7.09.2013

PMs acusados de morte de engenheira Patrícia Amieiro vão a júri popular

Dois deles são acusados de tentativa de homicídio e todos por modificação de local do crime

O Dia
Rio - Os quatro policiais militares acusados de matar a engenheira Patrícia Amieiro em julho de 2008 serão julgados pelo júri popular. O juiz titular do I Tribunal do Júri da Capital, Fabio Uchôa Pinto de Miranda Montenegro, pronunciou os réus Marcos Paulo Nogueira Maranhão, Willian Luis do Nascimento, Fabio da Silveira Santana e Marcio Oliveira dos Santos, nesta segunda-feira. Marcos Paulo e William serão julgados por tentativa de homicídio qualificado e fraude processual (modificação de local do crime), enquanto os dois últimos apenas por fraude processual. O magistrado manteve a liberdade provisória dos policiais. Ainda não foi marcada data para o julgamento. Cabe recurso da decisão.
Família pediu que PMs entregassem ossada de engenheira
Foto:  Divulgação
Segundo o documentoo, embora os réus neguem o crime, todas as testemunhas ouvidas, além das provas técnicas juntadas ao processo, deram indícios suficientes para que os acusados sejam julgados. O magistrado lembrou que os projéteis encontrados no carro de Patrícia vieram de armas com os mesmos calibres que as utilizadas pelos PMs.
Relembre o caso
Em junho de 2008, o Fiat Palio da engenheira foi encontrado no Canal de Marapendi, que cruza a Autoestrada Lagoa-Barra. A princípio, o caso foi tratado como acidente, mas, como o corpo de Patrícia Amieiro não foi encontrado, a polícia começou a trabalhar com a hipótese de homicídio.
Adryano Amieiro, irmão de Patrícia, abraça a mãe, Tania. Jovem fez apelo para que buscas continuassem
Foto:  Uanderson Fernandes / Agência O Dia
Após exames realizados, a perícia descobriu marcas de tiros no capô. Em 2012, foram encontradas roupas femininas no Sítio Vitória, no Itanhangá, cogitando-se que poderiam ser da engenheira, mas, com o exame de DNA, a hipótese foi descartada. Na ocasião, a família da engenheira pediu que as buscas continuassem.
O Ministério Público reatificou a denúncia. O MP disse que os policiais Marcos Paulo e William Luis teriam disparado contra o veículo da vítima, atingindo-o e fazendo-o perder a direção e colidir com dois postes e um muro. O órgão registrou que, por conta da má pontaria dos PMs, o crime não se consumou de fato. Após a batida, o corpo foi retirado do local, e os quatro teriam modificado o cenário, jogando o veículo da ribanceira.

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