Crianças sem rotina de sono podem ter problemas de aprendizagem
Dormir tarde ou em horários diferentes influencia atividades como leitura e pensamento matemático
Crianças que têm o hábito de dormir tarde ou não têm rotina para ir
para a cama podem reduzir o desempenho cerebral, segundo estudo do Reino
Unido com mais de 11 mil crianças de até 7 anos. Aquelas que não tinham
hora para dormir ou que iam para a cama depois das 21h tinham os piores
resultados nos testes de leitura e matemática.
Falta de sono pode perturbar o ritmo natural do corpo e prejudicar a forma como o cérebro aprende uma nova informação, segundo os autores. Eles reuniram informações de crianças com 3, 5 e depois 7 anos para avaliar a aprendizagem delas e se os resultados poderiam ter relação com os hábitos de sono.
Hora de dormir irregular era mais comum na idade de 3 anos, atingindo 20% das crianças nesta faixa etária. Aos 7, mais da metade das crianças tinha horário de dormir regular, que variava entre 19h30m e 20h30m.
De maneira geral, crianças que nunca tiveram horário regular para dormir se saíam pior do que seus colegas nos resultados de testes de leitura, matemática e até percepção espacial. O impacto era mais óbvio entre meninas do que em meninos e parece ser cumulativo.
Os pesquisadores afirmam que o sono inconsistente poderia ser um reflexo de problemas familiares, e que isto, em vez do sono interrompido, poderia estar refletindo sobre os resultados das crianças.
- Tentamos levar tudo em conta - afirmou à BBC a coordenadora do estudo, Amanda Sacker, da University College London.
As crianças que dormiam pior eram de origem socialmente desfavorecida e assistiam a mais TV. Depois de balancear estes fatores, a relação entre o desempenho mental mais pobre e o sono de má qualidade se manteve. Os resultados foram publicados no “Journal of Epidemiology and Community Health”.
Falta de sono pode perturbar o ritmo natural do corpo e prejudicar a forma como o cérebro aprende uma nova informação, segundo os autores. Eles reuniram informações de crianças com 3, 5 e depois 7 anos para avaliar a aprendizagem delas e se os resultados poderiam ter relação com os hábitos de sono.
Hora de dormir irregular era mais comum na idade de 3 anos, atingindo 20% das crianças nesta faixa etária. Aos 7, mais da metade das crianças tinha horário de dormir regular, que variava entre 19h30m e 20h30m.
De maneira geral, crianças que nunca tiveram horário regular para dormir se saíam pior do que seus colegas nos resultados de testes de leitura, matemática e até percepção espacial. O impacto era mais óbvio entre meninas do que em meninos e parece ser cumulativo.
Os pesquisadores afirmam que o sono inconsistente poderia ser um reflexo de problemas familiares, e que isto, em vez do sono interrompido, poderia estar refletindo sobre os resultados das crianças.
- Tentamos levar tudo em conta - afirmou à BBC a coordenadora do estudo, Amanda Sacker, da University College London.
As crianças que dormiam pior eram de origem socialmente desfavorecida e assistiam a mais TV. Depois de balancear estes fatores, a relação entre o desempenho mental mais pobre e o sono de má qualidade se manteve. Os resultados foram publicados no “Journal of Epidemiology and Community Health”.
Texto por Vanessa Castelo
Muitas
crianças têm dificuldade para desfrutar de uma noite de sono completa e
restauradora, o que acaba preocupando os pais. Porém, é importante
saber que alguns distúrbios do sono em crianças são normais no período
de maturação do sono e passam naturalmente com o tempo.
A
criança que brinca, corre, pula, frequenta a escolinha e tem uma rotina
agitada, própria dos pequenos, geralmente, no fim do dia, após o banho e
a alimentação adequada, dorme como um anjinho, calmo e tranquilo. Mas
esse quadro não se aplica a 100% das crianças. Algumas costumam acordar
assustadas no meio da noite, demoram para pegar no sono ou pode ser
algum distúrbio do sono em crianças que impede que a noite transcorra em paz.
De
acordo com a neuropediatra e neurofisiologista do Hospital Santa
Catarina, Maristela Costa, até os quatro anos a criança ainda está na
fase de maturação do sono e qualquer anormalidade ou inconstância pode
ser considerada normal. "A estrutura do sono adulto é composta por
quatro fases distintas. A 1ª e a 2ª são fases de sono leve, a 3ª e a 4ª
são as fases do sono profundo (restaurador), seguido do sono REM (sigla
em inglês, que significa rápido movimento dos olhos) na qual as pessoas
sonham. Quando falamos de bebês, essas fases ainda estão desorganizadas,
pois passam por um processo de maturação", explica a médica, que diz,
ainda, que a maturidade do sono acontece por volta dos quatro anos. Após
essa idade, a tendência é que o sono já esteja bem organizado, mas
alguns distúrbios de sono ainda são esperados até a fase da adolescência.
