Tráfico fixa cartazes no Jacarezinho proibindo venda de crack na favela
Movimento Rio de Paz registrou grupo afixando avisos na comunidade.
Presidente da ONG alerta para migração dos viciados para outros locais.
Homem fixou cartaz em frente a um bar no Jacarezinho (Foto: Divulgação/Rio de Paz)
A proibição se estende às comunidades vizinhas do Mandela e de Manguinhos, seguindo orientação dos chefes do tráfico. O presidente do Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, disse que recebeu informações de que os viciados estariam criando muitos problemas dentro das favelas, devido ao alto poder alucinógeno e destrutivo da droga.
Fontes da polícia informaram que há também uma preocupação dos criminosos quanto à possibilidade de ocupação da área pela Força de Segurança Nacional, como aconteceu no Morro Santo Amaro, no Catete.
Cartaz é confeccionado na favela
(Foto: Divulgação/Rio de Paz)
Considerado o maior ponto de vendas de crack na Zona Sul, o Santo Amaro foi ocupado em 18 de maio
dentro do projeto "Crack, é possível vencer", do governo federal, até a
instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).(Foto: Divulgação/Rio de Paz)
O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, disse na terça-feira (19), que o Jacarezinho está nos planos de ocupação. "A gente tem uma proposta de pacificação dessas áreas. Uma proposta de evolução desses territórios e nós vamos chegar lá. Vamos fazer isso lá", afirmou o secretário.
Alerta para os viciados
Antônio Carlos Costa, do Rio de Paz, apoia a proibição da venda do crack, mas alerta para o problema da migração dos consumidores. "O governo tem que se antecipar ao problema, pois os viciados vão para outros bairros e comunidades. As autoridades têm que acompanhar isso de perto", afirmou Costa, que vai liderar uma manifestação no sábado (23), no Jacarezinho, para onde levará uma faixa com a mensagem: "Emigrante do crack: quem o acolherá?".
"Se essa iniciativa foi disseminada pela cidade, teremos outro problema muito grave, que é a crise de abstinência", afirmou o presidente da Rio de Paz.
De acordo com levantamento da Secretaria municipal de Assistência Social (SMAS), desde 31 de março de 2011, quando começaram as operações de combate à epidemia do crack, foram feitos 4.496 acolhimentos de viciados (3.853 adultos e 643 crianças e adolescentes) nas principais cracolândias da cidade.
Na Favela do Jacarezinho houve o maior número de acolhimentos, com 1.565, seguido do Centro, com 1.180.
A prefeitura dispõe de 178 vagas em quatro unidades especializadas no atendimento à dependência química.
Mensagem contra uso do crack foi escrito no muro do Jacarezinho (Foto: Divulgação/Rio de Paz)
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