10.20.2016

Imprevisível...

Que a vida é mesmo assim imprevisível indiscreta e às vezes até injusta. E que o tempo nos traz e também tira de nós pessoas, lugares, momentos, paixões. É tudo um eterno aprendizado. E nem sempre aprender é tão simples assim. Não é fácil aceitar as perdas, as tristezas, os enganos. E nem por isso quer dizer que é fácil aceitar novas pessoas, os novos ambientes, as novas situações. O que é difícil é sair do nosso senso crítico comum, sair do habitual. Porque tudo que é diferente causa estranhamento, e isso gera dentro de nós novos sentimentos. E sim, sentir é complicado. Às vezes seria até mais fácil não sentir e passar inerte às coisas. Mas qual a graça de se viver sem as experiências, sem as situações, sem os desafios? Qual a graça da vida ser um apelo ao tédio, ao marasmo, a falta de alegria? Qual o sentido de se viver assim? Dói, dói sim, nem sempre as coisas irão sair como nos previstos, como o imaginado. Nem sempre o sinal vai estar aberto na hora que quisermos, nem aquela pessoa estará no local marcado na hora exata. A vida se faz também dos atrasos e dos imprevistos. E faz-se também do inaceitável. E é isso que a faz ser tão digna de ser vivida. É a partir da percepção de que nada é eterno e que as coisas podem sim mudar de uma hora pra outra que apreciamos ainda mais as coisas simples, coisas que de vez em quando até consideramos banais. Um bom dia, um telefonema, um abraço apertado, um carinho. Mas nada, nada feito com amor pode ser considerado banal. E um amor não morre devido às circunstâncias, podem até nos privar da presença física, mas o sentimento que se tem ultrapassa as limitações do tempo, do espaço e da saudade. E isso dá um outro sentido ao viver, ao dia a dia. Porque de fato não existe um adeus, não existe o fim em si. No fundo é tudo uma questão de até breve, de logo mais...
PS - E sim, é muito fácil nos esquecermos da brevidade da vida e das situações. Da rapidez com quem a vida é feita e também desfeita. Então será que vale a pena certos atos, certos desentendimentos? Será que vale a pena levar tanta coisa ao pé da letra, tanta mágoa ao fundo do peito? Ou é melhor viver a vida com mais paz, mais afeto, mais compreensão? Não digo para esquecermos do nosso amor próprio ou da nossa razão, mas para que levamos as coisas com mais leveza ao invés de nos importarmos tanto com o que em nada nos acrescentará. Então se permita mais alegrias, ao invés de preocupações, porque sim, a vida é breve e temos que fazê-la valer, e por que não então da melhor maneira possível?
Texto de Larissa Alves

Ciro e Cid: encaramos Cunha quando todos o bajulavam

Adriano Machado/Reuters Ao comentar a prisão de Eduardo Cunha nesta quarta-feira, o ex-ministro Ciro Gomes compartilhou no Facebook um vídeo de seu irmão, o ex-governador Cid Gomes, de quando chamou Cunha, à época presidente da Câmara dos Deputados, de "achacador"; Ciro então comenta: "Este é o orgulho que temos! Cumprir nosso dever com o povo brasileiro quando todos os políticos bajulavam o Cunha"; em outro post, ele relembra um discurso de Michel Temer declarando que irá entregar "à fé de Eduardo Cunha" as tarefas mais difíceis
O ex-ministro e candidato a presidente da República Ciro Gomes comentou nesta quarta-feira 19 a prisão do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) relembrando um discurso de seu irmão, o ex-governador do Ceará Cid Gomes, em que ele chama Cunha, então presidente da Câmara, de "achacador".
Em sua página no Facebook, Ciro Gomes compartilhou o vídeo do discurso do irmão e comentou: "Este é o orgulho que temos! Cumprir nosso dever com o povo brasileiro quando todos os políticos bajulavam o Cunha".
O discurso de Cid Gomes foi feito no plenário da Câmara em 2015, quando era ministro da Educação, depois que deputados pediram explicações suas sobre um áudio vazado em que ele dizia a estudantes que havia 300 ou 400 "achacadores" no Congresso.
Provavelmente esperando uma retratação do então ministro, os deputados ouviram naquele dia a confirmação da acusação. "Prefiro ser acusado de mal educado a ser acusado de achacador, como ele", disse, apontando para o presidente da Casa, Eduardo Cunha.
Depois do episódio, Cid deixou o cargo de ministro e em setembro foi condenado por um juiz do Distrito Federal por danos morais contra Cunha.
Em outro post, ainda em referência à prisão de Cunha, Ciro Gomes trouxe à tona outro vídeo, desta vez do hoje presidente Michel Temer, em que ele diz entregar "à fé de Eduardo Cunha" as tarefas mais difíceis.
Relembre:

Noblat: Cunha conhece os mais recônditos segredos de Temer


Divulgação: noblat
"Uma eventual delação de Cunha poderá atingir gravemente o governo Temer. E isso, sim, teria potencial para embaralhar o presente e comprometer o futuro. Cunha conhece os mais recônditos segredos do PMDB. E foi a peça decisiva do jogo que levou Temer ao poder", diz o jornalista Ricardo Noblat; ele afirma ainda que Cunha financiou mais de 100 deputados O jornalista Ricardo Noblat especula, em artigo publicado nesta quinta-feira, quais serão os impactos da prisão de Eduardo Cunha.
"Uma eventual delação de Cunha poderá atingir gravemente o governo Temer. E isso, sim, teria potencial para embaralhar o presente e comprometer o futuro. Cunha conhece os mais recônditos segredos do PMDB. E foi a peça decisiva do jogo que levou Temer ao poder", diz ele.
"Para chegar à presidência da Câmara, financiou a campanha de mais de 100 deputados do PMDB e de outros partidos. Montou uma bancada que, no seu auge, chegou a reunir pouco mais de 200 deputados", prossegue.
"Improvável que escolha amargar muitos anos de cadeia a negociar a revelação do que sabe. Ou de parte do que sabe. Mas é frio o suficiente para não fazer nada disso às pressas."

