congelamento de óvulos surge como alternativa
Seja em nome da carreira, ou por não ter encontrado o parceiro ideal, o congelamento de óvulos surge como alternativa para as mulheres que desejam postergar a gravidez sem que haja prejuízo à fertilidade.
Falar
sobre as conquistas da mulher na sociedade ao longo das últimas décadas
soa clichê. Ela controla grandes empresas ou ocupa cargos de extrema
relevância. Países como Alemanha, Chile, Argentina, Finlândia, Índia e
Irlanda têm uma mulher como chefe de estado ou governo. Algumas até já
viraram ídolos no futebol. E, quando querem, ainda têm tempo para
tarefas que já eram delas – cuidam da casa, do marido (quando há), fazem
compras etc. A mulher já quebrou o tabu do sexo casual, e, há vários
anos, o controle da natalidade via anticoncepcionais foi revolucionário e
ampliou seu poder sobre o próprio corpo. A grande novidade é a
possibilidade de retardar o envelhecimento de seus próprios óvulos,
garantindo a fertilidade, independente da idade.
O
congelamento de óvulos – técnica disponível há pouco mais de dois anos,
com resultados extremamente positivos – tem sido alternativa para um
número cada vez maior de mulheres que se dedicam à construção de uma
carreira sólida. Afinal, adiar a gravidez é uma opção fácil, através de
uma série de métodos contraceptivos bastante eficazes. Mas, postergar
demais pode se tornar um problema, pois, após os 35 anos, existe uma
perda gradativa e natural da quantidade e qualidade dos óvulos, que pode
levar à infertilidade.
“Congelar
meus óvulos é uma idéia que me agrada, e aumenta meu sentimento de
liberdade. Tenho planos de, em breve, recorrer à técnica para preservar
minha fertilidade, sem abrir mão da minha carreira, pois sonho em ter
filhos, mas não agora”, relata Anelise Duarte, 33, gerente de uma
multinacional no Rio de Janeiro.
Para o
médico Selmo Geber, diretor da Rede Latinoamericana de Reprodução
Assistida e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), “o
congelamento surge como uma boa opção para uma gravidez tardia e
bem-sucedida no caso de mulheres que, em nome da carreira e do
crescimento profissional, têm adiado o sonho da maternidade”. A técnica
já alcança 40% de sucesso – percentual de gravidez alcançada através de fertilizações in vitro a
partir de óvulos congelados –, um dado que transmite segurança e
tranquilidade às mulheres que desejam se submeter ao procedimento.
“Atingimos uma taxa quase equivalente aos procedimentos realizados com
óvulos frescos. Um número surpreendente”, comemora Selmo Geber.
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