7.08.2017

E a Lava a Jato acabou




Geraldo Magela/Agência Senado

E a Lava a Jato acabou… Mudanças no Ministério da Justiça, pressões diretas sobre o diretor-geral da Polícia Federal e o desmonte das verbas para a instituição são as peças-chave que levaram ao fim a força-tarefa dedicada às investigações da corrupção no sistema político, mas que, desde o início, sempre agiu de maneira seletiva e a partir dos preconceitos e convicções ideológicas de seus próprios agentes.
Não que exista alguma surpresa nisso, já que, em áudio vazado, o senador Romero Jucá (PMDB) deu o roteiro completo do que seria o “grande acordo nacional” para parar a operação (“estancar a sangria”) e que, para tanto, exigia a derrubada de Dilma. Nem mesmo com o vazamento desse áudio obtido via grampo os planos mudaram, porque os corruptos que os orquestraram sabiam que as panelas e os adoradores do pato amarelo que foram às ruas vestidos com a camisa da CBF não estavam nem estão indignados com corrupção coisa nenhuma; essas pessoas usaram o “combate à corrupção” como desculpa para seu ódio de classe e seus preconceitos contra o PT, muito bem manipulados pelos golpistas, incluindo aí o PMDB, o PSDB, o DEM, o PPS, a FIESP, o mercado financeiro, os sindicatos patronais, a OAB e a grande mídia, notadamente a Rede Globo.
Aécio, Jucá, Loures e as esposas de Cabral e Cunha estão livres. Mandatos parlamentares estão preservados, mesmo que, para tal, Loures tenha que usar uma tornozeleira eletrônica. Alexandre de Moraes agora é parte da corte suprema e se soma a Gilmar Mendes na proteção à sua gente, os golpistas e plutocratas corruptos.
O preço a pagar pelo pato amarelo é alto: os promotores diretamente ligados à Lava a Jato sabiam de tudo isto, mas, ainda assim, apoiaram o golpe; pagaram para ver e agora foram golpeados pelos seus amigos e ídolos articuladores do golpe [pausa para uma gargalhada! ahahahahahahhahah! Só rindo, para não chorar!]. A galera da Lava a Jato agora fala que nem Dilma – que eles perseguiram tanto e injustamente – fez isso com a força-tarefa. Claro! Ela foi deposta justamente porque permitiu ao MP e à PF que investigassem a corrupção sistêmica irrestritamente e com boas verbas!
Será que aprenderam a lição?

Palocci delatou a Globo. Será que vem ao caso?