Valor: prisão de Eduardo Cunha aproxima Moro do "esquema Temer"


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Jornal Valor Econômico, da Globo, perde os pruridos em relação ao Palácio do Planalto e já fala até em "esquema Temer"; "A prisão do ex-deputado Eduardo Cunha leva as investigações para o centro do esquema de poder do PMDB da Câmara. Nunca antes o juiz Sergio Moro esteve tão próximo do grupo, cuja figura mais proeminente é o presidente da República, Michel Temer", diz o texto do jornalista Raymundo CostaEduardo Cunha pode ajudar a desvendar o "esquema Temer". É o que aponta o jornalista Raymundo Costa, principal colunista político do Valor Econômico, em artigo publicado nesta quinta-feira.
"A prisão do ex-deputado Eduardo Cunha leva as investigações para o centro do esquema de poder do PMDB da Câmara. Nunca antes o juiz Sergio Moro esteve tão próximo do grupo, cuja figura mais proeminente é o presidente da República, Michel Temer", diz ele.
"Cunha é um integrante tardio do grupo de Michel Temer, formado, entre outros, por Moreira Franco, o secretário-executivo do Programa de Parcerias e Investimento (PPI), Eliseu Padilha e Geddel Vieira Lima, ministros da Casa Civil e da Secretaria de Governo, respectivamente, e pelo ex-ministro Henrique Eduardo Alves, já saído do governo. Tardio mas não lateral."
"Diante da proximidade e da convivência do ex-deputado com o grupo, é natural a onda de especulações sobre os danos que o ex-deputado pode causar ao governo Temer, se vier a fazer um acordo de delação premiada com a Justiça Federal. Em se tratando de Cunha, a inquietação não deve atingir apenas a cúpula do PMDB, hoje no comando do país. Ela é apenas a parte mais importante. Há mais de uma dezena de parlamentares que deve perder o sono com essa possibilidade."

“Cunha preso é o começo do fim do governo do golpista do Temer”


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“Assim como eu sempre disse que por ser bandido ele terminaria preso, digo agora que neste dia 19 de outubro começou o fim do Governo Temer”, discursou o deputado nesta quarta-feira; conforme observa Tereza Cruvinel; "Ou Moro quis pegar Cunha desprevenido ou quis apressar o clímax que sempre buscou na Lava Jato, a prisão do ex-presidente Lula"

“Se ele contar tudo o que sabe muitos ainda vão responder por corrupção”

LUIS MACEDO:
Deputado Alessandro Molon, líder da Rede, diz que seu partido e o PSOL estão com sentimento de "dever cumprido" e acredita que se não tivesse sido aprovada a cassação de Eduardo Cunha, "talvez hoje essa prisão não teria ocorrido"; "Espero que ele fale tudo o que sabe. E se contar, muita gente ainda vai responder por crimes de corrupção"



No dia da prisão de Cunha, Aécio fala sobre juros

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No dia em que o ex-deputado Eduardo Cunha foi preso, abalando Brasília, a única declaração pública do senador e presidente do PSDB, Aécio Neves, foi sobre a taxa básica de juros e a votação da PEC 241; "A primeira redução da taxa de juros em quatro anos, definida há pouco pelo Copom, é um indicador de que a economia do país começa a caminhar de volta para a normalidade de onde os governos do PT a retiraram", postou o tucano em seu Facebook, depois de um dia de silêncio sobre a prisão do aliado no processo de impeachment de Dilma Rousseff

Lava Jato vê lavagem de dinheiro em empréstimo à mulher de Cunha

DIDA SAMPAIO:
investigadores da Operação Lava Jato destacaram no pedido de prisão que levou o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a ser preso nesta quarta-feira (19) pela Polícia Federal um empréstimo no valor de R$ 250 mil que teria sido feito pela Igreja Evangélica Cristo para a mulher do peemedebista, a jornalista Cláudia Cruz.; procuradores alegaram que a operação foi um 'empréstimo simulado com estratagema para lavagem de dinheiro'; igreja pertence ao radialista e ex-deputado federal Francisco Oliveira da Silva, apontado como aliado de Cunha

Cavendish, da Delta, comprou anel de R$ 800 mil pra mulher de Cabral

RIO 247 - Em processo de negociação de sua delação premiada, Fernando Cavendish, dono da Delta Engenharia, fez mais uma acusação contra o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB). O empresário afirma ter comprado, a pedido do político, um anel de R$ 800 mil para presentear Adriana Ancelmo, mulher do peemedebista. A compra teria sido feita em uma joalheria do principado de Mônaco em 2009, diz reportagem de O Globo. 
"O propósito era fazer uma surpresa à mulher, mas o primeiro a se espantar com o presente de Sérgio Cabral para a então primeira-dama, Adriana Ancelmo, foi o empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta Construções. Cabral o convidou para bater perna pelas lojas de Mônaco, onde ambos estavam, atrás de uma recordação para a Adriana. Ela aniversariava no dia seguinte, 18 de julho de 2009. Na porta da filial da Van Cleff & Arples, famosa joalheria, na Place du Casino, o governador do Rio pegou o empresário pelo braço e entrou. Nada olhou, pois o presente já estava reservado: um anel de ouro branco e brilhantes. Só ali, quando tudo já estava decidido, Cavendish descobriu que a conta lhe caberia. Valor: 220 mil euros (cerca de R$ 800 mil).
Cavendish, que faria em Mônaco a maior compra de sua vida em cartão de crédito, deixou a loja com a suspeita de que já estava tudo armado e a promessa do amigo de que a dívida seria acertada mais à frente.
Uma foto de Cabral com Adriana, na qual a mulher exibe o anel na mão esquerda, é uma das provas exibidas por Cavendish à força-tarefa da Lava Jato no Rio e em Brasília para provar a compra. O empresário, que cumpre prisão domiciliar, está negociando a delação premiada. Ele também entregou a nota fiscal, o certificado de compra e o comprovante de pagamento com cartão de crédito. Depois que a amizade com Cabral foi rompida, contou Cavendish, o anel foi devolvido a ele por um amigo do ex-governador, Paulo Fernando Magalhães Pinto."

