Para memorizar o nono dígito nos números de telefones celulares da Grande São Paulo, a pessoa tem de usar uma técnica de memorização com a qual já esteja acostumada no dia a dia.
É o que afirma a neuropsicóloga Gislaine Gil, autora de dois livros relacionados ao tema --o último deles se chama "Ensinar a Lembrar: Guia Prático para Ajudar a Reconhecer e Melhorar Problemas de Memória".
"Quando a gente vai aprender um novo número, fazemos esforço para adquirir a informação. Com o tempo, entra na memória automática", diz a neuropsicóloga.
As técnicas por repetição, diz ela, permitem "decorar" rapidamente uma sequência numérica, mas, por outro lado, é possível esquecer o número facilmente se a pessoa deixar de usá-lo por um tempo.
Um exemplo dessa técnica por repetição é a memorização auditiva. A pessoa divide a sequência de nove dígitos em grupos de três, tal qual uma melodia sonora, o que muitos já fazem ao gravar o número do CPF (Cadastro de Pessoa Física).
Outra técnica por repetição é a memorização tátil. Nesse caso, a pessoa grava os números orientando-se pela disposição espacial deles no teclado.
As técnicas de memorização por associação exigem mais tempo para aprender, mas também são mais difíceis de esquecer. Isso ocorre, por exemplo, na associação numérica visual feita no jogo do bicho: cada animal está associado a uma dezena.
"Tem gente que é mais visual, tem mais facilidade assim", diz Gislaine Gil.
Nessa linha, há outras maneiras de memorizar por associação, mais sofisticadas até. Exemplo: a pessoa pode atribuir a cada algarismo um símbolo ou uma história e depois elaborar uma frase que reúna esses significados atribuídos aos números. Então, para lembrar da sequência numérica, bastaria lembrar da frase criada.
"Essa técnica é mais usada por aquelas pessoas que costumam lembrar de todas as datas históricas", diz a neuropsicóloga. "Quanto mais se gasta energia nesse processo de memorização, mais tempo fica armazenada a informação. Em outras palavras, a pessoa esquece menos", afirma.
Com uma técnica ou outra, uma coisa é certa: se o seu celular agora tem nove dígitos, você vai ter de reprogramar o seu cérebro para voltar a ter na ponta da língua o seu número de telefone celular.
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