Convocação de Paulo Preto
Já dando como inevitável a convocação do
ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish, e do ex-diretor-geral do
Dnit, Luiz Antônio Pagot, integrantes do PT na CPI decidiram causar
constrangimentos aos tucanos. Petistas vão pedir a convocação de Paulo
Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, estatal rodoviária
do governo de São Paulo.
Para os petistas, Paulo Preto é uma espécie de Pagot dos tucanos paulistas. Isso porque, como o ex-diretor do Dnit no plano nacional, Preto saiu da Dersa magoado com a forma pela qual foi tirado do cargo.
Em 2010, Preto chegou a ser utilizado pela então candidata Dilma Rousseff num debate eleitoral com José Serra na TV. O ex-diretor da Dersa era apontado como colaborador na arrecadação de campanha dos tucanos.
Outra convocação que os petistas dão como certa é a do prefeito de Palmas, Raul Filho.
Todas essas convocações devem ser votadas na reunião administrativa da CPI nesta quinta-feira.
CONEXÃO
Em conversas telefônicas, Cachoeira (acima) fala sobre
contratos públicos em São Paulo nas gestões de Serra e Kassab
Os desdobramentos da Operação Monte Carlo, que investiga as relações
do bicheiro Carlinhos Cachoeira com governos estaduais e municipais,
chegaram ao principal bunker da oposição: o Estado de São Paulo. Em
Brasília, parlamentares que compõem a “CPI do Cachoeira” já tiveram
acesso a conversas telefônicas gravadas com autorização judicial entre
junho do ano passado e janeiro deste ano. Elas apontam que a construtora
Delta, braço operacional e financeiro do grupo do contraventor, foi
favorecida nas gestões de José Serra (PSDB) e de seu afilhado político
Gilberto Kassab (PSD) na prefeitura e também quando o tucano ocupou o
governo do Estado. Em 31 de janeiro deste ano, por exemplo, Carlinhos
Cachoeira telefona para Cláudio Abreu, o representante da empreiteira na
região Centro-Oeste, atualmente preso sob a acusação de fraudar
licitações e superfaturar obras. Na ligação (leia quadro na pág. 43), o
bicheiro pergunta se Abreu teria conversado com Fernando Cavendish,
oficialmente o dono da construtora, sobre “o negócio do Kassab”. Em
seguida, diz a Abreu que o prefeito de São Paulo “triplicou o contrato”.
Essa conversa, segundo membros da CPI e do Ministério Público de São
Paulo, é um dos indícios de que a organização de Cachoeira também teria
atuado com os tucanos e seus aliados em São Paulo. “Os depoimentos de
Cachoeira e Abreu serão fundamentais para que se descubra o alcance das
relações entre a empreiteira e políticos”, diz o relator da CPI,
deputado Odair Cunha (PT-MG).
A Delta começou a prestar serviços à capital paulista em 2005, quando Serra assumiu o comando do município. Inicialmente, os contratos somavam R$ 11 milhões. A partir de 2006, quando Serra deixou a prefeitura e venceu as eleições para governador, os negócios da empreiteira com o município se multiplicaram, em muitos casos sem licitação. Em 2010, ano em que o tucano disputou a Presidência, os repasses chegaram a R$ 36,4 milhões. Entre 2008 e 2011, os pagamentos da prefeitura para a Delta ultrapassaram R$ 167 milhões. O que chama mais a atenção da CPI e do Ministério Público de São Paulo, porém, é o fato de a Delta ter vencido em outubro do ano passado uma concorrência para limpeza urbana no valor de R$ 1,1 bilhão. O MP abriu um inquérito para apurar se houve fraude na licitação. Há suspeitas de uso de documentos falsos e de edital dirigido. “Se a Delta cometeu essas irregularidades em outros Estados e municípios, precisamos apurar se isso ocorreu também em São Paulo”, diz o promotor Silvio Marques, do Patrimônio Público. Na quarta-feira 2, ele encaminhou ofício à PF, solicitando acesso às investigações da Operação Monte Carlo.
