Projeto de lei que permite uso mensal de 40 cigarros da droga será enviado hoje ao Congresso
MONTEVIDÉU - O governo uruguaio envia nesta quarta-feira ao Congresso o projeto que legaliza a venda de maconha no país.
Em um passo além da legalização, o governo quer também ser o único
vendedor autorizado da droga, como forma de combater a criminalidade e o
uso de drogas mais pesadas.
Se o projeto for aprovado, cada consumidor (somente adultos poderão ser cadastrados como tal) terá direito a comprar 40 cigarros por mês. Quem ultrapassar esse limite será enviado para centros de reabilitação para viciados em drogas.
A medida já é alvo de polêmica no Uruguai, com clínicas de reabilitação criticando a ação e com a legalização das drogas sendo debatida amplamente nas redes sociais. A hashtag #ElPorroDelPepe é usada tanto por internautas que fazem piadas sobre o assunto como por aqueles que analisam os aspectos sociais da questão. Uma página similar também foi criada no Facebook e já reúne montagens de fotos com o presidente José Mujica e com maconha.
- Facilitar o acesso às drogas fomenta o consumo. As drogas que mais se consomem no país são as legalizadas - afirma Ismael Piñero, da clínica Ser Libre, ao site do jornal uruguaio “El Pais”.
A secretaria da Presidência não quis comentar o assunto, que ganhou repercussão internacional. Mas a senadora Mónica Xavier disse a uma televisão local que “o projeto deve vir agregado a outras políticas para que os jovens não consumam drogas”. Atualmente, não há leis que proíbam o uso da maconha no país.
- Mas, se eles consomem, que seja o que causa menos dano - afirmou.
A intenção do governo é combater o lucro do tráfico e prevenir o uso de drogas mais pesadas, como a cocaína, que afeta muitos uruguaios e está relacionada com a violência. Especialistas, porém, argumentam que a maconha muitas vezes funciona como uma porta de entrada para outras drogas mais perigosas para a saúde.
O preço dos cigarros controlados será acessível ao público, de acordo com o projeto, e conterá um imposto adicional destinado à reabilitação de viciados em drogas.
A senadora governista Mónica Xavier defendeu que jovens não usem drogas, mas apresentou uma visão realista sobre o assunto:
- Se consomem, que seja o que menos causa danos - defendeu, durante uma entrevista para uma TV local.
Pablo Rossi, do Centro Manantiales para a recuperação de dependentes químicos, tem dúvidas sobre o sucesso da internação compulsória prevista pelo governo.
- Uma em cada três pessoas que vai para a reabilitação à força acaba abandonando o tratamento. Contudo, a pessoa viciada está contida em um espaço, livre do vício. Creio que pode ajudar de alguma forma - afirma.
Ao ser perguntado sobre a legalização do cultivo de maconha para consumo próprio, durante uma entrevista em maio deste ano, Mujica disse que não era a favor da medida:
- Não sou a favor, mas não tenho autoridade moral para impedir que se cultive, já que fumei tabaco por toda a minha vida. Vou passar uma imagem de velho conservador? Mas, como tudo na vida, é preciso haver limites.
Se o projeto for aprovado, cada consumidor (somente adultos poderão ser cadastrados como tal) terá direito a comprar 40 cigarros por mês. Quem ultrapassar esse limite será enviado para centros de reabilitação para viciados em drogas.
A medida já é alvo de polêmica no Uruguai, com clínicas de reabilitação criticando a ação e com a legalização das drogas sendo debatida amplamente nas redes sociais. A hashtag #ElPorroDelPepe é usada tanto por internautas que fazem piadas sobre o assunto como por aqueles que analisam os aspectos sociais da questão. Uma página similar também foi criada no Facebook e já reúne montagens de fotos com o presidente José Mujica e com maconha.
- Facilitar o acesso às drogas fomenta o consumo. As drogas que mais se consomem no país são as legalizadas - afirma Ismael Piñero, da clínica Ser Libre, ao site do jornal uruguaio “El Pais”.
A secretaria da Presidência não quis comentar o assunto, que ganhou repercussão internacional. Mas a senadora Mónica Xavier disse a uma televisão local que “o projeto deve vir agregado a outras políticas para que os jovens não consumam drogas”. Atualmente, não há leis que proíbam o uso da maconha no país.
- Mas, se eles consomem, que seja o que causa menos dano - afirmou.
A intenção do governo é combater o lucro do tráfico e prevenir o uso de drogas mais pesadas, como a cocaína, que afeta muitos uruguaios e está relacionada com a violência. Especialistas, porém, argumentam que a maconha muitas vezes funciona como uma porta de entrada para outras drogas mais perigosas para a saúde.
O preço dos cigarros controlados será acessível ao público, de acordo com o projeto, e conterá um imposto adicional destinado à reabilitação de viciados em drogas.
A senadora governista Mónica Xavier defendeu que jovens não usem drogas, mas apresentou uma visão realista sobre o assunto:
- Se consomem, que seja o que menos causa danos - defendeu, durante uma entrevista para uma TV local.
Pablo Rossi, do Centro Manantiales para a recuperação de dependentes químicos, tem dúvidas sobre o sucesso da internação compulsória prevista pelo governo.
- Uma em cada três pessoas que vai para a reabilitação à força acaba abandonando o tratamento. Contudo, a pessoa viciada está contida em um espaço, livre do vício. Creio que pode ajudar de alguma forma - afirma.
Ao ser perguntado sobre a legalização do cultivo de maconha para consumo próprio, durante uma entrevista em maio deste ano, Mujica disse que não era a favor da medida:
- Não sou a favor, mas não tenho autoridade moral para impedir que se cultive, já que fumei tabaco por toda a minha vida. Vou passar uma imagem de velho conservador? Mas, como tudo na vida, é preciso haver limites.
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