A
partir dos quatro anos, alguns outros aspectos precisam ser avaliados
caso o sono da criança não comece a se normalizar. O primeiro, de acordo
com a neuropediatra, é no que diz respeito à parte orgânica.
"A
criança pode ter alguma obstrução, como aumento das adenoides ou rinite
alérgica, que atrapalha o sono causando obstrução das vias aéreas
superiores." Se o problema não for físico, o próximo passo é avaliar a
vida emocional e a rotina da criança. "Quando a família passa por algum
problema ou alteração da rotina, como separação, desavenças permanentes
ou até a chegada de um irmãozinho, a criança pode ter fantasias,
pesadelos, já que estes períodos de ansiedade costumam refletir durante o
sono. O convívio com pessoas muito agitadas ou ansiosas também pode
influenciar na qualidade do sono infantil."
Distúrbios do sono em crianças
Entre os distúrbios do sono em crianças, que são consequências dessa imaturidade do sono, um dos que costuma assustar os pais é o terror noturno, no qual a criança acorda em pânico, confusa e, geralmente, aos prantos. O terror noturno costuma acontecer sempre no mesmo horário, após o mesmo intervalo de tempo entre pegar no sono e despertar em pânico.
Entre os distúrbios do sono em crianças, que são consequências dessa imaturidade do sono, um dos que costuma assustar os pais é o terror noturno, no qual a criança acorda em pânico, confusa e, geralmente, aos prantos. O terror noturno costuma acontecer sempre no mesmo horário, após o mesmo intervalo de tempo entre pegar no sono e despertar em pânico.
De
acordo com Maristela, 15% das crianças entre quatro e sete anos podem
desenvolver esse distúrbio, que tende a diminuir com o tempo. Uma dica
da médica para os pais controlarem o terror noturno é acordar a criança
alguns minutos antes dos sintomas. "Como o evento costuma acontecer
sempre no mesmo período da noite, os pais podem acordar as crianças
alguns minutos antes e depois deixar que elas durmam normalmente", diz a
médica que afirma, ainda, que após uma semana realizando esta rotina os
eventos de terror noturno costumam desaparecer.
Outro distúrbio do sono em crianças que pode atrapalhar a noites dos pequeninos é o sonambulismo,
que segundo a neuropediatra atinge 3% da população entre 3 e 19 anos,
sendo que 50% dessas crianças falam e andam pela casa. "O problema se
agrava se a criança consegue abrir portas e sair de casa", alerta
Maristela, que aconselha os pais a tornarem o ambiente o mais seguro
possível, tirar chaves das portas e fecharem bem as janelas. Quanto a
acordar a criança, a médica indica que os pais tentem levá-la para a
cama sem despertá-la, já que ela vai acordar desorientada e agitada.
A enurese noturna, o famoso xixi na cama, também é outro distúrbio do sono em crianças
bastante comum. A maioria dos casos acontece porque a mãe tira a fralda
do bebê muito cedo - em geral o "desfraldamento" começa entre um ano e
um ano e meio -, mas nem todas as crianças estão prontas para fazê-lo,
isto é, não têm controle sobre a vontade de urinar. "A mãe deve
considerar o momento de tirar a fralda quando o pequeno já sabe avisar
que precisa ir ao banheiro", diz a médica.
O
treino para ensinar a criança a frequentar o vaso sanitário também
precisa ser constante, para não confundi-la. "A mãe que deixa o filho
sem fralda durante o dia e deixa que ele a use quando sai para um
passeio, acaba confundindo a cabeça do pequeno, que não sabe quando deve
ou não fazer o xixi. Para tirar a fralda noturna é
importante observar, após o "desfraldamento" diurno, o momento em que a
fralda amanhece seca." Até os oito anos, no decorrer de um ano, 20% das
crianças passam por esse problema e, acima dessa idade, 5% dos pequenos
ainda podem desenvolver esse distúrbio.
"Se o problema persistir ou a frequência de ocorrência for alta, a mãe deve considerar a possibilidade de problemas de má-formação urogenital ou até problemas neurológicos e deve consultar um médico." Um caso mais raro de distúrbio do sono em crianças, mas que pode acontecer com 0,6% dos pequenos com até dois anos é o Jactatio Capitis Nocturna ou balanço repetitivo. Trata-se de uma situação na qual o bebê só consegue dormir balançando-se de um lado para o outro. "Esse sintoma, muitas vezes, é confundido com uma crise convulsiva, mas é benigno e desaparece com a idade", alerta a médica.
"Se o problema persistir ou a frequência de ocorrência for alta, a mãe deve considerar a possibilidade de problemas de má-formação urogenital ou até problemas neurológicos e deve consultar um médico." Um caso mais raro de distúrbio do sono em crianças, mas que pode acontecer com 0,6% dos pequenos com até dois anos é o Jactatio Capitis Nocturna ou balanço repetitivo. Trata-se de uma situação na qual o bebê só consegue dormir balançando-se de um lado para o outro. "Esse sintoma, muitas vezes, é confundido com uma crise convulsiva, mas é benigno e desaparece com a idade", alerta a médica.
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Alô Bebê.
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