Minha primeira reação quando vejo demandas corporativas é suspeitar se
os interesses da corporação não estão sendo colocados na frente do
interesse do cidadão.
Essa é a minha suspeita em relação ao debate sobre trazer médicos
estrangeiros. É corretíssimo, claro, querer que esses médicos passem por
algum exame --e também avaliar se eles sabem se comunicar com os
pacientes.
O que me incomoda, porém, é a hipocrisia. Testes com formandos das
escolas de medicina do Brasil estão mostrando como muitos deles são
despreparados --aliás, muito despreparados.
Mas, mesmo assim, podem clinicar sem restrições.
Por que isso não causa a mesma indignação, já que são nossos pacientes que estão em risco?
Por algum acaso, erro médico produzido por brasileiros é menos grave?
Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative).
Nenhum comentário:
Postar um comentário