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Ar-comprimido no motor reduz consumo de combustível à metade
29 de junho de 2011
Motor híbrido a ar
Os veículos híbridos e elétricos
capturam a energia dos freios, transformando-a em energia elétrica, que
é utilizada para recarregar as baterias.
Per Tunestal, engenheiro da Universidade de Lund, na Suécia, diz ter uma ideia melhor.
Segundo ele, seria melhor usar a energia das frenagens para comprimir ar dentro de um pequeno cilindro.
Esse ar pode ser então usado
para ajudar a empurrar os pistões do motor, em um conceito conhecido
como motor híbrido a ar, ou híbrido pneumático.
Quando há ar disponível no
reservatório, o motor passa a funcionar no chamado "modo compressor", em
que a explosão do combustível é substituída pelo ar-comprimido.
O conceito não é novo. A
montadora Ford levou-o bastante a sério há cerca de uma década, mas
arquivou o projeto por dificuldades tecnológicas.
Mas Tunestal afirma que agora a
tecnologia é totalmente realística, exigindo poucas alterações no
projeto de um carro normal para chegar ao mercado.
Segundo o pesquisador, toda a
tecnologia para construção do motor híbrido a ar está disponível, não
exigindo nenhum material especial. Além disso, o motor híbrido
pneumático é menor do que o motor híbrido elétrico, otimizando o projeto
dos carros.
A tecnologia pode ser usada com motores a gasolina, etanol, gás natural ou diesel.
Motor quase real
"Esta é a primeira vez que
alguém faz experimentos em um motor real. As pesquisas até hoje eram
apenas teóricas. Além disso, nós usamos dados que resultam em ciclos de
rodagem realistas, como, por exemplo, dados dos padrões de direção dos
ônibus de Nova Iorque," afirma Sasa Trajkovic, coautor da pesquisa.
Os resultados indicam que os
maiores ganhos do motor híbrido a ar vêm justamente dos padrões de uso
urbano dos veículos, que andam e param constantemente.
"Minhas simulações mostram que
os ônibus urbanos podem ter uma redução no consumo de combustível de até
60% com o uso dos motores híbridos a ar," afirmou Trajkovic.
A eficiência de conversão da
energia das frenagens em ar-comprimido, e daí em energia utilizável pelo
motor, chegou a 48%, equivalente à dos veículos híbridos elétricos.
O motor real utilizado nos
testes, contudo, tem apenas um cilindro. O próximo passo da pesquisa
será construir um motor híbrido a ar de quatro cilindros, o que poderá
colocar a tecnologia mais próximo da utilização prática.
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