Entre a papelada, o promotor receberá a transcrição de uma conversa
gravada com autorização judicial ocorrida em 4 de agosto do ano passado.
No diálogo, a que ISTOÉ teve acesso, um homem identificado como Jorge
pergunta para Gleyb Ferreira, segundo a PF uma espécie de “faz-tudo” de
Cachoeira, sobre o edital de uma licitação. “E aí, evoluiu aquele
negócio?”, pergunta Jorge. “Aguardamos estar com o edital hoje à tarde. O
Carlinhos (Cachoeira) quer que a gente converse com o Heraldo (Puccini
Neto, representante da Delta na região Sudeste). Já estamos conseguindo
uma prorrogação com o secretário para o dia 31 ao invés do dia 15”,
responde Gleyb. Para a PF, o diálogo se refere à concorrência de R$ 1,1
bilhão vencida pela empresa ligada ao bicheiro. O Ministério Público já
apurou que foram necessários dois editais para a concorrência. No
primeiro, a Delta foi desclassificada.
Se a Delta multiplicou seus contratos com a prefeitura entre 2005 e 2011, um movimento semelhante ocorreu com o governo de São Paulo, quando Serra chegou ao Palácio dos Bandeirantes em janeiro de 2007. Durante o mandato do tucano, a construtora recebeu R$ 664 milhões do governo paulista. O valor corresponde a 83% de todos os 27 convênios firmados pela Delta com o Estado de São Paulo na última década. A obra mais polêmica é a ampliação da Marginal Tietê, um dos cartões de visita da campanha presidencial de Serra em 2010. Além de inúmeros problemas, como atrasos e falta de compensação ambiental, o valor pago ao consórcio Nova Tietê, liderado pela Delta, sofreu um reajuste de 75%. Na quarta-feira 2, o Ministério Público de São Paulo instaurou Inquérito Civil para apurar a existência de irregularidades na licitação, superfaturamento e conluio entre agentes públicos.
ELE DE NOVO
Então diretor da Dersa, Paulo Preto, o polêmico arrecadador tucano em 2010,
foi o responsável por contratar a construtora Delta para obras viárias em São Paulo
Segundo documentos obtidos por ISTOÉ, a obra da Marginal era
acompanhada dentro do governo de São Paulo por Delson José Amador e
Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, que no PSDB é
identificado como um dos arrecadadores das campanhas eleitorais de
Serra. Tanto Paulo Preto como Amador são citados na Operação Castelo da
Areia, da Polícia Federal, por suposto envolvimento com empreiteiras.
Pelo lado da Delta, o responsável pelo gerenciamento da obra era o
diretor da empreiteira para a região Sudeste, Heraldo Puccini Neto. Ele
está foragido, após ter a prisão preventiva decretada por envolvimento
em suposto esquema de fraude em licitações na área de transporte público
do Distrito Federal. “A apuração sobre os contratos da Delta com o
governo paulista pode levar ao caixa 2 dos tucanos em São Paulo”, afirma
o deputado estadual João Paulo Rillo (PT). “Não podemos nos limitar a
fazer uma análise política”, diz o líder tucano Álvaro Dias (PR).
“Devemos checar todos os contratos da Delta para saber de que forma
foram celebrados e se os preços praticados foram justos. Afinal, a
empresa foi a principal patrocinadora da relação do bicheiro Cachoeira
com os recursos públicos.”
NOVO INQUÉRITO
O MP de São Paulo encontrou indícios de conluio entre agentes públicos e
a construtora Delta para fraudar licitacões em obras realizadas na capital
paulista. O promotor vai investigar contratos da gestão Kassab (abaixo)
Colaborou Claudio Dantas Sequeira
Para os petistas, Paulo Preto é uma espécie de Pagot dos tucanos paulistas. Isso porque, como o ex-diretor do Dnit no plano nacional, Preto saiu da Dersa magoado com a forma pela qual foi tirado do cargo.
