No cenário em que os entrevistados
não recebem cartela com nomes e citam espontaneamente em quem pretendem
votar para presidente da República em 2018, o segundo colocado é
Bolsonaro, com 8% das intenções de voto. Marina vem em terceiro, com 2%;
com 1% dos votos aparecem Moro (sem partido), Ciro Gomes (PDT), Joaquim
Barbosa (sem partido) e os tucanos Doria, Fernando Henrique Cardoso e
Alckmin.
O senador mineiro e presidente afastado do PSDB, Aécio Neves,zerou novamente,
como na pesquisa de junho. Aécio, um dos principais articuladores do
impeachment de Dilma Rousseff sem crime de responsabilidade, é alvo de
denúncias de corrupção feitas pela Procuradoria-Geral da República, que
chegou a determinar seu afastamento do mandato no Senado.
Na
pesquisa estimulada, Alckmin atinge 6% e Lula, 47%. Bolsonaro tem 13%,
Marina, 7%, e Ciro, 3%. Quando o nome tucano na disputa é o de Doria,
Lula tem 48% das intenções de voto, Bolsonaro, 13%, Marina, 8% e o
prefeito de São Paulo empata com Ciro Gomes, com 4%.
“O pessimismo dos brasileiros com o
momento econômico e político atual e o descrédito no governo Temer,
aliados as lembranças de um passado recente de que a vida era melhor nos
governos do PT, ajudam a explicar por que as intenções de voto no
presidente Lula são as que mais crescem em todos os cenários da
pesquisa”, analisa Coimbra.
Segundo
Coimbra, outros dados da pesquisa CUT-Vox, ajudam a entender essa tese.
Um deles é o aumento de 49% para 55%, entre junho e julho, do
percentual de entrevistados que apontam Lula como o melhor presidente
que o Brasil já teve – o outro nome lembrado é o de Fernando Henrique
Cardoso, com 15%.
Além
disso, 58% dos brasileiros consideram Lula um bom administrador, 65%
dizem que ele é trabalhador e 61% afirmam que a vida melhorou nos 12
anos de governos do PT.
Podemos passar inúmeras dificuldades e ter de batalhar muito para alcançar certos objetivos e, ainda assim, morrermos na praia. Podemos
nos deixar consumir pelo trabalho e perder noites de sono ou deixar de
passar finais de semana com a família, apenas por que temos extrema
necessidade de conseguir recursos para mantermos uma vida digna, ou
amargarmos um período obscuro de desemprego. Podemos assistir a
injustiça bater à nossa porta e perceber, infelizmente, que em algumas
ocasiões não há absolutamente nada a fazer. Podemos chorar com o coração partido a perda da pessoa amada ou de um ente querido. Podemos, por tanta coisa negativa que aconteça, julgarmos que tudo sempre da errado conosco e maldizermos nossa sorte. Depois
de tudo isto até podemos deixar passar pela cabeça a estúpida ideia de
fazer uma grande besteira consigo mesmo, desde que seja exatamente
assim: - que tal ideia PASSE – e nunca mais volte, por que a Vida é
Superação! Nós não nascemos andando, não nascemos falando, nem
pensando tanta bobagem - e o que não podemos em hipótese alguma é
perdermos o ânimo, o espírito, e nossa capacidade de amar, de se superar
e de viver!
“Comer banana à noite não faz mal, é um mito”, explica à NiT Bárbara de Almeida Araújo, nutricionista e autora do blogue “Manias de Uma Dietista“. Sabia que esta fruta fornece várias vitaminas e minerais que vão ajudá-lo a ter um sono mais tranquilo e reparador? Esta fruta pode ser consumida em qualquer horário, dependendo da ingestão alimentar diária. No entanto, agrupa mais benefícios à noite. Se treina com frequência, por exemplo, comer esta fruta pode ajudar
no ganho de massa muscular, “já que é no período noturno que a síntese
proteica é máxima”. A NiT dá-lhe cinco razões para comer banana antes de
ir dormir.
