- Empresários evitam estimar prejuízos; comércio do Centro deve ser afetado
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Paula Autran
Ana Cláudia Costa
RIO - Entender como vão funcionar os feriados municipais programados
para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) está dando trabalho para os
cariocas. Muita gente ainda não sabe o que vai ou não funcionar nos dias
23 (a partir das 16h); 25 e 26 (o dia inteiro); e 29 (até meio-dia)
deste mês. Inclusive entidades que reúnem instituições como bancos e
comércio. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Federação do
Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio), assim como os
Correios, ainda não sabem informar como vão orientar seus associados a
trabalhar nessas datas e horários. A confusão fez com que a prefeitura
publicasse nesta quinta-feira em seu site uma nota dando detalhes sobre o
decreto, do dia 11 de junho, que estabelece para quem é feriado no Rio.
Na nota, consta que os feriados “valem para todas as categorias profissionais e atividades econômicas, como fábricas, serviços, empresas, bancos, universidades, etc. Para atender à grande demanda de peregrinos durante a JMJ, ficam excluídos do feriado apenas comércio de rua, bares, restaurantes, centros comerciais e shopping centers, galerias, estabelecimentos culturais e pontos turísticos. Serviços públicos essenciais serão mantidos”. Mas, além de gerar confusão, os feriados criados para facilitar a movimentação dos peregrinos provocam polêmica. Segundo Daniel Plá, professor do MBA de varejo da Fundação Getúlio Vargas, por exemplo, mesmo funcionando normalmente, as lojas do Centro devem ter um prejuízo de R$ 15 milhões por dia de feriado.
— Apesar de não ser feriado para o comércio, as lojas do Centro são muito afetadas, como em dia de jogo do Brasil ou de manifestações, pois as pessoas não vão para lá. E os comerciantes não vendem — explica ele, acrescentando que os efeitos do feriado são imprevisíveis para o resto da cidade. — Pode ser benéfico para o comércio da Zona Sul, porque a pessoa que não foi trabalhar e mora lá compra por perto o que não comprou no Centro. A vinda do Papa é boa para o Rio, promove a cidade. Mas pode afetar o comércio e prejudica também as indústrias e empresas, que deixam de produzir e ainda têm a folha de pagamento onerada se houver expediente.
Também procuradas, entidades que representam empresários e industriais, como Sebrae e Firjan, evitaram calcular prejuízos ou comentar o assunto.
Há quem reclame dos feriados municipais criados por decreto para facilitar o ir e vir de peregrinos de uma única religião num Estado que é laico. Para o sociólogo Ignácio Cano, a questão é outra:
— O problema é termos mais um grande evento em cadeia, após a Copa das Confederações. A vida normal da cidade e da população fica prejudicada. O Rio está se vocacionando para receber grandes eventos, mas existe um custo para isto. A produtividade cai.
Leonardo Maciel, presidente da Rio Eventos, empresa da prefeitura, disse ontem que, antes de decretar os feriados, o município estudou casos de outras cidades, como Madri, onde já aconteceu a JMJ. Segundo ele, a decisão foi tomada pelo prefeito a partir do momento em que se detectou que as cidades onde acontecem as grandes concentrações de pessoas param.
— Foi estudada a melhor forma de facilitar a movimentação de peregrinos e de pessoas que não estão credenciadas, mas que vêm ao Rio só para ver o Papa — disse Leonardo, destacando que, por isso, houve o cuidado de excluir do feriado serviços essenciais e comércio. — Se o dono de estabelecimento quiser fechar, será opção dele. Se abrir, não precisará pagar dobrado ao funcionário, porque seu estabelecimento não foi incluído no grupo daqueles para os quais é feriado. Empresas de serviço administrativo, escritórios e bancos não vão funcionar. Com isso, esperamos reduzir o tráfego.
Na sede da prefeitura, terão expediente o gabinete do prefeito e as seguintes secretarias: Governo, Casa Civil, Ordem Pública, Desenvolvimento Social, Saúde e Cultura. Também estão excluídos do feriado as subprefeituras, Comlurb, IplanRio, Riotur, Guarda Municipal, RioLuz, Planetário, RioZoo, CET-Rio e as secretarias de Proteção e Defesa do Consumidor, de Transportes, Conservação e Turismo. Todas as unidades de saúde, incluindo hospitais, UPAs, clínicas da família e postos de saúde, funcionarão normalmente.
