CANALHAS/CANALHAS
A edição da Veja deste fim de semana retrata em
matéria que o juiz Gebran Neto, do TRF-4, admitiu
a amigos que ignorou a lei para mante Lula preso,
no episódio em que a ordem judicial do desembargador
Rogério Favretto foi descumprida.O desembargador
Gebran Neto admitiu que ignorou a ’’letra fria da lei’’ao dar
decisão contrária à soltura de Lula, desconsiderando a competência do juiz de plantão.
Trata-se de uma confissão do caráter absolutamente
fraudulento destas eleições, em que a arbitrariedade
judicial define cada um de seus passos – o próprio
TRF4 decidiu que Lula não poderia participar do
debate na Band – a fim de que o próximo presidente
saído das urnas possa aplicar ataques ainda mais
duros que os ajustes iniciados pelo PT, especialmente
no segundo mandato de Dilma Rousseff.
É um escândalo que a população seja impedida de
votar em quem quiser por interferência judicial,
que tem mil e um laços com instituições
departamentais dos Estados Unidos, como o
Departamento de Estado e de Justiça, ’’escolas’’
de formação para juízes golpistas como Sérgio Moro (marreco).
A administração Trump enviou emissários diretos de Washington para acompanhar de perto o caminho
das eleições que – segundo os planos– devem dar
origem a um governo títere que não apenas aplique duros ajustes, mas que avance em privatizações
de setores estratégicos da economia, como a
Petrobras.
Marcello Pablito, trabalhador do restaurante
universitário da USP, militante da agrupação
de negras e negros Quilombo Vermelho,
pré-candidato a deputado estadual pelo MRT
em São Paulo, disse que"A Lava Jato e o resto
do poder judiciário está atuando pra escolhera
dedo um presidente que continue o golpismo
e seja capaz de descarregar de forma redobrada
a crise nas costas dos trabalhadores e do povo
com mais desemprego, mais trabalho precário
e mais cortes dos direitos sociais. Para tal buscam
legitimar de forma cada vez mais indiscriminada
medidas autoritárias que violam os princípios
democráticos mais elementares como o direito
de defesa e o direito ao voto. Nós não apoiamos
o voto em nenhum dos candidatos do PT; queremos
superar pela esquerda a tragédia da conciliação
de classes petista, com um programa de
independência de classe anti-imperialista.
Mas somos incondicionalmente contra a prisão
arbitrária de Lula e somos intransigentes na
defesa do direito do povo votar em quem quiser.
Todos os partidos que se dizem de esquerda
deveriam ter esse como um dos seus eixos
políticos na campanha eleitoral, como forma
de denunciar o caráter proscritivo dessas eleições."