1. Reduz a ansiedade e ajuda a regular o sono
Segundo a especialista, a banana é rica em triptofano, um percursor
de serotonina que, por sua vez, é um neurotransmissor que ajuda a
regular o sono. Mais: é responsável pela sensação de bem-estar e reduz
os níveis de ansiedade.
2. Tem insónias? Nem sabe o bem que uma banana lhe pode fazer
“A vitamina B6 (piridoxina) para além ter um papel importante no
metabolismo dos hidratos de carbono, gorduras e proteínas, também é
essencial para o funcionamento das vias responsáveis pela síntese de
serotonina e pela sua ação celular. Desta forma, a vitamina B6 poderá
ajudar a prevenir insónias”, conta à NiT.
3. Funciona como um relaxante muscular
Que a banana é rica em magnésio não é novidade, mas sabia que este
mineral atua como relaxante muscular? E se os nossos músculos estiverem
relaxados o nosso sono vai ser mais profundo. Ou seja, dorme melhor.
4. É ideal para combater a azia
Quem sofre de azia, sobretudo à noite, costuma ter mais dificuldade
em adormecer, já que há algum desconforto. Se já tentou de tudo para
ultrapassar isso, há uma solução bem mais rápida e eficaz: comer uma
banana depois do jantar. Esta fruta contém um antiácido natural que pode
melhorar os sintomas.
5. Boas notícias: aumenta a massa muscular
Segundo Bárbara de Almeida Araújo, durante o sono há um aumento da
libertação da hormona do crescimento e da síntese proteica. Por isso, é
essencial ter uma boa noite de sono para conseguirmos recuperar do
esforço dos músculos e aumentar da massa muscular. “Comer uma banana com manteiga de amendoim como snack à noite pode
favorecer o ganho de massa muscular por várias razões. Não só vai ajudar
a dormir melhor, por aumento dos níveis de serotonina, como a vitamina
B6, presente na banana, desempenha um papel importante para a síntese
proteica”, explica. Mas atenção: se o objetivo é perder de peso talvez não seja o melhor
alimento para comer à noite, já que tem um elevado teor em hidratos de
carbono.
Câncer que começa no órgão que se encontra atrás da parte inferior do estômago (pâncreas).
Pesquisadores americanos criaram um aplicativo para detectar sintomas iniciais de câncer pancreático.
Esse tipo de câncer pode causar icterícia – a coloração amarela nos olhos. Mas o efeito nem sempre é obvio. O
aplicativo aponta sinais de icterícia em adultos medindo o quão amarela
está a esclerótica – a parte branca dos olhos – do indivíduo. A
condição pode ser um sinal de várias doenças, mas o foco dos
pesquisadores é no diagnóstico precoce do tumor pancreático. Ele
dificilmente é detectado nos estágios iniciais e tem uma taxa de
sobrevida de apenas cinco anos. “Há dois usos para o nosso
aplicativo”, explica Alex Mariakaskis, da Universidade de Washington.
“Um deles para rastreamento - a pessoa sabe que está num grupo de alto
risco, pode conversar com o médico e começar o tratamento mais cedo”. “A
outra aplicação é o controle da doença. Alguém que já esteja recebendo
tratamento para uma condição e não quer ter o sangue extraído a cada 24
horas. Pode usar o nosso aplicativo para ter as mesmas medidas”,
completa. O aplicativo mostrou eficácia de 90% em comparação com o exame de sangue, em um experimento com 70 pessoas. Mas
a organização britânica Cancer Research UK está cética com a
perspectiva de uso do aplicativo para diagnóstico de doenças. Em um
comunicado, a entidade afirmou: “Não há evidência de que este
aplicativo pode apontar corretamente casos de câncer pancreático,
principalmente porque a icterícia também pode ser sinal de outras
condições de saúde”. “Uma tecnologia como esta deveria passar por
testes clínicos mais amplos para sabermos se tem o potencial de ser uma
ferramenta útil e confiável”, escreveu ainda. Os criadores do
aplicativo planejam buscar permissão de reguladores americanos para
oferecê-lo ao público, mas reconhecem que ainda precisam resolver várias
questões relacionadas ao produto. “É comum as pessoas notarem um sintoma, buscarem na internet e acharem que tem um problema sério”, comenta Mariakaskis. “Nosso
aplicativo e outros de diagnóstico no celular podem perpetuar isso,
porque não apenas estamos dizendo às pessoas que elas devem ter certas
condições, mas estamos dando dados para apoiar isso. Então queremos ser
muito cuidadosos sobre como nós apresentamos esses tipos de resultados
às pessoas”.