Cunha é peça do golpe dentro do golpe

 

Valter Campanato/Agência Brasil
A honestidade me obriga dizer que os motivos alegados para a prisão de Eduardo Cunha -- risco de fuga para o exterior, ameaça as investigações -- não me convencem.
O motivo é político, como um lance indispensável à justiça do espetáculo. Cunha é um dos mais notórios acusados da Lava Jato, com contas milionárias na Suíça, identificadas pelas autoridades daquele país e confirmadas pelo lobista Julio Camargo em dezembro de 2015.
Nesta situação, sua permanência fora da cadeia, diante de réus já aprisionados com base em acusações muito mais frágeis, era um risco insuperável a credibilidade da Lava Jato. A partir de agora, ficou menos complicado justificar medidas arbitrárias, quem sabe até a maior de todas -- uma eventual prisão de Lula. Para além de fatos concretos, estamos diante de uma retórica que precisa de balanços e compensações para não perder o discurso.
Não custa lembrar que, embora as provas particularmente robustas contra Cunha fossem conhecidas há tempos, ele manteve todas as prerrogativas do cargo enquanto era um personagem indispensável na articulação que planejou e encaminhou o impeachment da presidente Dilma Rousseff -- missão que, por exigência constitucional, só o presidente da Câmara de Deputados teria o direito de assumir. Mesmo denunciado pelo Ministério Público assim que as primeiras denúncias surgiram, só foi afastado do cargo quando Dilma já perdera a cabeça.
A  prisão foi acompanhada pelo rumor de que Eduardo Cunha poderá fazer delações premiadas cabeludas, capazes de atingir, particularmente, um de seus maiores aliados, o governo Michel Temer. Não custa recordar a frase antológica de Romero Jucá: "Temer é Cunha", disse ele, em conversa gravada com o senador-empresário Sérgio Machado.
Não há dúvida, assim, que a prisão de Cunha é uma medida que esvazia o governo Temer, dá uma nova razão para questionar sua legitimidade e sem dúvida irá dificultar um projeto de destruição do país. A estabilidade que Temer busca desde a posse pode se transformar numa impossibilidade técnica e jurídica a partir de agora.
Quem tem malícia para examinar o calendário político, precisa encarar essa hipótese sem ingenuidade, porém. Vamos imaginar, por hipótese, que, mesmo tendo mulher e filha na linha de tiro, situação delicada para toda pessoa que se encontra sob risco de uma longa pena de prisão, Cunha de fato tenha munição e disposição para dinamitar o mandato de Michel Temer, forçando seu afastamento pelo Congresso. 
Pelo ritual visto na Lava Jato, uma delação não irá ocorrer antes de dois meses, no mínimo. Pela constituição, a substituição de um presidente afastado pode ocorrer de duas formas. Até 31 de dezembro, o posto será preenchido através de eleições diretas, em urnas, convocadas pelo Congresso. Depois dessa data -- hoje faltam apenas dois meses e dez dias até lá -- o sucessor será escolhido pelo Congresso. Isso quer dizer que, se vier a fazer delação premiada, e se tiver munição suficiente para alimentar o impeachment de Temer, Cunha será, mais uma vez, protagonista de um golpe. Agora, um golpe dentro do golpe.
Deu para entender?

PIB desaba e comprova: Temer e Meirelles aprofundam a recessão

Marcelo Camargo/Agência Brasil Os dados da produção brasileira, divulgados nesta quinta-feira pelo Banco Central, revelam um quadro desesperador; a despeito das promessas de "volta da confiança", o PIB brasileiro caiu 0,91% em agosto, na maior queda em 15 meses, e 5,6% nos últimos doze meses; desde que Michel Temer assumiu a presidência e Henrique Meirelles a Fazenda, no dia 13 de maio, todos os indicadores brasileiros têm se deteriorado – o que demonstra que o golpe de 2016, arquitetado por Eduardo Cunha, aliado de Temer que ontem foi preso, quebrou a economia nacional Os dados da produção brasileira, divulgados nesta quinta-feira pelo Banco Central, revelam um quadro desesperador.
A despeito das promessas de "volta da confiança", o PIB brasileiro caiu 0,91% em agosto, na maior queda em 15 meses, e 5,6% nos últimos doze meses.
Desde que Michel Temer assumiu a presidência e Henrique Meirelles a Fazenda, no dia 13 de maio, todos os indicadores brasileiros têm se deteriorado – o que demonstra que o golpe de 2016 quebrou a economia nacional.
SÃO PAULO (Reuters) - O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), caiu 0,91 por cento em agosto sobre julho, segundo dados dessazonalizados divulgados pelo BC nesta quinta-feira.
O resultado veio pior que a previsão de recuo de 0,69 por cento, apontada por analistas em pesquisa Reuters. O IBC-Br incorpora projeções para a produção nos três setores básicos da economia (serviços, indústria e agropecuária), também considerando o impacto de impostos sobre os produtos. 
(Por Camila Moreira)
Abaixo reportagem da Agência Brasil
A atividade econômica apresentou retração em agosto, de acordo com dados divulgados hoje (20) pelo Banco Central. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) dessazonalizado (ajustado para o período) teve queda de 0,91%, na comparação com julho. Essa foi a maior redução mensal desde maio de 2015 (-1,02%).
Na comparação entre agosto deste ano e agosto de 2015, houve queda de 2,72%, de acordo com os dados sem ajustes, já que são períodos iguais na comparação. Em 12 meses encerrados em agosto, a retração chegou a 5,48% e no ano, a 4,98%.
O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica brasileira e ajuda o BC a tomar suas decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic. O índice incorpora informações sobre o nível de atividade dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços e agropecuária, além do volume de impostos.
Mas o indicador oficial sobre o desempenho da economia é o Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas pelo país, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

10.19.2016

Defesa de Lula manda carta a Merval Pereira (Merdal)


Advogado Cristiano Zanin Martins rebate artigo publicado pelo colunista do Globo Merval Pereira  (Merdal), ironizando os procuradores da Lava Jato: "nem o ex-Presidente Lula e nem nós, seus advogados, atuamos para 'desacreditar a Justiça'. Todo o trabalho de defesa está escorado em dois pilares: fatos e técnica jurídica. Não usamos 'convicções' ou simulacros de legalidade"; o advogado reforça que o juiz Sérgio Moro "praticou violações claras às garantias fundamentais de Lula"; para ele, "é clara" a intenção de Merval de "ocultar os ilícitos praticados pela Lava Jato"
19 de Outubro de 2016 às 19:03 //

