Salvador é uma das capitais com menor número de fumantes no país.
Mulheres têm dieta mais correta, mas número de fumantes se estabilizou.
Arquiteta fuma desde os 16 anos: "Não tenho necessidade extrema de fumar", diz.
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A arquiteta é exemplo de uma contradição apresentada nos dados da
pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças
Crônicas por Inquérito Telefônico), divulgada nesta terça-feira (10)
pelo Ministério da Saúde. Embora as mulheres tenham uma alimentação mais
saudável, os homens apresentam melhor desempenho nas taxas de redução
do hábito de fumar.Apesar do vício, ela se considera saudável. "Tenho um cuidado com a minha alimentação. Gosto de comida saudável, quando trago almoço para o trabalho procuro legumes, coisas leves. Quando almoço em restaurante a minha prioridade nunca é carne, por exemplo. Mas em casa a comida é um pouco mais gordurosa, tipo lasanha, feijão", afirma.
O sexo masculino ainda é maioria no número de fumantes: 18% deles fumam contra 12% das mulheres do país. Mas eles estão reduzindo. Em 2007, eram 21%. O número de mulheres que fumam, no entanto, segue praticamente estável desde 2006, quando a pesquisa começou, variando entre 12% e 13%.
Ainda na população masculina, 25% se declara ex-fumante. O número cai para 19% entre as mulheres.
Mel já parou de fumar uma vez pelo período de um ano. "Tinha decidido parar de fumar junto com meu marido, quando fui casada, e voltei de uma forma natural, não teve um motivo específico. Eu pararia de novo se fosse engravidar, amamentar. Não tenho necessidade extrema de fumar", afirma.
Segundo a arquiteta Mel Morena, ela consome cerca de dois cigarros por dia, uma carteira por semana. "Não fumo no meu ambiente de trabalho, onde tenho contato com muitas pessoas. Sempre que chego em casa fumo, às vezes quando saio chego a fumar uns cinco cigarros e nos finais de semana uns seis por dia", disse. Ela conta que, até hoje, não teve nenhum problema de saúde ocasionado pelo uso do cigarro.
Com 1,60 m de altura e 54 kg, a arquiteta diz que não faz exercícios físicos regulares atualmente, mas pretende voltara a malhar em uma academia em breve. "Estou com 30 anos, às vezes me acho gordinha, mesmo as pessoas dizendo que não, que estou ótima", diz.
De acordo com o Ministério, o Sistema Único de Saúde (SUS) gasta R$ 19 milhões por ano com diagnóstico e tratamento de doenças causadas por tabagismo passivo.
Para José Miguel Chatkin, coordenador do programa de tabagismo da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-SP), a estabilização no número de mulheres fumantes é um fenômeno observado já há algum tempo.
Ele acredita que isso pode estar relacionado com a liberação feminina, mas reconhece que há um forte componente também do mito de que fumar emagrece. "Só emagrece se a pessoa estiver com alguma doença relacionada ao tabaco. O contrário pode até ser verdade, se fuma e para tende a engordar três a quatro quilos na primeira fase, mas depois normaliza," explica o médico.
BBBs ex-fumantes afirmam que cigarro e saúde não combinam
Renata e Fabiana levam vida saudável, mas fumavam no reality show.
Pesquisa do governo revela contradição no comportamento feminino.
Renata foi vista fumando dentro da casa do BBB 12:
'Passei a usar o cigarro como fuga', diz ela.
(Foto: Marcos Serra Lima/Paparazzo)
As mulheres brasileiras têm uma alimentação mais saudável do que a dos homens, segundo a pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico),
do Ministério da Saúde, divulgada nesta terça (10). No entanto, são
eles que lideram outro ranking importante: o de parar de fumar.'Passei a usar o cigarro como fuga', diz ela.
