5.06.2012

Gaby Amarantos inspira novela e vira ícone de beleza

Tá com tudo

'Me acho gostosa, eu me pegaria'

POR Kamille Viola
Rio -  Ivete Sangalo já decretou: “Esse é o ano de Gaby Amarantos”. A cantora baiana, pelo visto, tem razão. Com a música ‘Ex-Mai Love’ na abertura da novela das sete, ‘Cheias de Charme’, a Diva do Tecnobrega, como Gaby ficou conhecida no Pará, é presença constante na TV, se prepara para lançar o primeiro disco solo e, com a agenda cheia para os próximos três meses, viu seu ‘passe’ se multiplicar — só não marcou mais shows para não perder mais pra frente, com o crescimento constante do cachê.

Gaby Amarantos | Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
Gaby Amarantos | Foto: Fernando Souza / Agência O Dia























Não é só Ivete que aposta na paraense de 33 anos. Ela recebeu elogios de Claudia Abreu, que na trama da Globo vive Chayene, e que teve Gaby como uma das inspirações. Em março, foi atração do festival ‘Sonoridades’, de Nelson Motta. Marisa Monte foi tietar no camarim. Além de estar no ‘Melhores do Ano’ do Faustão, passou pelo ‘Esquenta’, ‘Estrelas’ (exibido ontem), ‘Mais Você’, ‘Altas Horas’, ‘De Frente com Gabi’ e ‘Roberto Justus +’. “Tem uma demanda muito grande por eu ser uma figura de figurino irreverente, o pessoal gosta de me chamar para fazer televisão, dizem que a audiência sobe na hora”, orgulha-se Gaby. “Agora vou fazer menos TV, por causa dos shows de lançamento do CD. Música na abertura da novela já é você todo dia na casa das pessoas”, pondera.
Com 1,65cm de altura, 76 kg, 74cm de coxa e 114cm de bumbum, ela garante que está muito feliz com a própria silhueta. “Quero perder mais uns 4kg, porque estou com lordose, mas não quero ficar magra. Represento a mulher brasileira comum. A mulherada me fala: ‘A gente olha para você e se vê’. A maioria do País não é magra. Eu me adoro, me acho ‘mó’ gostosa, eu me pegaria, me acho tudo”.
Apesar disso e do figurino sensual, ela não pretende ficar explorando esse lado. Convidada por uma escola de samba de São Paulo para ser rainha de bateria, não respondeu. “Não me vejo fazendo coisas nesse sentido, ser madrinha de bateria, posar nua”, explica.
Gaby conta que passou a ser mais assediada, por homens e por mulheres. “Às vezes até me assusto, porque são umas cantadas que os caras não têm coragem de dar. As mulheres têm muito mais atitude”, explica. “Não é a minha praia, mas eu fico superlisonjeada, me sinto gostosa, né? Tem homens gays que falam: ‘Dá até vontade de quebrar a louça com você’”, diverte-se a cantora.
Gaby revela que seu cachê está “seis, sete vezes” maior. Apesar disso, ela diz que não é dada a luxos. “Não sou de cometer muitas extravagâncias. A minha extravagância é poder comprar coisas para a minha família, reformar a casa, o bem-estar deles”, conta “Eu era consumista de acessórios, só que agora, como virei uma vitrine, não preciso mais comprar, ganho muita coisa”, entrega.
Gaby se diz feliz com o universo mostrado em ‘Cheias de Charme’. “Tem um toque de exagero, mas tem que ter. Essa estética ‘over’ é um reflexo da nova classe C brasileira. A classe A também se ligou, o povo pensa: ‘Vamos ser felizes, extrapolar, usar brilho’. Eu virei ícone fashion, uso roupas de André Lima, Walério Araújo, troco figurinhas com Ronaldo Fraga, Victor Dzenk. Sou ‘over’, não tenho problema em ser tachada de brega. Ser brega é ser feliz”.
DE UM BAIRRO HUMILDE DE BELÉM AO ESTRELATO
Gabriela Amaral dos Santos nasceu em Belém e foi criada no bairro humilde do Jurunas, onde vive até hoje numa casa com os pais, a irmã, o irmão, o cunhado, a sobrinha e o filho — e não pretende se mudar. Davi, de 3 anos, é fruto de um relacionamento com um cantor conhecido no Pará, mas o pai não assumiu o menino. “A gente não tem nenhum contato. Uma vez, antes disso tudo acontecer na minha vida, uma semana antes do Davi fazer 1 ano, ele me ligou: ‘Ainda não entendi, não aceitei essa história’. Eu disse: ‘Pois me ligue só quando entender’”.
A cantora começou a cantar na igreja. Profissionalmente, estreou há dez anos com o tecnobrega — estilo que ajudou a difundir — e integrou a banda Tecno Show. Sob a direção de Carlos Eduardo Miranda (jurado do ‘Astros’), que montou sua banda, ela fez seu CD de estreia solo, ‘Treme’. Com produção de Felix Robatto, o disco traz, além de ‘Ex-Mai Love’ (segunda música mais vendida no iTunes brasileiro), o sucesso ‘Xirley’, uma versão de ‘Coração em Pedaços’, de Zezé Di Camargo e Luciano, e a faixa ‘Pimenta com Sal’, com participação de Fernanda Takai, entre outras, num total de 13 músicas. Em breve, ela lança um DVD ao vivo dirigido pelo francês Vincent Moon.
Na opinião de Gaby Amarantos:
É brega:
Ter preconceito
Ter vergonha de ser brega
Rejeitar a cultura popular
Se achar melhor que os outros
Praticar bullying
É chique:
Ter coragem de ser autêntico
Ficar bêbado na sarjeta
Se aceitar
Respeitar
Usar muito brilho

Nenhum comentário: