4.13.2012

SOLUÇO


O soluço (ou singulto) é um fenômeno reflexo que se manifesta por contração espasmódica e involuntária do diafragma, prosseguida de movimento de distensão e de relaxamento, através do qual o pouco ar que a contração forçara a entrar no estômago é expulso com um ruído característico. Costuma ocorrer geralmente após a ingestão de líquido ou sólido. Geralmente é benigno e auto-limitado, mas pode ser sintoma de uma doença crônica e necessitar de tratamento. Apesar de relatos anedóticos, o soluço em si não é fatal.
O soluço benigno que geralmente sofremos, pode ser resolvido com a interrupção do ciclo respiratório segurando por alguns segundos a respiração. Fazendo isto, o diafragma será forçado a voltar a funcionar juntamente com a respiração e o soluço passa, mas pode continuar a ocorrer em alguns casos.

Evolução

Soluços não são exclusivos dos seres humanos, mas partilhados com outros mamíferos. Há uma zona do tronco cerebral (bulbo) que, se estimulada, induz soluços em gatos. Esta zona do cérebro é responsável pelo controle involuntário da respiração. A localização destes nervos permanece constante desde o aparecimento dos peixes. Fósseis de ostracodermes, com 400 milhões de anos, mostram que os nervos que controlam a respiração partem do tronco cerebral. Embora em peixes o impulso elétrico destes nervos não precise percorrer grandes distâncias para controlar a respiração, em mamíferos a distância percorrida é bastante maior. Qualquer impedimento no caminho do nervo pode causar um espasmo. Além da contração do diafragma, um soluço envolve vários músculos da parede corporal, pescoço e garganta. Uma rápida inspiração é seguida, 35 ms depois, pelo fecho da glote, o que produz o som do soluço. Girinos usam tanto guelras como pulmões para respirar e possuem um conjunto de nervos que produzem o mesmo padrão de contrações musculares quando respiram pela guelras. Nessa altura, a entrada de água nos pulmões é impedida pelo fecho da glote, logo após uma inspiração. Se for dado dióxido de carbono a girinos ou se a sua parede corporal for esticada, como quando uma pessoa respira para dentro de um saco, ou quando inspira fundo e sustém a respiração, respectivamente, os girinos passam a respirar pelos pulmões. [1]

Causas

Os soluços podem ser causados por muitas disfunções dos sistemas nervosos central e periférico. Soluços geralmente ocorrem após a ingestão de bebidas alcoólicas ou carbonadas. Soluços persistentes ou incessantes podem ser causados por qualquer condição que irrite ou afete os nervos relevantes. Há suspeitas de que a quimioterapia - que utiliza uma grande quantidade de drogas diferentes - cause soluços, apesar de certos estudos não traçarem nenhuma relação entre as duas coisas.
Lista de algumas possíveis causas para o soluço:
  • Bebidas carbonadas
  • Falta de água
  • Comer muito rápido
  • Ficar com fome por certo período de tempo
  • Tomar uma bebida gelada enquanto come uma refeição muito quente
  • Comer pratos muito quentes ou picantes
  • Rir muito
  • Redução da temperatura corporal
  • Tossir
  • Bebidas alcoólicas em excesso
  • Chorar compulsivamente (o "soluçar" do choro permite que o ar entre no estômago)
  • Fumar, em certas situações onde possa ocorrer inalação anormal
  • Falar durante muito tempo
  • Falta de vitaminas
  • Laringite
  • Refluxo gástrico
  • Sensação de alimento no esôfago
  • Irritação do tímpano
  • Quimioterapia
  • Anestesia geral
  • Cirurgia
  • Tumor
  • Infecções
  • Diabetes
  • Levantar-se muito rapidamente
  • Vomitar
  • Falta de ar

Soluções

Dentre as soluções possíveis temos:
  • Beber Água
  • Beber Água de Nariz tampado
  • Manobra de Valsalva por alguns minutos (aumentar a pressão intra-abdominal);
  • Force um arroto - se o soluço for causado por excesso de ar, o arroto deve resolver o problema;
  • Respire em um saco de papel por alguns minutos;
  • Efetue gargarejos com água fria (e não gelada);
  • Tome alguns goles de água fria (e não gelada);
  • Peça a ajuda de alguém para tampar-lhe completamente os ouvidos enquanto bebe um copo de água fria com a respiração presa;
  • Permaneça deitado de bruços por algum tempo, esta posição força mais o diafragma fazendo com que ele retorne ao estado normal;
  • Prenda a respiração por alguns segundos;
  • Injeção de adrenalina;
  • Susto grande;
  • Ingerir meio copo de leite sem açúcar, espesso e gelado.
  • Coloque uma colher de açucar na lingua e engula devagar e sem respirar.
  • Ficar de cabeça para baixo, dar um pulinho e torcer o nariz é a forma mais eficaz.
O soluço é uma respiração com espasmos provocada pelo súbito fechamento da glote (abertura localizada na laringe, que serve de passagem de ar para os pulmões) simultâneo à contração do diafragma (músculo respiratório situado entre o abdômen e o tórax). A maioria dos casos de soluço tem duração breve; mas existem situações em que a pessoa soluça durante horas. Embora raros, em alguns casos o soluço pode se tornar crônico e durar anos.