247 – O jornalista Maurício Lima, que edita a coluna Radar, revela que o ex-ministro Antônio Palocci preparou um anexo sobre a Rede Globo. "Prestes a ser concluída, a delação de Antonio Palocci tem um anexo que entra e sai da versão final — sobre questões fiscais da Rede Globo. Em junho, Moro condenou o ex-ministro a 12 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro", diz ele, na edição de Veja desta semana.
Não se sabe, no entanto, se este anexo de sua colaboração será aceito, uma vez que a Globo mantém parceria informal com a equipe da operação.
Abaixo, reportagem do jornal GGN, de abril deste ano, sobre as primeiras sinalizações de Palocci a respeito de empresas de comunicação:
Palocci ameaça arrastar mercado financeiro e empresas de comunicação para a Lava Jato
Por Cíntia Alves, no jornal GGN
Em depoimento diante do juiz Sergio Moro, nesta quinta (20), o ex-ministro Antonio Palocci negou que tenha recebido pagamento de vantagens indevidas em benefício próprio ou em nome do PT em troca de defender os interesses da Odebrecht nos governos Lula e Dilma. Por outro lado, em jogada com sua defesa, Palocci sinalizou que pode arrastar para a Lava Jato nomes de mercado financeiro e grandes empresas de comunicação que teriam pedido "grande montantes de recursos" no início do primeiro mandato de Lula. Isso para mostrar que não era apenas a Odebrecht que exercícia forte lobby na política.
Na rodada de perguntas feitas por seu advogado, Palocci foi confrontado sobre a existência de uma planilha onde constam valores que a Odebrecht diz que seram "provisões" destinadas ao financiamento de campanhas do PT. A planilha apresenta valores que Marcelo Odebrecht afirmou que foram repassados ao partido em troca de aprovações de dois projetos do interesse do grupo, pelo menos.
Palocci negou que tenha negociado propina com a empresa, mas admitiu que "tomou conhecimento" da história de "provisões da Odebrecht ao PT" ainda no governo Lula. Segundo ele, pouco antes da eleição de 2014, a Odebrecht fez chegar ao ex-presidente a informação de que havia, "além daquilo que havia sido comprometido na campanha [doação oficial], uma provisão em torno de R$ 200 milhões."
"Lula me preocurou porque essa pessoa lhe falou que eu deveria saber disso. Ele estava surpreso, estranhando, achei ele irritado. Eu também fiquei muito surpreso com 'previsão'. Eu disse que não sabia de nada. Fui atrás de Marcelo e disse que nunca tratamos com a empresa através de provisões", disse Palocci.
Segundo o ex-ministro, "nesse momento, Marcelo tentou construir um entendimento comigo de que isso acontece, de que ele havia me falado que eles trabalham dessa maneira na empresa, fazendo provisões." Palocci afirma que, sentindo-se desconfortável, pediu a Marcelo que esclarecesse a história com Emilio Odebrecht, que teria conhecimento de que a relação da Odebrecht com o PT se dava de maneira institucional. Depois, o petista afirmou que voltou a Lula e disse que resolveu o "mal entendido".
"Passados dois meses, uma pessoa me procurou, numa conversa estranha, um empresário querendo saber de contribuição de campanha, ambientes eleitorais, como a gente lidava com isso. A pessoa é minha amiga, achei a conversa estranha. Ele foi inconveniente, mas não foi desrespeitoso. Ele percebeu que eu rechacei e ele parou o assunto. Eu só fui entender dois meses depois, quando um banqueiro me procurou e disse que estava ali mandatado por pessoa do governo, e queria dizer que vai cuidar das coisas de financiamento de campanha, provisões, usou a mesma palavra. Queria saber se eu poderia ajudar. Eu queria saber se a presidente Dilma sabia que ele estava ali. Ele disse que não, mas estava ali em nome de uma pessoa do primeiro escalão do governo", comentou Palocci.
Nesse momento, começa o mistério. "Eu pediria para não declinar nomes nesse momento, mas em sigilo eu falo o que o senhor quiser. É que essa audiência é pública, mas fico à disposição para lhe dizer o que o senhor achar adequado", disse Palocci. Moro, por outro lado, não demonstrou interesse.
"Essa pessoa me disse que iria cuidar dos recursos [ao PT]. Eu disse tudo bem, mas não sabia como funcionava isso. Ele estranhou, achou que eu iria dar vários dados e informações. Eu disse que não tinha nada a informar. Ai ele entrou no assunto de provisões da Odebrecht, dizendo que se eu falasse, a gente poderia capitalizar esses recursos. Eu disse que ele estava mal informado."
"Você é uma grande personalidade do meio financeiro, se procurar a Odebrecht, eles vão esclarecer isso com facilidade, não precisa de mim", disse Palocci.
"Esse assunto deu muita cria, inclusive nos assuntos relacionados à Lava Jato. Só peço licença ao senhor para não declinar nomes, o senhor decide se lhe interessa ou não, e eu me prontifico a lhe falar tudo ou a quem o senhor determinar", reforçou.
O advogado de Palocci, então, questionou uma declaração anterior, em que o ex-ministro disse que grandes empresas de comunicação também receberam atenção do governo, assim como a Odebrecht. 
"Olhando o cenário de hoje, parece que todos os governos só trabalham em função da Odebrecht. O que eu procurei demonstrar é que o primeiro problema que tive quando sentei na cadeira de ministro da Fazenda foi o setor da construção civil." 
"O que isso tem a ver com Odebrecht?", perguntou Moro. Ao que Palocci respondeu: "O governo muitas vezes salva empresas, em situações de emergência, usando o limite da lei."
Palocci, nesse momento, denotou que o governo Lula recebeu de empresas de comunicação pedidos por "grandes montantes de recursos".
No final da audiência, quando Moro abriu espaço para Palocci falar o que quisesse, o ex-ministro reiterou a declaração enigmática.
"Fico à sua disposição hoje e em outros momentos, porque todos os nomes e situações que eu optei por não falar aqui, por sensibilidade da informação, estão à sua disposição o dia que o senhor quiser. Se o senhor estiver com a agenda muito ocupada, a pessoa que o senhor determinar, eu imediatamente apresento todos esses fatos com nomes, endereços, operações realizadas e coisas que vão ser certamente do interesse da Lava Jato."
E completou: “Acredito que posso dar um caminho, que talvez vá dar um ano de trabalho, mas é um trabalho que faz bem ao Brasil.”
ITALIANO
Palocci ainda apresentou a Moro duas provas de que ele não é o "italiano" que aparece em comunicações da Odebrecht. A primeira é uma mensagem em que Marcelo diz que não havia encontrado o italiano na diplomação de Dilma Rousseff. Palocci mostrou fotos suas no evento. O segundo indício é um e-mail de Marcelo Odebrecht para Alexadrino Alencar, onde este último diz: "Falei com Palocci e Palocci me disse que Itália e GM [Guido Mantega] estiveram com a presidente". Palocci disse que a mensagem demonstra que Itália era uma terceira pessoa.
Confrontado por um e-mail que mostra que Branislav Kontic, seu ex-assessor parlamentar, teria agendado em 2009 uma reunião entre Marcelo e "italiano", Palocci respondeu que poderia ter sido reunião com qualquer político. Várias vezes, disse, ele pediu a Marcelo para conversar com outras lideranças do PT, e o então assessor fazia a ponte.
Palocci também negou que tenha tratado de pagamentos no exterior com João Santana e Monica Moura, responsáveis pelas últimas campanhas do PT. Ele disse que quando recebia cobranças do casal, entrava em contrato com o tesoureiro do partido - José de Fillippi Jr ou João Vaccari Neto - para que ele resolvesse as questões.
CONTRIBUIÇÃO
"Eu nunca operei contribuições [para campanhas do PT], porque não era meu papel. Eu dizia aos empresários para atenderem os tesoureiros do partido", disse Palocci. Ele também comentou que, nas poucas vezes em que buscou apoio financeiro para eleições, chegou a tratar desse assunto por telefone e deixava "claro" que queria "coisa com recibo", ou seja, doação oficial.
REFIS DA CRISE
Palocci também falou sobre o chamado Refis da crise. Delatores da Odebrecht dizem que fizeram doações ao PT em contrapartida à aprovação desse projeto.
O ex-ministro explicou o contexto da aprovação do Refis e disse que ele não teve participação no episódio, pois tratava-se de tema do governo, ou seja, de competência de Guido Mantega.
Ele contou que o lobby da Odebrecht começou, na verdade, pela aprovação da Medida Provisória 460, que tratava de revogar um benefício que "foi dado no passado, 10% do IPI de exportações era dado como crédito para empresas. E todas as empresas estabeleceram uma tese jurídica de que isso não poderia ser extinto. Marcelo queria anular a anulação desse imposto."
"Eu disse a ele [Marcelo Odebrecht] que eu não poderia jamais apoiar a MP porque eu era contra ela e, segundo, porque minha posição era decisiva para o processo. Porque na bancada do PT [na Câmara], em questões econômicas, eu era consultar às vezes em caráter decisivo. E o PT era um dos poucos partidos que se colocavam contra a medida, que envolvia R$ 100 bilhões. Eu disse que se fosse aprovada, eu trabalharia para ela ser vetada." 
No final, a MP foi "aprovada amplamente no Congresso e eu e Guido Mantega trabalhamos para ser vetado pela presidência". Semanas depois, o Supremo Tribunal Federal "chamou o processo e decidiu que os valores retidos pelas empresas deveriam ser devolvidos e que esse crédito de exportações não existia mais. E aí no Refis da crise [foi sugerido], se propôs o parcelamento desses pagamentos. Eu não participei diretamente disso. Era coisa de governo." 
Segundo Palocci, Marcelo mandou e-mails para ele querendo discutir o Refis da crise. "Eu disse para ele que era uma questão muito tecnica, que ele deveria procurar o Ministério da Fazenda."
O ex-ministro ainda disse que no caso do Refis, "ali não estava se fazendo bondade nenhuma. Só estavam decidindo a forma que as empresas deveriam pagar [pelo fim do crédito do IPI das exportações]. Se não, no fundo, ninguém iria pagar."
"Há uma grande mudança no estilo e gestão da empresa até 2008, 2009, quando Marcelo Odebrecht assume. Antes, tinha a liderança que se pode ver na pessoa de Emílio Odebrecht uma atitude diferente em relação às suas agendas, a flexibilidade das posições. Isso mudou bastante. Antes tinha uma empresa com percepção de Brasil e mundo, e Marcelo já era um guerrilheiro das causas da empresa."

7.07.2017




GOVERNO ENCURRALADO
Tornar a defesa de Michel Temer "acessível" àqueles que não têm formação jurídica com argumentos tão infantis, para alguns críticos tão irascíveis quanto eu, equivale a zombar da inteligência dos brasileiros. Mas, pensando bem, faz todo o sentido quando nos lembramos dos "foliões" que há tempos desfilaram com blocos carnavalescos, como o MBL, achando que estavam combatendo a corrupção.


CELSO BALLOTI (São Paulo, SP)

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Na defesa de Michel Temer, o advogado Antonio Mariz só faltou dizer que o presidente é recatado e do lar.

MARCOS BARBOSA (Casa Branca, SP)

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O artigo assinado pelo presidente Temer na Folha, como peça de defesa, vale tanto quanto um canivete sem cabo que perdeu a lâmina. Ele ignora que nada é mais evidente do que fatos concretos. Tentativas de explicações devem ser enviadas apenas para a velhinha de Taubaté.

JOSÉ DALAI ROCHA (Belo Horizonte, MG)

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O advogado de defesa do presidente Temer, Antonio Claudio Mariz, fez diversas perguntas um tanto pueris, tais como: onde está o indício de que os R$ 500 mil recebidos por meio de seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures se destinariam a Michel Temer? Nós faríamos apenas uma pergunta: o que fazia Joesley Batista, altas horas da noite, conversando com o presidente no Jaburu? Para o defensor Mariz, era bem provável que estivessem tratando de entrega de "filés especiais" para o presidente.

JOÃO HENRIQUE RIEDER (São Paulo, SP)

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O artigo de Temer apenas veio a acrescentar tristeza aos sentimentos que tomam conta de mim toda vez que o nosso presidente se pronuncia. Ele tenta nos convencer de que está sendo vítima de uma manipulação ardilosa. Temos que relembrar o epíteto que diz que "à mulher de César não basta ser honesta, há que parecer honesta". Para o povo brasileiro está claro que suas atitudes não têm sido honestas, inclusive as que tem tomado para se defender, tratando-nos como idiotas.

JOSÉ ELIAS AIEX NETO (Foz do Iguaçu, PR)

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Sim, o povo brasileiro anda humilhado, envergonhado, sofrido, abandonado, explorado. Estamos perdendo a capacidade de sonhar com um país melhor, um país decente. Por isso, vamos lutar por leis duras contra a corrupção, contra a criminalidade, contra impostos e juros escorchantes. É hora de endurecer as leis contra o mal, para o bem de todos. Não queremos ser como a Venezuela, a Síria ou outros países destroçados.

JAIME PEREIRA DA SILVA (São Paulo, SP)

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Se é para nos representar, Temer deve cancelar ida ao G20 por falta de passaporte.

JORGE A. NURKIN (São Paulo, SP)

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DIREITA X ESQUERDA
A charge de Benett retrata bem a geopolítica de Temer e da direita pré-queda do Muro de Berlim, mas perde a oportunidade de incluir na mesma tela a esquerda contemporânea que ainda sonha com Guevara e Stalin, mas acorda com Kim, Raul Castro e outros já bem maduros. A geriatria política brasileira, à direita e à esquerda, está putrefazendo o debate nacional.

WILSON CASTRO FERREIRA JR. (Campinas, SP)

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REFORMA TRABALHISTA
Rasgar a CLT na maior crise vista no país equivale a corroer a tênue estrutura de proteção social que civiliza minimamente as relações entre capital e trabalho. Debaixo de um desemprego monstruoso, a redução de direitos trabalhistas será o prenúncio de uma tragédia gigantesca que vem sendo vendida como solução.

PAULO TEIXEIRA SABÓIA (São Paulo, SP)

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Dado o teor da reforma trabalhista, o fim do imposto sindical é questão acessória. É o equilíbrio compatível com a divisão social do trabalho, não o imposto sindical, a grande conquista que a reforma está inutilizando. O sindicalismo tem na sua origem a marca do desafio. As mudanças que se avizinham não impedirão a continuidade da luta, tampouco a sobrevivência das entidades que jamais se desviaram da sua vocação de defender o trabalhador.

FRANCISCO SOARES DE SOUZA, presidente do Sindicato dos Frentistas de Campinas (Campinas, SP)

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PMDB
Mais uma vez, a Folha erra, omite informações e não ouve o outro lado em texto que menciona Baleia Rossi. Não se assemelha a situação do parlamentar à de outros dirigentes partidários. A PGR recomendou ao STF o arquivamento e a não homologação do depoimento de Duda Mendonça. Citada pelo marqueteiro, a Odebrecht entregou uma lista de 415 políticos; Baleia Rossi não está nela. Também não está entre os 1.800 políticos citados pela JBS. A Folha se nega a registrar esses dados.

BALEIA ROSSI, deputado federal (PMDB-SP) (São Paulo, SP)

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RESPOSTA DO JORNALISTA JOÃO PEDRO PITOMBO - A reportagem afirma claramente que o deputado Baleia Rossi não é investigado, tendo sido apenas citado no contexto da proposta de delação do marqueteiro Duda Mendonça. O posicionamento do deputado sobre a citação também foi destacado.

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ALESP
O editorial "Limbo legislativo" aponta com muita propriedade o grave problema do Legislativo, que só funciona à custa de emendas e cargos. Em vez de a Alesp gastar R$ 35 milhões com publicidade daquilo que não é feito, deveria analisar com profundidade projetos de interesse da sociedade.

ANTÔNIO TUCCILIO, presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos (São Paulo, SP)

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TETO DO FUNCIONALISMO
O deputado Campos Machado omite que a PEC 5, que fixa o teto salarial de servidores de São Paulo em R$ 30,5 mil, beneficiará os que ganham mais. A um custo de quase R$ 1 bi, pouco mais de 5 mil servidores teriam salários altíssimos, em detrimento de outros 700 mil. Seria suficiente para aumentar em 40% o salário de toda a Polícia Civil ou em 10% o dos professores estaduais. Enquanto o Estado se esforça para enfrentar a pior crise econômica da história, aprovar a PEC 5 seria inconsequente.

PEDRO TOBIAS, deputado e presidente estadual do PSDB-SP (São Paulo, SP)

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A PEC 5 do deputado Campos Machado é acerto meia-sola. Estabelecer tetos e sub-tetos é apenas parte do problema. Para o bem das finanças públicas e para pôr fim aos privilégios da casta, é preciso igualar o limite máximo das aposentadorias públicas e privadas; isso é botar o dedo na ferida.

PAULO TARSO J SANTOS (Barretos, SP)


Temer finge que governa e é massacrado nas redes

Michel Temer fez várias postagens nas redes sociais, nesta sexta-feira, tentando exaltar sua presença na reunião do G-20, onde seu nome não consta nem na programação oficial; enquanto isso, ele foi enterrado vivo por aliados como Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), que já tratam abertamente do governo Rodrigo Maia (DEM-RJ), que também assumiu explicitamente sua condição de presidenciável; nas redes sociais, como de costume, Temer foi massacrado pelos internautas, que cobram explicações sobre os escândalos de corrupção em série e a depressão econômica

A candidatura de Rodrigo Maia a presidente-marionete


Marcelo Camargo/Agência Brasil

Quando se evidenciou a incapacidade de Michel Temer manter-se na presidência da República, graças a uma combinação de fatores contagiosos que nem é preciso lembrar aqui, surgiu um debate entre os articuladores que passaram a comandar o país depois do golpe que derrubou Dilma.  
Já que era preciso, de qualquer maneira, evitar uma antecipação das eleições presidenciais,  saída que poderia colocar em risco os pactos já acertados e acordos de longo prazo firmados,  surgiu a discussão sobre a necessidade de encontrar um sucessor a altura, para cumprir as mesmas tarefas. 
Chegou-se a dizer, na época, deveria ser um quadro político acima de qualquer suspeita, quem sabe um estadista de primeira linha, a espera da grande oportunidade de exibir seus talentos e pacificar um país em crise histórica, dialogar com as partes e recuperar a democracia.
Até pela falta absoluta de atores adequados ao papel -- mas não apenas por isso -- o perfil do candidato se modificou com o passar do tempo.   
Percebe-se que, do ponto de vista de quem articulou a queda de Dilma, a última opção seria escolher um nome com projetos próprios, identidade política clara e compromissos políticos históricos.
No ponto grave de esfarelamento das instituições políticas do Estado brasileiro, quando não dispõe da proteção mais importante, o escudo do voto popular, a presidência da República deixou de cumprir funções típicas do cargo. Seu horizonte é o varejo político -- em todos os sentidos. Faz discursos pela TV, grava vídeos e viaja ao exterior. Agrada aliados e persegue inimigos. Não tem poder para as questões essenciais do país e da vida dos 200 milhões de brasileiros. Sua área real de atuação envolve  as sobras do orçamento.
O verdadeiro poder no Brasil de 2017 se encontra na equipe econômica. Parece a situação impossível do rabo que abana o cachorro mas a descrição é verdadeira. As decisões que dizem respeito ao PIB brasileiro e aos grandes rumos do país giram em torno de Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, e  de Ilan Goldfarb, presidente do Banco Central, além do universo que se movimenta em torno dos dois. A ambos se atribui estabilidade no cargo. Tem-se como certo ali permanecerão em qualquer hipótese. Numa falta de cuidado que expressa um pouco caso diante chocante diante do  calendário político, as páginas econômicas dos jornais já divulgam projeções e decisões para 2019 e mesmo 2020 -- quando, supõe-se, o país terá um novo presidente, eleito em 2018, conforme a Constituição.  
A posição dominante da equipe econômica se explica. Depois que os direitos soberanos do povo foram humilhados e diminuídos pelo afastamento de uma presidente eleita sem crime de responsabilidade, Meirelles & equipe tomaram posse do Estado em função da  ligação direta com a fonte real de poder de nosso tempo  -- o sistema financeiro, o grande empresariado e, mais do que tudo, aquela força que em outros tempos costumava-se chamar de imperialismo.
É ali que se pronuncia a palavra final sobre assuntos decisivos na vida de 200 milhões de brasileiros, a começar pelas reformas, o futuro dos empregos, as saídas da recessão e o alinhamento comercial-diplomático do país. O presidente pode ser Rodrigo Temer, Michel Maia ou qualquer variação semelhante. O que não se cogita é alguém fora deste figurino, que recuse este comando, recebido como pacote fechado. É uma versão mais radical e grotesca da Europa de nossos dias. Ali, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e a União Europeia -- poderes não eleitos -- exercem poder de tutela sobre as principais decisões dos governos de cada país, que têm a legitimidade de quem foi abençoado pelo voto popular. 
E é porque se considera que seu nome é o ideal para cumprir este papel que Rodrigo Maia tornou-se um presidenciável em alta.  Sua maior virtude é ser aquele que menos atrapalha os planos de quem já está mandando. Ao longo da carreira, não comprou uma briga memorável. Não cultiva disputas ideológicas. Destaca-se pelos bons modos, o espírito disciplinado, a obediência interiorizada, a invulgar capacidade de adaptação. Conseguiu passar pela ascensão e queda de Eduardo Cunha sem que fosse possível ouvir um murmúrio a respeito.  
Não incomoda Rodrigo Janot nem a Lava Jato. Não leva jeito de que irá se indispor com Raquel Dodge nem com a Polícia Federal.
Não se tornou -- menos ainda -- alvo da TV Globo.
O que se quer é um presidente que não se atreva a criar problema com os princípios do Estado Mínimo e da ideia de conduzir um país de 200 milhões, residência de uma das oito maiores economias do planeta, a uma condição de dependência e submissão. Ao mostrar-se, desde o início, um auxiliar devotado a estes desígnios e projetos, Rodrigo Maia pavimentou seu caminho na sucessão. 
A esperteza, aqui, é não incomodar. Não fazer ruído. Não atrapalhar.
Ética?
Democracia?
Soberania Popular?
Projeto de Nação?
Estas palavras continuam belas e fortes. Fazem parte necessária da construção de um país mais próspero e menos desigual. Na conjuntura atual, quando a política se resolve pelas costas do povo, tornaram-se um obstáculo e um estorvo, moinhos de vento que turvam mentes generosas, podem inspirar movimentos de risco. Tudo o que se quer é uma sucessão que não faça barulho nem provoque atrito, capaz de elevar a indignação da grande massa de brasileiros, a quem se pretende negar, mais uma vez, o direito de escolher o presidente e definir seu destino. 
No golpe dentro do golpe, os candidatos não devem ter identidade própria nem programa. O debate natural de uma democracia -- o que fazer, como -- já está dado e foi resolvido a portas fechadas. Deve ser cumprido, com rigor, método e nenhum escrúpulo ou dor de consciência.
Este é o perfil do candidato.

Dilma tira sarro do golpe de Maia contra Teme


247 – Esta sexta-feira foi um dia de vingança para a presidente legítima Dilma Rousseff, derrubada por um golpe parlamentar liderado por Aécio Neves (PSDB-MG), recordista em inquéritos na Lava Jato, Eduardo Cunha, condenado a 15 anos e quatro meses de prisão, e Michel Temer, o primeiro ocupante da presidência da República denunciado por corrupção.
"Desde [Karl] Marx sabemos: a história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa. Golpe 2016: tragédia. 2017: farsa das elites", escreveu Dilma, em alusão à conhecida construção do filósofo alemão Karl Marx no livro 18 Brumário de Luís Bonaparte. 
Na sequência, Dilma lembrou a carta de Temer na qual reclamava do desprestígio que dizia sofrer. Na abertura da carta, Temer citou o provérbio em latim verba volant scripta manent, que quer dizer "as palavras voam, os escritos ficam". "Em vez de carta, Twitter; verba volant scripta manent!", postou Dilma, em referência aos movimentos de Rodrigo Maia (DEM-RJ), que foi ao Twitter prometer ao mercado as reformas que Temer não consegue mais entregar.
Abaixo, reportagem da Reuters sobre a traição de Maia:
BRASÍLIA (Reuters) - Sucessor imediato ao comando do país em caso de afastamento do presidente Michel Temer, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta sexta-feira em mensagens no Twitter que é preciso ter "muita tranquilidade e prudência" no momento, e defendeu que se deve avançar na agenda de reformas no país.
"Precisamos ter muita tranquilidade e prudência neste momento. Em vez de potencializar, precisamos ajudar o Brasil a sair da crise", disse o deputado na rede social.
Maia acrescentou que tem de ser estabelecida "o mais rápido possível" a agenda da Câmara. "Não podemos estar satisfeitos apenas com a reforma trabalhista. Temos Previdência, Tributária e mudanças na legislação de segurança pública", afirmou.
Embora venha evitando falar publicamente da denúncia que tramita na Câmara contra Temer, o presidente da Casa tem se movimentado sutilmente nos bastidores como fiador da agenda reformista.
Temer será afastado do cargo se a Câmara autorizar que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue a acusação criminal contra ele pelo crime de corrupção passiva e a maioria dos ministros da Corte aceitar a denúncia.
Maia, que cumpre agenda oficial na Argentina desde quinta até sábado, recebeu esta semana um importante apoio público. O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse que o deputado tem todas as condições para levar o país a uma mínima estabilidade até 2018 e afirmou --sem citar o governo Temer-- que o Brasil está chegando a uma ingovernabilidade.
No caso de afastamento de Temer, o presidente da Câmara assumiria o comando do país por até 180 dias, prazo para o Supremo julgar o peemedebista. Temer retornaria ao comando do país se o STF não o concluísse o julgamento até lá.
Se Temer for condenado e afastado em definitivo, Maia teria 30 dias para conduzir o processo de uma eleição indireta -- na qual ele próprio poderia ser candidato para o mandato-tampão até o final de 2018. 
(Por Ricardo Brito)

