4.13.2013

Podridão sanitária

Como a omissão e a conivência de médicos veterinários, ao não fiscalizarem a carne vendida no País, colocam em risco a saúde da população brasileira Natália Mestre, Rodrigo Cardoso e Suzana Borin


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IRREGULARIDADES
Carcaças a céu aberto no matadouro Dois Irmãos, em Novo São Joaquim (MT)
Sangue escorrendo livremente pelo chão, o ranger do serrote cortando ossos e pedaços de carnes jogadas por cantos imundos e fétidos. Essa cena se repete diariamente em matadouros e frigoríficos localizados, principalmente, em cidades do interior do Brasil. Um levantamento nacional, feito durante nove meses pela ONG Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, constatou que 30% da carne consumida no País não passa por nenhuma fiscalização. “Estamos colocando a vida dos brasileiros em risco”, alerta Roberto Smeraldi, presidente da ONG. E, pior ainda, o estudo elaborado pela Amigos da Terra constatou que 70% dessa carne não é clandestina. Ou seja, apesar de imprópria para o consumo, ela passa facilmente pelos mecanismos de fiscalização governamentais, pois transita por frigoríficos e abatedouros autorizados a funcionar, com a aprovação concedida por médicos veterinários que têm o dever de atestar a origem e a qualidade do que será levado à mesa dos brasileiros. Diante de um quadro tão ameaçador, a posição do presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Benedito Fortes de Arruda, que deveria zelar para que seus profissionais cumpram com rigor suas atribuições, é espantosa: “Se fôssemos colocar em prática todas as normas, teríamos de fechar a maioria dos abatedouros que não têm fiscalização federal”, admite. “A presença do veterinário é uma regra que, na maioria dos casos, não é respeitada. E acabou se tornando uma prática normal nesses estabelecimentos.” O problema é que a omissão – ou conivência – dos veterinários com esses matadouros expõe a população a uma série de doenças, como a teníase, que leva a perturbações nervosas, e a potencialmente fatal tuberculose.
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IRREGULARIDADES
Homem sem camisa abate boi no chão do matadouro:
contra as regras de higiene e segurança
Atualmente, 1,39 mil frigoríficos abatem 29,8 milhões de cabeças de gado por ano no Brasil. Desse total, apenas 206 estabelecimentos são fiscalizados pelo governo federal, onde existe um controle eficiente. Nos demais, a inspeção fica a cargo das administrações estaduais e municipais. As fraudes, segundo o estudo da ONG, ocorrem principalmente nesses últimos. “Percebemos que 80% desses estabelecimentos não possuem nenhuma condição de higiene e estrutura para estarem abertos. Pode-se dizer que são iguais, ou muito próximos, dos frigoríficos clandestinos”, diz Smeraldi. “E o pior: a presença do veterinário, quando existe, não funciona.” Na prática, muitos dos veterinários contratados apenas assinam a liberação da carne, sem fazer nenhum tipo de verificação no gado ou nas condições do abate. O resultado do trabalho da ONG foi apresentado, na semana passada, à Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Senado. Parlamentares sugeriram a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as condições sanitárias de toda carne vendida no Brasil. Certamente, o Conselho Federal de Medicina Veterinária será parte das investigações. Na comissão também transita uma proposta para que seja elaborado projeto de lei visando unificar a fiscalização, como ocorria no passado.
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Até 1989, a inspeção era única. Com o objetivo de agilizar os processos, ela foi descentralizada. Mas a grande consequência, na verdade, foi torná-la precária. Hoje, o controle só é eficaz nos abatedouros sob responsabilidade das autoridades federais – onde, inclusive, é produzida a carne para exportação. Esses obedecem a padrões rígidos de higiene e segurança alimentar, os médicos veterinários são concursados e têm estabilidade no emprego. Em boa parte dos estabelecimentos sujeitos à fiscalização municipal, por exemplo, a função é um cargo de confiança da prefeitura, situação semelhante à da maioria dos Estados. “Esse sistema fez com que houvesse a degradação das condições de trabalho. Os trabalhadores hoje passam por todo tipo de pressão e ameaças, tanto dos proprietários quanto dos políticos, e não têm a quem recorrer”, diz Wilson Roberto Sá, presidente do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa).
