5.12.2014

Economistas dão o braço a torcer

Economistas melhoram projeções para inflação e crescimento, mostra pesquisa do BC


  • Analistas agora esperam que IPCA fique em 6,39% este ano, frente à previsão anterior de 6,5%
  • Economia cresceria 1,69% em 2014, segundo a sondagem. Estimativa anterior era de 1,63%

O GLOBO




Foto: Gabriel de Paiva/9-4-2014


Gabriel de Paiva/9-4-2014

SÃO PAULO - Economistas de instituições financeiras reduziram a projeção para a inflação neste ano, estimando que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique em 6,39% agora, ante 6,50% da semana anterior, mostrou a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira.
As instituições financeiras pesquisadas pelo Banco Central (BC) precisaram fazer novos ajustes nas projeções para o crescimento da economiaAlém disso, a estimativa para a expansão da economia em 2014 passou a 1,69%, ante 1,63%, enquanto a projeção para a Selic no fim deste ano foi mantida em 11,25% e em 11% por cento na reunião de maio do Comitê de Política Monetária (Copom).
Segundo relatório de Octavio de Barros, diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, a "surpresa positiva com o IPCA de abril", divulgado na última sexta-feira, levou a projeção de inflação para baixo neste ano.
O IPCA ficou em 0,67% em abril, bem abaixo do esperado de 0,79%, puxado por uma trégua na inflação de alimentos e de serviços. O alívio, porém, não foi suficiente para reduzir a inflação acumulada em 12 meses, que chegou a 6,28%, encostando no teto da meta do governo de 6,5% para este ano.
O grupo Alimentação e Bebidas continuou com a maior variação, com avanço de 1,19%, embora já perdendo fôlego frente a março, quando variou 1,92%. Entre os serviços, a passagem aérea que tinha subido 26,49% em março ficou 1,87% mais barata em abril; estacionamento passou de 1,08% para 0,62%. Alimentação fora de casa subiu 0,57% em abril, depois de avançar 0,96% no mês anterior. Em 12 meses, a variação dos preços de serviços recuou de 9,07% para 8,95%:
"Ou seja, trata-se ainda de um patamar bastante elevado. Nos próximos meses, o monitoramento dos riscos climáticos será relevante para calibrar as expectativas de inflação do ano, bem como dos movimentos de câmbio e dos efeitos da Copa do Mundo sobre alguns itens", afirma o diretor do Bradesco.
De acordo com o relatório do Bradesco, os dados de atividade que serão divulgados nesta semana deverão reforçar a percepção de desaceleração da economia doméstica no início do ano.
"Em especial, teremos dois indicadores de março: a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), que será divulgada pelo IBGE na quinta-feira (para a qual projetamos estabilidade das vendas restritas na margem), e o IBC-Br, que será reportado pelo Banco Central na sexta."
Além disso, afirma Octavio de Barros, o Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian, que será divulgado na quarta-feira, e o dado de criação de vagas formais de trabalho (Caged), apurado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (sem data definida), deverão mostrar atividade ainda fraca em abril.
"Por fim, a divulgação do IGP-10 de maio, na quinta-feira, deverá reforçar a tendência de desaceleração da inflação no atacado (projetamos alta de 0,31%)", conclui o economista.



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