7.08.2013

Quem pegou carona eleitoral nas manifestações, vai quebrar a cara



Acreditar no cenário com Lula e o PT sem reagir aos adversários, que não foram poupados nas manifestações de junho, e o governo imobilizado – que deve aproveitar a crise política e se reformar – é ilusão típica de quem pegou carona nas manifestações com o único objetivo de desgastá-lo e desestabilizá-lo, além de se aproveitar eleitoralmente dos protestos legítimos e com uma pauta que agora a oposição e seus aliados na mídia rejeitam: o plebiscito e reforma política contra a corrupção, mais Estado, mais e melhores serviços de saúde e educação, transporte, cultura e lazer. Menos preconceito, mais democracia.

Não querem o plebiscito porque temem o debate sem a mediação e a intermediação dos donos da mídia sobre o Estado brasileiro e a sua reforma, sobre política de gestão, sobre a crise mundial e seus reflexos no Brasil, sobre as manifestações e suas causas.

Escondem que são contra a reforma política e contra mais Estado, são a favor da privatização, do corte de gastos. Inclusive na saúde e na educação, nas quais cada dia têm mais negócios, como o grupo Abril –  ponta de lança do conservadorismo, não apenas político, mas social e moral –,  que se opôs, por exemplo,  ao desarmamento, deixando o pais desarmado frente à violência que hoje domina cidades como São Paulo, sede da revista VEJA, que agora se opõe à consulta popular, propõe o fim do voto universal, estimula o golpismo e sonha com a volta do tucanato no poder, quando mandava e desmandava no governo.
José Dirceu

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