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Para Estados e municípios, a adesão aos padrões rígidos de higiene e segurança alimentar é voluntária e, segundo pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), apenas 20% das prefeituras brasileiras as seguem. Além disso, 68% dos municípios nem sequer têm um serviço de inspeção instalado. “O grande problema está no abate não inspecionado, o chamado clandestino oficial”, diz Péricles Pessoa Salazar, presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). Essa carne, mais barata, normalmente é destinada aos açougues de bairro ou pequenos estabelecimentos populares nas periferias. Até a carne seguir para os pontos de venda, ela deve ser acompanhada por dois profissionais da área veterinária: o veterinário RT, responsável pelas condições da estrutura e higiene dos abatedouros e frigoríficos, e o fiscal veterinário, especializado em saúde animal, que acompanha todo o procedimento de abate. Porém, a presença desses profissionais, muitas vezes, é pró-forma. Existe apenas no carimbo deixado por eles mesmos no local.
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Essa prática foi documentada em vídeo pela ONG Amigos da Terra em um frigorífico em Parapauã, no interior de São Paulo, onde faltam azulejos nas paredes e os animais são cortados no chão porque os ganchos nos quais as peças deveriam ser penduradas estão enferrujados. O veterinário, cujo nome é mantido sob sigilo até o final da investigação, cedeu seu carimbo aos funcionários do abatedouro para que eles mesmos exercessem o papel de fiscal. “Os veterinários mantêm esse tipo de serviço como um bico, já que é difícil encontrar uma prefeitura que pague um salário de R$ 6,5 mil, valor condizente com o trabalho de fiscalização”, reconhece Francisco Cavalcanti de Almeida, presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo. “A solução encontrada por parte dos prefeitos é contratar um profissional sem especialização na área, algo que sai bem mais barato.” Apesar de constatada a fraude, não se tem conhecimento de ações concretas do Conselho de Medicina Veterinária para impedir a irregularidade. Trata-se de uma conivência que faz com que a situação caótica dos abatedouros estaduais e municipais se agrave. “Os veterinários fazem vista grossa e deixam passar as irregularidades”, afirma Salazar, da Abrafrigo. As explicações para esse tipo de comportamento são variadas: “A gente vê de tudo, de pagamento de propina a dono de frigorífico com costas quentes com a administração pública”, acrescenta.
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A interferência política, segundo os veterinários, é um problema sério que acaba desmotivando a categoria. “Muitas vezes fazemos a intervenção para fechar o estabelecimento e conseguimos lacrar. Mas depois o poder público municipal intervém mostrando somente ‘planos de investimentos’ e eles conseguem a liberação do juiz para voltar a funcionar. É essa a nossa grande dificuldade: a ingerência de prefeitos, o pedido de um amigo do prefeito e de todo o poder público”, afirma Arruda, presidente do CFMV, em defesa da classe. Tão logo um fiscal veterinário faz a identificação de um animal doente, a conduta normal é informar a Defesa Sanitária Animal. Esse fato condena o gado e tira toda a possibilidade de o criador ter lucro. “Em média, um boi tem 300 quilos de carne. Descartando-se esse animal, perdem-se cerca de R$ 1,2 mil. É um prejuízo muito grande para pequenos pecuaristas que abatem dez animais por semana. Por isso, muitas vezes, eles fazem ameaças aos veterinários”, diz Arruda. O problema é que, como ordem de classe, o CFMV deveria tomar medidas enérgicas e não apenas lamentar. Governantes coniventes com frigoríficos e abatedouros que ameaçam a saúde pública deveriam ser denunciados, e veterinários que não cumprem sua missão deveriam ser proibidos de exercer a profissão. São medidas que dependem apenas do órgão de classe e que podem trazer resultados concretos.
Fonte: ONG Amigos da Terra, Sindicato Nacional dos Fiscais Federais
Agropecuários (Anffa), United States Departament of Agriculture (Usda)
Fotos: Ong amigos da terra; Roberto Smeraldi

