Um grupo de cientistas da Universidade de Oxford, na Inglaterra, recrutou 34 pessoas com dislexia — distúrbio que compromete a leitura e a escrita e que acomete de 5 a 10% da população mundial — para entender melhor como elas lidam com estímulos visuais e sonoros. No estudo, pacientes tinham que apertar um botão assim que ouvissem um som ou vissem um flash. Curiosamente, os estudiosos notaram que os voluntários demoravam mais do que o normal para pressionar o botão quando expostos primeiro à luz e, em seguida, ao barulho. Isso demonstraria que portadores desse distúrbio sofrem uma espécie de déficit de atenção. Segundo os autores, uma boa alternativa para agilizar a resposta do cérebro a esses estímulos seria jogar videogame. Por quê? Ora, muitos games exigem atenção e raciocínio rápido frente a imagens e sons. Ou seja, talvez se divertir com eles servisse como uma espécie de treinamento aos disléxicos. Mas isso ainda é apenas uma teoria. E você, o que acha disso?
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Entender como aprendemos e o porquê de muitas pessoas
inteligentes e, até, geniais experimentarem dificuldades paralelas
em seu caminho diferencial do aprendizado, é desafio que a Ciência
vem deslindando paulatinamente, em130 anos de pesquisas. E com o avanço
tecnológico de nossos dias, com destaque ao apoio da técnica
de ressonância magnética funcional, as conquistas dos últimos
dez anos têm trazido respostas significativas sobre o que é
Dislexia.
A complexidade do entendimento do que é Dislexia,
está diretamente vinculada ao entendimento do ser humano: de quem
somos; do que é Memória e Pensamento- Pensamento e Linguagem;
de como aprendemos e do por quê podemos encontrar facilidades até
geniais, mescladas de dificuldades até básicas em nosso
processo individual de aprendizado. O maior problema para assimilarmos
esta realidade está no conceito arcaico de que: "quem é
bom, é bom em tudo"; isto é, a pessoa, porque inteligente,
tem que saber tudo e ser habilidosa em tudo o que faz. Posição
equivocada que Howard Gardner aprofundou com excepcional mestria, em suas
pesquisas e estudos registrados, especialmente, em sua obra Inteligências
Múltiplas. Insight que ele transformou em pesquisa cientificamente
comprovada, que o alçou à posição de um dos
maiores educadores de todos os tempos.
A evolução progressiva de entendimento do
que é Disléxia, resultante do trabalho cooperativo de mentes
brilhantes que têm-se doado em persistentes estudos, tem marcadores
claros do progresso que vem sendo conquistado. Durante esse longo período
de pesquisas que transcende gerações, o desencontro de opiniões
sobre o que é Dislexia redundou em mais de cem nomes para designar
essas específicas dificuldades de aprendizado, e em cerca de 40
definições, sem que nenhuma delas tenha sido universalmente
aceita. Recentemente, porém, no entrelaçamento de descobertas
realizadas por diferentes áreas relacionadas aos campos da Educação
e da Saúde, foram surgindo respostas importantes e conclusivas,
como:
que Dislexia tem base neurológica, e que existe
uma incidência expressiva de fator genético em suas causas,
transmitido por um gene de uma pequena ramificação do cromossomo
# 6 que, por ser dominante, torna Dislexia altamente hereditária,
o que justifica que se repita nas mesmas famílias;
que o disléxico tem mais desenvolvida área
específica de seu hemisfério cerebral lateral-direito do
que leitores normais. Condição que, segundo estudiosos,
justificaria seus "dons" como expressão significativa
desse potencial, que está relacionado à sensibilidade, artes,
atletismo, mecânica, visualização em 3 dimenões,
criatividade na solução de problemas e habilidades intuitivas;
que, embora existindo disléxicos ganhadores de medalha
olímpica em esportes, a maioria deles apresenta imaturidade psicomotora
ou conflito em sua dominância e colaboração hemisférica
cerebral direita-esquerda. Dentre estes, há um grande exemplo brasileiro
que, embora somente com sua autorização pessoal poderíamos
declinar o seu nome, ele que é uma de nossas mentes mais brilhantes
e criativas no campo da mídia, declarou: "Não sei por
que, mas quem me conhece também sabe que não tenho domínio