Como as escolas estão em férias, não haverá aulas. A maioria dos shoppings já decidiu que vai funcionar. O Detran informou que o expediente na sede e em todas as unidades do município será até meio-dia no dia 23 e normal no dia 24. Não haverá expediente nos dias 25 e 26. O metrô funcionará normalmente. O esquema de funcionamento dos trens da SuperVia ainda não foi divulgado.
Na nota, consta que os feriados “valem para todas as categorias profissionais e atividades econômicas, como fábricas, serviços, empresas, bancos, universidades, etc. Para atender à grande demanda de peregrinos durante a JMJ, ficam excluídos do feriado apenas comércio de rua, bares, restaurantes, centros comerciais e shopping centers, galerias, estabelecimentos culturais e pontos turísticos. Serviços públicos essenciais serão mantidos”. Mas, além de gerar confusão, os feriados criados para facilitar a movimentação dos peregrinos provocam polêmica. Segundo Daniel Plá, professor do MBA de varejo da Fundação Getúlio Vargas, por exemplo, mesmo funcionando normalmente, as lojas do Centro devem ter um prejuízo de R$ 15 milhões por dia de feriado.
— Apesar de não ser feriado para o comércio, as lojas do Centro são muito afetadas, como em dia de jogo do Brasil ou de manifestações, pois as pessoas não vão para lá. E os comerciantes não vendem — explica ele, acrescentando que os efeitos do feriado são imprevisíveis para o resto da cidade. — Pode ser benéfico para o comércio da Zona Sul, porque a pessoa que não foi trabalhar e mora lá compra por perto o que não comprou no Centro. A vinda do Papa é boa para o Rio, promove a cidade. Mas pode afetar o comércio e prejudica também as indústrias e empresas, que deixam de produzir e ainda têm a folha de pagamento onerada se houver expediente.
Também procuradas, entidades que representam empresários e industriais, como Sebrae e Firjan, evitaram calcular prejuízos ou comentar o assunto.
Há quem reclame dos feriados municipais criados por decreto para facilitar o ir e vir de peregrinos de uma única religião num Estado que é laico. Para o sociólogo Ignácio Cano, a questão é outra:
— O problema é termos mais um grande evento em cadeia, após a Copa das Confederações. A vida normal da cidade e da população fica prejudicada. O Rio está se vocacionando para receber grandes eventos, mas existe um custo para isto. A produtividade cai.
Leonardo Maciel, presidente da Rio Eventos, empresa da prefeitura, disse ontem que, antes de decretar os feriados, o município estudou casos de outras cidades, como Madri, onde já aconteceu a JMJ. Segundo ele, a decisão foi tomada pelo prefeito a partir do momento em que se detectou que as cidades onde acontecem as grandes concentrações de pessoas param.
— Foi estudada a melhor forma de facilitar a movimentação de peregrinos e de pessoas que não estão credenciadas, mas que vêm ao Rio só para ver o Papa — disse Leonardo, destacando que, por isso, houve o cuidado de excluir do feriado serviços essenciais e comércio. — Se o dono de estabelecimento quiser fechar, será opção dele. Se abrir, não precisará pagar dobrado ao funcionário, porque seu estabelecimento não foi incluído no grupo daqueles para os quais é feriado. Empresas de serviço administrativo, escritórios e bancos não vão funcionar. Com isso, esperamos reduzir o tráfego.
Na sede da prefeitura, terão expediente o gabinete do prefeito e as seguintes secretarias: Governo, Casa Civil, Ordem Pública, Desenvolvimento Social, Saúde e Cultura. Também estão excluídos do feriado as subprefeituras, Comlurb, IplanRio, Riotur, Guarda Municipal, RioLuz, Planetário, RioZoo, CET-Rio e as secretarias de Proteção e Defesa do Consumidor, de Transportes, Conservação e Turismo. Todas as unidades de saúde, incluindo hospitais, UPAs, clínicas da família e postos de saúde, funcionarão normalmente.
Como as escolas estão em férias, não haverá aulas. A maioria dos shoppings já decidiu que vai funcionar. O Detran informou que o expediente na sede e em todas as unidades do município será até meio-dia no dia 23 e normal no dia 24. Não haverá expediente nos dias 25 e 26. O metrô funcionará normalmente. O esquema de funcionamento dos trens da SuperVia ainda não foi divulgado.
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