Catarinense muda hábitos, perde 26 kg e evita atingir obesidade mórbida

Consulta médica abriu os olhos de Karla para seu peso, na época 95 kg.
Ela entrou na academia e passou a comer várias vezes ao longo do dia.

Mariana Palma Do G1, em São Paulo

Karla perdeu 26 kg com mudança dos hábitos (Foto: Arquivo pessoal)Karla perdeu 26 kg com mudança dos hábitos
(Foto: Arquivo pessoal/Karla Hack)
Em dezembro de 2011, a catarinense Karla Hack dos Santos, de 28 anos, descobriu que faltavam apenas 5 kg para atingir a obesidade mórbida.
Com 95 kg, ela resolveu ir ao médico fazer uma consulta de rotina e constatou que seu excesso de peso estava prestes a lhe trazer problemas. “O médico disse que eu estava com ‘quase’ tudo: quase obesidade mórbida, quase diabetes, quase colesterol alto, quase pressão alta”, lembra a advogada, da cidade de Xanxerê (SC).
Assustada com o diagnóstico, ela começou a analisar todas as dificuldades que tinha por causa de seu peso. “Comecei a pensar no que eu gostava de fazer, mas não conseguia. Por exemplo, sempre fiz trilhas, mas não dava mais porque até subir uma escada já me cansava muito”, conta.
A primeira atitude que Karla tomou foi cortar de vez o refrigerante. “Bebia 6 litros por dia, inclusive no café da manhã. Quando parei de tomar, comecei a ficar emburrada e ficava nervosa, como se estivesse de TPM”, lembra.
Na alimentação, a catarinense incluiu alimentos que antes não faziam parte do seu dia a dia, como frutas e saladas. “Se tivesse a opção de comer isso, eu não comia. Só comia o que não era bom e sempre em grandes quantidades”, diz. Para se lembrar de comer várias vezes ao dia, regra básica da alimentação saudável, ela usava o despertador do celular. “Não passei fome nesse processo, apenas fiz substituições importantes, como por exemplo, pão normal por integral”, lembra.
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Karla estava a apenas 5 kg de chegar à obesidade mórbida; fotos mostram a catarinense antes e depois (Foto: Arquivo pessoal)Karla estava a apenas 5 kg de chegar à obesidade mórbida; fotos mostram a catarinense antes e depois (Foto: Arquivo pessoal/Karla Hack)
Já a ansiedade, que antes era descontada na comida, passou a ser controlada com atividade física. “Entrei na academia e, no começo, fazia aulas de dança e jump. Ficava um pouco perdida porque não conseguia acompanhar direito, mas o pessoal foi super legal e eu acabei gostando”, conta.
Karla, que no começo ia apenas duas vezes por semana, logo encontrou nos exercícios um prazer e aumentou sua freqüência para 6 vezes por semana. “Agora eu vou de segunda a sábado e faço também musculação. Se não consigo ir um dia, fico aborrecida. Vou para me divertir e relaxar”, avalia.
Após emagrecer e atingir os 69 kg, 26 kg a menos na balança, a catarinense descobriu outro trabalho que serviu como um teste para avaliar sua força de vontade. “Sou assessora parlamentar, mas comecei a fazer doces em casa. Se tivesse começado com isso quando era gordinha, não ia ter doce para vender”, analisa, aos risos. Karla admite que ainda sente vontade de comer os doces que faz, mas hoje sabe que tem que se controlar. “Tem que ser com moderação. Foi mesmo uma prova para ver se conseguiria manter meus hábitos”, conta.
A catarinense descobriu o prazer pelo exercício físico e fez trocas na alimentação (Foto: Arquivo pessoal)A catarinense descobriu o prazer pelo exercício físico e fez trocas na alimentação (Foto: Arquivo pessoal/Karla Hack)
Em relação ao refrigerante, sua maior tentação, ela diz que já se permite tomar uma vez ou outra, mas que prefere evitar. “Sei que, se começar a beber, posso não conseguir parar”, analisa. Atualmente, mais acostumada com o novo estilo de vida, Karla conta que opta por alimentos saudáveis porque gosta, não mais por obrigação. “Parece que o paladar muda. Um dia, fui comer fora e passei reto por tudo o que eu costumava comer, fui direto para a salada de frutas porque era o que eu queria mesmo”, conta.
Vai além de perder peso, é uma mudança de vida que vale muito. Nenhum alimento compensa a sensação que eu tenho hoje em dia"
Karla Hack dos Santos
Toda sua mudança refletiu também em seu guarda-roupa e ela saiu do manequim 48/50 para o 40/42. “Mandei fazer uma calça preta sob medida porque nada mais me servia e hoje já está muito larga”, diz. Karla lembra que já esteve com o peso que tem atualmente, mas que não era a mesma coisa. “Não tinha a mesma energia que tenho hoje, é diferente”, analisa.
Para a catarinense, a vontade de viver bem é o principal motivo para dar o primeiro passo. “Vai além de perder peso, é uma mudança de vida que vale muito. Nenhum alimento compensa a sensação que eu tenho hoje em dia”, diz. Apesar de ainda não ter tido tempo para voltar ao médico e avaliar os impactos em sua saúde, ela conta que se sente muito melhor. “Meu sono, minha energia, minha pele e meu cabelo melhoraram muito. Até as dores que tinha nas costas desapareceram, me sinto muito bem”, conta, satisfeita.
"Meu sono, minha energia, minha pele e meu cabelo melhoraram muito", diz Karla, com 26 kg a menos (Foto: Arquivo pessoal)"Meu sono, minha energia, minha pele e meu cabelo melhoraram muito", diz Karla, com 26 kg a menos (Foto: Arquivo pessoal/Karla Hack)

Proibido beijar




Casa de samba de São Carlos proíbe beijo na boca para garantir o respeito

Cartazes e seguranças da Toca da Criola alertam para o impedimento.
Nem mesmo no Dia do Beijo, celebrado neste sábado, carinho é permitido.


Placa alerta para a proibição do beijo em bar de São Carlos, SP (Foto: Felipe Turioni/G1)Placa alerta para a proibição do beijo em bar de São Carlos, SP (Foto: Felipe Turioni/G1)
Placas e cartazes espalhados por um bar de São Carlos (SP) não deixam dúvida: é proibido beijar na boca. Na casa de samba, a alegria rola solta, mas o beijo não é bem-vindo. “O lema da casa é vir para se divertir, seja com os amigos, com a família, ou sozinho, porém tem que ter respeito. Quer pegada vai lá fora, aqui dentro não”, explicou a gerente da Toca da Criola, Vivian Leite, de 37 anos. Nem mesmo no Dia do Beijo, comemorado neste sábado (13), o carinho será permitido no local.

Os cartazes que alertam para a proibição, entretanto, nem sempre são suficientes, então, seis seguranças da casa ficam de olho e, quando percebem que o clima começa a esquentar, abordam os 'beijoqueiros'. “Tem gente que se beija, a gente avisa, eles não acreditam e perguntam se o que está nos cartazes é verdade mesmo”, disse Vivian. As placas viraram souvenir. “Tirar foto delas é fato, mas tem gente que leva embora”, falou.
Gerente de bar interrompe beijo de casal em São Carlos, SP (Foto: Felipe Turioni/G1)Gerente de bar interrompe beijo de casal em São
Carlos, SP (Foto: Felipe Turioni/G1)
O clima de vigilância também existe entre os frequentadores. “O próprio freguês avisa, vem falar com a gente, mas para chegar até mim é porque estão exagerando bastante”, observou a gerente. Segundo os proprietários, é preciso manter o respeito.
“Um selinho é até insignificante, o que não pode é pegada”, resumiu Carmem Oliveira, a Criola de 65 anos, que dá nome ao bar instalado há quatro anos na casa da família dela.
Devido à relação com o ambiente e para evitar que o beijo evolua para algo mais quente, a família decidiu proibi-lo. “Nas baladas, por exemplo, tem muita 'periguete' que faz até sexo no salão, então não pode deixar”, argumentou o dono do bar, de 69 anos, Geraldo Leite. “Nossa família teve uma educação diferente, então queremos respeito, porque quem entra aqui faz parte da mesma família”, completou a gerente.
Paquera
Entre os clientes, a proibição divide opiniões. Há quem não goste e até quem acredita que a impossibilidade de beijar ajuda na paquera. “Volta o romantismo, a troca de telefone e ajuda a ter algo mais sério”, disse o educador físico Marcelo Maurício, de 28 anos, que levou a namorada para conhecer o lugar pela primeira vez. “A gente está junto e poderia se beijar, mas temos que respeitar porque é norma e está certo, porque tem gente que não fica só nisso”, afirmou a funcionária pública Daiane Giacomeli, de 28 anos.

Para a psicóloga Jeisiane Valério, de 29 anos, a proibição do beijo dificulta a paquera para o homem. “Sem o beijo, precisa haver uma compensação no olhar, no sorriso, na conversa, o que acaba exigindo mais do homem”, analisou. O adolescente Ronaldo Mancia, de 15 anos, não concordou com a proibição. “Não reclamo tanto porque estou com a minha namorada, mas se estivesse sozinho acharia ruim porque tem que saber se o beijo é bom primeiro antes de trocar o celular”, protestou.

O autônomo Germano Frutuoso, de 37 anos, considera que a proibição do beijo aumenta a segurança no local. “Todo mundo é mais comportado. Eles até servem a cerveja em garrafa de vidro, com copo de vidro porque sabem que não vai ter confusão, então isso ajuda”, opinou.
Toca da Criola, em São Carlos, proíbe beijo entre seus clientes (Foto: Felipe Turioni/G1)Toca da Criola, em São Carlos, proíbe beijo entre seus clientes (Foto: Felipe Turioni/G1)
 
Felipe Turioni Do G1 São Carlos e Araraquara

EUA e China concordam em agir por 'estabilidade' da Península da Coreia


Tensão entre Coreias cresce por conta de ataque a navio sul-coreana.
Hillary Clinton afirmou que EUA e China trabalham em 'resposta efetiva'.

