Chanceler brasileiro: "frustração" com concessão ao Vaticano sobre mulheres
CLAUDIA ANTUNES
CLAUDIO ÂNGELO
CLAUDIO ÂNGELO
O chanceler brasileiro, Antonio Patriota, afirmou que se sentiu
"frustrado" com a exclusão do documento final da Rio+20 da expressão que designa a autonomia da mulher para decidir
quando ter filhos."Existem as ambições do Brasil e o papel do Brasil, como anfitrião, de
buscar consenso. Me sinto frustrado. Eu particularmente gostaria que o
texto tivesse incluído [o termo]. Infelizmente, em relação ao tema há
divisões profundas", disse Patriota em entrevista coletiva na tarde
desta terça-feira (19).
Ele prometeu que, "nos fóruns adequados", o Brasil continuará a insistir em que a expressão seja usada em documentos da ONU.
Sua retirada deveu-se à pressão de uma coalizão liderada pelo Vaticano,
que tem status de observador nas Nações Unidas. A Igreja Católica, ao
lado de países como Chile, Honduras e Egito, alega defender o "direito à
vida" e que a expressão "direitos reprodutivos" abre caminho para a
descriminalização do aborto.
O embaixador Luiz Alberto Figueiredo, coordenador brasileiro das
negociações sobre o texto, disse que a referência ao termo aparece
implícita, quando o documento se refere ao Programa de Ação da
conferência sobre população e desenvolvimento, que o menciona.
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