7.14.2013

É POSSÍVEL ENGRAVIDAR DURANTE A MENOPAUSA?

É possível engravidar durante a menopausa?


Especialista explica como é possível engravidar na menopausa e ressalta as consequencias que isso pode trazer à saúde da mulher e do bebê.

A menopausa já assusta só pelo nome. Não existe uma mulher no mundo que se encontre 100% preparada para enfrentar esta fase sem neuras e transformações importantes no corpo. Mas, e quando o desejo de ser mãe só bate com o passar do tempo?
Segundo a Dra. Paula Bortolai Martins Araújo, da clínica Criogênesis (SP), de forma natural a mulher não engravida na menopausa, pois os ovários já estão inativos e, por isso, não vão liberar o óvulo para que ele seja fecundado pelo espermatozóide. 
“Entretanto, se a mulher deseja muito engravidar, poderá recorrer aos procedimentos de reprodução assistida, como por exemplo, a Fertilização In Vitro (FIV), utilizando óvulos doados ou utilizando seus próprios óvulos para serem fertilizados, caso já tenham realizado um congelamento preventivo”, explica a especialista.
Além de se submeter à FIV, a mulher que pretende engravidar após a menopausa precisa de medicações que façam com que ela menstrue novamente. “Isto porque, não seria possível somente colocar o embrião no colo do útero, já que o risco de aborto espontâneo seria maior”, alerta a médica. 
Também chamada popularmente de “bebê de proveta”, a FIV consiste basicamente em quatro etapas. Na primeira fase, é realizada a Estimulação Ovariana, por meio da administração controlada de hormônios exógenos à paciente, com o objetivo de estimular a produção de um maior número de óvulos comparados a uma ovulação natural. 
A segunda etapa refere-se à Retirada dos Óvulos, que, posteriormente, serão encaminhados ao laboratório para sua identificação, permanecendo em um ambiente controlado, com temperatura similar à tuba uterina. Neste mesmo dia realiza-se também a coleta dos espermatozóides e posterior preparo seminal. A terceira fase compreende a penetração “natural” do espermatozóide no óvulo, sem qualquer outro tipo de procedimento. 
E, por fim, na quarta fase, o Desenvolvimento e a Transferência dos Embriões. Selecionam-se os melhores embriões para serem transferidos ao útero materno, de forma simples, indolor e sem necessidade de anestesia. Os embriões são colocados em um cateter e depositados no fundo do útero.
Mãe após os 40 
Para a Dra. Paula, se algum tempo atrás, ter filhos aos 40 anos ou mais era considerado arriscado, hoje, este limite de idade está bastante maleável. 
“Muitas mulheres adiaram o sonho de serem mães, principalmente devido a realizações profissionais. Felizmente, as técnicas médicas foram se aperfeiçoando na esteira desta tendência, cada vez mais forte no mundo moderno. Porém, é essencial que a futura mamãe receba suporte durante toda a gestação e não seja portadora de doenças como, cardiopatias, hipertensão arterial e diabetes. Além disso, tentar engravidar depois da menopausa ou após os 40 anos é uma decisão que deve ser tomada com bastante cuidado e com aconselhamento e acompanhamento médico adequado, além do essencial apoio familiar incondicional”, orienta. 
No Brasil, a medicina reprodutiva vem apresentando papel essencial para as mulheres na menopausa ou para os casais inférteis que desejam realizar o sonho da maternidade/paternidade. Somente no Brasil, já é possível encontrar mais de 100 clínicas especializadas e profissionais altamente qualificados. 

Grávida aos 54, Solange Couto achou que estava quase na menopausa


MARIANA VERSOLATO

Conhecida pelo papel da despachada Dona Jura de "O Clone", reprisada agora na Globo, Solange Couto está também na novela "Ribeirão do Tempo", da Record. A mãe de Marcio, 36, e Morena, 19, descobriu-se grávida agora, aos 54. O pai é o estudante Jamerson Andrade, 24, com quem está casada há um ano. A atriz diz estar fugindo da mídia para evitar que seu caso raro vire alvo de debate e preconceito.
Limites para a maternidade se expandem
Probabilidade de ter filho depois dos 50 é de 1%


Marcos Michael/Folhapress
A atriz Solange Couto, que está esperando um menino, na praia da Barra da Tijuca, Rio
A atriz Solange Couto, que está esperando um menino, na praia da Barra da Tijuca, Rio