A China e os EUA informaram nesta terça-feira (25) que concordam com a importância de manter a estabilidade e de evitar a escalada na Península da Coreia, segundo o governo chinês;
O conselheiro de Estado Dai Bingguo fez a declaração em entrevista após uma cúpula econômica de dois dias entre os dois países, em Pequim.
A tensão entre Coreia do Sul e Coreia do Norte cresceu nos últimos dias, depois que o governo de Seul afirmou que o vizinho e rival é responsável pelo afundamento de um navio de guerra em março, provocando a morte de 46 marinheiros. Na véspera, a Coreia do Sul anunciou a suspensão das relações comerciais com a Coreia do Norte.
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse que os EUA vão "trabalhar com a China" para elaborar uma resposta "efetiva e apropriada" ao afundamento do navio, também creditado à Coreia do Norte pelos americanos.
"Os EUA e a China compartilham o objetivo da paz e da estabilidade na Península da Coreia", disse ela.
 Do G1, com agências internacionais

Nova análise de hominídeo confirma mistura de traços humanos e símios


Série de estudos da anatomia do Australopithecus sediba, descoberto em 2008, não consegue estabelecer definitivamente se espécie é ancestral direta do homem

São Paulo -  Um grupo de paleontólogos divulgou nesta quinta-feira uma nova série de estudos sobre o Australopithecus sediba , uma espécie de homínideo descoberta na África do Sul, que mistura traços símios e humanos. Os novos estudos mostram que ele tinha uma forma bastante peculiar de se locomover, mas os cientistas ainda não conseguem estabelecer definitivamente onde ele se encaixa na árvore genealógica do ser humano. Para isso, será necessário descobrir mais fósseis da espécie.
Crânio reconstituído do Au. sediba: mosaico de anatomias | Foto: Divulgação
Crânio reconstituído do Au. sediba: mosaico de anatomias | Foto: Divulgação
Acredita-se que o gênero Homo , onde se encontra a espécie do ser humano, surgiu de um grupo de hominídeos mais antigos, os australopitecos. O Au. sediba faz parte deste grupo, então suas similaridades com os humanos são importantes para responder a questão de como os Homo evoluíram.
O Australopithecus sediba viveu já dois milhões de anos, e tanto subia em árvores quanto andava com dois pés. Seus fósseis foram descobertos em 2008 quando o filho de nove anos de um paleoantropólogo encontrou um osso por acaso na África do Sul.
Uma análise dos ossos feita em 2011 confirmou a mistura de traços humanos e símos, como se a espécie fosse um retrato de um processo evolutivo em andamento. O tema continua nos seis estudos publicados na edição desta semana do periódico científico Science , que completou o exame anterior de dois esqueletos parciais e um osso da canela.
Reconstrução do Au. sediba (centro) com esqueletos de uma mulher humana (esquerda) e chimpanzé macho (direita) | Foto: Divulgação
Reconstrução do Au. sediba (centro) com esqueletos de uma mulher humana (esquerda) e chimpanzé macho (direita) | Foto: Divulgação
O autor de um dos artigos Jeremy DeSilva, da Universidade de Boston, disse que os fósseis revelam um inesperado "mosaico de anatomias": "Não imaginei que pudesse haver esta combinação de mão com pélvis com pé... E no entanto, ela existe". DeSilva disse que não pode afirmar com certeza que o Au. sediba é parente direto do ser humano, já que cada característica dos ossos aponta para uma conclusão diferente.
Entre as novas análises, a parte superior da caixa tóracica do homínideo é parecida com a de um macaco, como um chimpanzé, enquanto a inferior lembra mais a do ser humano. Os ossos dos braços, com exceção da mão e do punho, são primitivos, refletindo a capacidade de escalar árvores, enquanto exames anteriores das mãos revelaram traços misturados.
Os dentes seguem a mesma linha de mistura de características, mas de acordo com a cientista que os estudou, eles fornecem mais provas que o Au. sediba é aparentado com os hominídeos do gênero Homo . Segundo Debbie Guatelli-Steinberg, da Universidade Estadual de Ohio, o Au. sediba e o Australopithecus africanus parecem ser mais próximos do ser humano do que outros australopitecos, incluindo o Au. afarensis , também conhecido como Lucy.
Mas as análises não conseguem determinar qual das duas espécies é mais próxima, ou se o Au. sediba é um ancestral direto do ser humano.
Outro estudo, também por DeSilva, analisou os ossos das pernas do hominídeo, e concluiu que ele andava como nenhum outro animal. Seu calcanhar era como de um primata, o que impossibilitaria o andar ereto, mas os ossos dos joelhos, quadril e pélvis, mais próximos dos humanos, provam que ele conseguia andar com duas pernas. Deste modo, os autores propõem que em vez de andar colocando primeiro o calcanhar no chão, como fazem os Homo sapiens , o Au. sediba tocava o solo com a lateral externa do pé, girando o pé para andar para a frente, o que é chamado pronação. No ser humano, a pronação pode causar dor no pé, joelhos, quadril e costas, de acordo com DeSilva, que tentou andar como o homínideo. "Tentei andar pelo campus da universidade assim, e realmente dói," disse à AP.
Mas as características do resto dos ossos do Au. sediba preveniam este problema, ressaltou o pesquisador. Aparentemente, este meio termo era a melhor solução para uma espécie que tinha que escalar árvores com eficiência, bem como andar ereto.
 
