Duas em cada três mulheres sofrem com problemas intestinais
Estudo inédito sobre a saúde intestinal das brasileiras mostrou que a prisão de ventre afeta até a vida sexual
São Paulo -
Cerca de 67% da população feminina sofre com problemas intestinais,
revelou a pesquisa Saúde Intestinal da Mulher (SIM), conduzida pela
Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) e divulgada nesta
terça-feira.
Entre os problemas mais citados, estão gases (57%), inchaço (56%), sensação de peso (46%) e constipação (26%).
O estudo entrevistou 3.500 mulheres em 10 cidades de todo o território
nacional e abordou também aspectos psicológicos. Usar o banheiro fora de
casa, por exemplo, foi apontado como causa dos problemas intestinais
por grande parte delas. Além disso, 72% disseram enfrentar dificuldades
para ir ao banheiro durante a semana, mas não nos finais de semana.
“Existe um fator cultural importante: a menina é ensinada desde cedo a não sentar no vaso pra não pegar doenças e a evitar usar o banheiro fora de casa. Aí ela passa a evacuar exclusivamente no vaso sanitário próprio. Uma relação que dura a vida toda.” Diz José Galvão Alves, presidente da FBG e um dos coordenadores do estudo.
A pesquisa levantou ainda três aspectos que parecem influenciar determinantemente a saúde intestinal feminina: os hábitos alimentares (comem muito e com pouca variação), o estilo de vida (estresse, trabalho em excesso e ficar sentada por muito tempo) e as orientações nutricionais (comem muito rápido e não tem tempo para atividades físicas).
Os problemas intestinais não são encarados como doença por 25% delas, embora 62% tenham declarado que eles afetam consideravelmente a qualidade de vida. Grande parte (57%) afirmou que eles têm impacto negativo na vida sexual, 66% disseram perder a concentração no trabalho e 69% relataram ter alterações de humor (ficam mais estressadas, tensas e de mau humor).
Os hormônios femininos são um fator de peso no hábito intestinal das mulheres. A progesterona – hormônio responsável por preparar o corpo para a gravidez – reduz a movimentação do intestino, principalmente nos 10 dias que antecedem a ovulação, o que contribui para a prisão de ventre. Mas o grande "inimigo" é mesmo a questão cultural.
“Esse tabu, de não poder falar ou de não poder procurar ajuda, tem prejudicado muito a vida das mulheres. E os aspectos sociais que envolvem essa questão são essenciais. São problemas que afetam o dia a dia”, diz a antropóloga Mirian Goldenberg, que há 25 anos estuda as questões femininas.
Para a psicóloga Pamela Magalhães, muitas mulheres sofrem com o estereótipo da princesa: “Devem ser lindas, limpas e cheirosas. Precisamos desenvolver uma intimidade maior com o nosso intestino, para lidar melhor com tudo isso.”
A pesquisa constatou também que a maioria não consulta um médico: 20% disseram esperar o problema passar por si só e 18,5% se automedicam. A atitude pode gerar problemas mais graves do que se imagina, pois o intestino é fundamental para manter a saúde do organismo como um todo: ele abriga cerca de 70% das células de defesa do corpo. Hoje, sabe-se que as bactérias do intestino interagem até com o cérebro, e podem ser a explicação para doenças como obesidade e asma.
Para o presidente da FBG, tratar o problema não se resume apenas a comer mais fibras e aumentar a quantidade de água ingerida.
“É preciso respeitar o estímulo de ir ao banheiro e não usar chás e medicamentos que irritam a mucosa do intestino e podem agravar o problema a longo prazo” orienta o especialista.
Entre os problemas mais citados, estão gases (57%), inchaço (56%), sensação de peso (46%) e constipação (26%).
Duas em cada três mulheres sofrem com problemas intestinais | Foto: Reprodução Internet
“Existe um fator cultural importante: a menina é ensinada desde cedo a não sentar no vaso pra não pegar doenças e a evitar usar o banheiro fora de casa. Aí ela passa a evacuar exclusivamente no vaso sanitário próprio. Uma relação que dura a vida toda.” Diz José Galvão Alves, presidente da FBG e um dos coordenadores do estudo.
A pesquisa levantou ainda três aspectos que parecem influenciar determinantemente a saúde intestinal feminina: os hábitos alimentares (comem muito e com pouca variação), o estilo de vida (estresse, trabalho em excesso e ficar sentada por muito tempo) e as orientações nutricionais (comem muito rápido e não tem tempo para atividades físicas).
Os problemas intestinais não são encarados como doença por 25% delas, embora 62% tenham declarado que eles afetam consideravelmente a qualidade de vida. Grande parte (57%) afirmou que eles têm impacto negativo na vida sexual, 66% disseram perder a concentração no trabalho e 69% relataram ter alterações de humor (ficam mais estressadas, tensas e de mau humor).
Os hormônios femininos são um fator de peso no hábito intestinal das mulheres. A progesterona – hormônio responsável por preparar o corpo para a gravidez – reduz a movimentação do intestino, principalmente nos 10 dias que antecedem a ovulação, o que contribui para a prisão de ventre. Mas o grande "inimigo" é mesmo a questão cultural.
“Esse tabu, de não poder falar ou de não poder procurar ajuda, tem prejudicado muito a vida das mulheres. E os aspectos sociais que envolvem essa questão são essenciais. São problemas que afetam o dia a dia”, diz a antropóloga Mirian Goldenberg, que há 25 anos estuda as questões femininas.
Para a psicóloga Pamela Magalhães, muitas mulheres sofrem com o estereótipo da princesa: “Devem ser lindas, limpas e cheirosas. Precisamos desenvolver uma intimidade maior com o nosso intestino, para lidar melhor com tudo isso.”
A pesquisa constatou também que a maioria não consulta um médico: 20% disseram esperar o problema passar por si só e 18,5% se automedicam. A atitude pode gerar problemas mais graves do que se imagina, pois o intestino é fundamental para manter a saúde do organismo como um todo: ele abriga cerca de 70% das células de defesa do corpo. Hoje, sabe-se que as bactérias do intestino interagem até com o cérebro, e podem ser a explicação para doenças como obesidade e asma.
Para o presidente da FBG, tratar o problema não se resume apenas a comer mais fibras e aumentar a quantidade de água ingerida.
“É preciso respeitar o estímulo de ir ao banheiro e não usar chás e medicamentos que irritam a mucosa do intestino e podem agravar o problema a longo prazo” orienta o especialista.
As informações são de Chris Bertelli do iG
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