Acreditar
no cenário com Lula e o PT sem reagir aos adversários, que não foram
poupados nas manifestações de junho, e o governo imobilizado – que deve
aproveitar a crise política e se reformar – é ilusão típica de quem
pegou carona nas manifestações com o único objetivo de desgastá-lo e
desestabilizá-lo, além de se aproveitar eleitoralmente dos protestos
legítimos e com uma pauta que agora a oposição e seus aliados na mídia
rejeitam: o plebiscito e reforma política contra a corrupção, mais
Estado, mais e melhores serviços de saúde e educação, transporte,
cultura e lazer. Menos preconceito, mais democracia.
Não
querem o plebiscito porque temem o debate sem a mediação e a
intermediação dos donos da mídia sobre o Estado brasileiro e a sua
reforma, sobre política de gestão, sobre a crise mundial e seus reflexos
no Brasil, sobre as manifestações e suas causas.
Escondem
que são contra a reforma política e contra mais Estado, são a favor da
privatização, do corte de gastos. Inclusive na saúde e na educação, nas
quais cada dia têm mais negócios, como o grupo Abril – ponta de lança
do conservadorismo, não apenas político, mas social e moral –, que se
opôs, por exemplo, ao desarmamento, deixando o pais desarmado frente à
violência que hoje domina cidades como São Paulo, sede da revista VEJA,
que agora se opõe à consulta popular, propõe o fim do voto universal,
estimula o golpismo e sonha com a volta do tucanato no poder, quando
mandava e desmandava no governo.
José Dirceu
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