As informações são do iG

Após erupção solar, Terra pode ter tempestade geomagnética

Cientistas aguardam neste sábado chegada de partículas emitidas pelo Sol.
Fenômeno pode alterar sistemas de satélites e redes de energia.

Eduardo Carvalho Do G1, em São Paulo
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Explosões solares captadas na última quinta-feira (11) por instrumentos da agência espacial americana (Foto: Divulgação/ESA&NASA/SOHO/GSFC)Explosões solares captadas na última quinta-feira (11) por instrumentos da agência espacial americana (Foto: Divulgação/ESA/NASA/SOHO/GSFC)
Erupções ocorridas no Sol nesta semana, consideradas as mais intensas deste ano, podem provocar até o fim da manhã deste sábado (13) uma tempestade geomagnética na Terra, que, dependendo da intensidade, pode afetar sistemas de telecomunicações do planeta e a rede de distribuição de energia elétrica, segundo cientistas.

Na última quinta-feira (11), a agência espacial americana, Nasa, captou explosões na coroa solar que emitiram no espaço jatos com bilhões de partículas que partiram em direção à Terra. Imagens feitas por equipamentos da agência captaram as explosões. Segundo a Nasa, o aumento no número de explosões solares é esperado para este período, em que o Sol está chegando próximo do pico de seu ciclo de atividade, que dura 11 anos.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de São José dos Campos (SP), a massa liberada pelo Sol viaja a uma velocidade de cerca de mil quilômetros por segundo e deve chegar à Terra nesta manhã.
(Correção: ao ser publicada, esta reportagem informou erroneamente que a velocidade da massa liberada pelo Sol viaja a uma velocidade de mil quilômetros por hora. O erro foi corrigido às 11h40.)
No entanto, ainda não há como saber se ela provocará uma tempestade geomagnética e, caso isto ocorra, se terá tamanha intensidade a ponto de afetar equipamentos terrestres ou apenas provocará fenômenos como as auroras boreal e austral, um "show natural" de luzes coloridas que podem ser acompanhadas em regiões próximas aos polos Sul e Norte.
“A tempestade pode ser de dois tipos. Se a nuvem geomagnética estiver na mesma direção do campo magnético da Terra, os efeitos serão mais brandos e podem provocar apenas auroras. No entanto, se a nuvem de massa solar vier na direção oposta ao campo magnético terrestre, aí ocorrem tempestades geomagnéticas”, explicou o pesquisador José Roberto Cecatto, da divisão de astrofísica do Inpe.
O fenômeno é medido em uma escala que vai de G1 a G5 – em que G5 é o nível mais forte. Ele não tem impacto direto sobre as pessoas nem sobre a natureza, mas pode afetar o funcionamento de satélites, GPS e redes de energia.
Além disso, a interferência causada pela radiação solar pode fazer com que algumas companhias desviem rotas de voos próximos aos polos.
“Essa nuvem não é uma das maiores já registradas, mas também não pode ser desprezada. Ela deve gerar alguns efeitos moderados no Brasil, como algumas perturbações na rede de distribuição de energia elétrica, de moderada intensidade. Os efeitos mais significativos podem ocorrer nas altas latitudes”, explica o pesquisador.
Os equipamentos do Programa de Estudo e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial, ligado ao Inpe, que estão instalados na cidade do interior paulista deverão acompanhar o fenômeno neste sábado.
Observatório de Dinâmica Solar, da Nasa, mostra erupções solares registradas nesta quinta-feira (11) e que liberou partículas devem atingir a Terra neste sábado (Foto: Divulgação/Nasa/SDO)Observatório de Dinâmica Solar, da Nasa, mostra erupções solares registradas nesta quinta-feira (11) e que liberou partículas devem atingir a Terra neste sábado (Foto: Divulgação/Nasa/SDO)

Os cérebros masculino e feminino dão diferentes

Sobre o Cérebro Masculino


Os cientistas afirmam que os dois sexos realmente pensam de forma diferente, mas, com algumas informações, o diálogo pode ficar bem mais fácil.
Confira a seguir o que os principais estudos científicos dos últimos anos revelam sobre o cérebro dos homens. 

