Saúde da mulher
Estudo mostrou que vida profissional no período noturno aumenta essa chance em 30%
Câncer de mama: turno do trabalho pode determinar aumento do risco da doença
(Comstock Images/Thinkstock)
Mulheres que trabalham à noite correm mais risco de ter câncer de mama,
concluiu um estudo feito no Centro Nacional para Pesquisa em
Epidemiologia e Saúde da População, na França. Segundo o trabalho, essa
probabilidade é ainda maior entre aquelas que trabalharam no período
noturno durante ao menos quatro anos. Os resultados foram publicados na
edição deste mês do periódico International Journal of Cancer.A equipe acompanhou 3.000 mulheres por três anos e observou o impacto da vida profissional sobre a saúde de cada uma. De todas as participantes, 11% trabalhavam ou já haviam trabalhado no período noturno. Os pesquisadores concluíram que a chance de desenvolver câncer de mama foi 30% maior entre essas mulheres em comparação com aquelas que nunca haviam trabalhado à noite. Eles também observaram que o risco foi ainda mais elevado entre as participantes que realizavam os trabalhos no período noturno entre uma e três vezes por semana — já que, segundo os autores, foram as que apresentaram mais variações de rotina.
Leia também: Câncer causado pelo trabalho atingirá 20.000 brasileiros neste ano, estima Inca
Trabalhar à noite favorece o ganho de peso
A pesquisa também concluiu que o risco da doença foi ainda maior entre mulheres que haviam trabalhado à noite antes da primeira gravidez. De acordo com a equipe, uma possível explicação é o fato de as células mamárias, antes da primeira gestação, serem mais vulneráveis. “Nosso trabalho reforça pesquisas anteriores sobre os impactos na saúde provocados pelos trabalhos noturnos e indica que o turno dos empregos deve ser levado em consideração na gestão de saúde pública, especialmente agora que o número de mulheres envolvidas nesse tipo de profissão está aumentando”, afirmaram os autores no artigo.
Clique nas perguntas para saber mais sobre câncer de mama:
Dr. Antonio Wolff
O oncologista Antonio Wolff é especialista em câncer de mama. Está começando um projeto de pesquisa com 8.000 mulheres, que fará testes com dois remédios — trastuzumabe e lapatinibe. Os primeiros resultados deverão começar a aparecer em dois anos.Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Wolff é pesquisador da Universidade Johns Hopkins há doze anos. Ali, atende pacientes duas vezes por semana e estuda, faz pesquisas, dá palestras. Seu foco é no que pode ser feito para melhorar a vida do paciente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário