Indicado por Rodrigo Janot para ser seu vice na Procuradoria Geral da
República, o procurador José Bonifácio Borges de Andrada é dono de um
currículo "tucaníssimo", destaca Helena Sthephanowitz, da Rede Brasil
Atual; foram oito anos em cargos de confiança nos governos de FHC e
depois mais oito anos no de Aécio, quanto este foi governador de Minas
Gerais; o senador Aloysio Nunes já foi seu chefe direto; ele também é
filho do ex-deputado federal tucano Bonifácio Andrada e irmão de outro
tucano, o prefeito de Barbacena (MG)
Defesa da presidente afastada vai recorrer da decisão proferida pelo
ministro Teori Zavascki e pedir para que o plenário do Supremo Tribunal
Federal se manifeste sobre a possibilidade de manter Michel Temer como
presidente interino até a análise definitiva dos recursos sobre o caso;
em sua decisão, quando rejeitou o recurso de Dilma, Teori disse que só
em "hipótese extremada" o STF deve intervir na decisão sobre impeachment
tomada pelo Congresso; a defesa pede a anulação da decisão do Senado a
realização de um novo julgamento
A defesa da presidente afastada Dilma Rousseff vai recorrer contra a
decisão proferida monocraticamente pelo ministro Teori Zavascki, do
Supremo Tribunal Federal, que rejeitou recurso da petista pedindo a
anulação da decisão do Senado sobre o afastamento e que seja realizado
um novo julgamento. No mandado de segurança, o advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo,
argumentou que houve uma mudança no chamado "libelo", a peça acusatória
utilizada no julgamento, para a inclusão de um dispositivo legal para
caracterizar o crime de responsabilidade fiscal, o que prejudicou o
direito de defesa. Com base nesse argumento, Cardozo pediu que o Supremo concedesse uma
medida liminar para restabelecer a interinidade de Michel Temer na
Presidência da República, enquanto não transitar em julgado o pedido
pela anulação da decisão do Senado que condenou Dilma e a realização de
um novo julgamento do impeachment. Em sua decisão, Teori afirmou que só em "hipótese extremada" o STF
deve intervir de forma "precoce" na decisão sobre impeachment. A defesa
de Dilma pede para que o plenário decida sobre voltar Temer na condição
de interino até que haja análise definitiva dos recursos.
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira 9 a Operação Véu Protetor,
cujo objetivo é desarticular uma organização criminosa que atuava no
norte de Minas Gerais; entre os envolvidos estão a deputada federal
Raquel Muniz (PSD-MG) e seu marido, o prefeito afastado de Montes
Claros, Ruy Muniz (PSB); ele já havia sido preso no dia 18 de abril,
acusado de sabotar o funcionamento de hospitais públicos e filantrópicos
para beneficiar o Hospital das Clínicas Mario Ribeiro da Silveira,
pertencente e gerido por familiares; um dia antes, a deputada Raquel
Muniz votou favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff e
justificou seu voto elogiando o marido; "Meu voto é para dizer que o
Brasil tem jeito e o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos
nós com sua gestão"; esquema investigado pela PF envolve sonegação de R$
200 milhões
Matéria publicada pelo Financial Times nesta sexta-feira (9) fala sobre o modo como o Brasil encara (ou não) seus problemas políticos e econômicos mais sérios. A
reportagem diz que o clima de incertezas políticas após o impeachment
da presidente Dilma Rousseff causa revolta a alguns grupos e indiferença
a outros. Economistas e cientistas políticos procuram não se posicionar quanto ao cenário até a próxima eleição presidencial em 2018. Financial
Times acrescenta que os aliados de Dilma têm encenado violentos
protestos nacionais, denunciando o que eles chamam de um "golpe". No
entanto, ao conversar com alguns brasileiros
percebe-se um verdadeiro desprezo pela classe política em geral.
Existem também os brasileiros que simplesmente não têm ideia do que está
acontecendo. O jornal britânico entrevistou aleatoriamente dez pessoas: um varredor de rua, um estudante,
um engenheiro, um fazendeiro, um analista de sistemas, um operador de
elevador, um prestador de cuidados para idosos, um engraxate, uma
executiva de sucesso e um vendedor de rua (camelô). Ninguém soube dar
uma explicação correta sobre o afastamento da presidente do Brasil. Três
falaram que sabiam que a presidente Dilma havia desrespeitado "leis
fiscais", mas depois admitiram que não sabiam o que isso significava.
Cinco deles disseram que a presidente foi cassada por causa da
corrupção, um disse que era por causa da alta taxa de inflação do Brasil
e outro confessou que não sabia de nada. Financial Times fala sobre a falta de interesse político do brasileiro após tantas desilusõesO
Financial Times aponta que três não sabiam quem era a presidente. "Seu
nome começa com" R "eu acho", disse um, acrescentando com um sorriso:
"Eu gostaria de ser presidente, aí eu poderia ficar rico". Grande
maioria dos cidadãos que vive em um país democrático considera perda de
tempo questionar a política, pois não acredita que pode mudar nada com
seu voto. "Por que tentar participar de um processo que não pode
influenciar?", Diz Schüler. Em países como o Brasil, onde a corrupção é
comum, os incentivos são ainda mais baixos. Além disso, aprender sobre
as leis de responsabilidade fiscal complicadas que Dilma supostamente
quebrou é particularmente desagradável e incompatível com a vida dura de
um trabalhador comum, comenta o Financial Times. Segundo a reportagem, a crescente apatia política levanta duas questões de grande importância no Brasil. Primeiro,
analisa o Financial Times, porque o Brasil vive um momento em que os
cidadãos estão realizando suas maiores manifestações de rua, o que
sugere que muitos cidadãos querem desesperadamente mudança, mas perderam
a fé no sistema para entregá-lo ao grupo que está no poder. Esse fato
deve-se principalmente pela quantidade de escândalos de corrupção, assim
como regras de financiamento de campanha de forma ilícita. Em
segundo lugar, prossegue o Financial Times, o voto é obrigatório,
fazendo com que o desinteressado e sem informação seja obrigado a
participar da decisão do futuro do país. A maioria dos analistas
concordam sobre os benefícios do voto opcional a longo prazo. Como diz o velho ditado: o Brasil não é para principiantes, finaliza o Financial Times. Leia também > > 'El País' destaca terceiro ato contra Temer nesta semana
A
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abriu, nesta
sexta-feira, as inscrições de um concurso público para provimento de
vagas e formação de cadastro reserva no cargo de Técnico Administrativo,
que exige ensino médio completo. São 78 vagas no total, sendo 58 para
ampla concorrência, 4 reservadas para pessoas com deficiência e 16 para
candidatos negros. A remuneração é de R$ 6.002,14 para uma jornada de 40
horas semanais. A lotação dos aprovados será na sede da Anvisa, em
Brasília. Para participar, é necessário apresentar certificado de
conclusão de curso de ensino médio (antigo segundo grau) ou curso
técnico equivalente. As inscrições serão realizadas pelo site do Cespe/UnB, até as 18h do dia 29 de setembro. A taxa de participação custa R$ 70. A
seleção será feita por provas objetivas de conhecimentos básicos e
específicos, além de prova discursiva. Os exames terão a duração de
4h30m e serão aplicados em 4 de dezembro. Todas as etapas do
concurso — provas objetivas, prova discursiva, perícia médica dos
candidatos que se declararem com deficiência e a verificação da condição
declarada para concorrer às vagas reservadas aos candidatos negros —
serão realizadas em Brasília. Acompanhe o noticiário de empregos, concursos e capacitação também pelo Twitter@Vida_Ganha e peloLinkedin.
A demissão do advogado-geral da União, Fábio Medina Osório, na noite
de ontem, pode ser uma faca de dois gumes para o governo de Michel
Temer; de uma lado, facilita a vida das empreiteiras e pode evitar
delações comprometedoras contra o PMDB; isso porque Osório havia aberto
ações de reparação que cobravam nada menos que R$ 23 bilhões das
construtoras e dos executivos envolvidos na Lava Jato; o risco é que
Temer e seu ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, sejam acusados de
obstruir a Justiça e a tentativa de recuperação dos valores – até porque
tanto Temer como Padilha foram citados na pré-delação da Odebrecht
Em Washington, a secretária-executiva da Comissão Econômica para a
América Latina (Cepal), ligada à ONU, Alicia Bárcena, elogiou o Brasil
por ter conseguido retirar 40 milhões de pessoas da linha de extrema
pobreza, mas aponta como desafio o ajuste fiscal a ser realizado pelo
País sem que haja redução nos gastos sociais; segundo ela, programas
como o Bolsa Família, criado no governo Lula, precisam ser preservados
Colunista do Globo classifica como "um golpe contra a Lava Jato" a
proposta que está pronta no Congresso Nacional com o objetivo de
anistiar políticos, partidos e empresários que até agora fizeram e
receberam doações eleitorais pelo esquema de caixa 2
Desde o dia 31 de agosto, quando o Senado confirmou o afastamento da
presidente Dilma Rousseff, diversas cidades do Brasil têm tido protestos
praticamente diários contra o governo Michel Temer; a principal demanda
é a reconquista da democracia e o respeito ao voto popular, com Diretas
Já; agora, à medida em que vêm a público os principais pontos da agenda
Temer, como a flexibilização de direitos trabalhistas, o aumento da
idade mínima para a aposentadoria e a venda acelerada dos ativos da
Petrobras, as ruas ganharão novos ingredientes; além de ilegítimo, aos
olhos de grande parte da população, Temer contribui para a própria
impopularidade com suas medidas amargas
"Ontem Janot abriu mão das sutilezas, dos rapapés, das manobras
florentinas, dos disfarces para sustentar a presunção de isenção e
rasgou a fantasia, nomeando o subprocurador Bonifácio de Andrada para o
lugar de Ela Wieko, na vice-Procuradoria Geral. Não se trata apenas de
um procurador conservador, mas de alguém unha e carne com Aécio Neves e
com Gilmar Mendes", diz o jornalista Luis Nassif; segundo ele, as
acusações contra o senador, apontado na pré-delação da OAS como
beneficiário de propinas na Cidade Administrativa, desaparecerão de vez
do noticiário e da PGR
Fabio Medina Osório, da Advocacia-Geral da União, é o quarto ministro
demitido do governo Temer, após as quedas de Romero Jucá, Fabiano
Silveira e Henrique Alves; Osório foi degolado por Eliseu Padilha, chefe
da Casa Civil, e um dos motivos foi a Lava Jato; a briga entre os dois
começou quando o chefe da Casa Civil reclamou com o advogado-geral da
atuação da AGU na operação; perguntado por que era contra, Padilha
explicou que, ao envolver a AGU na Lava-Jato, Medina Osório traria
'problemas para o governo'; Osório deve se encontrar com Temer nesta
sexta-feira para oficializar sua saída
"Temer não me chamou para conversar. Eu não pedi demissão", disse o
ministro Fábio Medina Osório, advogado-geral da União, que teria sido
demitido ontem pelo chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, após uma
discussão; à jornalista Andreia Sadi, ele questionou a versão do colega:
"e Padilha tem autoridade para demitir um ministro?"
Pontífice alerta para uso deturpado de religiões para semear o mal e a discórdia
O Dia
Vaticano
- O Papa Francisco pediu, nesta quinta-feira, que todas as confissões
religiosas condenem “de forma conjunta e contundente” e tomem distância
das ações terroristas que se amparam na religião. Ele fez esse pedido ao
discursar no seminário 'América em diálogo: nossa casa
comum', que a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Instituto de
Diálogo Inter-religioso de Buenos Aires realizaram no Vaticano. “Percebemos
com pesar que o nome da religião é usado, muitas vezes, para cometer
atrocidades como o terrorismo e semear o medo e a violência e, por
consequência, as religiões são identificadas como responsáveis pelo mal
que as cercam. Essas ações abomináveis devem ser condenadas de maneira
determinada. É preciso tomar distância de quem busca envenenar as
pessoas”, disse o Pontífice. Papa ressaltou que mesmo quem não tem religião deve se engajar
Efe
Diante disso, ele disse que é necessário
mostrar os valores positivos inerentes às tradições religiosas para
conseguir uma sólida esperança. “É necessário que compartilhemos as
dores e as esperanças, para poder caminhar juntos, cuidando um do outro,
e também da criação, na defesa e na promoção do bem comum”,
acrescentou.
Francisco destacou a importância dos encontros
e da cooperação entre as variadas confissões, “baseada na promoção de
um diálogo sincero e respeitoso, pois se não existe respeito recíproco
não haverá diálogo inter-religioso”. Para o Papa, todos os crentes têm o
dever “de defender a vida, a integridade física e as liberdades
fundamentais, como a de consciência, de pensamento, de expressão e de
religião”. “O mundo
constantemente nos observa para comprovar qual é nossa atitude perante a
casa comum e perante os direitos humanos”, explicou. E acrescentou a
necessidade de colaborar entre os crentes, mas também “com os homens e
mulheres de boa-vontade que não professam religião, para que demos
respostas efetivas a tantas pragas de nosso mundo”.
Qui, 08 de Setembro de 2016 11:30
Maritiza Neves - ASCOM Comunicação
O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos)
segue o exemplo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para ajudar a
divulgar um movimento que acontece durante o mês de setembro, em todo o
mundo: o Setembro Amarelo. Esta é a razão de o castelo estar iluminado
pela cor que simboliza a atenção, o cuidado.
O Dia Mundial e Prevenção ao Suicídio é
comemorado em 10/9. Esta campanha alerta a respeito da realidade sobre o
suicídio e comunica suas formas de prevenção.
Um mal silencioso e considerado tabu,
pouco se fala nesse assunto. Por conta disso, já é considerado um
problema de saúde pública. Anualmente, segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS), 800 mil pessoas são retiradas do convívio social por
considerarem o suicídio a melhor solução para suas aflições. No Brasil,
pelos números oficiais, são 32 brasileiros mortos por dia, taxa superior
às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer.
De acordo com a OMS, nove em cada 10
casos poderiam ser prevenidos. Mas, como buscar ajuda se sequer a pessoa
sabe que ela pode ser ajudada e que o que ela passa naquele momento é
mais comum do que se divulga? Para entender um pouco do assunto e saber
como ajudar, clique nos links abaixo e acesse informações sobre o tema.
História e engajamento -
Iniciado no Brasil pelo CVV, Conselho Federal de Medicina (CFM) e
Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), o Setembro Amarelo realizou
as primeiras atividades em 2014, concentradas em Brasília. Em 2015,
conseguiu uma maior exposição com ações em todas as regiões do país.
Mundialmente, o Associação Internacional para Prevenção do Suicídio
(IASP, na sigla em inglês) estimula a divulgação da causa, vinculado ao
dia 10 do mesmo mês no qual se comemora o Dia Mundial de Prevenção do
Suicídio.
O apoio à campanha é mundial. Para se
engajar, qualquer pessoa pode iluminar ou identificar a fachada de sua
casa com a cor amarela, ajudar a iluminar prédios públicos, colocar
faixas, usar camiseta ou então uma fita amarela no vestuário, enfim, o
que a imaginação, habilidade e acesso permitirem.
Foto: Peter Ilicciev
A
iluminação da cor da campanha é uma das formas de chamar a atenção para
um problema que, ainda, é considerado tabu por algumas sociedades, como
a brasileira
Última atualização ( Qui, 08 de Setembro de 2016 15:07 )
'Ela se prepara para dar sequência à política de combate ao golpe no País'
- Atualizada às
Estadão Conteúdo
Rio - A ex-presidente Dilma Rousseff vai viajar pelo Brasil
para participar ativamente da campanha municipal em diferentes cidades.
Antes, no entanto, ficará alguns dias em Porto Alegre, sem compromissos
públicos.
Assessores dizem que ela gostaria de tirar duas semanas de férias,
para descansar. Mas a brevidade da campanha eleitoral neste ano pode
fazer com que a petista encurte o período de descanso. Ela foi convidada
a participar do comício da candidata do PCdoB à prefeitura de Salvador,
Alice Portugal, mas ainda não decidiu se comparecerá.
Dilma Rousseff fará participações em campanhas de candidatos à prefeitura
Roberto Stuckert Filho/ PR
O que está definido é que ela vai se deslocar pelo
Brasil em apoio a candidatos do PT e de partidos aliados. O ex-ministro
do Trabalho e Previdência Social Miguel Rossetto - que acompanhou Dilma
na viagem de Brasília a Porto Alegre - afirmou que, além de participar de atos de campanha, ela gravará programas para a propaganda eleitoral na televisão.
Ele
frisou que por enquanto não há uma agenda definida. "Ela se prepara
para dar sequência à política de combate ao golpe no País", acrescentou. O
presidente do PT no Rio Grande do Sul, Ary Vanazzi, disse que o partido
espera contar com Dilma em campanhas no Estado, mas que os detalhes
ainda serão acertados com a equipe da ex-presidente. "Vamos respeitar o tempo dela", afirmou. No
grupo que foi recepcioná-la, no fim da tarde desta terça-feira, 6, na
Base Aérea de Canoas - onde o avião da Força Aérea Brasileira (FAB)
aterrissou -, estava Raul Pont (PT), que foi prefeito de Porto Alegre de
1997 a 2000 e disputa a prefeitura da capital gaúcha novamente este
ano. Nesta quarta-feira, 7, primeiro dia de Dilma em Porto Alegre,
houve pouca movimentação em frente ao prédio dela, no bairro Tristeza.
De manhã, foi possível observar a entrada e saída de seguranças. A
ex-presidente não foi vista. Dilma não andou de bicicleta, como
costuma fazer no início da manhã. Fazia frio e ventava bastante na
capital gaúcha. Além disso, a Avenida Beira-Rio, por onde passa a
ciclovia, ficou parte do dia bloqueada por conta do desfile do Dia da
Independência. À tarde, duas mulheres entregaram uma correspondência de
apoio à Dilma para a porteira do edifício. Os dias de Dilma em
Porto Alegre deverão ser dedicados à família Sua filha, Paula Araújo, e
os netos, Gabriel e Guilherme, moram a um quilômetro de distância. O
ex-marido da petista, Carlos Araújo, também tem casa na zona sul da
cidade. A mãe da ex-presidente, Dilma Jane, que vivia com ela no Palácio
da Alvorada, está em Minas Gerais, na companhia de parentes
Peemedebista chegou em carro fechado, acompanhado da esposa Marcela e quebrou uma antiga tradição: não passou revista às tropas
- Atualizada às
Agência Brasil e Estadão Conteúdo
Brasília
- Mesmo com entrada restrita para convidados nas arquibancadas mais
próximas da tribuna de honra no desfile de 7 de Setembro em Brasília,
não foi possível abafar as vaias de protesto contra o presidente Michel
Temer. Esta é a primeira aparição pública do presidente Michel Temer no Brasil, após o processo de impeachment que resultou no afastamento da Dilma Rouseff. O peemedebista chegou em carro fechado, acompanhado da esposa
Marcela e quebrou uma antiga tradição: não passou revista às tropas.
Ele foi recebido pelo governador do Distrito Federal, Rodrigo
Rollemberg, e o ministro da Defesa, Raul Jungmann.
Temer e a primeira-dama Marcela durante desfile de 7 de
Setembro, cercados por Rodrigo Maia, Ricardo Lewandowski, Alexandre de
Moraes e outros
Agência Brasil
Assim que anunciado pela produção do evento, o
presidente foi vaiado pela plateia. Durante a execução do Hino Nacional,
as pessoas continuaram a entoar gritos de "Fora Temer" e "golpista" Um
grupo de pessoas tentava, sem sucesso, abafar as vaias e gritava "Brasil
pra frente, Temer presidente" em apoio ao peemedebista.
Por volta das 11h, o presidente Michel Temer e a
primeira-dama Marcela Temer deixaram a Esplanada dos Ministérios, depois
de assistirem ao desfile, no momento em que a Esquadrilha da Fumaça
fazia sua tradicional apresentação. Assim que Temer deixava a tribuna de
honra, os gritos de "Fora Temer" e "golpistas, fascistas não passarão"
recomeçaram na arquibancada ao lado. Dessa vez, no entanto, os gritos foram abafados pelo som da cerimônia.
Agora, o casal segue para a recepção no Palácio do Itamaraty, no Rio, para os chefes de Estado que vêm para a abertura da Paralimpíada.
Temer e a primeira-dama Marcela durante desfile de 7 de Setembro
Divulgação
Protestos
A
movimentação era tranquila no início da manhã. Um grupo estendia quatro
faixas com os dizeres: “Fora Temer, eleições já”, deixando-as visível
para quem descia o Eixo Monumental em direção ao Congresso Nacional.
Mais tarde, outros movimentos também estenderam suas faixas de protesto.
Ao todo, mais de 90 entidades se posicionam contra o governo Temer e
questionam a legitimidade da tomada de poder, que classificam como
golpe. “O ato faz parte de uma série de ações contra o governo.
Não concordamos com as propostas para diversas áreas, como educação,
comunicação”, diz Breno Lobo, integrante do movimento Juntos - Juventude
em Luta. Militantes do PT estenderam uma faixa verde e amarela de
150 metros já usada no 7 de Setembro do ano passado. O “Não vai ter
golpe” de 2015 virou “Fora Temer”, escrito em vermelho.
Segundo os organizadores, cerca de 5 mil pessoas protestam contra Temer em Brasília
Mídia Ninja
O protesto foi convocado pelas redes sociais,
recebeu mais de 4 mil confirmações e 4,6 mil manifestaram interesse no
ato pelo Facebook, em Brasília. Ações semelhantes foram convocadas em
outras cidades do país. A manifestação “Fora Temer”, une-se, este ano,
ao Grito dos Excluídos, protesto tradicional de 7 de Setembro, que reúne
movimentos sociais em busca de visibilidade e melhores condições de
vida.
“Neste ano, o nosso lema é Fora Temer, nenhum direito a
menos. Vamos deixar claro que não sairemos das ruas”, diz Wilma dos
Reis, uma das organizadoras do ato. Em frente a um cartaz do coletivo
#Mulherespelademocracia, ela diz que os direitos das mulheres estão
ameaçados por diversas medidas do atual governo. “É um governo de
homens, héteros e brancos, onde a mulher é vista apenas como decorativa
nos altos cargos”.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um dos principais
articuladores do golpe de 2016, admite que seu próprio partido, o PSDB, é
parte da "velharia da política". "Parece, infelizmente me parece [que
PSDB e PT integram a velharia]", disse. "Infelizmente, nós não fomos capazes de superar esses entraves
enormes, que eu chamo de atraso. Não é direita e esquerda. É outra
coisa, é cultural. São pessoas que querem tirar proveito do Estado",
comentou, em entrevista ao jornalista Josias de Souza, do portal UOL,
publicada nesta quarta-feira 7. Sobre o ex-presidente Lula, ele diz não acreditar na versão do
petista sobre o sítio em Atibaia e o apartamento no Guarujá. "É difícil
colar", diz FHC. "É difícil porque houve uso reiterado dos bens. É claro
que a Justiça vai ter que provar. Às vezes não é fácil provar",
acrescenta. Recentemente, o tucano foi acusado pela ex-amante, Miriam Dutra, de
ter apartamentos em Paris e Nova York, além de uma fazenda em Minas, em
nome de um laranja (leia aqui). Ele prevê ainda a prisão de Lula. Em sua opinião, há dúvida de que
"há o risco" de Lula ser remetido à cadeia. "Risco não só para ele, para
todos nós, pelas consequências disso", afirma. A eventual prisão de Lula, segundo FHC, será "uma questão delicada do
ponto de vista político". "Imagino que os procuradores e os juízes
estão numa situação complicada, porque eles têm a lei. Se houver fatos, o
que o juiz vai fazer?", questiona. O ex-presidente prevê no Brasil o surgimento de um populista como
Donald Trump. "Pode [surgir um Trump], porque a descrença nos partidos é
muito ampla, sobretudo nos mais jovens", afirma. "Há uma desconexão. É
mundial. Para dizer de uma maneira mais genérica: a democracia
representativa liberal está em crise porque não há mais essa conexão
entre classe, partido e poder". Assista aqui à íntegra.
Durante cerca de um minuto, os gritos e
as vaias interromperam o protocolo do evento. Um dos manifestantes
abriu uma pequena faixa com os dizeres: “Não aceitamos governo
ilegítimo”
Michel Temer durante desfile de 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios- Foto: Beto Barata/PR
O presidente Michel Temer foi recebido sob protestos e gritos de
“golpista” por pessoas que foram assistir ao desfile de 7 de Setembro,
na Esplanada dos Ministérios. Ao chegar ao local reservado às
autoridades para o início do desfile, Temer foi aplaudido pelo público
que acompanha o evento das arquibancadas, próximas à tribuna
presidencial. Logo depois, porém, dezenas de pessoas vaiaram e começaram a
gritar “Fora, Temer” por diversas vezes, fazendo com que o cerimonial do
desfile fosse momentaneamente interrompido. Os manifestantes estavam
sentados em uma arquibancada localizada na diagonal da tribuna reservada
ao presidente, praticamente na frente de outro espaço onde estão
posicionados diplomatas e demais autoridades. Durante cerca de um minuto, os gritos e as vaias interromperam o
protocolo do evento. Um dos manifestantes abriu uma pequena faixa com os
dizeres: “Não aceitamos governo ilegítimo”. Em menor número, um grupo
de pessoas na mesma arquibancada se opôs ao protesto, levantando
pequenas bandeiras do Brasil e dizendo: “A nossa bandeira jamais será
vermelha”. Após a execução do Hino Nacional, os protestos continuaram, de forma mais espaçada. O presidente desceu do carro ao lado da primeira dama, Marcela Temer,
e se posicionou na tribuna onde estavam os presidentes do Supremo
Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, e da Câmara dos Deputados,
Rodrigo Maia. Esse é o primeiro evento público de Michel Temer desde que
assumiu a presidência da República. No momento em que Temer deu autorização ao Comandante Militar do
Planalto, general de Divisão César Leme Justo, para o início oficial do
evento, não foram ouvidos mais protestos. Quando o desfile já estava
ocorrendo, inclusive com a condução do Fogo Simbólico pelo atleta Arthur
Nory, os presentes aplaudiram as apresentações. Além de autoridades militares, acompanham o desfile ao lado de Temer
os ministros da Defesa, Raul Jungmann, da Casa Civil, Eliseu Padilha, da
Justiça, Alexandre de Moraes, dentre outros. Já perto do final, parte do público nas arquibancadas voltou a
gritar pela saída de Temer e “golpistas, machistas, não governarão”. O
ato ocorreu na passagem da Esquadrilha da Fumaça, o último grupo a
participar do evento.
Enquete do jornal O Globo, que procurou todos os 512 deputados
federais entre segunda e terça-feira, aponta que faltam 26 votos para
que o mandato de Eduardo Cunha seja cassado quando ocorrer a votação em
plenário, atualmente prevista para 12 de setembro; do bloco chamado
Centrão, base fortemente influenciada por Cunha quando ele comandou a
Casa, 48 dos 165 já declararam serem favoráveis à cassação; 243
deputados não responderam à enquete, não declarando seu voto ou não
dando retorno
O ex-presidente Lula participou na noite desta terça (6) de
ato no acampamento do Levante Popular da Juventude, em Belo Horizonte;
em seu discurso, ele defendeu que os jovens se engajem na política e
defendeu uma "sociedade da tolerância"; "Vamos mostrar que a gente sabe
conviver democraticamente. A sociedade justa que a gente quer criar é
uma sociedade da tolerância", afirmou; o ex-presidente denunciou a
redução de direitos dos mais pobres: "Nós ganhamos e provamos que pobre
não era o problema desse país e sim a solução desse país. "Essa semana
tiraram 900 mil pessoas do Bolsa Família. Eles acham que R$200 é esmola.
Não entendem a importância de dar um copo de leite ao filho"
6 de Setembro de 2016 às 20:47
247 - O ex-presidente Lula participou na noite desta
terça-feira (6) de ato no acampamento do Levante Popular da Juventude,
em Belo Horizonte. Em seu discurso, ele defendeu que os jovens se
engajem na política e defendeu uma "sociedade da tolerância". "Vamos mostrar que a gente sabe conviver democraticamente. A
sociedade justa que a gente quer criar, é uma sociedade da tolerância.
Se eu estava triste hoje e escolhi vir aqui, posso dizer que vocês me
ajudaram a voltar para casa com ânimo. Eu quero dizer a eles que me
perseguem que o problema não sou eu. Já tô velhinho. O problema deles:
são vocês. Eles tem que aprender que se querem ser presidente desse
país, tem que ir para rua e disputar o voto e não dar um golpe
parlamentar", afirmou. Abaixo os principais trechos do discurso de Lula: "Eles passaram a achar intolerável o povo pobre ter um pouco mais de ascensão" "É tão importante do pequeno agricultor, como do grande produtor de soja ou de algodão" "Eles não assimilaram a importância dos pobres da periferia poderem entrar numa universidade e sentar ao lado dos filhos deles" "Parece que incomodou a eles, nós em 13 anos termos investido mais na educação do que eles investiram em 500 anos" "Nós mostramos que um outro país era possível construir e demos um primeiro passo na construção da cidadania neste país" "Eles acham que tudo se resume ao eixo Rio-São Paulo" "Tem um artista neste país que recebe todo o nosso respeito: Chico Buarque. Que assumiu publicamente o #ForaTemer" "quem sonhou como a minha geração sonhou, vive uma situação triste agora. Mas ver vocês me anima" "toda vez que se nega a política, aparece um Bolsonaro, assim como, apareceu um Hitler e um Mussolini" "A desgraça de quem não gosta de política é que é governado por quem gosta" "E vocês que querem construir um projeto de nação, não podem deixar de gostar de fazer política" "Nós ganhamos e provamos que pobre não era o problema desse país e sim a solução desse país" "Essa semana tiraram 900 mil pessoas do Bolsa Família. Eles acham que
R$200 é esmola. Não entendem a importância de dar um copo de leite ao
filho" "Não tem povo mais tolerante que o povo brasileiro, porque aguentar o que a gente aguenta é difícil" "Vamos mostrar que a gente sabe conviver democraticamente. A
sociedade justa que a gente quer criar, é uma sociedade da tolerância" "Se eu estava triste hoje é escolhi vir aqui, posso dizer que vocês me ajudaram a voltar para casa com ânimo" "Eu quero dizer a eles que me perseguem que o problema não sou eu. Já tô velhinho. O problema deles: são vocês" "Eles tem que aprender que se querem ser presidente desse país, tem
que ir para rua e disputar o voto e não dar um golpe parlamentar"
Contra as tentativas de repressão aos protestos, as Frentes Brasil
Popular e Povo Sem Medo realizam nesta quarta-feira 7 mais uma
manifestação na Avenida Paulista; em texto divulgado para a imprensa, as
frentes lamentam os ataques da polícia aos manifestantes que
participaram do protesto do último domingo; para Raimundo Bonfim,
coordenador da Central de Movimentos Populares e integrante da Frente
Brasil Popular, "este ataque de PM de São Paulo faz parte da tentativa
de inibir as crescentes manifestações contra o governo Temer, que têm
sido diárias desde o dia 31 de agosto"; "Não adianta. Não vão nos
intimidar. Vamos intensificar os protestos pelo Fora Temer",
frisa; Grito dos Excluídos neste feriado da Independência terá 'Fora
Temer' e 'Diretas Já' em cidades de todo o País
"Por que a presidente Dilma Rousseff não é mais presidente do
Brasil?", questiona Adolfo Perez Esquivel, prêmio Nobel da Paz, em
artigo publicado nesta terça-feira; "Porque houve um golpe parlamentar",
ele mesmo responde; "Se já era questionada a democracia representativa
por deixar as pessoas em um quase-estado de desamparo, no qual os
governantes podem fazer o que querem e não o que devem. Com este golpe
no maior país da América do Sul, nem mesmo a democracia representativa
está garantida. Ou seja, no momento em que 51 senadores podem votar
contra 54 milhões, a democracia entra em luto"
Depois de alienar um dos mais promissores campos do pré-sal para uma
empresa norueguesa, a Petrobras, sob o comando de Pedro Parente, vende
agora sua rede de 2,5 mil quilômetros de gasodutos no Sudeste para
fundos do Canadá, da China e de Cingapura; o valor do negócio é de US$
5,2 bilhões e a justificativa é a redução do endividamento da companhia;
no caso de Carcará, geólogos prometem ir à Justiça alegando que o valor
da transação é baixo demais
Processo em que o ex-presidente é réu está na Justiça Federal de
Brasília e o acusa de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da
Petrobras Nestor Cerveró; além da nulidade da ação penal, a defesa de
Lula pediu a declaração de nulidade da delação premiada do ex-senador
Delcídio Amaral, na qual se baseia a denúncia; juiz responsável pelo
caso marcou para novembro a data da primeira audiência para instrução do
processo, quando deverão ser ouvidas as primeiras testemunhas
Dados da indústria automobilística revelam que a crise política,
estimulada para possibilitar o golpe de 2016, foi um péssimo negócio
para o setor produtivo; a produção das montadoras caiu nada menos que
18,4% em agosto, aprofundando aquela que já é a maior recessão da
história do País; economia brasileira enfrenta hoje um círculo vicioso:
menos emprego, menos renda, menos consumo e menos arrecadação – o que
acentua ainda mais o rombo fiscal, que foi o pretexto para a derrubada
da presidente Dilma Rousseff; a estratégia do "quanto pior, melhor", que
possibilitou o impeachment, tem sido, para empresários e trabalhadores,
"quanto pior, pior"
VOTAÇÃO DO IMPEACHMENT SERÁ ANALISADA PELO STF E PODE SER ANULADA
Os mais de 20 recursos ajuizados no Supremo Tribunal Federal que questionam o fatiamento da votação do impeachment de Dilma Rousseff
geraram um amplo leque de dúvidas, com a possibilidade de uma nova
votação ou anulação do processo. Pelo menos dois ministros da Corte já
se posicionaram favoravelmente à análise das ações.
"Eu acho que, em princípio, nós, juízes, deferimos ao Parlamento a
solução de questões políticas. Mas quando essas questões políticas são
decididas com violação dos princípios inerentes ao Estado democrático de
direito, é sindicável ao Supremo a apreciação dessas infrações", disse o
ministro Luiz Fux à Folha de S.Paulo.
O advogado da ex-presidente, José Eduardo Cardozo, e a
advogada Janaína Paschoal, uma das denunciantes do pedido de
impedimento, concordam que uma nova análise pode trazer Dilma Rousseff
de volta ao poder.
Cardozo afirmou que esta é a primeira vez nesse processo que concorda
com a advogada da acusação. "Esse pedido pode anular toda a decisão.
Não entendi bem a lógica, mas seja como for, entendemos que é correto a
suspensão [dos direitos políticos] não ter sido decretada para a
presidente da República pela não gravidade.”
Para ele, reverter só a segunda votação é “impossível” porque teria
senador que poderia votar diferente se soubesse que havia apenas um
questionamento. Cardozo também cita autores do direito constitucional
para justificar sua opinião.
“No caso Collor, o mandado de segurança que tem impetrado diz que a
cassação do mandato e a pena de direito são duas penas distintas. (…) Há
um ilustre constitucionalista, chamado Michel Temer, que tem um livro,
Elementos do Direito Constitucional, que diz o seguinte: ‘[a lei do
impeachment] fixa duas penas, a perda do mandato e a inabilitação por
oito anos. A inabilitação da função pública não decorre da perda do
cargo, decorre da própria responsabilização, não é pena acessória. Há um
outro ilustre jurista, que é o ministro do STF Gilmar Mendes, que
afirma que o impeachment admite a aplicação de duas penas, a perda do
cargo e a inabilitação. Por essa razão, entendemos que a decisão do
Senado foi corretamente tomada.”
Cardozo, porém, acredita que o julgamento pode ser anulado por outros
motivos, como falta de justa causa para abertura do processo.
ISSO É GEDDEL VIEIRA - UM GOLPISTA NUM LIXO DE GOVERNO
OS INTERNAUTAS NÃO PERDOARAM A FALTA DE VERGONHA
Geddel Vieira Lima deu a declaração após responder a um internauta no Twitter neste domingo -
05/09/2016
O DIA
Brasília - O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima,
causou polêmica na Internet, após responder a um internauta neste
domingo. No Twitter, um dos usuários pediu para explicar qual "era a
sensação de assumir um cargo do Executivo sem voto popular" e o ministro
respondeu que era "gostosa".
A declaração repercutiu e gerou críticas na rede social.
"Aqui na Bahia você não tem mais voto", destacou um dos internautas.
"E assim perdeu a vergonha na cara e o eleitorado", reforçou outro usuário.
"Os caras não têm limite mesmo", se indignou mais um.
"Os aplausos que se ouvem em todas as salas que projetam Aquarius
refletem não apenas o agrado com o filme e a força na resistência contra
a discriminação do governo golpista. Representam também a identificação
com a luta e a vitória da personagem representada por Sonia Braga
contra o poder do dinheiro. Representam a identificação com a esperança
contra o medo", escreve o colunista Emir Sader; para ele, "não é
diferente com o governo atual: primeiro, a exploração do medo de que o
país iria na direção do caos, se não se derrubasse o governo eleito pelo
povo. Agora, ameaças de que as pessoas tenham que trabalhar muito mais
tempo para se aposentar, que os trabalhadores já não poderão contar com a
legislação do trabalho..."; "A direita, sem apoio popular, sem
legitimidade para exercer o governo, só pode tratar de governar pelo
medo, pelas ameaças, pela repressão. Porque um povo com esperança não se
deixa dominar, não se resigna", afirma o sociólogo
Estrategista político, analista de cenários e consultor para o setor público e privado
Até agora o jogo do Impeachment foi um confronto de classe média. Uma, de oposição, que sustentou a deposição da presidenta com milhões
nas ruas, ode à operação Lava Jato e bandeiras ultra-conservadoras. Outra que, sem Dilma e sem a aliança PT-PMDB, se ampliou, inclusive
com engajamento de tucanos ideológicos, liberais em questões civis, que
não quiseram se misturar à fotos com PMs, exaltação à ditadura militar e
desfiles de modelos nuas. Esta teve seu ápice na Avenida Paulista no último domingo. Contudo, isso não deve entusiasmar os que sonham com a também deposição de Michel Temer. Este lado, o derrotado até agora na crise política deve saber que
segue com a hegemonia política perdida e que é absolutamente inverídico
que a sociedade reconhece que Dilma foi uma presidenta honesta e, muito
menos, apoiou a sua volta. Muito pelo contrário. Todas as pesquisas até aqui foram unânimes em registrar que a maioria
acreditava que Dilma estava envolvida nos escândalos de corrupção e
apenas 30% sustentou seu retorno à cadeira presidencial. Menos ilusões. Por trás da euforia "contra o golpe" por não terem sido 40 pessoas, há algo muito mais efetivo sendo desenhado por trás. Os casos mais repercutidos da repressão policial às manifestações
registraram-se em estados administrados pelo PSDB. Como se viu em junho
de 2013, repressão gera aumento de participação. Aumento de participação
radicalizada, porque a questão não é meia dúzia de black blocks, mas o
sentimento dos engajados nas manifestações. Esta é a fenda da manipulação política. Por isso a PM tenderá a
aumentar as doses de repressão, pois será vista como o prenúncio da
"ditadura Temer". Se é ditadura, "vamos à luta" e amplificam-se os
confrontos. Na dificuldade de visão que dias como os nossos têm como
característica, conselheiros do governo dirão que é preciso fazer-se
respeitar a ordem, outros sugerirão aumentar a repressão para dispersar a
classe média. De seu turno, conselheiros anti-governo venderão
super-narrativas "táticas" numa idiossincrasia fetichista sobre as
"jornadas de junho": um discurso de que os protestos não são por Dilma,
mas pela democracia, cujo inimigo maior seria Michel Temer. Conversa que
não atrairá um gato pingado sequer das marchas que foram encabeçadas
pelo Movimento Brasil Livre, Vem Pra Rua et caterva. Este jogo nem precisa de muita coordenação política. Tal como a esquerda imagina uma ditadura em curso, a PM, corporação
formada para ser ideologicamente de extrema-direita, acha também que
pode ser uma no "bom sentido", para exercer seus ímpetos mais primitivos
contra "baderneiros" e os que "defendem bandidos". Desta maneira, encerra-se completamente qualquer diálogo político e
social com o governo, até por que, quem, dos contra o Impeachment, em sã
consciência política, poderia remar contra a "maré vermelha" das ruas? O PSDB, então, terá dado um xeque no PMDB, uma vez que,
simultaneamente, a Lava Jato avança sobre o partido. Ela Wiecko saiu
revelando que há uma delação em curso contra Temer. A mídia, há dois
dias, estampou que propinas de Belo Monte irrigaram altos dirigentes
peemedebistas. A Greenfield contra os fundos de pensão foram em cheio a
operadores ligados ao PMDB. Mudou o governo, mudou o foco. A foto de Alexandre de Moraes com Moro e o núcleo do Ministério
Público em Curitiba antes do espetáculo contra a sede do PT em São Paulo
não deixa dúvidas sobre a coordenação política disso. Neste caso, ao
que parece, a máxima de manter os inimigos ainda mais próximos que os
amigos tem uma inversão na hierarquia. Parece ser o jogo dos tucanos com
o PMDB. Ninguém se espante se, daqui há pouco, começarem a surgir
convocatórias pela paz e contra "a violência do PT", porém com uma
novidade: "a corrupção do PMDB". Pela primeira vez, poderemos ter duas ruas gritando "Fora Temer",
embora jamais venham a marchar juntas, com exceção de um ou outro mais
nonsense. Serão as duas facetas que formaram a consciência de Carlos Lacerda se fazendo carne e história. A decisão de pôr isso em marcha dependerá muito do quanto Temer
aceitar terceirizar seu governo ao PSDB e implementar a agenda liberal.
Mas tudo indica já estar sendo costurada para forçá-lo a entregar todos
os anéis possíveis e estar completamente desmoralizado em 2018. In other words: condições para eleições indiretas ou um 2018 sem
todas as forças e lideranças políticas, com um PSDB musculoso,
dizendo-se pai da estabilidade e dos primeiros programas sociais. Estas ruas juntas, então, cumprirão um papel extraordinário para ser
aplicado 100% do programa neoliberal, com mais um ciclo de projeção da
extrema-direita em questões civis. Todavia, há tesouro escondido no meio de tudo isso: quem desempata
impasses como o atual são os mais pobres e os trabalhadores. Desde que
Dilma ainda era presidenta, eles assistem à crise política e a enxergam
como "briga de elites". Em sua ampla maioria, votaram pela reeleição da
presidenta e de seu antigo vice em virtude do compromisso de proteger os
empregos e os salários, mas se desencantaram quando o ajuste fiscal foi
mal anunciado e nada explicado, e quando o desemprego começou a bater
nas portas. Dilma, para se manter no Palácio do Planalto, não conseguiu
entusiasmar estes setores a lhe defender nas ruas e a classe média que a
defendeu foi menor do que a queria derrubá-la