O soluço (ou singulto) é um fenômeno reflexo que se manifesta por contração espasmódica e involuntária do diafragma,
prosseguida de movimento de distensão e de relaxamento, através do qual
o pouco ar que a contração forçara a entrar no estômago é expulso com
um ruído característico. Costuma ocorrer geralmente após a ingestão de
líquido ou sólido. Geralmente é benigno e auto-limitado, mas pode ser
sintoma de uma doença crônica e necessitar de tratamento. Apesar de relatos anedóticos, o soluço em si não é fatal.
O soluço benigno que geralmente sofremos, pode ser resolvido com a
interrupção do ciclo respiratório segurando por alguns segundos a
respiração. Fazendo isto, o diafragma será forçado a voltar a funcionar
juntamente com a respiração e o soluço passa, mas pode continuar a
ocorrer em alguns casos.
Evolução
Soluços não são exclusivos dos seres humanos, mas partilhados com outros mamíferos. Há uma zona do tronco cerebral (bulbo) que, se estimulada, induz soluços em gatos. Esta zona do cérebro é responsável pelo controle involuntário da respiração. A localização destes nervos permanece constante desde o aparecimento dos peixes. Fósseis de ostracodermes,
com 400 milhões de anos, mostram que os nervos que controlam a
respiração partem do tronco cerebral. Embora em peixes o impulso
elétrico destes nervos não precise percorrer grandes distâncias para
controlar a respiração, em mamíferos a distância percorrida é bastante
maior. Qualquer impedimento no caminho do nervo pode causar um espasmo.
Além da contração do diafragma, um soluço envolve vários músculos da
parede corporal, pescoço e garganta. Uma rápida inspiração é seguida, 35 ms depois, pelo fecho da glote, o que produz o som do soluço. Girinos usam tanto guelras como pulmões
para respirar e possuem um conjunto de nervos que produzem o mesmo
padrão de contrações musculares quando respiram pela guelras. Nessa
altura, a entrada de água nos pulmões é impedida pelo fecho da glote,
logo após uma inspiração. Se for dado dióxido de carbono a girinos ou se
a sua parede corporal for esticada, como quando uma pessoa respira para
dentro de um saco, ou quando inspira fundo e sustém a respiração,
respectivamente, os girinos passam a respirar pelos pulmões. [1]
Causas
Os soluços podem ser causados por muitas disfunções dos sistemas
nervosos central e periférico. Soluços geralmente ocorrem após a
ingestão de bebidas alcoólicas ou carbonadas. Soluços persistentes ou
incessantes podem ser causados por qualquer condição que irrite ou afete
os nervos relevantes. Há suspeitas de que a quimioterapia - que utiliza
uma grande quantidade de drogas diferentes - cause soluços, apesar de
certos estudos não traçarem nenhuma relação entre as duas coisas.
Lista de algumas possíveis causas para o soluço:
- Bebidas carbonadas
- Falta de água
- Comer muito rápido
- Ficar com fome por certo período de tempo
- Tomar uma bebida gelada enquanto come uma refeição muito quente
- Comer pratos muito quentes ou picantes
- Rir muito
- Redução da temperatura corporal
- Tossir
- Bebidas alcoólicas em excesso
- Chorar compulsivamente (o "soluçar" do choro permite que o ar entre no estômago)
- Fumar, em certas situações onde possa ocorrer inalação anormal
- Falar durante muito tempo
- Falta de vitaminas
- Laringite
- Refluxo gástrico
- Sensação de alimento no esôfago
- Irritação do tímpano
- Quimioterapia
- Anestesia geral
- Cirurgia
- Tumor
- Infecções
- Diabetes
- Levantar-se muito rapidamente
- Vomitar
- Falta de ar
Soluções
Dentre as soluções possíveis temos:
- Beber Água
- Beber Água de Nariz tampado
- Manobra de Valsalva por alguns minutos (aumentar a pressão intra-abdominal);
- Force um arroto - se o soluço for causado por excesso de ar, o arroto deve resolver o problema;
- Respire em um saco de papel por alguns minutos;
- Efetue gargarejos com água fria (e não gelada);
- Tome alguns goles de água fria (e não gelada);
- Peça a ajuda de alguém para tampar-lhe completamente os ouvidos enquanto bebe um copo de água fria com a respiração presa;
- Permaneça deitado de bruços por algum tempo, esta posição força mais o diafragma fazendo com que ele retorne ao estado normal;
- Prenda a respiração por alguns segundos;
- Injeção de adrenalina;
- Susto grande;
- Ingerir meio copo de leite sem açúcar, espesso e gelado.
