Vacas, macaquinhos, motoristas ensandecidos e yoga. A Índia tem isso e muito mais.
Pessoal,
desculpe o sumiço. Passei um tempinho na Índia, estudando, meditando,
recarregando as baterias. A viagem pra lá é longa pra caramba. São mais
de 20h horas de avião e ainda tive a idéia louca de pegar um táxi de
Nova Delhi e ir pra onde eu queria, mais ao norte. Resultado – cinco
horas da mais pura emoção em uma estrada indiana na alta madrugada e
cinco ou seis situações de quase morte. Andar de carro na Índia épura
emoção. Não sei se todos dirigem feito malucos pois em situação normal
ninguém jamais daria um carro na mão de um maluco. Só posso dizer que
sou grato pela maior parte da população andar a pé, de bicicleta ou de
auto-riquixá (uma motinho malandra de 3 rodas com capota). A cidade,
Rishikesh, onde eu já havia passado um mês anteriormente, não é
exatamente longe da capital. O google maps diz que são 236km, e que você
faz em 3h e meia, mas é mentira, não acreditem nele!
O problema não são as estradas –
estão muito melhores do que muitas das nossas aqui. O negócio são os
carros indianos e quem está por trás do volante. Imagina a cena: uma via
de mão e contra mão, lotada de caminhões, algumas carroças, vacas e
alguns poucos carros de passeio. A velocidade máxima é 80km/h que é o
que dá pra alcançar, forçando o motor, e até que é bom que seja assim.
Por que quando o camarada na Índia quer fazer uma ultrapassagem, ele
mete o carro na outra pista, pisa fundo e seja o que Deus quiser. Sabe
quando você vê na outra direção uns faroisinhos crescendo, crescendo, e
pensa “Ai meu Deus, não vai dar, não vai dar….” E não dá mesmo! O outro
carro é obrigado a ir pro acostamento da outra pista pra deixar a gente
passar. Quando acontece isso aqui no Brasil, a gente pára o carro na
hora e rola aquele climao de “caraça, quase morri.” Bom, lá o motorista
nem piscou. Imagina agora 5h disso e você terá uma breve idéia do que é
viajar de carro na Índia.
Chegamos ao ashram (é assim que
se chama o local de estudos clássicos) milagrosamente inteiros, por
volta das 6 da manhã e um dia depois mergulhamos na rotina – 4:30 da
manhã – templo, 7h meditação, 7:30 café, e por aí vai. Entre 4 aulas de
vedanta (se tem alguém que não conhece esse termo ainda, tem uns
textinhos passados que falam dele) diárias, com um dos maiores mestres
vivos no assunto, aulas de mantras e a tranquilidade que só um lugar
desses pode dar ao ser humano, por Leandro Castello Branco
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