. Não podemos imaginar um modelo de desenvolvimento sustentável para o mundo, que se preocupe com a inclusão e com a diminuição da miséria, sem nos preocuparmos com as mulheres. Elas são as maiores vítimas da pobreza, da sanha do capitalismo”, afirmou a parlamentar, acrescentando que as mulheres pobres, negras e de famílias grandes são ainda mais excluídas.
Secretária da ONU Mulheres, Michelle Bachelet garantiu que elas estão sendo ouvidas e pediu que continuem trabalhando pelo mundo que querem. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, encerrou o Fórum com a frase: “A agenda do desenvolvimento sustentável passa pela mulher. Ponto.”
Reportagem - Verônica Lima, enviada especial à Rio+20
Jane de Araújo/ Agência Senado
O fórum reuniu, durante todo o dia, mulheres notáveis de todo o mundo.
O fórum, presidido pela ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, reuniu, durante todo o dia, mulheres notáveis de todo o mundo.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) acompanhou os debates e concorda que, em um mundo ainda governado majoritariamente por homens, muitos aspectos da política e da vida ficam em segundo plano porque a opinião feminina não é ouvida. “Muitas demandas da sociedade não estão presentes na negociação, nem em documento ou em discussão. Essa impotência é que sentimos diante de fóruns predominante masculino.
Declaração do Território Global das Mulheres
Ao final do encontro, a representante do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), Guacira Oliveira, leu a Declaração do Território Global das Mulheres na Cúpula dos Povos para Rio+20. No documento, as mulheres denunciam a violação dos compromissos da Eco 92 e rejeitam o que consideram falsas soluções para o desenvolvimento, baseadas na mercantilização dos bens da natureza e em um modelo de consumo insustentável. “Não queremos uma economia verde no lugar dos direitos. Economia tem que estar voltada para garantia de direitos, para a vida das pessoas e não uma economia voltada para o lucro cada vez maior do capital. A gente quer que ONU e governos assumam compromissos com garantia dos direitos das mulheres."
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que participou do evento, assinalou que não se pode falar de inclusão social sem falar de mulher. “O Brasil é um exemplo de democracia para muitos países, embora tenhamos ainda uma democracia em franco processo de construção. Nesta democracia, nós, mulheres, ocupamos menos de 10% das cadeiras do Parlamento. Temos a melhor formação educacional formal e ganhamos quase 30% a menos que os homens. Não podemos imaginar um modelo de desenvolvimento sustentável para o mundo, que se preocupe com a inclusão e com a diminuição da miséria, sem nos preocuparmos com as mulheres. Elas são as maiores vítimas da pobreza, da sanha do capitalismo”, afirmou a parlamentar, acrescentando que as mulheres pobres, negras e de famílias grandes são ainda mais excluídas.
Secretária da ONU Mulheres, Michelle Bachelet garantiu que elas estão sendo ouvidas e pediu que continuem trabalhando pelo mundo que querem. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, encerrou o Fórum com a frase: “A agenda do desenvolvimento sustentável passa pela mulher. Ponto.”
Edição – Regina Céli Assumpção
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