O empresário Josley Batista, da JBS, concedeu uma
nova entrevista, desta vez à jornalista Thays Oyama, e voltou a bater
em Michel Temer; "Esse Temer que você vê na televisão é falso. O Temer
verdadeiro é o que eu gravei. Aquele Temer que fala sem cerimônia”, diz
ele; segundo Joesley, Temer "sempre foi muito direto, ele pedia dinheiro
mesmo”; o dono da JBS gravou as fitas em que Temer indica Rodrigo Rocha
Loures, o homem da mala, como seu interlocutor de confiança, e também
em que Temer dá aval à compra do silêncio de Eduardo Cunha e Lúcio
Funaro – o que embasará a segunda denúncia do procurador-geral Rodrigo
Janot, desta vez por obstrução judicial e organização criminosa O empresário Josley Batista, da JBS, concedeu uma nova entrevista, desta vez à jornalista Thays Oyama (leia aqui), e voltou a bater em Michel Temer. "Esse Temer que você vê na
televisão é falso. O Temer verdadeiro é o que eu gravei. Aquele Temer
que fala sem cerimônia”, diz ele. Segundo Joesley, Temer "sempre foi muito direto, ele pedia dinheiro mesmo.” O dono da JBS gravou as
fitas em que Temer indica Rodrigo Rocha Loures, o homem da mala, como
seu interlocutor de confiança, e também em que Temer dá aval à compra do
silêncio de Eduardo Cunha e Lúcio Funaro – o que embasará a segunda
denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot, desta vez por obstrução
judicial e organização criminosa. Na entrevista, ele fala
sobre o que mudou em sua vida após se tornar delator. "Ninguém sai de um
processo desses como entrou. Esse negócio de virar colaborador da
Justiça é muito novo para todo mundo. Um delator não 'faz' uma delação
simplesmente, ele vira uma chave. Muda sua forma de pensar, de agir.
Aqueles amigos que você tinha já não servem mais. Se você mudou
realmente, você muda de grupo e passa a enxergar as coisas sob outro
ângulo", diz Joesley. Ele também culpa os governos pela promiscuidade entre o público e o privado. "Nós
somos empresários e os empresários estão subordinados ao Estado. Se os
mandatários do Estado negociam com você daquela forma, você acaba
achando que opera dentro de um padrão de normalidade. A gente vai
ficando anestesiado."O empresário Josley Batista, da JBS, concedeu uma nova entrevista, desta vez à jornalista Thays Oyama (leia aqui), e voltou a bater em Michel Temer. "Esse Temer que você vê na
televisão é falso. O Temer verdadeiro é o que eu gravei. Aquele Temer
que fala sem cerimônia”, diz ele. Segundo Joesley, Temer "sempre foi muito direto, ele pedia dinheiro mesmo.” O dono da JBS gravou as
fitas em que Temer indica Rodrigo Rocha Loures, o homem da mala, como
seu interlocutor de confiança, e também em que Temer dá aval à compra do
silêncio de Eduardo Cunha e Lúcio Funaro – o que embasará a segunda
denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot, desta vez por obstrução
judicial e organização criminosa. Na entrevista, ele fala
sobre o que mudou em sua vida após se tornar delator. "Ninguém sai de um
processo desses como entrou. Esse negócio de virar colaborador da
Justiça é muito novo para todo mundo. Um delator não 'faz' uma delação
simplesmente, ele vira uma chave. Muda sua forma de pensar, de agir.
