Dois deles são acusados de tentativa de homicídio e todos por modificação de local do crime
Rio - Os quatro policiais militares acusados de
matar a engenheira Patrícia Amieiro em julho de 2008 serão julgados pelo
júri popular. O juiz titular do I Tribunal do Júri da Capital, Fabio
Uchôa Pinto de Miranda Montenegro, pronunciou os réus Marcos Paulo
Nogueira Maranhão, Willian Luis do Nascimento, Fabio da Silveira Santana
e Marcio Oliveira dos Santos, nesta segunda-feira. Marcos Paulo e
William serão julgados por tentativa de homicídio qualificado e fraude
processual (modificação de local do crime), enquanto os dois últimos
apenas por fraude processual. O magistrado manteve a liberdade
provisória dos policiais. Ainda não foi marcada data para o julgamento.
Cabe recurso da decisão.
Segundo o documentoo, embora os réus
neguem o crime, todas as testemunhas ouvidas, além das provas técnicas
juntadas ao processo, deram indícios suficientes para que os acusados
sejam julgados. O magistrado lembrou que os projéteis encontrados no
carro de Patrícia vieram de armas com os mesmos calibres que as
utilizadas pelos PMs.
Relembre o caso
Em junho de 2008, o Fiat Palio da
engenheira foi encontrado no Canal de Marapendi, que cruza a Autoestrada
Lagoa-Barra. A princípio, o caso foi tratado como acidente, mas, como o
corpo de Patrícia Amieiro não foi encontrado, a polícia começou a
trabalhar com a hipótese de homicídio.
Após exames realizados, a perícia
descobriu marcas de tiros no capô. Em 2012, foram encontradas roupas
femininas no Sítio Vitória, no Itanhangá, cogitando-se que poderiam ser
da engenheira, mas, com o exame de DNA, a hipótese foi descartada. Na
ocasião, a família da engenheira pediu que as buscas continuassem.
O Ministério Público reatificou a denúncia. O MP
disse que os policiais Marcos Paulo e William Luis teriam disparado
contra o veículo da vítima, atingindo-o e fazendo-o perder a direção e
colidir com dois postes e um muro. O órgão registrou que, por conta da
má pontaria dos PMs, o crime não se consumou de fato. Após a batida, o
corpo foi retirado do local, e os quatro teriam modificado o cenário,
jogando o veículo da ribanceira.
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