Estudo publicado pela 'Nature' viu semelhanças entre os diferentes reinos.
Mecanismo regula processos como o apetite e o sono.
EFE
O relógio biológico evoluiu há 2,5 bilhões de anos de forma parecida em
todos os seres vivos. A descoberta é de um estudo liderado pelo
neurocientista Akhilesh Reddy, da Universidade de Cambridge, na
Inglaterra, publicado nesta quarta-feira (16) pela revista científica
"Nature".
A pesquisa mostra pela primeira vez que o relógio "circadiano", como é
chamado pelos cientistas, evoluiu de forma muito parecida desde o início
da vida em todos os organismos, inclusive as bactérias.
"Até agora se pensava que o relógio circadiano dos diferentes organismos tinha evoluído separadamente, e que cada um estava controlado por genes e proteínas diferentes. Nosso trabalho unifica a forma na qual o relógio interno controla o tempo", explicou Reddy à Agência Efe.
O relógio circadiano, responsável da regulação de processos biológicos como o apetite e o sono e, está presente em todas as células -- menos nas cancerígenas -- e funciona graças à produção de uma proteína denominada peroxirredoxina.
Os pesquisadores associam alterações nesta proteína a desordens como a obesidade, a diabetes, a insônia, a depressão, as doenças coronarianas e o câncer, e por isso confiam que este estudo permitirá futuros avanços em relação a estas doenças.
Em um estudo divulgado no ano passado, Reddy já tinha conseguido demonstrar que os humanos não eram os únicos possuidores deste relógio biológico, que também pode ser encontrado em todos os demais organismos cujo DNA se encontra no núcleo das células, como animais e plantas.
Observando as mudanças químicas que a peroxirredoxina sofre durante o dia e a noite em ratos, moscas da fruta, fungos e bactérias, sua equipe descobriu agora que até as formas de vida mais primitivas, inclusive organismos sem núcleo, também estão reguladas por este relógio interno.
"É muito provável que todos os seres vivos tenham um mecanismo similar para medir o tempo em ciclos de 24 horas, o que representa uma descoberta completamente nova que nos permitiria investigar os ritmos circadianos em organismos nos quais não se suspeitava que os tivessem", de
Influência é maior para quem vive no meio rural, mas atinge moradores de cidades.
"Até agora se pensava que o relógio circadiano dos diferentes organismos tinha evoluído separadamente, e que cada um estava controlado por genes e proteínas diferentes. Nosso trabalho unifica a forma na qual o relógio interno controla o tempo", explicou Reddy à Agência Efe.
O relógio circadiano, responsável da regulação de processos biológicos como o apetite e o sono e, está presente em todas as células -- menos nas cancerígenas -- e funciona graças à produção de uma proteína denominada peroxirredoxina.
Os pesquisadores associam alterações nesta proteína a desordens como a obesidade, a diabetes, a insônia, a depressão, as doenças coronarianas e o câncer, e por isso confiam que este estudo permitirá futuros avanços em relação a estas doenças.
Em um estudo divulgado no ano passado, Reddy já tinha conseguido demonstrar que os humanos não eram os únicos possuidores deste relógio biológico, que também pode ser encontrado em todos os demais organismos cujo DNA se encontra no núcleo das células, como animais e plantas.
Observando as mudanças químicas que a peroxirredoxina sofre durante o dia e a noite em ratos, moscas da fruta, fungos e bactérias, sua equipe descobriu agora que até as formas de vida mais primitivas, inclusive organismos sem núcleo, também estão reguladas por este relógio interno.
"É muito provável que todos os seres vivos tenham um mecanismo similar para medir o tempo em ciclos de 24 horas, o que representa uma descoberta completamente nova que nos permitiria investigar os ritmos circadianos em organismos nos quais não se suspeitava que os tivessem", de
Relógio biológico depende do Sol
Atividade do corpo se adapta mais ao ciclo solar do que ao horário oficial.Influência é maior para quem vive no meio rural, mas atinge moradores de cidades.
O "relógio interno" que regula a atividade do corpo
adapta-se mais ao ciclo solar do lugar em que está do que ao
"tempo social" regido pelo horário oficial, segundo um
estudo a ser publicado pela revista "Current Biology".
O funcionamento do organismo humano é regido pelo "ciclo circadiano", e as viagens que cruzam vários fusos horários causam transtornos até que o "relógio biológico" se ajuste. Pesquisadores de universidades na Alemanha, Índia e Holanda determinaram que o "ciclo circadiano" ajusta-se ao horário solar, e não ao marcado pelos relógios.