motor que me dê a capacidade de, por exemplo, apertar um simples
parafuso";
que, com a conquista científica de uma avaliação
mais clara da dinâmica de comando cerebral em Dislexia, pesquisadores
da equipe da Dra. Sally Shaywitz, da Yale University, anunciaram, recentemente,
uma significativa descoberta neurofisiológica, que justifica ser
a falta de consciência fonológica do disléxico, a
determinante mais forte da probabilidade de sua falência no aprendizado
da leitura;
que o Dr. Breitmeyer descobriu que há dois mecanismos
inter-relacionados no ato de ler: o mecanismo de fixação
visual e o mecanismo de transição ocular que, mais tarde,
foram estudados pelo Dr. William Lovegrove e seus colaboradores, e demonstraram
que crianças disléxicas e não-disléxicas não
apresentaram diferença na fixação visual ao ler;
mas que os disléxicos, porém, encontraram dificuldades significativas
em seu mecanismo de transição no correr dos olhos, em seu
ato de mudança de foco de uma sílaba à seguinte,
fazendo com que a palavra passasse a ser percebida, visualmente, como
se estivesse borrada, com traçado carregado e sobreposto. Sensação
que dificultava a discriminação visual das letras que formavam
a palavra escrita. Como bem figura uma educadora e especialista alemã,
"... É como se as palavras dançassem e pulassem diante
dos olhos do disléxico".
A dificuldade de conhecimento e de definição
do que é Dislexia, faz com que se tenha criado um mundo tão
diversificado de informações, que confunde e desinforma.
Além do que a mídia, no Brasil, as poucas vezes em que aborda
esse grave problema, somente o faz de maneira parcial, quando não
de forma inadequada e, mesmo, fora do contexto global das descobertas
atuais da Ciência.
Dislexia é causa ainda ignorada de evasão
escolar em nosso país, e uma das causas do chamado "analfabetismo
funcional" que, por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação
ou na informação imprecisa, não é considerada
como desencadeante de insucessos no aprendizado.
Hoje, os mais abrangentes e sérios estudos a respeito
desse assunto, registram 20% da população americana como
disléxica, com a observação adicional: "existem
muitos disléxicos não diagnosticados em nosso país".
Para sublinhar, de cada 10 alunos em sala de aula, dois são disléxicos,
com algum grau significativo de dificuldades. Graus leves, embora importantes,
não costumam sequer ser considerados.
Também para realçar a grande importância
da posição do disléxico em sala de aula cabe, além
de considerar o seríssimo problema da violência infanto-juvenil,
citar o lamentável fenômeno do suicídio de crianças
que, nos USA, traz o gravíssimo registro de que 40 (quarenta) crianças
se suicidam todos os dias, naquele país. E que dificuldades na
escola e decepção que eles não gostariam de dar a
seus pais estão citadas entre as causas determinantes dessa tragédia.
Ainda é de extrema relevância considerar estudos
americanos, que provam ser de 70% a 80% o número de jovens delinqüentes
nos USA, que apresentam algum tipo de dificuldades de aprendizado. E que
também é comum que crimes violentos sejam praticados por
pessoas que têm dificuldades para ler. E quando, na prisão,
eles aprendem a ler, seu nível de agressividade diminui consideravelmente.
O Dr. Norman Geschwind, M.D., professor de Neurologia da
Harvard Medical School; professor de Psicologia do MIT - Massachussets
Institute of Tecnology; diretor da Unidade de Neurologia do Beth Israel
Hospital, em Boston, MA, pesquisador lúcido e perseverante que
assumiu a direção da pesquisa neurológica em Dislexia,
após a morte do pesquisador pioneiro, o Dr. Samuel Orton, afirma
que a falta de consenso no entendimento do que é Dislexia, começou
a partir da decodificação do termo criado para nomear essas
específicas dificuldades de aprendizado; que foi elegido o significado
latino dys, como dificuldade; e lexia, como palavra. Mas que é
na decodificação do sentido da derivação grega
de Dislexia, que está a significação intrínsica
do termo: dys, significando imperfeito como disfunção,
isto é, uma função anormal ou prejudicada; e lexia
que, do grego, dá significação mais ampla ao termo
palavra, isto é, como Linguagem em seu sentido abrangente.
