Por muito tempo ouvimos dizer que para a mulher, sexo e amor estão, de modo geral, inevitavelmente relacionados.
É certo que durante muito tempo foi assim e por questões basicamente
culturais ainda é, mas este comportamento vem mudando desde os tempos da
revolução sexual nos anos 60. Embalada por estes acontecimentos, a
mulher moderna conquistou lugar de destaque na sociedade e ocupa espaços
antes destinados apenas aos homens.
Com isto teve que adaptar-se e comportar-se de forma diferente, influenciada pelo chavão dos “direitos iguais”.
Sexualmente estamos mais liberadas, aprendemos o caminho do prazer e
não queremos mais sair da cama sem nosso orgasmo. Levamos camisinhas na
bolsa, tomamos iniciativa na hora da conquista e traímos quando estamos
insatisfeitas. Em outras palavras, vamos à luta sem medo.
Oh, não, ela te traiu com um macaco!
Infelizmente, apesar de todas as conquistas do universo feminino o
machismo ainda persiste forte dentro da nossa cultura. A mulher que trai
ainda é rotulada como vagabunda, enquanto a mesma atitude no homem é
símbolo de virilidade. Mas mesmo assim as mulheres traem, não tenham
dúvidas.
E para resguardarem sua imagem, se for necessário, o fazem com
absoluta discrição, sem deixar pistas que a comprometam futuramente.
Além disto, muitas de nós separam muito bem sexo de amor.
Este status, entretanto, ainda é reservado ao universo de mulheres
maduras e bem resolvidas, mulheres que, como muitos homens, traem quando
a rotina se instala e a traição funciona apenas como agente
revitalizador, não interferindo na estabilidade da relação.
Talvez Anaïs não seja a mulher ideal para abordar este tema diante de
uma platéia masculina, sou transgressora e revolucionária quando se
trata de sexo, acho que trair faz parte da natureza humana (masculina e
feminina), mas vou tentar fazer uma abordagem genérica.
Quando a Traição acontece
Ninguém duvida que a traição sexual acontece quando há algum tipo de
insatisfação, seja ela amorosa ou física. Como seres humanos, todos nós,
homens e mulheres, somos movidos pela busca incansável do prazer e
fatalmente em determinados momentos nos sentiremos insatisfeitos e
partiremos em busca da satisfação.
Em alguns destes momentos teremos um parceiro ao nosso lado, que por
algum motivo não estará nos satisfazendo, então, é aí, neste momento que
brota a semente da traição.
É muito difícil ver uma mulher trair por esporte, como a maioria dos
homens faz, mulher tem que ter um motivo coerente para trair. Para
mulheres geralmente o motivo é relacionado com o sentimento, traímos
quando nosso parceiro não mais nos emociona, não mais arrebata o nosso
coração, não mais nos realiza como mulher.
Traímos quando estamos inseguras em relação a nossos sentimentos, ou
quando nos frustramos demais com o nosso parceiro. E se trairmos,
dificilmente manteremos um amante por tempo indeterminado, como é de
praxe entre os homens. Nós mulheres não gostamos de situações
indefinidas, necessitamos de objetividade, das coisas bem resolvidas, de
segurança.
Não nos satisfazemos com paliativos, como manter uma relação de
aparências, podemos até aceitar isto por um tempo, mas com certeza
chegará o momento em que resolveremos todas as pendências.
Você é um corno em potencial?
Geralmente o candidato em potencial para levar um chifre é o homem
negligente com sua parceira, aquele que não dá atenção às suas
necessidades emocionais, aquele que se recusa ao diálogo, aquele que não
está atento às suas necessidades sexuais, às suas fantasias e desejos,
aquele que mente demais e é descoberto em erros com freqüência, aquele
que não sabe cativar e surpreender e é terrivelmente inseguro,
insensível e machista.
Na verdade poucos são os motivos que levam uma mulher a trair, e são
motivos bastante coerentes. Se existe alguma dificuldade no entendimento
destas questões pelos homens, este fato reside apenas na capacidade que
cada um terá de decifrar os códigos deste universo secreto e complexo
que é o feminino.
Afinal mulher é bicho esquisito mesmo, influenciada por ciclos
lunares, todo mês sangra e carrega por nove longos meses uma vida futura
no seu ventre. Então, todos hão de concordar que um ser assim não
combina com previsibilidade, e justamente aí, neste mistério, reside a
dor e a delícia de viver ao seu lado
Fonte : Papo de Homem
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