5.12.2014

Fórmulas econômicas podem melhorar seu relacionamento? Veja as dicas!

O que você acha de aplicar as regras do mercado financeiro na vida sentimental? As americanas Paula Szuchman, economista, e Jenny Anderson, jornalista, apostaram na ideia e acabam de lançar um livro, nos Estados Unidos, em que tratam o casamento como uma micro-sociedade e ensinam a aplicar teorias econômicas para alcançar a felicidade a dois.
"Spousonomics: Using Economics to Master Love, Marriage and Dirty Dishes", ainda sem título em português, é o resultado de anos de entrevistas com mais de 200 casais, e sugere que, mais do que romance ou sorte, as fórmulas da Economia podem salvar uma união. Será?

VEJA AQUI 5 DICAS DO LIVRO
Divisão de tarefas
Ana Maria Rebello de Castro e Fernando Saboya de Castro se conheceram no Rio de Janeiro, no último ano da Faculdade de Economia, em 1968, e são casados há 43 anos. "É preciso muita compreensão, respeito, cumplicidade e companheirismo, sem esta combinação não se chega lá", acredita Ana Maria. "E o mais importante: exercitar esta combinação diariamente, 25 horas por dia", ensina.
Estas 25 horas de exercício diário não são piada não. A falta de tempo lidera a lista de reclamações em casamentos. Normalmente, como solução, os casais optam por tentar dividir igualmente as tarefas e ganhar espaço na relação. Segundo as autoras, esta atitude, além de utópica, pode antecipar o fim. Ana Maria concorda: "Em uma empresa não existem dois CEOs. Em casa tem que ter uma decisão comum, mas quem que seja o controller, ele ou ela tem que ter pulso firme".
No livro, Jenny Anderson ensina: "Aprenda a dividir tarefas baseadas em eficiência, não 'justiça'".
Excesso de confiança
Outra teoria: a falta ou o excesso de confiança podem condenar um negócio lucrativo, assim como um casamento, ao fracasso. Segundo o livro, é preciso prever o pior e se precaver. "A superconfiança faz casais assumirem que estarão juntos para sempre. Eles falham em considerar o quanto o estresse de alguns eventos como o nascimento de um filho ou um trabalho mais exigente pode influenciar o relacionamento", comenta Jenny Anderson.
"Superconfiança é o que leva CEOs de grandes corporações – pense no Merrill Lynch e no Lehman Brothers, por exemplo – a acabar com a empresa deles", explica a economista. "Eles não planejavam o pior, apenas se achavam mais espertos do que o resto para evitar a ruína", diz.
Receita X Despesa
Quem pensa que os assuntos financeiros não interferem no humor do casal está muito enganado. Se um gasta mais do que o outro ou ambos não têm planejamento familiar, a crise é iminente. No casamento de Ana Maria e Fernando, outro princípio que aprenderam na faculdade foi utilizado imediatamente: o equilíbrio entre receita e despesa. "Se o marido faltou à aula de Organização e Método, a mulher tem que passar com louvor", brinca Ana Maria.
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Dar o braço a torcer
No livro, teorias econômicas foram aplicadas em capítulos. Paula Szuchman inseriu um exemplo próprio: quando ela e o marido discutiam, enquanto ele queria uma nova opção para fechar a discussão, ela queria que ele aceitasse estar errado. Prontos para continuarem até o fim – pois tentavam resolver tudo antes de dormir para acordar em paz – o que acontecia com frequência era que ele dormia e ela ficava acordada e ainda mais irritada.
Paula finalmente entendeu que precisava praticar outra teoria econômica de comportamento e que dormir no meio de uma briga não era heresia, mas a aplicação direta do conceito de "aversão à perda" (loss aversion), que traduz nosso enorme desgosto ao perder. Por exemplo: se perdemos 100 reais em uma aposta, queremos ganhar 200 para compensar. Assim era Paula tentando ganhar, não importava o custo. Quando entendeu que não precisava estar certa em todas discussões, os conflitos diminuíram.

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