Por toda complexidade do que, realmente, é Dislexia;
por muita contradição derivada de diferentes focos e ângulos
pessoais e profissionais de visão; porque os caminhos de descobertas
científicas que trazem respostas sobre essas específicas
dificuldades de aprendizado têm sido longos e extremamente laboriosos,
necessitando, sempre, de consenso, é imprescindível um olhar
humano, lógico e lúcido para o entendimento maior do que
é Dislexia.
Dislexia é uma específica dificuldade de
aprendizado da Linguagem: em Leitura, Soletração, Escrita,
em Linguagem Expressiva ou Receptiva, em Razão e Cálculo
Matemáticos, como na Linguagem Corporal e Social. Não tem
como causa falta de interesse, de motivação, de esforço
ou de vontade, como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva como
causa primária. Dificuldades no aprendizado da leitura, em diferentes
graus, é característica evidenciada em cerca de 80% dos
disléxicos.
Dislexia, antes de qualquer definição,
é um jeito de ser e de aprender; reflete a expressão individual
de uma mente, muitas vezes arguta e até genial, mas que aprende
de maneira diferente...
Disgrafia é uma
inabilidade ou atraso no desenvolvimento da Linguagem Escrita, especialmente
da escrita cursiva. Escrever com máquina datilográfica ou
com o computador pode ser muito mais fácil para o disléxico.
Na escrita manual, as letras podem ser mal grafadas, borradas ou incompletas,
com tendência à escrita em letra de forma. Os erros ortográficos,
inversões de letras, sílabas e números e a falta
ou troca de letras e números ficam caracterizados com muita frequência...
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Discalculia - As dificuldades com a Linguagem Matemática são muito variadas em seus diferentes níveis e complexas em sua origem. Podem evidenciar-se já no aprendizado aritmético básico como, mais tarde, na elaboração do pensamento matemático mais avançado. Embora essas dificuldades possam manifestar-se sem nenhuma inabilidade em leitura, há outras que são decorrentes do processamento lógico-matemático da linguagem lida ou ouvida. Também existem dificuldades advindas da imprecisa percepção de tempo e espaço, como na apreensão e no processamento de fatos matemáticos, em sua devida ordem...Ler mais sobre>
Deficiência de Atenção
- É a dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenção
em objetivo central, para discriminar, compreender e assimilar o foco
central de um estímulo. Esse estado de concentração
é fundamental para que, através do discernimento e da elaboração
do ensino, possa completar-se a fixação do aprendizado.
A Deficiência de Atenção pode manifestar-se isoladamente
ou associada a uma Linguagem Corporal que caracteriza a Hiperatividade
ou, opostamente, a Hipoatividade...Ler mais
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Hiperatividade - Refere-se à atividade psicomotora excessiva, com padrões diferenciais de sintomas: o jovem ou a criança hiperativa com comportamento impulsivo é aquela que fala sem parar e nunca espera por nada; não consegue esperar por sua vez, interrompendo e atropelando tudo e todos. Porque age sem pensar e sem medir consequências, está sempre envolvida em pequenos acidentes, com escoriações, hematomas, cortes. Um segundo tipo de hiperatividade tem como característica mais pronunciada, sintomas de dificuldades de foco de atenção. É uma superestimulação nervosa que leva esse jovem ou essa criança a passar de um estímulo a outro, não conseguindo focar a atenção em um único tópico. Assim, dá a falsa impressão de que é desligada mas, ao contrário, é por estar ligada em tudo, ao mesmo tempo, que não consegue concentrar-se em um único estímulo, ignorando outros...Ler mais sobre>
Hipoatividade
- A Hipoatividade se caracteriza por um nível baixo de atividade
psicomotora, com reação lenta a qualquer estímulo.
Trata-se daquela criança chamada "boazinha", que parece
estar, sempre, no "mundo da lua", "sonhando acordada".
Comumente o hipoativo tem memória pobre e comportamento vago, pouca
interação social e quase não se envolve com seus
colegas...Ler mais sobre>
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