4.27.2014

Racismo e pornografia infantil são as maiores causas de denúncias no Facebook

Segundo uma pesquisa da Safernet  o número de denúncias realizadas por usuários brasileiros do Facebook cresceu mais que o próprio número de pessoas que aderiram a rede social.

O aumento das denúncias foi de 47,5% em 2013, em relação ao ano anterior, enquanto o aumento de usuários da rede social no país foi de 36%.

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O Facebook se tornou a maior causa de denúncia na internet no Brasil, e a principal causa dessas denúncias é o racismo e a pornografia infantil.

Pais, filhos e pornografia no facebook
Valdeci Rodrigues

O último artigo que escrevi neste espaço sob o título "Mãe que ensina filha a enganar o pai tem caráter?", trouxe-me desdobramentos que servem como alerta a todos os pais que permitem a seus filhos menores acesso ao facebook e às tais redes sociais.  Depois de descobrir que a mãe de minha filha havia ajudado-a não apenas a entrar na rede social como a usar um telefone ― que o pai também havia proibido ― vasculhei a página da garota, que tem 12 anos. A mãe também autorizou-a a mentir a idade para fazer parte da "modernidade" que a própria genitora tanto apregoa referindo-se a si mesma.
Fiquei estupefato com o nível das conversas. E das imagens postadas por garotos e garotas, quase todos da mesma idade da minha filha. Descobri que a menina chegava a ficar conversando no WhatsApp com uma coleguinha até 5h da madrugada, enquanto a mãe dormia. E vangloriava-se diante da amiga, dizendo "minha mãe confia em mim". Com esta menina havia troca de imagens eróticas de homens seminus, em que minha filha respondia: "Nossa, que delícia!".
Com um garoto, também de 12 anos, a conversa chegava a ponto de minha filha responder-lhe "Não tenho o c... tão arrombado quanto o teu". Expressões como "tomar no c..." são frequentes. Nas imagens e mensagens havia até grupo de homens nus com um cartaz encobrindo o pênis, onde se lê: "aluga-se".
Uma das mensagens reproduzo aqui literalmente:
QUAL NÚMERO TERMINA SEU CELULAR?
 0 - safado (a)
1-    gostoso (a)
2-    bom de cama
3-    beija gostoso
4-    tem pegada na cama
5-    beija com pegada
6-    lindo (a)
7-    pega com jeitinho
8-    conquistador (a)
9-    viciado em sexo
Em seguida há duas fotos de um rapaz abaixando as calças onde se vê o pênis atravessado sob a cueca, com uma legenda no meio da imagem "É fibroi meninas? *........*
Mais não pude ver porque ao conversar com minha ex-mulher eu estava com o facebook da garota aberto e aceitei um convite de um homem de 39 anos, contraparente da mãe. E o cabra já estava se abrindo para a garota dizendo que ela é uma "morenaça" e "muito bonita". Ao contar para mãe, ela irritou-se e mudou a senha do facebook que ela autorizou minha filha a usar. O objetivo era evitar que eu pegasse no flagra alguém ligado à família dela.
A mãe, em defesa do contraparente que partiu para cima da minha filha, disse que eu é que estava cometendo o crime de falsidade ideológica! Minha filha também já tinha na lista de "amigos" um locutor de rádio casado de uma cidade do interior. Que conversas estes cidadãos querem com uma garota de 12 anos? Eu ia dar corda, inclusive já com orientação de um agente de polícia, para pegar o "cabra com a boca na botija". Aliás a mãe deletou todas as mensagens que eu estava analisando sob o argumento de que o pai "está torcendo para acontecer algo com a filha para me culpar".
Leitor, grande parte dos pais que querem se sentir modernos colocam filhas e filhos na "selva que é a internet" antes de um pouco mais de maturidade e orientação. É recorrente a sedução de garotas como minha filha por homens mais velhos, aproveitando-se da ilusão romântica de pré-adolescentes. É fácil, muito fácil colocá-las para ficarem nuas diante da Webcam, como minha filha, que estava sozinha teclando madrugada adentro sem nenhuma vigilância.