Aqueles amigos que você tinha já não servem mais. Se você mudou
realmente, você muda de grupo e passa a enxergar as coisas sob outro
ângulo", diz Joesley. Ele também culpa os governos pela promiscuidade entre o público e o privado. "Nós
somos empresários e os empresários estão subordinados ao Estado. Se os
mandatários do Estado negociam com você daquela forma, você acaba
achando que opera dentro de um padrão de normalidade. A gente vai
ficando anestesiado."
Inocentada em tudo, Dilma vê algozes em apuros
Um ano depois que foi vítima de um impeachment sem
comprovação de crime de responsabilidade, isto é, um golpe parlamentar,
a presidente deposta Dilma Rousseff comprova sua inocência em manchetes
dos grandes veículos de mídia do Brasil; os mesmos que se uniram ao
projeto encabeçado pelo senador Aécio Neves (PSDB), que tem contra si
pedido prisão aguardando julgamento no STF por corrupção, por Eduardo
Cunha (PMDB), que cumpre pena de 15 anos por corrupção, e por Michel
Temer, primeiro ocupante da presidência denunciado por corrupção; em
evento no Rio sobre um ano do golpe, Dilma disse que esse grupo está
"absolutamente desmoralizado"; "Eles têm de entregar o que prometeram
entregar (com o impeachment). Mas não tem como, porque o déficit já
chegou a 183 bilhões (de reais). Vão fazer o quê?"
Rio 247 - Um ano depois
que foi vítima de um impeachment sem comprovação de crime de
responsabilidade, isto é, um golpe parlamentar, a presidente deposta
Dilma Rousseff vem paulatinamente comprovando sua inocência das
acusações contra ela Curiosamente, as comprovações da inocência de Dilma se dão
em manchetes dos grandes veículos de mídia do Brasil, que se uniram ao
projeto encabeçado pelo senador Aécio Neves (PSDB), que tem contra si
pedido prisão aguardando julgamento no STF por corrupção, por Eduardo
Cunha (PMDB), que cumpre pena de 15 anos por corrupção, e por Michel
Temer, primeiro ocupante da presidência denunciado por corrupção. A mais recente acusação contra Dilma foi desmentida pela
Polícia Federal. Em relatório ao Supremo Tribunal Federal sobre a
acusação de que a petista teria tentado obstruir a Lava Jato, ao nomear o
ministro do STJ Marcelo Navarro, a PF não viu qualquer elemento que
comprovasse a acusação. O caso surgiu na delação do ex-senador Delcídio
Amaral, que foi instrumentalizada pelo PSDB para que Dilma fosse
derrubada (leia mais). Em sua página no Facebook, a presidente deposta desenhou nesta sexta-feira, 31, o resultado das investigações contra ela:
Em evento no Rio sobre um ano do golpe, Dilma disse que esse
grupo está "absolutamente desmoralizado". Dilma apontou que Michel
Temer enfrenta problemas crescentes: "Eles têm de entregar o que
prometeram entregar (com o impeachment). Mas não tem como, porque o
déficit já chegou a 183 bilhões (de reais). Vão fazer o quê? Vão
aumentar imposto? É complicado. Tem o problema de legitimação perante o
mercado, e em 2018, de legitimidade diante da população." Na terça-feira
(29), foi divulgado que o país acumula déficit fiscal de R$ 183,7
bilhões em 12 meses, o que supera em muito a meta que já tinha sido
revisada pelo governo Temer e era de R$ 159 bilhões.
Outra dificuldade para Temer e o governo, segundo Dilma, é
que junto com os problemas econômicos, os deputados e senadores do atual
Congresso, que votaram pelo impeachment e pelas reformas do governo
atual, "têm uma série de defeitos, mas não são suicidas", lembrando que
os parlamentares terão de se submeter mais uma vez ao voto popular, no
ano que vem. A não ser que haja um plano de evitar que as eleições sejam
realizadas ou fazer com que não tenham a importância que delas se
espera, sugeriu.
Dra. Amaryllis Avakian é médica oftalmologista,
especialista em catarata e chefe do Setor de Cataratas do Departamento
de Oftalmologia do Hospital das Clínicas da USP.
