Mãe de bebê que nasceu no Rio com 365 g comemora evolução da filha
Ana Júlia ficou 132 dias internada em UTI neonatal de hospital no Rio.
Quem vê o olhar esperto e o sorriso arteiro da pequena Ana Júlia, de quase 2 anos, não imagina a batalha que ela enfrentou para viver. Nascida com apenas 365 gramas e 27 centímetros, a menina é o segundo menor bebê prematuro do Brasil.
O título é da mineira Carolina Terzis, que nasceu pesando apenas 5 gramas a menos que Ana Júlia. Os avanços de Ana Júlia surpreendem os médicos e emocionam a mãe Leila Oliveira, que planeja uma comemoração especial neste Dia das Mães.
Ana Júlia é um exemplo de superação, de garra, e nos ensinou a nunca desistir."
Leila Oliveira, pedagoga
Ana Júliaera menor que a palma da mão dos
médicos (Foto: Arquivo pessoal)
O primeiro abraço da mãe foi só no 11º dia de vida, quando Ana Júlia
foi submetida à colocação de um cateter para receber o leite materno.
“Em função da prematuridade extrema dela, os médicos não a deixaram
pegar no colo antes. Me lembro que esse nosso primeiro contato foi muito
rápido, mas muito emocionante”, recorda Leila.médicos (Foto: Arquivo pessoal)
Noites e dias na UTI
Ana Júlia nasceu no fim de maio e recebeu alta em outubro de 2010. Ao longo dos quase cinco meses de internação, Leila passava as noites e dias ao lado da incubadora onde estava a filha. Nesse período, a menina passou por uma cirurgia cardíaca e pela colocação de dois cateteres. A menina chegou a receber o leite materno, em doses de 1 ml a cada seis horas.
“Os momentos que a gente passa na UTI são muito difíceis. As mães dos bebês nessa situação ficam muito unidas, uma dando força à outra. Quando a gente passa um tempo com o bebê na UTI, a gente acaba carregando uma preocupação maior. Eu acompanho o peso da Ana Júlia, mas sem aquela neurose, até porque o pediatra diz que ela está muito bem”, comenta a mãe.
Ana Júlia vai fazer 2 anos no fim de maio; família comemora evolução da menina (Foto: Arquivo pessoal)
União de mãe e filhaApós o nascimento de Ana Júlia, Leila resolveu abdicar por um tempo da vida profissional. Formada e pós-graduada em pedagogia, ela quer acompanhar de perto o desenvolvimento da filha e optou em matriculá-la na escola apenas ano que vem, quando ela tiver o tamanho e o peso compatível aos de crianças de 2 anos.
“Eu tento ser a mãe que ela merece ter, tento dar o carinho que ela merece receber. Comemoramos tudo que a Ana Júlia faz desde que nasceu. O primeiro dentinho, quando ficou sentada pela primeira vez, quando começou a engatinhar, primeiro passinho, tudo para a gente é muito significativo e tem uma importância muito grande”, relata a mãe.
Enquanto Ana Júlia segue de férias em casa, Leila aproveita para curtir com a pequena os DVDs da "Galinha Pintadinha” e “Xuxa só para baixinhos”. Aos finais de semana, a família se divide entre passeios pela Lagoa Rodrigo de Freitas e aos jogos do Botafogo, no estádio do Engenhão.
“Ana Júlia é um exemplo de superação, de garra, e nos ensinou a nunca desistir. Ela traz inúmeros exemplos para gente. É uma fonte de inspiração”, fala a mãe, que não faz questão de esconder a corujice.
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