- Coloque uma colher de açucar na lingua e engula devagar e sem respirar.
- Ficar de cabeça para baixo, dar um pulinho e torcer o nariz é a forma mais eficaz.
O soluço é uma respiração com espasmos provocada pelo súbito fechamento
da glote (abertura localizada na laringe, que serve de passagem de ar
para os pulmões) simultâneo à contração do diafragma (músculo
respiratório situado entre o abdômen e o tórax). A maioria dos casos de
soluço tem duração breve; mas existem situações em que a pessoa soluça
durante horas. Embora raros, em alguns casos o soluço pode se tornar
crônico e durar anos.
Recomendações
Manobras caseiras: como a maior parte dos ataques de soluço dura apenas
alguns minutos, é grande o número de tratamentos caseiros indicados.
Entre eles:
Prenda a respiração;
Engula uma porção de açúcar cristal (uma colher de chá), miolo de pão ou gelo moído;
Curve-se e beba água do fundo de um copo;
Chupe uma fatia de limão;
Respire repetidamente num saco de papel;
Faça gargarejos com água;
Puxe sua língua para provocar reações de vômito;
Coce o céu da boca com um cotonete de algodão;
Usando uma colher de chá, suspenda a úvula [campainha da garganta];
Erga os joelhos até o peito e incline-se.
É muito difícil avaliar a eficácia de medidas tão empíricas, mas como são inóquas, vale a pena tentá-las no início da crise.
Importante
Procure o médico se as crises de soluço durarem mais de 24 horas
(principalmente se interferirem com o sono). Soluço crônico usualmente
requer acompanhamento neurológico.
Soluço é
um reflexo complexo caracterizado por uma súbita contração do
diafragma seguida de fechamento da glote, resultando no som
característico. Há um "centro do soluço" na medula
vertebral, que recebe informações (vias aferentes) do sistema
nervoso central, nervos frênicos e nervo vago e transmite o reflexo
através dos nervos vago, frênico, torácicos e plexo cervical (vias
eferentes). Geralmente o soluço é benigno e auto-limitado.
Causas de soluços benignos |
Distensão gástrica (refrigerantes, areofagia, refeições copiosas) |
Mudanças abruptas de temperatura (ducha, líquidos quentes e frios) |
Álcool |
Tabagismo |
Ansiedade |
Tratamento de soluços benignos | |
Irritar a nasofaringe | Tracionar a língua, levantar úvula com colher, estimulação com cateter, tomar 1 colher de chá de açúcar granulado, suco de limão ou vinagre |
Irritar o nervo vago | Pressão supraorbital, massagem carotídea |
Interromper o ciclo respiratório | Segurar respiração, Valsalva, espirrar, susto, respirar em saco, compressão da cartilagem tireóide |
Irritar o diafragma | Pressionar os joelhos no peito, CPAP durante ventilação mecânica |
Aliviar distensão gástrica | Eructação, aspiração nasogástrica |
Mesmo raros, os soluços
persistentes persistentes não causam problemas além dos
relacionados à sua causa. Relatos de emagrecimento, exaustão ou morte
pelo soluço em si não são comprovados.
Causas de
soluços persistentes
|
|
Sistema Nervoso Central | Neoplasias, infecções (meningite, encefalite), AVC, trauma, malformações arterio-venosas, esclerose múltipla, cirurgia |
Metabólicas | Uremia, hipocapnia, distúrbios eletrolíticos, tóxica (álcool, medicações), diabetes |
Irritação nos nervos vago ou frênico | Corpo estranho no ouvido, cânceres gastrointestinais, pneumonia, empiema, infarto miocárdico, pericardite, aneurismas, obstrução esofágica, DRGE, abscesso subfrênico, hepatomegalia, hepatite, colecistite, peritonite, pancreatite |
Cirúrgicas | Anestesia geral, pós-operatória |
Psicogênicas | Ansiedade, stress |
Tratamento de soluços persistentes | |
Tratar a causa | |
Tratamento medicamentoso | Clorpromazina (amplictil®) 25-50 mg VO ou IM a cada 6 ou 12 horas |
Baclofeno (lioresal®) 5-20 mg VO a cada 6 ou 12 horas | |
Fenitoína, carbamazepina, ácido valproico, metoclopramida, gabapentina, nifedipina e amitriptilina, lidocaína spray e anestesia | |
Ablação unilateral do nervo frênico |
Fonte Internet
Um comentário:
Amigo, muito obrigado pelo texto. Acabei de realizar uma das manobras para parar de soluçar. Foi tiro e queda!!!
Ricardo.
Postar um comentário