Na infância, eles são pura emoção: 

Embora as meninas sejam consideradas o sexo frágil, bebês e crianças pequenas do sexo masculino são mais emotivos e choram mais.
Os homens adultos também costumam ser muito afetados pelas emoções, mas conseguem esconder as reações com mais facilidade que as mulheres, mostra um estudo feito pela Universidade de Lund, na Suécia. 

Eles sofrem mais com a solidão: 

Ninguém gosta de ficar sozinho, mas parece que o cérebro masculino é mais vulnerável à solidão, indica uma pesquisa feita por médicos da Universidade da Califórnia. Os mais velhos são os que mais sofrem, já que com a aposentadoria eles acabam se isolando ainda mais.
Homens que vivem com mulheres se sentem menos ansiosos, têm menos desequilíbrios hormonais, são mais saudáveis e vivem mais do que aqueles que moram sozinhos. 

O foco está sempre nas soluções: 

Está precisando desabafar? 
Talvez a melhor opção seja conversar com uma amiga.
Os homens são feitos para pensar em soluções. 
Eles têm mais dificuldade em apenas ouvir e não conseguem ser tão carinhosos durante uma crise. 

Eles vão sempre olhar para outras mulheres: 

A culpa é da testosterona, afirma o psicólogo Pranjal Mehta, da Universidade de Columbia, em Nova York. 
Além de aumentar a agressividade e a hostilidade, este hormônio é o grande responsável pela libido.
Como as taxas são mais altas neles do que nelas, é realmente mais difícil para os homens ignorar uma mulher bonita.

Eles também querem compromisso: 

A ideia de que o homem sempre vai querer fugir de um compromisso é completamente equivocada, mostra um estudo publicado na "Proceedings of the Royal Society".
Porém, até 40% dos homens podem ter um gene ligado à promiscuidade, de acordo com um estudo publicado na "National Academy of Science", e estes realmente têm uma dificuldade maior em manter uma parceira fixa por muito tempo. 

Seu cérebro muda na gravidez da parceira: 

Os futuros pais também passam por mudanças hormonais importantes, principalmente se vivem na mesma casa que a grávida.
O estudo, publicado no "Evolution of Human Behavior", indica que há um aumento na prolactina e uma diminuição na testosterona nos meses que antecedem o nascimento do bebê, o que deixa os homens mais calmos e dispostos a cuidar da família.

Blog Retecendo a Vida

4.12.2013

Leite poderá ser o novo tomate, como Reinaldo ou o Policarpo da Veja poderão ser o novo Beira Mar

Preços em alta no mercado internacional devem influenciar a oferta do produto no mercado brasileiro nos próximos meses

