Prevenção
Mudança da Sociedade Brasileira de Urologia tem como objetivo evitar diagnósticos em excesso e tratamentos desnecessários de câncer de próstata
Exame de PSA: Urologista recomenda que todo homem com mais
de 50 anos vá ao médico fazer os exames de câncer de próstata
(ThinkStock)
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PSAPSA é a sigla em inglês para antígeno prostático específico, uma proteína produzida pelas células da próstata e considerada um importante marcador biológico para determinar o risco de desenvolver o câncer de próstata. O exame de PSA sozinho, no entanto, não é capaz de fornecer informações suficientes para determinar se o paciente tem ou não a doença.
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Segundo Aguinaldo Nardi, presidente da SBU, 25 especialistas se reuniram para discutir os estudos existentes no mundo todo e as atualizações sobre essa prática. Ele diz que o “rastreamento oportunista” (quando o homem procura voluntariamente o médico para fazer exames a partir de uma certa idade) precisa existir como forma de prevenir a doença. “Todo homem com mais de 50 anos deve ir ao médico fazer os exames de PSA (proteína que, em níveis aumentados, pode indicar existência de câncer) e de toque retal.”
Mudanças — De acordo com Nardi, a alteração na idade mínima será feita porque há um excesso de diagnósticos de cânceres de próstata que não se desenvolveriam de forma agressiva. “São os chamados cânceres indolentes. O homem tem câncer, mas ele não chega a ser invasivo, não sai da próstata e se desenvolve tão lentamente que não traria problemas. Acredita-se que cerca de 20% dos tumores são indolentes”, explica. O professor Carlos D’Ancona, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), diz ainda que o excesso de diagnóstico leva a tratamentos desnecessários, que podem causar efeitos colaterais, como disfunção erétil e incontinência urinária.
O problema disso, reconhece Nardi, é que não existe um marcador de risco que aponte com segurança se o câncer diagnosticado no paciente será ou não agressivo. Por isso, foram estabelecidos critérios para definir qual seria o câncer indolente. “Se a biópsia da próstata apontar no máximo dois fragmentos alterados que estejam menos de 50% comprometidos e o resultado do PSA for menor do que 10, a suspeita é que esse será um câncer indolente”, diz. Nesses casos, a indicação será monitorar o PSA a cada três meses e refazer a biópsia a cada dois anos.
Diretrizes internacionais — Em maio deste ano, Sociedade Americana de Urologia redefiniu a faixa etária para a qual recomenda o exame PSA, aumentando a idade mínima, que antes era de 50 anos, para de 55 a 69 anos. O órgão manteve a orientação aos grupos de risco: continua valendo a recomendação do teste a partir dos 40 anos de idade.
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