Recomendações
Manobras caseiras: como a maior parte dos ataques de soluço dura apenas alguns minutos, é grande o número de tratamentos caseiros indicados. Entre eles:

Prenda a respiração;

Engula uma porção de açúcar cristal (uma colher de chá), miolo de pão ou gelo moído;

Curve-se e beba água do fundo de um copo;

Chupe uma fatia de limão;

Respire repetidamente num saco de papel;

Faça gargarejos com água;

Puxe sua língua para provocar reações de vômito;

Coce o céu da boca com um cotonete de algodão;

Usando uma colher de chá, suspenda a úvula [campainha da garganta];

Erga os joelhos até o peito e incline-se.

É muito difícil avaliar a eficácia de medidas tão empíricas, mas como são inóquas, vale a pena tentá-las no início da crise.

Importante
Procure o médico se as crises de soluço durarem mais de 24 horas (principalmente se interferirem com o sono). Soluço crônico usualmente requer acompanhamento neurológico.
Soluço é um reflexo complexo caracterizado por uma súbita contração do diafragma seguida de fechamento da glote, resultando no som característico. Há um "centro do soluço" na medula vertebral, que recebe informações (vias aferentes) do sistema nervoso central, nervos frênicos e nervo vago e transmite o reflexo através dos nervos vago, frênico, torácicos e plexo cervical (vias eferentes). Geralmente o soluço é benigno e auto-limitado.
 

Causas de soluços benignos
Distensão gástrica (refrigerantes, areofagia, refeições copiosas)
Mudanças abruptas de temperatura (ducha, líquidos quentes e frios)
Álcool
Tabagismo
Ansiedade


Tratamento de soluços benignos
Irritar a nasofaringe Tracionar a língua, levantar úvula com colher, estimulação com cateter, tomar 1 colher de chá de açúcar granulado, suco de limão ou vinagre
Irritar o nervo vago Pressão supraorbital, massagem carotídea
Interromper o ciclo respiratório Segurar respiração, Valsalva, espirrar, susto, respirar em saco, compressão da cartilagem tireóide
Irritar o diafragma Pressionar os joelhos no peito, CPAP durante ventilação mecânica
Aliviar distensão gástrica Eructação, aspiração nasogástrica
   Mesmo raros, os soluços persistentes persistentes não causam problemas além dos relacionados à sua causa. Relatos de emagrecimento, exaustão ou morte pelo soluço em si não são comprovados.

Causas de soluços persistentes
Sistema Nervoso Central Neoplasias, infecções (meningite, encefalite), AVC, trauma, malformações arterio-venosas, esclerose múltipla, cirurgia
Metabólicas Uremia, hipocapnia, distúrbios eletrolíticos, tóxica (álcool, medicações), diabetes
Irritação nos nervos vago ou frênico Corpo estranho no ouvido, cânceres gastrointestinais, pneumonia, empiema, infarto miocárdico, pericardite, aneurismas, obstrução esofágica, DRGE, abscesso subfrênico, hepatomegalia, hepatite, colecistite, peritonite, pancreatite
Cirúrgicas Anestesia geral, pós-operatória
Psicogênicas Ansiedade, stress


Tratamento de soluços persistentes
Tratar a causa
Tratamento medicamentoso Clorpromazina (amplictil®) 25-50 mg VO ou IM a cada 6 ou 12 horas
Baclofeno (lioresal®) 5-20 mg VO a cada 6 ou 12 horas
Fenitoína, carbamazepina, ácido valproico, metoclopramida, gabapentina, nifedipina e amitriptilina, lidocaína spray e anestesia
Ablação unilateral do nervo frênico
Fonte Internet

Um comentário:

Anônimo disse...

Amigo, muito obrigado pelo texto. Acabei de realizar uma das manobras para parar de soluçar. Foi tiro e queda!!!

Ricardo.