Naiara Infante Bertão
Leite
Leite em pó teve a maior alta de preços da cesta básica paulistana, medida pelo Dieese: 3,66% (Thinkstock)
Depois de a salada de tomates ter ficado mais cara nos últimos meses, agora é o leite que começa a pesar no bolso do consumidor. Na última quinta-feira, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apurou que o leite em pó (embalagem 400-500g) foi o produto da cesta básica que mais se valorizou na semana de 5 a 11 de abril, na faixa de 3,66%, na cidade de São Paulo - o grupo alimentação teve inflação de 0,97% e a cesta básica, de 0,82% no mesmo período. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na quarta-feira, mostram ainda que a inflação do leite em pó passou de 0,30% em fevereiro para 1,63% em março, enquanto a do leite longa vida variou de -0,01% para 1,76% no mesmo período. Os itens acumularam altas respectivas de 2,78% e 2,49% no primeiro trimestre do ano e de 12,71% e 8,81% em 12 meses.
A consultoria agropecuária MB Agro alerta que os produtores brasileiros estão aumentando os preços para acompanhar o mercado internacional. A Nova Zelândia, o maior produtor de leite em pó do mundo (responde por um terço da produção mundial), teve a pior seca dos últimos 70 anos no verão passado. A fartura do pasto para alimentar as vacas leiteiras neozelandesas teve que ser reduzida, o que provocou uma queda na produtividade do rebanho.
Apesar de os dados oficiais sobre a produção da Nova Zelândia no primeiro trimestre do ano serem preliminares, é consenso entre analistas que haverá um salto nos valores praticados no mercado internacional. Eles tomam por base os últimos resultados dos leilões quinzenais da DPA (joint venture entre a Nestlé e a Fonterra no país), considerados referência mundial no preço do leite em pó. Enquanto a média de preço girava em torno de 3,5 mil dólares por tonelada do produto no ano passado, os preços dispararam desde fevereiro. No último leilão, no início deste mês, o preço da tonelada já estava em 5,1 mil dólares - um aumento de 45,7% entre o início de fevereiro e abril.
A queda da oferta já refletiu no índice de preços divulgado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) na última quinta-feira. Os preços internacionais dos alimentos subiram 1% em março ante fevereiro, puxados, especialmente, pela elevação de 11% dos laticínios, que têm peso de 17% no cálculo do indicador. “O leite em pó brasileiro, que antes era considerado caro no mercado internacional, agora já está bem mais competitivo que o neozelandês", diz César de Castro Alves, analista de leite e carne da MB Agro. "Isso pode fazer com que produtores nacionais que deixaram de exportar nos últimos anos voltem a buscar o mercado internacional”, completa ele.
Atualmente, o preço do leite in natura no Brasil custa 0,92 real o litro, de acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Já o quilo do leite em pó está cotado em 7,82 reais. Com a cotação do dólar próxima de 2 reais, a tonelada de leite em pó brasileiro sairia por cerca de 3,91 mil dólares - sem contar os custos com importação. Segundo a MB Agro, é essa competitividade externa que vai atrair os produtores brasileiros nos próximos meses - o que poderá reduzir a oferta e, consequentemente, elevar os preços no mercado interno.
Balança - Esse aumento já é perceptível nos dados da balança comercial. As exportações de leite em pó (desnatado, integral e semidesnatado) somaram 1,196 milhão de dólares no primeiro trimestre de 2013, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O acumulado de janeiro a março é maior do que o total exportado no ano passado inteiro: 750,38 mil dólares.
A balança comercial do produto ainda é deficitária porque o preço brasileiro se tornou, nos últimos anos, menos atrativo do que o de países como a Nova Zelândia, que investiu em mecanização para a retirada do leite, higienização da produção e qualidade no trato do rebanho. No primeiro trimestre, o Brasil já importou mais de 57,455 milhões de dólares apenas de leite em pó. Em 2012 e 2011 esse dado ficou em 353,57 milhões e 303,90 milhões de dólares, respectivamente. Os principais fornecedores do país estão no Uruguai e na Argentina.
Demanda chinesa - Além da redução da oferta, um aumento da demanda chinesa pode complicar ainda mais a situação dos laticínios. A razão é a gripe aviária. Se houver piora do quadro sanitário, o país poderá aumentar suas compras de leite em pó para substituir a ave em termos de proteína. Para complicar ainda mais o quadro, tanto no Brasil quanto na Nova Zelândia, a tendência de um clima mais seco nos próximos meses pode dificultar uma reação rápida da oferta, segundo o analista da MB Agro. Ao que tudo indica, o produto deverá ser o novo motivo de preocupação para uns e de piada para outros.

Como  se pode demonstrar esta revista Veja  com esta reportagem torce pelo quanto pior melhor para eleger o candidato Tucano. Que pobreza..... 
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Passagem de Fauna - Túnel



Vejam que interessante os ANIMAIS atravessando ESTRADAS pelos TÚNEIS DE FAUNA !
Imagino que melhor ainda se túneis associados a CORREDORES VERDES.

http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/jornal-regional/videos/t/edicoes/v/passagens-subterraneas-para-animais-em-rodovias-evitam-atropelamentos/2505476/

10 passagens inferiores de fauna com câmeras de vídeo e obtive bons resultados, no período de um ano foram detectadas 800 travessias de fauna, sendo que 725 exclusivas de mamíferos de médio e grande porte.Quase 80% das travessias entre mamíferos foram de capivaras
(Hydrochoerus hydrochaeris) e isso significa em linhas gerais, aumento na segurança do usuário. No Estado de são Paulo foi identificado juntamente com a ARTESP que essa espécie é responsável em causar os acidentes mais sérios, no mínimo o usuário arca com grandes prejuízos financeiros do veículo e pode sofrer acidentes graves, inclusive fatais.
Esse estudo significou uma pequena contribuição na tão grande área da Ecologia de Estradas e espero, em breve, poder disponibilizar outros materiais e resultados de trabalhos que estão em
andamento.
http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/jornal-regional/videos/t/edicoes/v/passagens-subterraneas-para-animais-em-rodovias-evitam-atropelamentos/2505476/


Futuros amantes

Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar

E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos

Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização

Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você
 

Chico Buarque

VARIEDADES- TERRA












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