8.04.2012

ACUSAÇÃO À JOSÉ DIRCEU É PEÇA DE FICÇÃO (AVENIDA BRASIL II)

Advogado de Dirceu pedirá ao STF desqualificação das acusações


Após a acusação, advogado de Dirceu será o primeiro a falar. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Após a acusação, advogado de Dirceu será o primeiro a falar
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Gustavo Gantois
O advogado José Luís de Oliveira Lima, que defende José Dirceu no caso do mensalão, afirmou que vai pedir aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) a desqualificação das acusações contra o ex-ministro. Pela ordem, ele é o primeiro a falar após o procurador-geral da República. Para a defesa, o Ministério Público não conseguiu provar a ligação de Dirceu com o mensalão.

"A prova testemunhal é a prova deste processo. Prova testemunhal precisa ter embasamento, precisa vir de figura íntegra", afirmou o advogado, conhecido como Juca, durante o intervalo da sessão.
Durante a acusação, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, justificou que a ausência de provas materiais contra Dirceu se deve ao fato de que "chefes de quadrilha quase nunca aparecem na execução do esquema". "O autor dos chamados crimes organizados age a quatro paredes. O autor intelectual quase sempre não fala ao telefone, não envia mensagens, não assina documentos e não movimenta contas", disse Gurgel (portanto não há provas)
Segundo o defensor, apesar de ter mostrado aos ministros um organograma fluido do esquema, o procurador não apresentou nenhuma prova nova da participação de Dirceu no mensalão. Seguindo o que já havia sido alegado na denúncia, Gurgel ateve-se aos depoimentos colhidos durante o inquérito para afirmar que o ex-ministro era o chefe da quadrilha. (Depoimentos não são provas)

O mensalão do PT e o Valerioduto tucano não aconteceu
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.
No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.
Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.
O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
A então presidente do Banco Rural Kátia Rabello e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.
Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e do irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.

Nota boaspraticasfarmaceuticas:

ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE O CEARENCE  PROCURADOR GERAL ROBERTO GURGEL

 O cearense Roberto Monteiro Gurgel Santos, 57 anos, ingressou no Ministério Público Federal há 30 anos e fez a maior parte da sua carreira em Brasília, atuando em processos de natureza cível e eleitoral. Gurgel nunca foi apaixonado por assuntos criminais, tarefa que, em casa, tem na mulher, a subprocuradora-geral da República Cláudia Sampaio, uma das principais expoentes da instituição.
Há três anos à frente do MP, Gurgel arquivou sem maiores investigações um pedido para abrir inquérito por enriquecimento ilícito contra o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci. Segurou  por três anos uma investigação que já revelava a relação do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com o agora senador cassado Demóstenes Torres (ex-DEM, sem partido-GO).
Somente em março deste ano, após se tornarem públicas as relações dos dois, é que Gurgel pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de inquérito contra Demóstenes. ESTE PROCURADOR É SEMPRE MUITO ELOGIADO E IDOLATRADO PELO MINISTRO GILMAR MENDES. 
Até agora esta relação CARLINHOS CACHOEIRAS &  GILMAR & DEMOSTENES & GURGEL não foi devidamente esclarecida.

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