Mentiras contra Lula têm pernas curtas


Ao mostrar a recuperação de Lula na preferência dos eleitores, colocando seu nome em primeiro lugar na sucessão presidencial de 2018, o Instituto Vox Populi ajuda a lembrar que a mentira costuma ter pernas curtas no mundo político.
Como ensinou Abrahm Lincoln, o presidente dos Estados Unidos que foi a guerra civil para abolir a escravatura, "pode-se enganar a todos por algum tempo. Pode-se enganar alguns por todo tempo. Mas não se pode enganar a todos por todo o tempo."
Numa eventual candidatura em 2018, Lula possuía 29% das preferências em junho. Agora está com 34%, contra 15% para Aécio Neves, o segundo colocado.
Para 42% dos brasileiros, Lula continua o melhor presidente da História.  
Mesmo lembrando que faltam 23 meses para o pleito de 2018, e que muitas mudanças políticas podem ocorrer até lá, não deixa de ser uma novidade notável.
Em maio, logo após a Câmara votar o afastamento de Dilma, o DataFolha apontava Marina Silva, com 21% de intenções de voto, em primeiro lugar para 2018. (Hoje ela se encontra em 3º, com 11%).
Em março, quando Sérgio Moro autorizou a divulgação ilegal de seus diálogos com Dilma, destinada a impedir sua posse na Casa Civil, a rejeição a Lula chegou a 57%.
Não custa lembrar que historicamente, os novos números são até modestos para um político com a estatura única de Lula. Em 2010, quando liderou a campanha pela eleição de Dilma, sua aprovação chegou a bater em 87%, um recorde entre os recordes.
Os números de hoje estão longe dessa realidade, o que é bastante compreensível. A situação do país mudou.  Do ponto de vista da maioria dos próprios eleitores de Lula, já vinha apresentando mudanças negativas em 2014 e especialmente em 2015, no ajuste que inaugurou o segundo mandato de Dilma.
Se a reeleição foi um combate palmo a palmo, urna a urna, a derrota nas eleições municipais foi a pior na história do Partido dos Trabalhadores.
Os 34% de Lula representam uma recuperação importante – mas não podem esconder uma conjuntura difícil, com vários desafios que terão de ser encarados e respondidos.
A pesquisa traz uma questão principal, contudo. Lembra  que desde 2011, quando deixou o Planalto, Lula nunca foi desbancado na posição de melhor presidente da História na visão dos brasileiros. Isso significa que a força das conquistas obtidas durante seu governo – mesmo parciais, limitadas, sujeitas a vários tipos de crítica – segue muito superior ao erros e, particularmente, ao poder massacrante de adversários que administram o pensamento único da mídia grande.  
Esta persistência explica apoio cúmplice de adversários e concorrentes a perseguição da Lava Jato. No caso mais notório, o campeão de engavetamentos na Lava Jato Aécio Neves já se revelou o mais aplicado discípulo da jurisprudência patrocinada pelo coronel-ministro Jarbas Passarinho na noite do AI-5, ao mandar “às favas os escrúpulos de consciência”. O mesmo se pode observar diante do silêncio obsequioso do PSDB paulista diante da tragédia da linha 4 do metrô, ilustrada por farta documentação sobre pagamento de propinas, inclusive para um membro do Ministério Público que atuava na apuração de responsabilidades que envolvem a morte de 7 cidadãos inocentes.
Incapazes de enfrentar Lula num combate decente e honesto nas urnas, permitindo que o eleitor faça sua opção de acordo com os ritos da democracia, os autoproclamados concorrentes de 2018 já não hesitam em trilhar o jogo sujo dos atalhos antidemocráticos, com ajuda de Sérgio Moro, para chegar ao Planalto.
A constrangedora fraqueza confirma uma nova realidade, porém. O juiz da Lava Jato pode ser um grande destruidor de adversários. Possui imensos índices de aprovação. Mas se é competente para fortalecer a própria musculatura nas pesquisas, sua atuação não beneficia  candidatos alternativos, traço que pode dar espaço para soluções menos convencionais em 2018.  
O laboratório das eleições municipais apontou para experiências exóticas. Disputado num quadro de esfacelamento de partidos políticos, desgaste de candidatos e rejeição da população, reforçou um ambiente de criminalização de políticos e rejeição de partidos. Em São Paulo, o vitorioso nas eleições para prefeito, principal troféu do ano, é João Berlusconi Dória Junior. No Rio, assiste-se a uma disputa ente a Igreja Universal e o PSOL no altar da TV Globo.  
Neste ambiente, as grandes verdades reveladas pela Vox são duas, uma conjuntural e a outra, estrutural. Divulgada num momento de tensão política, provocada pela possibilidade de Sérgio Moro decretar sua prisão a qualquer momento, mesmo sem o menor fundamento jurídico, a pesquisa confirma a posição única de Lula na preservação da democracia brasileira.
Mesmo caçado, continua o político capaz de combinar aquilo que foi com aquilo que pode vir a ser e, dessa forma, assegurar o reconhecimento das instituições que integram todo regime democrático.  Enquanto os adversários desabam, Lula é uma opção que faz sentido para 34% dos brasileiros, uma soma superior ao trio de adversários Aécio-Marina-Bolsonaro.
Essa condição faz dele o principal personagem da resistência democrática contra permanentes iniciativas que apontam para um estado de exceção. Mais do que um caso pessoal, seu destino é uma linha divisória.  
Não há dúvida de que a nova pesquisa irá injetar ânimo na imensa parcela de aliados e admiradores de Lula, até aqui em posição de perplexidade diante das ameaças contra Lula. A pesquisa mostra que há espaço para protestar e reagir.
O reconhecimento do caráter positivo da herança deixada por Lula, também é revelador de um dado essencial da vida política. Ela mostra o fiasco popular do governo Michel Temer.     
O sonho dos aprendizes de feiticeiro do Planalto de Temer era arruinar um modelo de crescimento includente, destruir avanços obtidos a partir de 2003 e, ao mesmo tempo, transferir o desgaste para Lula e Dilma.
Confirmando a noção de que a mentira tem pernas curtas em política, os mesmos números que mostram a recuperação de Lula confirmam o inferno de Temer e a rejeição a seus projetos. Pode ser até difícil saber a origem dos bons números de Lula e dizer o que é fruto de seus próprios méritos, o que é fruto do abismo Temer.
Mas é fácil perceber que Lula é o rosto da resistência necessária a tragédia visível do governo empossado através de um golpe parlamentar – e é por isso que cresce aos olhos dos brasileiros.

