'Não vivi até meus 27 anos. Minha meta é ser feliz', diz Rodrigo dos Santos.
Ele teve problemas sérios de saúde provocados pela obesidade.
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“Não tive infância e adolescência normais. Sempre era o maior entre as crianças e sofria discriminação, ouvia brincadeiras. Fiquei revoltado com tudo e tive que me tratar com um psicólogo”, lembra o paulista, de Espírito Santo do Pinhal.
Criado em uma “família de gordinhos”, ele cresceu comendo de tudo. “Sempre comi muito, fora do normal. Não tinha horário nem limites na hora de comer. Gostava de massas e pratos grandes”, conta.

Por causa da obesidade, Rodrigo diz que nunca criou expectativas para a vida. Com vergonha, ele evitava sair de casa e sua principal fonte de diversão era o videogame.
“Quando pegava ônibus, tinha que entrar pela porta de trás porque não passava na catraca. Era uma situação vergonhosa”, lembra.
Em 2009, um médico disse que Rodrigo estava a ponto de ter um derrame. Ele estava com problemas de saúde, como pressão alta e diabetes, e sofria com dores musculares e nas articulações. “Tive que mudar por questão de sobrevivência e saúde. A estética foi uma conseqüência”, relata.
Um ano depois, em 2010, a opinião de outro médico assustou. “O endocrinologista disse que eu estava morrendo. Minha vida estava um inferno”, avalia Rodrigo, que resolveu tomar uma atitude em maio do mesmo ano, quando estava com 214 kg.
“Todo obeso é especialista em nutrição, sabe a dieta, mas não faz. Resolvi mudar radicalmente a alimentação. Comia quase 3 kg de comida por dia e, de repente, mudei tudo. Cortei gordura, açúcar, massa e outros alimentos pesados”, conta.

Influenciado por um colega de trabalho, ele deu o passo seguinte -- entrar na academia -- em dezembro de 2010.
“O começo foi muito difícil até as pessoas se acostumarem com a minha presença e eu me acostumar também. Não me sentia em casa lá, não me sentia bem, não me sentia à vontade, mas eu sabia que eu tinha que fazer aquilo”, lembra o jovem que, desde então, vai de segunda a sexta na academia, sem faltar.
Fora isso, ele trocou o transporte público por andar a pé. “Bati de frente com o sedentarismo e acabei gostando de andar e correr”, diz Rodrigo, que hoje se considera um esportista. “O esporte hoje é minha paixão. Participo de corridas e jogo basquete”, conta.

(Foto: Arquivo pessoal)
A vida social também melhorou: Rodrigo conseguiu uma oportunidade melhor no emprego e melhorou sua relação com a família e com o mundo. “Consegui fazer coisas simples que antes eu não conseguia e essas foram minhas vitórias. Perdi muito peso e ganhei muito mais na vida: alegria, satisfação e amigos”, conta.
Com 108 kg, ele diz que não tem um peso ideal a ser atingido, mas que vai continuar com a sua rotina. “Eu não vivi até meus 27 anos. Hoje eu vivo e minha meta é ser feliz”.
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