Transferência do doleiro Funaro para a carceragem da PF reforça tese de que delação está adiantada

Colaboração de doleiro pode acelerar delação de Eduardo Cunha

A transferência do doleiro Lúcio Funaro na tarde de quarta-feira (5), do Complexo Penitenciário da Papuda para a carceragem da Polícia Federal, em Brasília, reforça a tese de que o suposto operador do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) está em fase adiantada de sua delação premiada com a Procuradoria.
A transferência foi solicitada pelo Ministério Público Federal e autorizada pelo juiz da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, Vallisney de Oliveira, responsável pela investigação de um suposto esquema de pagamento de propina para liberação de recursos do FI-FGTS, da Caixa Econômica Federal.
Preso desde junho de 2016, Funaro é apontado como operador de Cunha no esquema de corrupção envolvendo a Caixa. 
A iminente delação de Funaro também estaria fazendo com que Cunha acelerasse o processo de sua colaboração premiada, já que se mantiver o silêncio, não teria mais "moeda de troca" para negociar com a investigação e conseguir benefícios. As especulações dão conta de que Cunha deve, em sua delação, envolver o presidente Michel Temer.
Temer durante encontro com Cunha, então presidente da Câmara, em março de 2015
Temer durante encontro com Cunha, então presidente da Câmara, em março de 2015
Eduardo Cunha pergunta a Temer sobre esquema no FGTS da Caixa
A Justiça Federal encaminhou a Michel Temer as 22 perguntas feitas pela defesa de Cunha no processo sobre suspeitas de corrupção envolvendo o Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS). Cunha é réu no processo sob acusação de recebimento de propina de empresas interessadas em recursos do fundo. 
Nas perguntas, os advogados de Cunha perguntam se Temer teve conhecimento de vantagens indevidas para liberação de financiamento do FI-FGTS. O presidente também é questionado se indicou o sucessor de Moreira Franco, Joaquim Lima, em uma vice-presidência da Caixa; e se participou de alguma reunião para tratar de doação de campanha das eleições de 2010, 2012 ou 2014.
>> Temer tenta evitar delação de Cunha
A defesa do ex-deputado perguntou ainda se Temer conhece os executivos Léo Pinheiro (ex-presidente da construtora OAS) e Benedicto Júnior (ex-presidente da Construtora Odebrecht). O ofício com as perguntas saiu da Justiça Federal no Distrito Federal ontem, nas mãos de um oficial de Justiça.
Temer foi arrolado como testemunha de Cunha no processo, assim como o ex-presidente Lula. O petista depôs terça-feira, por meio de videoconferência, na sede da Justiça Federal em São Bernardo do Campo (SP), e disse desconhecer influência do ex-deputado no fundo.
Cunha já estaria finalizando, também, textos com informações para o acordo de delação premiada que pretende fechar com a Operação Lava-Jato. Ele teria rascunhado mais de cem anexos para a colaboração, segundo a colunista Mônica Bergamo.
Confira as 22 perguntas enviadas por Cunha a Temer:
1 - Vossa Excelência foi presidente do PMDB em que período?
2 - Vossa Excelência foi apontado como o responsável pela nomeação do Sr. Moreira Franco para a vice-presidência da Caixa de Fundos e Loterias. O senhor era o presidente do PMDB à época? Quando foi isso?
3 – Em 2010, Moreira Franco teve que deixar a Caixa, para ocupar a representação do PMDB na coordenação da campanha presidencial. Vossa Excelência indicou o então gerente de Moreira, Joaquim Lima, como seu substituto?
4 - Vossa Excelência conheceu o Sr. André de Souza, representante até 2012, no conselho FI-FGTS, dos trabalhadores, do PT?
5 - Vossa Excelência fez alguma reunião para tratar de pedidos para financiamento com FI-FGTS, junto de Moreira Franco e André de Souza? Se sim, quando? Com quem?
6 - Vossa Excelência conhece Benedicto Júnior e Léo Pinheiro?
7 - Vossa Excelência participou de alguma reunião com eles e Moreira Franco para doação de campanha para os pleitos eleitorais de 2010, 2012 ou 2014?
8 – Se a resposta for positiva, estava vinculada a alguma liberação do FI-FGTS?
9 – André de Souza participou de alguma dessas reuniões?
10 – Onde se deram essas reuniões?
11 – Joaquim Lima continuou como vice-presidente da Caixa, em outra área, a partir de 2011. Quem foi o responsável pela sua manutenção?
12 - Vossa Excelência conheceu Fábio Cleto?
13 – Teve alguma participação na sua nomeação?
14 – Houve interferência do então prefeito Eduardo Paes visando à aceleração do projeto Porto Maravilha para as Olimpíadas?
15 - Vossa Excelência teve conhecimento de alguma vantagem indevida, seja na época de Moreira Franco, seja posteriormente, para liberação de financiamento do FI-FGTS?
16 - Vossa Excelência conhece Henrique Constantino? Esteve alguma vez com ele? Qual foi o tema? Tinha a ver com algum assunto ligado ao financiamento do FI-FGTS?
17 – A denúncia trata da suspeita do recebimento de vantagens indevidas do consórcio Porto Maravilha (OAS, Carioca e Odebrecht), da Haztec, da Aquapolo e Odebrecht Ambiental, Saneatins, Eldorado Participações (Grupo JBS), Lamsa (Linha Amarela S.A.), Brado, Moura Debeux, BR Vias. Vossa Excelência tem conhecimento, como presidente do PMDB até 2016, se essas empresas fizeram doações a campanhas do PMDB? Se sim, de que forma?
18 – Alguma delas fez doação para campanha de Gabriel Chalita em 2012?
19 – Se positiva a resposta, houve a sua participação? Estava vinculada à liberação desses recursos da Caixa no FI-FGTS?
21 - Vossa Excelência tem conhecimento de algum pagamento de vantagem indevida pelo Sr. Benedicto Júnior a Moreira Franco para liberação de financiamento do FI-FGTS à Odebrecht Transportes para associação no Porto de Santos?
22 - Vossa Excelência tem conhecimento de qualquer vantagem indevida solicitada ou recebida pelo Sr. Moreira Franco para liberação, no âmbito do FI-FGTS, em qualquer projeto, incluindo o Porto Maravilha?