"Em dezembro, reclamei para meu médico que estava enjoada, irritada. Ele pediu exames. No laboratório, a atendente me perguntou: "Já fez o teste da farmácia? E eu: "Como assim?". Ela disse que era para confirmar a gravidez. "Quem está grávida?", perguntei. Eu estava fazendo exame de Beta HCG, e nem sabia o que era. Disse: "Meu médico está maluco!".
Contei para meu marido, ele falou: "Vamos comprar o teste de farmácia agora!".
Nunca tinha manuseado aquilo. Se a mulher está grávida, aparecem dois pauzinhos. Estavam lá os dois pauzinhos, gritando! Não acreditei, nem imaginava.
Nem pensava em engravidar, achava que estava entrando na menopausa. Estava até fazendo reposição hormonal. A médica disse que tinha dado uma bagunçada nos meus hormônios.
O exame do laboratório saiu no dia 31 de dezembro. Fiquei absolutamente feliz.
Meus filhos, de 36 e 19 anos, disseram: "Maneiro!".
A gente estava se programando para adotar uma criança. Quem sugeriu a adoção foi meu marido. Eu disse que não queria mais que a relação continuasse, porque ele era muito novo.
"Você é novo, vai inventar de ter filho, eu não tenho tempo nem idade pra isso." Ele perguntou se eu seria capaz de amar uma criança que não saísse de mim.
Um mês depois que comecei a ir atrás da adoção, descobri que estava grávida. É aquela história da mulher que não consegue ter filhos, adota e fica grávida.
Aí a medicina vem e diz que isso é muito raro. Fico muito irritada. Não quero ir em programas de TV. Vão querer me botar numa berlinda que não quero sentar.
Não estou pedindo a ninguém para me estudar. Sou uma das exceções à regra. Que satisfação mais as pessoas querem? Vão me abrir para me estudar? Fazer DNA, sei lá que diacho?
Tenho um filho sendo gerado em mim. E ponto. Difícil? Sim. Raro? Sim. É um caso em 800. Mas acontece.
Não tenho nada contra quem recorre a tratamentos. Pelo contrário, eu aplaudo. Podem achar que não quero dizer [que fiz tratamento] porque acho errado. Não é isso. É só que, no meu caso, não aconteceu assim.
Tem muito preconceito. Não falam para mim, não são doidos. Mas dizem: "Nessa idade, tinha que ser avó". Dia desses, no supermercado, uma mulher falou: "Tsc, palhaçada". Não podia revidar porque não sabia se era comigo, mas só tinha eu e ela no corredor.
E o que é idade de ser avó? Por que depois dos 45 a mulher só pode ser avó? Se tiver saúde, vida sexual ativa, onde é que está o senão?
É preconceito, cara. Por que o homem não é tratado assim? É preconceito contra a mulher, e principalmente da mulher contra a mulher.
Quando saiu a notícia, começou um programa atrás do outro na TV falando de fertilização in vitro. Agradeço a preocupação, mas não me lembro de ter mandado conta para ninguém.
Tem gente que falou: "É mentira, daqui a pouco vai falar que perdeu o filho, é marketing". As pessoas questionam tanto por quê? Querem que eu aborte?
No começo, tive medo do meu organismo e como ia ser isso. Até por conta da isquemia cerebral transitória, que eu tive em 2008.
Quando fiquei grávida, fiz uma bateria de exames e vi que estava tudo bem. Só tomei cuidado nos três primeiros meses, não podia carregar nem a bolsa.
Agora, o risco acabou. Pela minha idade, não tem nenhuma recomendação diferente. Não tenho pressão alta, colesterol alto.
Cheguei a pensar: "Meu Deus, será que ele vai ter problema, ser especial?". E se for, pensava, vai ser bem-vindo do mesmo jeito. Tive receio, qualquer mãe tem.
Fiz o exame de translucência nucal, tinha um sério risco de o bebê nascer com problema. Depois, respirei aliviada, está tudo normal. Soltei todos os lastros."

*
GLOSSÁRIO
Exame de Beta HCG
Mede a quantidade do hormônio Beta HCG no sangue e indica se a mulher está grávida ou não.

Isquemia cerebral transitória
Tipo de derrame temporário que não deixa sequelas. Entre as causas estão alteração de colesterol e estresse.

Translucência nucal
Exame com ultrassom que mede uma área da nuca do bebê cheia de líquido e analisa o seu desenvolvimento. É um sinalizador de problemas genéticos.

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