Primeira prisão foi em 15 de novembro e agora primeiro de maio, Barbosa escolheu datas emblemáticas
Ex-deputado condenado no mensalão se apresentou nesta quinta na Papuda, um dia após STF ter determinado seu retorno à cadei
BRASÍLIA - O ex-deputado federal José Genoino (PT-SP), condenado no processo do mensalão, se apresentou nesta quinta-feira, 1, ao Centro de Internamento e Reeducação (CIR), dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, um dia após o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, ter determinado o fim de sua prisão domiciliar.
Dida Sampaio/Estadão
Quadro de saúde de Genoino não é grave, indicam exames
"Vamos recorrer pedindo ao plenário do Supremo que reveja essa decisão e devolva ao deputado José Genoino a prisão domiciliar, que é a mais adequada para a situação de saúde dele", disse o advogado.
O ex-deputado foi condenado a 4 anos e 8 meses de reclusão no regime semiaberto por corrupção. Nesse sistema, o preso pode sair da cadeia durante o dia para trabalhar, mas tem de retornar para dormir na prisão. Preso em novembro do ano passado, Genoino ficou menos de uma semana na Papuda. Alegando problemas cardíacos, foi transferido para um hospital em Brasília e depois para prisão domiciliar. Anteontem, foi comunicado de que deveria voltar à prisão.
Na chegada ao presídio, por volta das 15 horas, Genoino foi saudado por um pequeno grupo de militantes petistas. Seu médico Geniberto Campos acompanhou o retorno à prisão. "O médico particular veio na tentativa de conversar com o médico do sistema, passar a ficha, passar o prontuário, mas hoje não tem médico", disse Alencar.
O advogado informou que o cardiologista de Genoino ficará à disposição para acompanhá-lo, mas questionou a falta de profissionais do Estado. "O sistema penitenciário é que deveria prover a todos os internos o atendimento de saúde."
Procurada para explicar a falta de médicos no presídio, a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal não atendeu às ligações da reportagem até a conclusão desta edição.
Laudo. A decisão de Barbosa de mandar Genoino de volta para a prisão se baseou num laudo de uma junta médica da Universidade de Brasília (UnB) que descreveu o estado do ex-deputado como estável e a cirurgia na aorta, à qual ele foi submetido em julho de 2013, como bem-sucedida.
O cardiologista do petista não questionou o documento da junta médica, mas disse que o sistema penitenciário não é o local adequado para tratar um paciente com esse quadro de saúde. De acordo com o médico, Genoino fez exames anteontem e está bem, mas a maior preocupação é a coagulação do sangue, que não está controlada e exige acompanhamento na dosagem da medicação.
Antes de sair para se entregar, Genoino recebeu a visita de amigos e familiares em casa, num condomínio fechado em Brasília. Seu filho, Ronan, e seu irmão, deputado José Guimarães (PT-CE), foram vistos entrando na residência. Segundo sua ex-assessora Débora Cruz, o petista não demonstrou preocupação com possíveis complicações do seu estado de saúde. "Ele estava forte e disse que vai cumprir o que foi determinado", disse
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