Lula lidera em todos os cenários de 1º turno para 2018, diz pesquisa CNT/MDA

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Recife- PE- Brasil- 23/09/2016- Ex-presidente Lula em Recife, na manhã desta sexta-feira (23/09), onde participará de eventos políticos. Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula (Crédito: Divulgação)
A 132ª Pesquisa CNT/MDA, divulgada nesta quarta-feira, 19, pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), mostra a liderança do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na intenção de voto para eleição presidencial de 2018, tanto na intenção espontânea quanto na intenção de voto estimulada nos cenários para o primeiro turno.
Na intenção de voto espontânea, Lula é favorito para 11,4% dos entrevistados, seguido por Jair Bolsonaro (PSC), com 3,3%, e Aécio Neves, com 3,1%. O presidente da República, Michel Temer, aparece em quarto lugar, com 3% das intenções espontâneas de voto; e Marina Silva (Rede), em quinto, com 2,4%.
No cenário 1, em que a pesquisa apresentou aos entrevistados como candidatos Lula, Aécio, Marina Silva, Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro, Temer, Lula aparece em primeiro, com 24,8% das intenções de voto, seguido por Aécio Neves, com 15,7% e Marina Silva, com 13,3%.
Em um cenário 2, com Lula, Marina, Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes, Jair Bolsonaro, Temer, novamente Lula aparece em primeiro, com 25,3% das intenções de voto, seguido por Marina, com 14% e Alckmin, com 13,4%.
No terceiro cenário, que teria como candidatos Lula, Aécio, Marina, Bolsonaro, o petista, mais uma vez, ficou na liderança. O ex-presidente da República teria 27,6%, seguido por Aécio, com 18,9%, Marina com 16,5% e Bolsonaro com 7,9%.
a 16 de outubro. Foram ouvidas 2.002 pessoas, em 137 municípios de 25 Unidades Federativas, das cinco regiões. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais com 95% de nível de confiança.

Cunha é preso em Brasília por decisão de Sérgio Moro

 

247 – O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça, determinou na terça-feira (18) a prisão preventiva do ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A residência do ex-parlamentar, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, também foi alvo de um mandado de busca e apreensão.
Cunha foi preso nesta quarta-feira 19. A Polícia Federal confirmou a prisão preventiva - de prazo indeterminado - e informou que Cunha está sendo levado para o hangar da PF no Aeroporto de Brasília a fim de embarcar para Curitiba, onde estão sendo conduzidas as investigações. A previsão é de que Cunha chegue entre 17h e 18h à capital do Paraná.
O ex-deputado do PMDB foi o responsável pelo golpe parlamentar de 2016 e pretendia escrever um livro contando os bastidores do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, revelando, inclusive, a participação de Michel Temer na trama. 
Cunha foi investigado por receber propinas oriundas de negócios da Petrobras na África. Um dos delatores, Júlio Camargo, revelou que ele financiava mais de uma centena de deputados. Corre em Brasília os rumores de que ele pode fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público, o que abalaria o Congresso.
O peemedebista perdeu o mandato de deputado federal em setembro, após ser cassado pelo plenário da Câmara. Com isso, ele perdeu o foro privilegiado, que é o direito de ser processado e julgado no Supremo Tribunal Federal (STF).

Deputado cassado foi preso nesta quarta-feira (19).
Despacho que autorizou a prisão de Cunha é de terça-feira (18).

Do G1 PR e da GloboNews, em Brasília
O ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi preso nesta quarta-feira (19), em Brasília, segundo a GloboNews. A previsão da Polícia Federal (PF) é a de que Cunha chegue a Curitiba no fim desta tarde. A prisão dele é preventiva, ou seja, por tempo indeterminado.
Na terça (18), juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça, determinou a prisão de Cunha.
O G1 tenta contato com a defesa do ex-presidente da Câmara.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Cunha, em liberdade, representa risco à instrução do processo e à ordem pública. Além disso, os procuradores argumentaram que "há possibilidade concreta de fuga em virtude da disponibilidade de recursos ocultos no exterior" e da dupla nacionalidade.
Para embasar o pedido de prisão do ex-presidente da Câmara, a força-tarefa da Operação Lava Jato listou atitudes, que conforme os procuradores, foram adotadas por Cunha para atrapalhar as investigações.
Entre elas, a convocação pela CPI da Petrobras da advogada Beatriz Catta Preta, que atuou como defensora do lobista e colaborador da Lava Jato Julio Camargo, responsável pelo depoimento que acusou Cunha de ter recebido propina da Petrobras.
O peemedebista perdeu o mandato de deputado federal em setembro, após ser cassado pelo plenário da Câmara. Com isso, ele perdeu o foro privilegiado, que é o direito de ser processado e julgado no Supremo Tribunal Federal (STF).
Processo
Moro retomou na quinta-feira (13) o processo que corria no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Cunha.

Cunha é acusado de receber propina de contrato de exploração de Petróleo no Benin, na África, e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro. Na segunda-feira (17), Moro intimou Cunha e deu 10 dias para que os advogados protocolassem defesa prévia.
Como o STF já havia aceitado a denúncia, Moro apenas vai continuar o julgamento do caso, a partir de onde o processo parou na Suprema Corte.
O processo foi transferido para a 13ª Vara da Justiça Federal no Paraná após Cunha perder o mandato de deputado federal.
Junto com o cargo, ele também perdeu o direito à prerrogativa de foro - o chamado foro privilegiado, que lhe garantia a possibilidade de ser julgado apenas pelo STF.
Agora, toda a ação penal contra o ex-deputado deverá correr nos trâmites normais do Judiciário para qualquer cidadão. Isso significa que o julgamento contra Cunha poderá passar por todas as instâncias até que seja definida uma condenação.
No despacho em que recebeu a denúncia, Moro fez questão de lembrar que o MPF retirou a acusação de crime eleitoral contra Eduardo Cunha. O motivo, segundo o juiz, foi o fato de que a Justiça Federal não poderia julgar crimes eleitorais. Isso cabe apenas à Justiça Eleitoral.
Cláudia Cruz, mulher de Cunha, já responde por lavagem de dinheiro e evasão de divisas na Justiça Federal do Paraná. De acordo com as investigações, Cláudia Cruz foi favorecida, por meio de contas na Suíça, de parte de valores de propina de cerca de US$ 1,5 milhão recebida pelo marido.

Pressionado Moro abre ação para investigar propina a ex-presidente do PSDB . Aécio nem pensar.