Com o golpista Temer, Brasil virou anão diplomático


: <p>Temer g-20</p>
Sob o comando de Michel Temer, o Brasil foi reduzido a um mero coadjuvante na política internacional; depois de cancelar e descancelar sua viagem, Michel Temer chegou à Alemanha para a cúpula do G20, mas sua participação deve passar despercebida; afundado na crise econômica e política de seu governo, o Brasil chega ao encontro das 20 maiores economias do mundo com uma agenda fraca, sem poder de barganha e nenhuma reunião bilateral prevista com líderes de outros países 
  Depois de cancelar e descancelar sua viagem, Michel Temer chegou à Alemanha na madrugada desta sexta-feira (7) para a cúpula do G20, mas sob o risco de passar despercebido.
Com o vaivém —ele só anunciou na segunda-feira que de fato viria— Temer não tem nenhuma reunião bilateral prevista com outro líder internacional. O presidente tampouco deve se reunir com a chanceler alemã, Angela Merkel, algo que estava inicialmente planejado.
O programa oficial distribuído à imprensa ainda registra como chefe da delegação brasileira o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e não Temer. Era o arranjo previsto caso o presidente não viajasse. O material na internet já foi corrigido.
A indecisão do governo está relacionada à crise política. A aterrissagem de Temer em Hamburgo às 5h15 locais (0h15 em Brasília) coincide com as negociações em Brasília para barrar na Câmara a denúncia de corrupção passiva contra ele.
Temer embarca de volta a Brasília no início da tarde de sábado (8), perdendo os últimos compromissos do dia.
"Há a sensação de que o Brasil está consumido por desafios políticos e não deve, por isso, desempenhar o papel que teve no passado", afirma à Folha Thomas Bernes, do CIGI (Centro Internacional para a Inovação na Governança). Bernes participa do T20, uma agremiação de think tanks sobre o G20.
As informações são de reportagem de Diogo Bercito na Folha de S.Paulo.

O golpista Temer é recebido com "Fora, Temer" em Hamburgo


Do DCM – A bonita faixa “Fora Temer” foi estendida na fachada do Geomatikum, edifício da universidade de Hamburgo, na Alemanha, onde ocorre o G-20.
HAMBURGO (Reuters) - O grupo dos Brics de mercados emergentes pediu aos membros do G20 nesta sexta-feira que defendam a implementação do acordo climático de Paris que foi rejeitado pelos Estados Unidos.
Em um comunicado conjunto divulgado no primeiro dia da cúpula do G20 nesta sexta-feira, Brasil, Rússia, Índia e China também pediram a seus pares que se comprometam a manter um sistema comercial global aberto.
Ambas as posições colocam os quatro gigantes emergentes em conflito com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cuja saída do Acordo Climático de Paris e instintos protecionistas podem deixá-lo isolado na cúpula de dois dias em Hamburgo.
"Convocamos a comunidade internacional a trabalhar conjuntamente para implementar o Acordo de Paris sobre Mudança Climática", escreveram eles.
"Defendemos com firmeza um sistema comercial multilateral inclusivo com regras, transparente, não-discriminatório, aberto e inclusivo das atuais regras e compromissos da OMC e nos opomos ao protecionismo."
(Reportagem de Thomas Escritt e Andrea Shalal)

