7.12.2013

Egito tem manifestações pró e contra Morsi na primeira sexta do Ramadã

País vive clima de tensão após golpe militar contra islamita em 3 de julho.
Confrontos mataram quase 100 pessoas desde então.

Do G1, em São Paulo
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Manifestantes pró-Morsi reunidos nesta sexta-feira (12) para as orações no Cairo (Foto: Reuters)Manifestantes pró-Morsi reunidos nesta sexta-feira (12) para as orações no Cairo (Foto: Reuters)
Defensores e adversários do presidente Mohamed Morsi, destituído na semana passada pelo exército, convocaram manifestações no Cairo para esta sexta-feira (12), a primeira do mês sagrado islâmico do Ramadã, que começou com tensões e incertezas políticas após os graves distúrbios dos últimos dias.
Os islamitas favoráveis a Morsi, que denunciam um "golpe de Estado", estão convocados para um protesto ao lado da mesquita Rabaa al-Adawiya, no bairro de Nasr City, que ocupam há quase duas semanas.
Os partidários do novo governo interino, que assumiu o poder após o golpe militar de 3 de julho, devem protestar na emblemática Praça Tahrir e diante do palácio presidencial, no bairro de Heliópolis.
A maior mobilização pode acontecer ao anoitecer, ao fim do período de jejum do Ramadã.
O mês sagrado para o mundo muçulmano começou com um ambiente menos animado que o habitual no Egito, o país de maior população do mundo árabe, com 84 milhões de habitantes, o que reflete a tensão desde a queda de Morsi.
Durante a noite, um policial foi morto e outro ferido em um ataque contra um posto de controle na península do Sinai (nordeste). Uma delegacia foi atacada na cidade de El Arish, região que sofre com problemas de segurança desde a queda de Hosni Mubarak, em 2011. Os incidentes aumentaram desde a deposição de Mursi.
Quase 100 pessoas morreram desde a queda do ex-chefe de Estado, acusado de ter traído os ideais democráticos da revolta contra Mubarak, de má gestão e de servir exclusivamente aos interesses da Irmandade Muçulmana.
Os defensores de Morsi recordam que ele foi o primeiro presidente da história do país eleito democraticamente.
Na segunda-feira, poucos dias antes do início do Ramadã, 53 pessoas morreram e várias ficaram feridas em violentos distúrbios registrados durante uma manifestação a favor de Morsi diante da sede da Guarda Republicana.
A Irmandade Muçulmana denunciou um "massacre" contra manifestantes pacíficos, enquanto o exército afirmou que atacou um grupo de "terroristas".
A desconfiança dos islamitas ante as novas autoridades foi reforçada na quarta-feira, após a divulgação de uma nova ordem de prisão contra o Guia Supremo da Irmandade Muçulmana por incitação aos distúrbios de segunda-feira.
O governo dos Estados Unidos pediu o fim das prisões arbitrárias de membros da Irmandade Muçulmana, por considerar que as medidas contribuem para agravar a crise política.
O secretário-geral da ONU, Ban ki-moon, pediu às novas autoridades que respeitem as "obrigações internacionais" na área dos direitos humanos.
Ao mesmo tempo prosseguem as negociações para a formação de um novo governo, dirigido pelo primeiro-ministro Hazem Beblawi.
Beblawi, começará a conversar com candidatos no domingo e na segunda, para poder dar posse a seu gabinete até o fim da próxima semana, disse ele à agência Reuters.
 
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