O trabalho, no qual baseia-se o artigo que será publicado na terça-feira (23), determinou que até as pessoas que vivem nas cidades sofrem influência do ciclo solar, e há certas diferenças entre elas e as pessoas que moram em áreas rurais.
Os relógios ajustam-se de acordo com os fusos horários que cobrem diversas longitudes ao longo do planeta, de modo que a hora marcada pelos ponteiros não está estritamente vinculada ao Sol.
Deste modo, freqüentemente há uma divergência entre os sinais que o organismo recebe de acordo com a luz do Sol e a hora que o relógio marca. A magnitude desta divergência, disseram os pesquisadores, depende da estação do ano e da localização da pessoa dentro de cada fuso horário.
Em algumas cidades, quando o relógio marca 0h pode haver mais de uma hora de diferença em relação à meia-noite de acordo com o Sol. Os cientistas procuraram determinar a influência relativa destes dois sinais horários recebidos pelos humanos, e para isso compararam as condutas de pessoas em diferentes regiões.
A medida que usaram para avaliar as pautas de atividade humana foi o cronotipo, que se determina através de respostas a questionários que analisam a rotina habitual de atividade e descanso durante os dias de trabalho e o tempo livre.
Os autores compararam os cronotipos de mais de 21.000 pessoas que moram em diferentes lugares da Alemanha, divididas em dois grupos: os que viviam em áreas de até 300.000 habitantes e os que viviam em cidades com maior população.
O estudo determinou que, nos indivíduos que vivem em cidades menos povoadas, os cronotipos estavam estreitamente ajustados com a hora solar. Entre os residentes de cidades mais povoadas, mostravam uma coordenação cada vez menor com o Sol.
A vida na cidade afeta a influência da luz do Sol como marcador do tempo porque os moradores urbanos, em geral, estão menos expostos à luz natural do que as pessoas que vivem em áreas menos povoadas.
Os pesquisadores supõem que a separação gradual entre o "ciclo circadiano" dos residentes urbanos e a hora solar pode refletir a força relativa dos sinais de luz natural e atividade social para influir na rotina de atividades. Quando os sinais de luz natural são mais abundantes, como nas áreas rurais, o ritmo circadiano segue a hora solar.
O funcionamento do organismo humano é regido pelo "ciclo circadiano", e as viagens que cruzam vários fusos horários causam transtornos até que o "relógio biológico" se ajuste. Pesquisadores de universidades na Alemanha, Índia e Holanda determinaram que o "ciclo circadiano" ajusta-se ao horário solar, e não ao marcado pelos relógios.
O trabalho, no qual baseia-se o artigo que será publicado na terça-feira (23), determinou que até as pessoas que vivem nas cidades sofrem influência do ciclo solar, e há certas diferenças entre elas e as pessoas que moram em áreas rurais.
Os relógios ajustam-se de acordo com os fusos horários que cobrem diversas longitudes ao longo do planeta, de modo que a hora marcada pelos ponteiros não está estritamente vinculada ao Sol.
Deste modo, freqüentemente há uma divergência entre os sinais que o organismo recebe de acordo com a luz do Sol e a hora que o relógio marca. A magnitude desta divergência, disseram os pesquisadores, depende da estação do ano e da localização da pessoa dentro de cada fuso horário.
Em algumas cidades, quando o relógio marca 0h pode haver mais de uma hora de diferença em relação à meia-noite de acordo com o Sol. Os cientistas procuraram determinar a influência relativa destes dois sinais horários recebidos pelos humanos, e para isso compararam as condutas de pessoas em diferentes regiões.
A medida que usaram para avaliar as pautas de atividade humana foi o cronotipo, que se determina através de respostas a questionários que analisam a rotina habitual de atividade e descanso durante os dias de trabalho e o tempo livre.
Os autores compararam os cronotipos de mais de 21.000 pessoas que moram em diferentes lugares da Alemanha, divididas em dois grupos: os que viviam em áreas de até 300.000 habitantes e os que viviam em cidades com maior população.
O estudo determinou que, nos indivíduos que vivem em cidades menos povoadas, os cronotipos estavam estreitamente ajustados com a hora solar. Entre os residentes de cidades mais povoadas, mostravam uma coordenação cada vez menor com o Sol.
A vida na cidade afeta a influência da luz do Sol como marcador do tempo porque os moradores urbanos, em geral, estão menos expostos à luz natural do que as pessoas que vivem em áreas menos povoadas.
Os pesquisadores supõem que a separação gradual entre o "ciclo circadiano" dos residentes urbanos e a hora solar pode refletir a força relativa dos sinais de luz natural e atividade social para influir na rotina de atividades. Quando os sinais de luz natural são mais abundantes, como nas áreas rurais, o ritmo circadiano segue a hora solar.
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