Paraná 247 - O juiz federal Sergio Moro recebeu uma denúncia do Ministério Público Federal contra os executivos Idefonso Colares Filho, ex-diretor do grupo Queiroz Galvão, e Erton Medeiros, empresário ligado à Galvão Engenharia, na Operação Lava Jato. Os empreiteiros se tornaram réus por corrupção ativa pelo oferecimento de R$ 10 milhões em propina, em 21 de outubro de 2009, ao então presidente do PSDB Sérgio Guerra (falecido em 2014), diz reportagem do Estado de S.Paulo
"A Procuradoria da República, no Paraná, aponta que os valores teriam sido repassados a Sérgio Guerra e ao deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE) para barrar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobrás daquele ano. A denúncia sustenta que reriam participado dos acertos o então diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, e os intermediadores de pagamento de propinas Alberto Youssef e Fernando Antônio Falcão Soares.
Eduardo da Fonte foi denunciado perante o Supremo Tribunal Federal. A pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o Supremo desmembrou o inquérito em relação aos investigados sem foro privilegiado para a 13ª Vara Federal de Curitiba, sob a condução de Sérgio Moro.
“Quanto a Paulo Roberto Costa, Alberto Youssef e Fernando Antônio Falcão Soares, provavelmente não foram denunciados por conta dos acordos de colaboração e das prévias condenações. Mas o Ministério Público Federal não explicitou os motivos”, afirmou Moro na decisão que recebeu a denúncia. “De todo modo, presentes indícios suficientes de materialidade e de autoria em relação aos acusados Ildefonso Colares Filho e Erton Medeiros Fonseca, recebo a denúncia contra eles.”

Mercadante: “projeto deles é desmontar o Enem”


247 - A poucos dias do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o ex-ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em entrevista exclusiva ao 247, fala sobre a ameaça da manutenção do exame no atual modelo. Para Mercadante, a Medida Provisória de reforma do ensino médico inviabiliza o Enem como caminho de oportunidades para o ensino superior no Brasil.
O ex-ministro também comentou sobre as ocupações em escolas de todo o país e criticou a PEC 241 que, de acordo com ele, além de ter impacto devastador, trará mais retrocessos na educação.
As provas do Enem serão nos próximos dias 5 e 6 novembros em todo Brasil. Este ano, 8,647 milhões de pessoas confirmaram inscrição no exame.
247 -  Estamos a três semanas do Enem, o segundo maior exame de estudantes do mundo, você acredita que o atual momento político pode ter algum impacto nas provas?
Mercadante: Tenho orgulho em dizer que os governos Lula e Dilma transformaram o Enem no grande caminho de oportunidades de acesso ao ensino superior no Brasil.  A concepção do Enem, da forma que é realizado hoje, com toda a logística e demais regras, foi construída e implementada, com êxito, pelas nossas gestões. Tudo que está sendo executado no Enem 2016 foi planejado, elaborado e preparado por nós.

Agora, existe uma grande preocupação porque, em razão de acordos partidários, os golpistas afastaram das funções no Inep, órgão responsável pelo Enem, profissionais de carreira altamente qualificados e experientes. Essas pessoas foram, em grande parte, responsáveis pelo sucesso do Enem nos últimos anos. 
Esperamos que tudo ocorra sem problemas, porque é um momento muito decisivo na vida de milhões de estudantes, mas há preocupação com a gestão do processo.
O que esperar de uma gestão que desmontou as equipes dos profissionais de tecnologia da informação? Que não conseguiu sequer divulgar o resultado do Enem por escolas de forma correta, omitindo o resultado dos institutos federais. Sem falar nas lambanças com o Fies e na própria abertura do sistema de matrículas do programa de financiamento estutantil. 
Por sua dimensão, o Enem é algo muito mais complexo, mas como foi muito bem planejado, tem tudo para ocorrer sem problemas. O planejamento estratégico do Enem mapeia 3,6 mil pontos de atenção e os parceiros históricos para realização do exame, que são o Cespe da UnB e a Censgranrio, foram mantidos.
247 – Você avalia, então, que o Enem 2016 realmente corre algum risco?
 Mercadante: Estamos falando da vida de 8,6 milhões de pessoas que depositam esforços e esperanças em dois dias de provas. Como disse anteriormente, as condições foram deixadas. As provas têm tudo para dar certo. A questão é saber se a gestão, sem os profissionais experientes e competentes, vai dar conta do desafio. Esperamos que sim, pelo respeito aos estudantes. É o momento deles. A oportunidade de mudarem de patamar de vida com um bom desempenho no Enem.
Não podemos deixar de mencionar que, às vésperas do Enem, 768 escolas estão ocupadas em 18 estados do país. No Paraná, há um cenário ainda mais complicado de greve geral. Além de estudantes de todo país que, em um momento decisivo de suas vidas a poucos dias do Enem, estão lutando contra os retrocessos que os golpistas estão realizando na educação. 
Essa forte reação na rede de educação é resultado, especialmente, da Medida Provisória autoritária de reforma do ensino médio e da PEC 241, que congela como teto os orçamentos reais em educação pelos próximos 20 anos. Os estudantes querem participar dos debates dessas medidas que terão impacto direto no futuro deles na vida escolar.
Em se tratando do Enem , certamente, esses estudantes que estão mobilizados contra os retrocessos da educação estão com a preparação para as provas prejudicada, ainda mais quando  outro grande programa, como a Hora do Enem, está sendo deixado de lado. A Hora do Enem é uma alternativa concreta de preparação para o exame, envolvendo simulados, diagnósticos e planos de estudos. O programa criou uma rede de TVs públicas e educativas que todo dia discute questões relevantes para o Enem e oferece uma plataforma de ensino com 1.220 vídeo aulas e exercícios. 
 A Hora do Enem, que deveria ser grande prioridade neste momento, foi totalmente silenciada pela atual gestão do MEC, que inclusive já declarou disposição de inviabilizar o atual modelo do Enem. Eles são contra políticas que dão oportunidades para todos. E veja, que este programa a Hora do Enem foi totalmente custeado e concebido em parceria com o sistema Sesi -Senai, praticamente sem custos para o Ministério.
247 - Você falou nas ocupações, qual sua avaliação?
 Mercadante: Lamentavelmente, estamos vivendo uma situação muito complicada. A educação não pode perder sua atitude educadora. O que esses jovens querem, na realidade, é participar do processo. É uma insensatez essa reforma do ensino médio de cima para baixo. 
O governo golpista já deveria ter convidado esses estudantes para o diálogo, ter aberto. minimamente, um espaço para a participação social. A sociedade quer e tem o direito de participar do debate. Não é com intransigência, autoritarismo e repressão policial, como ocorreu no Rio de Janeiro e em Campinas, que vamos avançar na construção da educação que todos queremos e que o Brasil precisa. 
247 -  E o que você quer dizer quando afirma que a atual gestão do MEC vai inviabilizar o atual modelo do Enem?
 Mercadante: Estamos falando que há muito tempo eles combatem e assumem publicamente que o projeto deles é desmontar o Enem. Na realidade, estão colocando em prática aquilo que eles sempre defenderam e que sempre votaram no Congresso Nacional.  
Falo isso porque a atual equipe da educação deste governo golpista sempre foi contra a concepção do Enem. Eles votaram contra as cotas e o Prouni, recorreram ao Supremo Tribunal Federal e criticaram todo o modelo democrático de acesso à educação superior. Nunca admitiram um único exame nacional, republicano e meritocrático, que assegura a todos os estudantes a mesma oportunidade em programas de acesso o ao ensino superior como o Sisu, as cotas para estudantes das escolas públicas, o Fies e o ProUni.
A recente declaração de um deputado da base aliada, que disse “quem pode paga, quem não pode não faz universidade”, resume o que uma parte expressiva destes conservadores verdadeiramente pretende para a educação brasileira nos próximos 20 anos. O desmonte do Enem está embutido na Medida Provisória autoritária de reforma do ensino médio, que está deflagrando todo esse amplo processo de mobilização e ocupação de escolas em vários estados do Brasil, que falei anteriormente. 
247 -  E qual a relação da reforma do ensino médico com o desmonte do atual modelo do Enem?

