Sindicatos de trens, ônibus e metrô decidem garantir a circulação dos manifestantes
Hilka Telles
Rio - Ônibus, trens e metrô deverão funcionar
normalmente na próxima quinta-feira, data marcada para o Dia Nacional de
Luta convocado pelas centrais de trabalhadores. Dirigentes sindicais
dos rodoviários e dos metroviários decidiram não aderir à proposta da
paralisação para garantir transporte a quem vai participar da
manifestação programada para a tarde, no Centro do Rio. Eles entendem
que a passeata será o principal evento do dia.
Inicialmente, a proposta das centrais
sindicais era de paralisação por 24 horas e a realização de atividades
que reforçassem a mobilização nacional. A ideia, no entanto, foi
perdendo força e ontem, em reunião entre as cinco principais centrais,
no Clube de Engenheiros, no Rio, ficou acertado que a orientação sobre a
paralisação estaria a cargo dos sindicatos.
Darby Igayara, presidente da Central
Única dos Trabalhadores (seção RJ), explicou que a representação
sindical é que vai decidir como se mobilizar. “A categoria pode parar 24
horas, três horas ou não parar. O importante é participar da
manifestação na Candelária, de onde sairemos em passeata até a
Cinelândia”, disse o sindicalista.
Moradores
do Morro Santa Marta fecharam a Rua São Clemente reivindicando obras de
saneamento, iluminação e volta de festas tradicionais
Foto: André Mourão / Agência O Dia
Maior contribuição
O secretário-geral do Sindicato dos Metroviários
(engloba também a Rio Trilhos), Francisco de Assis, e o presidente do
Sindicato dos Rodoviários, Oswaldo Garcia, que representam em torno de
113 mil trabalhadores só na cidade do Rio, acreditam que estarão
contribuindo mais para o Dia Nacional de Luta colocando transporte nas
ruas. Sindicatos divididos sobre Dia de Luta
Representações de trabalhadores no Rio estão
divididas em relação à paralisação. Os sindicatos estaduais dos
profissionais de Educação, da Saúde, Trabalho e Previdência, e dos
bancários, por exemplo, decidiram aderir à proposta de parar por 24
horas.
Já o dos médicos e dos professores de escolas
particulares não encamparam a ideia e estão orientando as categorias a
trabalhar no Dia Nacional de Luta. “Não vamos parar porque a situação já
está muito crítica nos hospitais”, afirmou Jorge Darze, presidente do
Sindicato dos Médicos, que disse considerar arriscado interromper o
atendimento.
Sebastião José de Souza, que representa cerca de
100 mil trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdência Social do Estado
do Rio (são 16 categorias), tem outra opinião.
“Nossa decisão foi pela paralisação por
24 horas, e a estimativa é de que pelo menos 40% da categoria cruzem os
braços na quinta-feira”, garantiu Souza.
Jovens e crianças participaram da manifestação em Botafogo com cartazes pedindo infraestrutura básica
Foto: André Mourão / Agência O Dia
Santa Marta protesta na rua
Cerca de 300 pessoas, a maioria moradores do
Morro Santa Marta, em Botafogo, fizeram ontem manifestação reivindicando
melhorias no bairro, como saneamento básico e iluminação, além da volta
dos eventos tradicionais, como festas juninas.
Eles se concentraram na Praça Corumbá, em frente
ao Morro Santa Marta, pacificado pela Polícia em 2009. De lá, foram até a
porta do Palácio da Cidade, onde ficaram por cerca de 10 minutos.
A chuva fez os manifestantes abandonarem o protesto.
Na volta à praça, um PM teria jogado spray de
pimenta para o alto e houve princípio de confusão, com correria, mas o
tumulto foi logo controlado.
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