Aposentados do INSS que continuam trabalhando com carteira assinada vão saber se terão direito de trocar benefício por um mais vantajoso
Rio - Os próximos 50 dias vão ser de
grande expectativa para aposentados do INSS que continuam trabalhando
com carteira assinada. Até o fim do mês de maio, terá uma decisão final
do Supremo Tribunal Federal (STF) o processo que definirá se esses
segurados têm direito de trocar o benefício por um mais vantajoso, por
levar em conta as contribuições feitas depois da concessão da
aposentadoria — a chamada desaposentação. Relator do caso, o ministro
Luis Roberto Barroso vai julgar a questão até o fim do próximo mês.
Segundo o INSS, existem hoje 24 mil
ações originais na Justiça, sem contar recursos em tramitação. O assunto
é de interesse de 703 mil aposentados em todo o país que contribuem e
estão no mercado de trabalho. O governo reclama que o impacto será de R$
70 bilhões sobre os cofres da Previdência.
“Estamos muito otimistas em relação a um
desfecho favorável. O governo alega que terá que cobrir esse dinheiro,
que sairá dos cofres públicos. Mas os recursos já entraram nos cofres. O
aposentado que trabalha pagou novamente e tem o direito de se
beneficiar dessa nova contribuição”, defende Warley Martins, presidente
da Confederação Brasileira de Aposentados (foto).Os aposentados têm a seu favor uma série de fatores. O mais recente foi parecer do subprocurador-geral da República Odim Brandão Ferreira, do Ministério Público Federal, que derrubou argumentos do INSS contra o direito à desaposentação. O subprocurador pediu que seja mantida decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que garante a troca de benefício sem que os aposentados tenham que devolver valores já recebidos da Previdência.
O outro ponto favorável é justamente a decisão do STJ. Em maio de 2013, a Primeira Seção do tribunal decidiu que aposentados que continuam no mercado de trabalho com carteira assinada podem abrir mão do benefício inicial e usar as contribuições feitas após a concessão para recalcular valores. A posição do STJ permitiu o uso do mecanismo de recurso repetitivo, ou seja, tribunais de instâncias inferiores teriam que seguir a decisão proferida pela Corte. Mas a palavra final será do Supremo Tribunal Federal.
O advogado Guilherme de Carvalho lembra que apesar do entendimento do STJ, a Turma Nacional de Uniformização (TNU) havia orientado pela suspensão de todos os processos que envolvessem devolução. Com a posição do STJ os processos voltaram a tramitar, mas esperam o desfecho do Supremo
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