 Mercadante: Caso prevaleça uma reforma nos moldes autoritário propostos pelos golpistas, que desobriga o Estado de assegurar as mesmas oportunidades educacionais a todos os estudantes do ensino médio, com uma camisa de força de apenas 50% da grade curricular obrigatória para a Base Nacional Comum Curricular, não haverá como preservar o Enem como o grande exame de acesso à educação superior. Com esta Medida Provisória, que delega metade do currículo para as redes estaduais, que são extremamente heterogêneas, sem qualquer parâmetro nacional, teremos um verdadeiro apartheid escolar. Não estará mais assegurado a todos os estudantes do Brasil os mesmos direitos de aprendizagem. O Enem perderá a condição de ser o grande instrumento de avaliação e acesso à educação superior no Brasil. Voltaremos à indústria dos vestibulares, na qual os estudantes mais pobres das escolas públicas eram profundamente prejudicados.
A medida provisória de reforma do ensino médio também abandona completamente o ensino no turno da noite, no qual se concentra parte significativa do ensino de jovens e adultos do próprio ensino médio. São jovens e trabalhadores que estão em uma condição na qual a vida impõe a necessidade de trabalhar durante o dia e que não querem abandonar os estudos.  Com o quadro de recessão e de crise é um tendência que tende a se aprofundar.
Esse tipo de decisão autoritária e retrógrada de enfiar uma reforma de educação goela abaixo dos sistemas de ensino nunca deu certo. Há ampla literatura sobre o tema. Sem debate, sem participação social, não há envolvimento dos atores no tema, principalmente estudantes, professores e diretores de escolas. O resultado é a resistência a uma mudança curricular que deflagramos na Base Nacional Comum Curricular com ampla participação, mais de 12 milhões de contribuições, com diálogo e debate. O que temos agora é autoritarismo e uma forte reação docente e estudantil, com intensas mobilizações e ocupações de escolas.
247: Para finalizar, algum comentário sobre a PEC 241, que está em vias de ser aprovada pelo Congresso Nacional. O próprio presidente Temer tem dito que educação e saúde serão preservadas.
 Mercadante: Na educação, o governo Dilma investiu R$ 54 bilhões acima do piso constitucional. Essa PEC estabelece com teto o congelamento dos valores reais do orçamento por vinte anos. O piso constitucional de aplicar 18% da receita líquida de impostos na educação é insuficiente para os imensos desafios que ainda temos, como 600 mil crianças em idade obrigatória de estar na educação infantil fora da escola e cerca de 1,7 milhões de adolescentes que deveriam estar cursando o ensino médio também fora da escola.
Desenhamos um programa para realizar uma busca ativa destes jovens, que foi totalmente abandonado. Temos salários baixos e professores sem formação docente adequada as disciplinas que oferecem. Carreiras que não incentivam a atração de profissionais. Estamos longe de assegurar uma educação universal de qualidade. Todos estes objetivos estratégicos foram detalhadamente estabelecidos no Plano Nacional de Educação e serão totalmente comprometidos com a PEC 241. É a PEC contra os pobres.
O que precisamos é colocar os ricos na reforma tributária e não seguir essa lógica perversa de retirar os pobres do orçamento. Falo de alternativas como imposto sobre herança e ganha de capital e do imposto progressivo. É preciso mais justiça fiscal para seguirmos distribuindo renda, consolidando um mercado consumidor interno de massa e criando um caminho de oportunidades na educação.
Veja que o governo Dilma, como já mencionei, aplicou R$ 54 bilhões em educação acima do piso constitucional. Nosso governo também vinculou as verbas futuras da educação aos royalties do petróleo e ao Fundo Social do pré-sal. Todo este esforço, que precisaria continuar, estará comprometido com o teto constitucional imposto pela PEC 241. Os resultados serão devastadores e os retrocessos na educação já são realidade: fim do Pronatec, cortes no Fies e da exp ansão das federais, término do Ciências Sem Fronteiras, desmonte do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, abandono do novo sistema de avaliação da educação entre outros programas estruturais, que foram total ou integralmente destruídos pelo governo golpista.
A PEC também vai reduzir os repasses para estados e municípios, que terão, cada vez mais, dificuldade de suprir as deficiências dos orçamentos. 
Os pobres estão, novamente, sendo excluídos do orçamento. Infelizmente, até uma série de parlamentares, com histórico de comprometimento com a educação, aderiram a esta pauta que deixará cicatrizes profundas na educação. Na prática, a PEC 241 inviabilizará nosso legado de acesso à educação pública e destrói o Plano Nacional da Educação para a próxima década.
Vivemos tempos sombrios, mas de também vivemos tempos de luta, muito mais luta. E isso é o que precisamos para reconstruir um Brasil mais justo e com muito mais oportunidades para todos.