(Foto: Marcos Serra Lima/Paparazzo)
Essa aparente contradição também foi vista durante a última edição do Big Brother Brasil. As participantes Fabiana e Renata faziam atividade física, se alimentavam de forma correta e balanceada, mas eram vistas frequentemente com um cigarro entre os dedos.
Agora fora da casa, as duas afirmam que pararam de fumar exatamente para cuidar mais da saúde.
Renata Dávila, de 22 anos, disse ao G1 ter adquirido o “péssimo hábito” em baladas. “Acredito que há um ano para trás comecei com esse péssimo hábito mas apenas em festas, quando ingeria bebidas alcoólicas. No dia a dia nunca tive o costume de fumar, sempre tive hábitos saudáveis, mas com o tempo pude perceber que em momentos de estresse ou monotonia passei a usar o cigarro como fuga," conta ela
Fabiana Teixeira, de 36 anos, a vice-campeã do reality show, também apelava para as baforadas em momentos de estresse no programa. Ela afirma, no entanto, que nunca foi uma "fumante" propriamente dita.
“Não fumo. Já fumei. Mas lá [no BBB] você fuma porque fica mais nervosa. Não faz parte da minha rotina. Como eu já fumei, quando eu bebia na festa dava uns traguinhos no cigarro da Monique. Quando eu fumei, era uma meninoca, coisa de faculdade,” afirma.
Atualmente as duas juram de pé junto que não fumam mais. “Não vejo razão em continuar fumando, por isso parei”, disse Renatinha, como a ex-BBB ficou conhecida.
Já a “Mama”, apelido que Fabiana ganhou na casa, teve razões mais fortes para largar o cigarro. “Antes de ganhar o [filho] Igor, eu dava uns traguinhos. Depois que engravidei e que minha mãe faleceu de câncer de pâncreas, não quis mais. Não sei se esse câncer tem relação com o cigarro, mas a gente fica com medo.”
Fabiana Teixeira, uma das participantes do BBB 12,
também jura que largou o cigarro
(Foto: Marcos Serra Lima/Paparazzo)
Vigiteltambém jura que largou o cigarro
(Foto: Marcos Serra Lima/Paparazzo)
Os homens são maioria no número de fumantes, segundo o Ministério da Saúde, com 18% -- as mulheres têm 12%. Mas desde o início da pesquisa é percebida uma redução no número de homens que fumam. Em 2007, eles eram 21%.
O número de mulheres fumantes, no entanto, segue estável desde 2006, variando entre 12% e 13%.
Mulheres saudáveis e o cigarro
Mas por que mulheres com rotina saudável ainda fumam? De acordo com o pneumologista José Miguel Chatkin, coordenador do programa de tabagismo da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-SP), fatores culturais e o mito de que fumar emagrece faz muitas mulheres esclarecidas ainda manterem o hábito.
A estabilização do número de mulheres fumantes, além de não ser recente, acredita-se ser um resquício da fase de liberação dos costumes para a mulher, que começou na década de 60, mas teve reflexos mais tardios em países em desenvolvimento, afirma o pneumologista.
“Logo depois da Segunda Guerra Mundial, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, as mulheres começaram a fumar como sinal de libertação. Possivelmente está acontecendo com os países em desenvolvimento agora. Porque se sabe que a população mais pobre e menos esclarecida é que está fumando mais. Só agora que é que essa ideia está chegando a esse grupo”.
Ainda segundo Chatkin, se levarmos a questão para mulheres mais escolarizadas, que se preocupam mais com o sobrepeso, elas podem estar influenciadas pelo mito de que o tabaco emagrece.
“Existe um mito na sociedade de que o uso do tabaco emagrece. Mas só emagrece se a pessoa estiver com alguma doença relacionada ao tabaco. O contrário pode até ser verdade, se fuma e para tende a engordar três a quatro quilos na primeira fase, mas depois normaliza. Quem fuma é mais magro, isso é uma verdade, mas é por substituição, já que há liberação de neurotransmissores no cérebro, além da própria satisfação oral”.
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