Repito o que escrevi no último artigo. Há dezenas de páginas de sexo na internet com desfile de meninas de 6 a 12 anos, e até de menos ou mais idade do que esta faixa etária que citei, nuas e em poses eróticas. Eu mesmo já dei um susto num cidadão depois de várias fotos que ele postou, dizendo que era agente da Polícia Federal que já havíamos localizado onde ele estava.
Voltei a esta história também porque constato a presença de garotas de menos idade ainda do que minha filha no facebook. Mas faço a ressalva de que a página social apenas facilita o contato. Tenho um amigo de profissão aqui em Brasília que teve a filha assassinada por um agente de polícia, contraparente da família. O homem, casado, fez a adolescente apaixonar-se por ele, engravidou-a, assassinou-a e sumiu com o corpo. Mas foi condenado, num dos raros casos em que a Justiça condena sem que o cadáver apareça.
No caso do contraparente da minha ex-mulher, de 39 anos, que quis contato com minha filha, é algo semelhante. Na foto, o cabra aparece sem camisa e com peito cheio de tatuagens. Não terei como saber o que ele quer porque deverá ser avisado pela mãe da minha filha que o pai teve acesso ao facebook da menina. Mas é a situação típica das estatísticas, em que as menores são violentadas, em sua grande maioria, por parentes e pessoas próximas da família.
Terei agora de trabalhar com minha filha para mostrar-lhe que a banalização sexual só tem trazido prejuízo para as mulheres desde que o mundo é mundo. E que mãe avançadinha, moderninha e que se diz "amiga" da filha, acaba jogando-a num caldeirão onde tudo pode acontecer. Antes de ser amiga, ela deve ser mãe. Antes de ser amigo, eu devo ser pai. Amigos são os filhos que escolhem. Esse é um dos grandes prejuízos da massificação, onde filho cobra igualdade com o filho do outro e por aí vai.
Só lamento que toda a evolução tecnológica sirva, em sua esmagadora maioria, para garotos e garotas, como a minha filha, mandar o coleguinha ir "tomar no c...", ou dizer que não tem o "c... tão arrombado quanto o dele". O contexto maior da conversa não pude acessar porque a mãe da minha filha apagou os diálogos, chegando ao ponto de dizer que eu estava praticando um crime ao puxar conversa com o adulto que queria seduzir minha filha pelo facebook.
Por isso, é raro um estudioso de comportamento humano não dizer que pai e mãe têm, não só o direito, mas o dever e acompanhar o que os filhos estão fazendo para poder educá-los da melhor maneira possível. No caso da minha filha, peguei conversas dela tecladas de dentro da sala de aula, com troca de palavrões e de mensagens pornográficas. De lá, ela conversava inclusive com a mãe. Um telefone que minha ex-mulher deu-lhe como forma de enganar o pai e fazer-lhe de bobo, em prejuízo da própria criança.
Repito o que escrevi no último artigo, de que conto essas histórias porque são mais comuns do que possamos imaginar. Como está acontecendo comigo, não resisti à tentação de citar meu próprio caso como exemplo do prejuízo que a falta de vigilância dos pais pode causar na educação das crianças, pré-adolescentes e adolescentes. Especialmente no caso de pais separados de forma litigiosa. 
Com a boa convivência que tenho com minha filha, apesar de ela mentir para mim e tentar enganar-me com ajuda da mãe, já comecei a reforçar algumas orientações e começar outras que eu estava esperando para iniciar daqui a alguns meses. O intuito é, inclusive, para que ela tenha uma vida sexual saudável sem cair na armadilha de ter comportamento igual aos dos homens. Nem entender que promiscuidade sexual significa algum tipo de avanço. É algo que existe desde os tempos pré-históricos.

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