Sexta feira
passada, dia cinco de julho, aconteceu a já conhecida
reunião do Grupo de Informação a
Pessoas com Zumbido (GIPZ), em Curitiba. O Grupo, que
é formado pela médica otorrinolaringologista e
ortoneurologista Rita de Cássia Cassou
Guimarães, pela fonoaudióloga Izabella
Pedriali de Macedo, pela fisioterapeuta Vivian Pasqualin,
pela psicóloga Daniela Matheus e pelo ortodontista
Gerson Kohler, nesse mês, abordou o assunto
“Como percebo meu zumbido”, e a palestrante do
encontro foi a coordenadora do GIPZ, Rita Guimarães.
A reunião
contou com 21 presentes, sendo que vários deles
estavam lá pela primeira vez. Para iniciar a
conversa, a Dra. Rita explicou brevemente sobre a
constituição do ouvido, e focou principalmente
na cóclea, o local em que ficam localizadas as
células auditivas e que é responsável
por transformar os estímulos sonoros em impulsos
elétricos – ou seja, pela
audição.
A especialista
comentou que a cada dez pacientes com zumbido, nove
apresentam algum grau de perda de audição,
isso significa que a cóclea dessas pessoas
está com falhas, com poucas células ciliadas.
“É como se fosse um piano faltando teclas. A
cóclea é o piano e as células ciliadas
suas teclas. Na perda auditiva, é como se estivessem
faltando teclas, logo, o estímulo sonoro recebido
pelo cérebro é menor”, explicou Rita.
Exemplificando, a
otorrino comentou que o zumbido é uma
“percepção auditiva fantasma”, e
relembrou aos presentes que a perda auditiva causa zumbido,
mas de que o zumbido não causa a perda auditiva.
“O zumbido
é representado no cérebro como qualquer outro
som – ou seja, ele existe de verdade. A pessoa que
sofre com ele não está ficando louca, senil,
ou qualquer coisa do gênero. Apesar de ser um exame
pouco útil no quesito médico, o zumbido pode
ser medido, porém, o que realmente interessa é
como cada um percebe e lida com ele”, ressalta Rita.
A médica
explicou que cada zumbido possui um padrão
elétrico diferente, e que, de todas as pessoas que
sofrem com esse mal, 80% delas não se incomodam com o
zumbido. Os outros 15% se incomodam, e o restante, 5% da
população que sofre com o zumbido, é
caracterizado como incapacitante, quando o zumbido impede a
pessoa de levar uma vida normal.
Um ponto muito
ressaltado pela especialista durante a reunião, foi o
fato de que o zumbido não pode ser estudado apenas no
ouvido, ele precisa ser estudado no cérebro. “O
cérebro é muito dinâmico, e já
foi descoberto que pode-se treiná-lo e encontrar
novas conexões nele para se ‘adaptar’ ao
que for necessário. Por isso, é
possível ‘treinar’ o cérebro para
mudar o seu padrão e diminuir a
percepção do zumbido”, explica
Rita.
Um dos passos para
começar essa adaptação, é dar ao
zumbido seu devido valor - e não mais do que isso.
“O foco da sua vida não pode ser o
zumbido”, lembra a especialista. Com isso em mente,
é preciso focar a atenção em outras
coisas, se distrair, procurar hobbies, filtrar o zumbido,
evitar o silêncio e o estresse, aprender a lidar com
as emoções, etc.
Perguntas dos
presentes
Com o
auditório praticamente lotado, muitos dos presentes
expuseram suas situações e aproveitaram o
momento para tirar dúvidas com os
especialistas.
Reclamação comum
das pessoas que sofrem com o zumbido é a dificuldade
na hora de dormir – ou então logo quando
acordam -, já que vários dos presentes
comentam que é nessa hora que percebem com maior
intensidade o zumbido. “O zumbido não acorda as
pessoas. A questão é que quando vocês
acordam, muitas vezes vocês escutam o zumbido e voltam
toda a sua atenção a ele, e assim pode ser
difícil retornar ao sono”, ressalta. Para
evitar esse tipo de problema comum com quem sofre com
zumbidos, a especialista sugere que, além dos
cuidados de preparo para a hora de dormir, exista um
enriquecimento sonoro do ambiente com som baixo, natural
– e que se faça presente durante a noite toda,
“senão não adianta. A pessoa acorda no
meio da noite, o quarto está silencioso, e o zumbido
volta a ser o foco”, diz.
As reuniões
acontecem todos os meses na primeira sexta-feira do
mês, no 5º andar do Anexo B do Hospital de
Clínicas da UFPR, em Curitiba. Os encontros têm
início às 14 horas e a entrada é
franca.
O próximo encontro acontecerá no dia dois de agosto, terá como tema “A Contribuição da Fisioterapia na Avaliação e Tratamento do Zumbido” e a palestra vai ser ministrada pela Fisioterapeuta Vivian Pasqualin.
O próximo encontro acontecerá no dia dois de agosto, terá como tema “A Contribuição da Fisioterapia na Avaliação e Tratamento do Zumbido” e a palestra vai ser ministrada pela Fisioterapeuta Vivian Pasqualin.
O telefone de
contato para participar das reuniões e tirar demais
dúvidas é o (41)
3225-1665.
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Verônica Pacheco Jornalista MTB4756-PR 21 3795-4736 / 21 7815-7976 / Rádio 23*6651 atendimento@todacomunicacao. |
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