Em 2010, Preto chegou a ser utilizado pela então candidata Dilma Rousseff num debate eleitoral com José Serra na TV. O ex-diretor da Dersa era apontado como colaborador na arrecadação de campanha dos tucanos.
Outra convocação que os petistas dão como certa é a do prefeito de Palmas, Raul Filho.
Todas essas convocações devem ser votadas na reunião administrativa da CPI nesta quinta-feira.
O esquema Cachoeira e o governo Serra
CPI e Ministério Público investigam como o grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira atuou em São Paulo através de contratos da construtora Delta com a Prefeitura e o Estado em obras na marginal Tietê
Pedro Marcondes de MouraCONEXÃO
Em conversas telefônicas, Cachoeira (acima) fala sobre
contratos públicos em São Paulo nas gestões de Serra e Kassab
A Delta começou a prestar serviços à capital paulista em 2005, quando Serra assumiu o comando do município. Inicialmente, os contratos somavam R$ 11 milhões. A partir de 2006, quando Serra deixou a prefeitura e venceu as eleições para governador, os negócios da empreiteira com o município se multiplicaram, em muitos casos sem licitação. Em 2010, ano em que o tucano disputou a Presidência, os repasses chegaram a R$ 36,4 milhões. Entre 2008 e 2011, os pagamentos da prefeitura para a Delta ultrapassaram R$ 167 milhões. O que chama mais a atenção da CPI e do Ministério Público de São Paulo, porém, é o fato de a Delta ter vencido em outubro do ano passado uma concorrência para limpeza urbana no valor de R$ 1,1 bilhão. O MP abriu um inquérito para apurar se houve fraude na licitação. Há suspeitas de uso de documentos falsos e de edital dirigido. “Se a Delta cometeu essas irregularidades em outros Estados e municípios, precisamos apurar se isso ocorreu também em São Paulo”, diz o promotor Silvio Marques, do Patrimônio Público. Na quarta-feira 2, ele encaminhou ofício à PF, solicitando acesso às investigações da Operação Monte Carlo.
Se a Delta multiplicou seus contratos com a prefeitura entre 2005 e 2011, um movimento semelhante ocorreu com o governo de São Paulo, quando Serra chegou ao Palácio dos Bandeirantes em janeiro de 2007. Durante o mandato do tucano, a construtora recebeu R$ 664 milhões do governo paulista. O valor corresponde a 83% de todos os 27 convênios firmados pela Delta com o Estado de São Paulo na última década. A obra mais polêmica é a ampliação da Marginal Tietê, um dos cartões de visita da campanha presidencial de Serra em 2010. Além de inúmeros problemas, como atrasos e falta de compensação ambiental, o valor pago ao consórcio Nova Tietê, liderado pela Delta, sofreu um reajuste de 75%. Na quarta-feira 2, o Ministério Público de São Paulo instaurou Inquérito Civil para apurar a existência de irregularidades na licitação, superfaturamento e conluio entre agentes públicos.
ELE DE NOVO
Então diretor da Dersa, Paulo Preto, o polêmico arrecadador tucano em 2010,
foi o responsável por contratar a construtora Delta para obras viárias em São Paulo
NOVO INQUÉRITO
O MP de São Paulo encontrou indícios de conluio entre agentes públicos e
a construtora Delta para fraudar licitacões em obras realizadas na capital
paulista. O promotor vai investigar contratos da gestão Kassab (abaixo)
Um comentário:
Este assunto me fez lembrar do episódio da bolinha de papel que quase causou traumatismo craniano em um certo candidato a presidência da república no Rio.
Ná época foi feito até uma tomografia computadorizada na cabeça do candidato e foi noticiado pelo Jornal Nacional.
Postar um comentário