Zarattini: Temer retira recursos de programas para comprar votos


SP 247 - O governo golpista de Michel Temer (PMDB) acaba de abrir um crédito orçamentário no valor de R$ 396,3 milhões para beneficiar municípios e estados governados por partidos de sua base. A notícia foi publicada na quinta-feira (6) na seção 1 do Diário Oficial da União. Para o líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara, Carlos Zarattini (PT-SP), a ação tem a clara intenção de só atender as demandas de partidos que apoiam a manutenção do governo ilegítimo, neste momento de denúncias graves de corrupção contra Temer e seus ministros.
“É mais uma tentativa de compra de votos para segurar um mandato ilegítimo”, salientou o líder petista. A iniciativa reserva quase a totalidade dos recursos (97,5%) para vários ministérios.
Para Zarattini, o absurdo é que para atender as suplementações os recursos estão sendo retirados de programas consolidados pelos governos petistas de Lula e Dilma. Ele citou como exemplo o programa Moradia Digna, a área de mobilidade urbana, o setor de saneamento básico, o Bolsa Atleta e Esporte de Alto Rendimento, a Pesquisa Agropecuária desenvolvida pela Embrapa, Pesquisa Energética. E, ainda, recursos que se destinariam a prestar informações sobre alerta de riscos de desastres naturais, inclusive de mapeamento realizado em municípios com áreas de riscos geológicos.
O Ministério das Cidades vai usar recursos para atender a obras de pavimentação urbana, construção de pontes de interligação de bairros, calçamento de áreas em processo de urbanização, sinalização de trânsito, dentre outras. O Ministério do Turismo contempla, basicamente, projetos turísticos diversos em municípios. No Ministério dos Esportes a verba apoia eventos de lazer e modernização de infraestrutura para esporte educacional, recreativo e de lazer.
Na pasta da Agricultura , os recursos destinam-se à aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas, patrulha mecanizada, manutenção e conservação de estradas vicinais, construção de matadouro municipal e de mercado de produtos agropecuários, construção ou reforma de parque de exposição agropecuária, realização de eventos agropecuários (exposições, feiras, seminários, palestras, etc), entre outros.

Temer avacalha a República com compra de votos

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil "Não é preciso ter bola de cristal para adivinhar o teor da conversa de Temer com os deputados. Seu modus operandi e sua trajetória levantam a forte suspeita de que não hesitou em apelar para toda sorte de chantagem, pressões não republicanas e até mesmo compra de votos", diz o deputado Wadih Damous (PT-RJ), um dos autores da representação contra Michel Temer; ele lembra ainda que "a prisão de mais um dos seus homens de confiança, Gedel Vieira Lima, além da ameaça que paira sobre Moreira e Franco e Eliseu Padilha, fez com que o nível de desespero de Temer andasse mais algumas casas nos últimos dias"

Alienado, o golpista Temer diz que não há crise no Brasil


247 - Ignorando a maior recessão da história e o mais de 13 milhões de desempregados no período de seu governo, Michel Temer afirmou que não existe crise econômica no Brasil. A declaração foi feita na chegada do peemedebista a Hamburgo, na Alemanha, onde ele participa da cúpula do G-20.
"Crise econômica no Brasil não existe. Vocês têm visto os últimos dados. Pode levantar os dados e você verá que estamos crescendo no emprego, estamos crescendo na indústria, estamos crescendo no agronegócio. Lá não existe crise econômica."
Questionado sobre se a crise política não atrapalharia, ele negou com um gesto movendo o dedo indicador.
No último dia 30, o IBGE divulgou que o desemprego no Brasil é de 13,3% e atinge 13,8 milhões de pessoas, dado considerado estável pelo instituto em comparação ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período de 2016, por outro lado, houve alta de 20,4%, com um adicional de 2,3 milhões de pessoas desocupadas.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, havia dito em Hamburgo no dia anterior que o governo manterá a previsão inicial de crescimento de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano.
No fim de junho, durante evento em São Paulo, Meirelles chegou a dizer que a economia cresceria menos do que o esperado neste ano. Ele afirmou, na época, que a previsão de crescimento do PIB em 2017 seria "um pouco menor" que 0,5%.
Temer havia cancelado sua participação no G20, mas reavaliou a decisão na segunda-feira. O governo tenta, com sua visita, transmitir uma imagem de normalidade institucional, em meio à crise política.
Temer não tem nenhuma reunião bilateral prevista com outro líder internacional, nem se reuniu em Berlim com a chanceler alemã, Angela Merkel, algo que estava inicialmente planejado.
As informações são de reportagem de Diogo Bercito na Folha de S.Paulo

“O governo caiu”, diz Cássio Cunha Lima


247 - O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), em conversa com investidores ontem, disse que, se depender do processo na Câmara, “dentro de 15 dias o país terá um novo presidente”.
Para o tucano, a “instabilidade aumentou” com a prisão de Geddel Vieira Lima, o avanço da delação de Eduardo Cunha e a escolha de Sergio Zveiter (PMDB-RJ) como relator da denúncia na CCJ. Evidenciando que uma ala do tucanato rifou Michel Temer, afirmou que “o governo caiu”.
Cássio Cunha Lima disse que, se Temer continuar no Planalto, as propostas não passarão. O senador ainda enfatizou que Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, já teria dado sinais de que não mexerá na equipe econômica se assumir o governo. “Maia deverá apresentar mais estabilidade.”
Cada vez mais evidente, a disposição dos tucanos em abandonar o governo Temer ainda esbarra em ala diminuta do partido que defende a manutenção do apoio ao peemedebista.
O grupo que vem perdendo força defende que a decisão sobre o rumo do partido seja tomada por um colegiado seleto: os seis governadores, o prefeito de São Paulo, João Dória, os líderes no Congresso, o presidente interino, Tasso Jereissatti, e o licenciado, Aécio Neves. FHC seria ouvido.
As informações são da coluna Painel da Folha de S.Paulo.