Dilma rebate Fux e diz que chapa com Temer não pode ser dividida

247 - A defesa ex-presidente Dilma Rousseff rebateu a declaração do ministro do STF (Superior Tribunal Federal) Luiz Fux, que também é vice-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), de que seria possível separar as contas de campanha da petista e de Michel Temer. O advogado Flávio Caetano, parte da defesa de Dilma, reafirmou que a chapa é única, e que os dois assinaram a prestação de contas junto com tesoureiro da campanha, diz reportagem de O Globo.
Caetano disse acreditar que o ministro Fux falou de um caso hipotético, uma vez que o magistrado pode vir a ter que julgar o caso.
"- Porque, sendo um magistrado e um professor constitucionalista, sabe que não pode emitir um prejulgamento, que não pode falar fora do processo, disse o advogado.
Caetano ressaltou que não é possível a separação das contas porque a Constituição e a legislação eleitoral exigem que a chapa seja única. Que seja composta por presidente e vice. "

10.18.2016

Após Fluminense entrar com pedido de anulação do Fla-Flu no STJD, CBF retira pontos do Flamengo na tabela


Confusão do Fla-Flu
Confusão do Fla-Flu Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo
Extra
Com o resultado do Fla-Flu suspenso pelo STJD temporariamente, a CBF alterou a tabela do Campeonato Brasileiro nesta terça-feira após receber a ordem. A entidade retirou os três pontos do Flamengo referentes à vitória por 2 a 1, no Estádio Raulino de Oliveira. Com isso, o Rubro-negro fica com 57 pontos, agora a sete pontos do líder Palmeiras.
O Fluminense fez o pedido de anulação do resultado na segunda-feira. O Tricolor Carioca alega que o árbitro Sandro Meira Ricci necessitou de interferência externa para anular (acertadamente) o gol do zagueiro Henrique, que daria o empate ao Tricolor. A interferência externa é proibida pela Fifa.
O STJD vai julgar o caso, mas ainda não há uma data para o julgamento.



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De que vale Crivella pedir perdão se sua igreja ainda repete barbaridades sobre negros e gays?



Ele


Marcelo Crivella pode pedir desculpas pelo que escreveu no passado, mas sua relação umbilical com a Igreja Universal o impede de se desvencilhar do livro “Evangelizando a África”.

A obra assinada por ele relata os dez anos em que viveu no continente africano e revela em alguns trechos o seu preconceito contra homossexuais e intolerância a religiões africanas.
Sobrinho de Edir Macedo, Crivella é bispo licenciado da Igreja Universal. Por mais que ele culpe a imaturidade dos seus 42 anos, idade que tinha quando o livro foi editado, o pensamento atual da sua igreja ratifica as palavras da obra, que “parece ter sido condenada à clandestinidade”, conforme a matéria de O Globo que tirou o livro do limbo.
No livro, publicado em inglês em 1999 com o título “Mutis, Sangomas and Nyangas: Tradition or Witchcraft?” (“Mutis, sangomas e nyangas: Tradição ou feitiçaria?”) e lançado no Brasil três anos depois, Crivella diz que a homossexualidade é provocada por espíritos demoníacos e pode inclusive ser passada de pai para filho.
Religiões africanas, espiritismo e hinduísmo abrigam “espíritos imundos”. Nem a Igreja Católica escapa, acusada na obra de pregar “doutrinas demoníacas”.
Crivella poderia pedir para que esqueçam o que ele escreveu se esse pensamento torto fizesse parte do passado da IU. Porém não é difícil encontrar na página da igreja textos com ideias idênticas às do livro “Evangelizando a África”.
Como um com o título “Entenda como agem os espíritos enganadores”. Após uma longa introdução com passagens da Bíblia, atacou a tradição de católicos, umbandistas e adeptos do candomblé de distribuir balas nos dias de São Cosme e São Damião.
“Quase todos os países do mundo têm estimulado a prática de comer coisas sacrificadas aos ídolos. Os nomes e as figuras dos “santos” variam, mas a prática é a mesma. A obediência é ao mesmo diabo, e a desobediência é ao Único Deus Vivo e Verdadeiro.
No Brasil, por exemplo, temos várias festas católicas que estimulam esse hábito. No dia 27 de setembro é comemorado “Cosme, Damião e Doum”. Nesse dia, é costume dos católicos se mesclarem com os adeptos de outras religiões, inclusive da umbanda, quimbanda e candomblé, e, juntos, oferecerem bolos, doces e balas para todas as crianças da vizinhança em homenagem àqueles “santos” da Igreja Católica”.
O texto chega a causar risos de tão patético, mas uma publicação da Folha Universal de 1999 provocou efeitos mais dolorosos.
Na época, o jornal publicou uma matéria com a manchete “Macumbeiros charlatões lesam o bolso e a vida dos clientes”. Como foto de capa estava a Iyalorixá Gildásia dos Santos e Santos, a Mãe Gilda, ativista social e fundadora de um terreiro de candomblé em Salvador.
Após a publicação da matéria, no mês de outubro, o terreiro foi invadido e depredado por fanáticos evangélicos. Em janeiro de 2000, Mãe Gilda não suportou o desgosto provocado pelas agressões e morreu de enfarte.
Casos de intolerância como o que provocou a morte de Mãe Gilda são relativamente comuns.
Em 2015 uma mãe de santo de 90 anos de idade, da cidade de Camaçari, na Bahia, enfartou e morreu após membros de uma igreja evangélica passarem a madrugada orando em frente à sua casa com a justificativa de expulsar os demônios que ali estariam.
No mesmo ano a menina Kaylane Campos, de 11 anos, foi atingida por uma pedrada na cabeça quando andava por uma rua do Rio de Janeiro vestindo roupas do candomblé, religião da qual é adepta.
Dos 1.014 casos de ofensas, abusos e atos violentos de intolerância religiosa registrados no Rio de Janeiro entre 2012 e 2015,  70% são contra praticantes de religiões de matrizes africanas.Em Brasília, somente no ano passado 13 terreiros de Candomblé foram queimados.
Seria leviano colocar todos esses casos na conta da IU, mas não há como negar que a igreja do Crivella seja um dos catalizadores dos atos de intolerância contra as religiões de matriz africana.
Uma cruzada, aliás, que revela o racismo contra os negros, pois seguidores de crenças como budismo e judaísmo são poupados da fúria dos abençoados.
Assim, a única saída para Crivella se livrar da sombra do livro que agora o persegue é abandonar a IU. Como não fará isso, a solução que encontrou foi admitir as próprias imperfeições.
“Sou candidato a prefeito, não a perfeito. Perfeito só Deus”, escreveu na nota enviada à imprensa após a divulgação do livro.
Faltou mencionar que “perfeito só Deus, desde que Cristão e neopentecostal”.