O globo ocular é constituído por diversas estruturas: na parte
anterior do olho, localizam-se a córnea (camada fina e transparente para
permitir a passagem da luz), a íris (que funciona como o diafragma das
máquinas fotográficas, abrindo ou fechando para regular a intensidade da
luz que entra pela pupila) e o cristalino, lente que faz o ajuste para
que os raios luminosos incidam exatamente na retina e formem uma imagem
nítida. Na imagem 1 , está representada em azul uma lente de contato colocada diretamente sobre a córnea. A maioria das pessoas, no decorrer da vida, precisa usar óculos.
Algumas se adaptam a seu uso dos óculos e não pensam em outra solução
para enxergar melhor; já outras consideram os óculos um estorvo e
procuram um modo de livrar-se deles através de cirurgia ou de lentes de
contato. Existem até lentes de contato coloridas que modificam a cor dos
olhos. Como num passe de mágica, elas transformam olhos castanhos em
azuis, olhos azuis em olhos pretos e estes, em castanhos. No entanto, sempre é bom lembrar que, para serem usadas, as lentes de
contato exigem cuidados especiais e a indicação precisa de um
oftalmologista. TIPOS DE LENTES DE CONTATO Drauzio–Quando as lentes de contato começaram a ser usadas para corrigir defeitos da visão? Amaryllis Avakian – As lentes de contato surgiram
por volta de 1930. As primeiras que apareceram eram rígidas, difíceis de
serem usadas pelo desconforto que provocavam. A descoberta de novos
materiais para fabricá-las tornou-as mais confortáveis, mas seu uso
requer cuidados e a orientação de um médico oftalmologista. Atualmente, existem lentes de contato rígidas e gelatinosas (imagem
2) . As rígidas são feitas de poliometilmetacrilato, mas existem também
as fluorcarbonadas e as siliconadas. Estas, por serem menos rígidas,
permitem maior permeabilidade ao oxigênio e são indicadas para corrigir
defeitos visuais específicos. Drauzio – Mesmo as lentes rígidas mais modernas dão a impressão de que, se não forem colocadas com cuidado, podem cortar o olho.
Amaryllis Avakian – No início, todos os tipos de
lentes rígidas podem provocar desconforto e exigem um tempo de adaptação
que pode variar de uma pessoa para outra. Provocam também muito
lacrimejamento e, às vezes, dor, como se houvesse como se houvesse um
cisco enorme dentro dos olhos. Uma lente de contato em bom estado e bem adaptada não corta os olhos,
mas diversos problemas podem ocorrer se a lente for mal adaptada ou
comprada em locais de precedência duvidosa, como certos sites da
internet, por exemplo. Drauzio – A lente gelatinosa que aparece na imagem 3 é colorida e muito fina. Amaryllis Avakian – A adaptação à lente gelatinosa é bem mais fácil. Mesmo assim, elas podem gerar vários problemas. INDICAÇÕES PARA USO Drauzio – A lente gelatinosa parece ser
anatomicamente mais confortável do que a rígida. Há indicações precisas
para a lente rígida continuar sendo usada? Amaryllis Avakian – Cada lente tem uma indicação
precisa. Por exemplo, por ser muito flexível, a lente gelatinosa não
corrige graus altos de astigmatismo nem é o tipo ideal para pacientes
com ceratocone (cerato e córnea são sinônimos), uma doença que se
manifesta na parte anterior da córnea, que sofre uma protusão e assume o
formato de um cone. Nesse caso, a lente rígida é a mais indicada,
porque comprime o cone de forma a regularizar a superfície anterior do
olho, o que melhora muito a visão. Para casos de astigmatismo irregular (por exemplo, após traumatismos
nos quais há perfuração da córnea), a lente rígida também é a que
oferece melhor resultado visual Mesmo com o advento das lentes gelatinosas, as lentes rígidas
continuam tendo sua aplicabilidade. Existem pacientes com miopia ou
hipermetropia tão adaptados às lentes rígidas que, embora saibam que
poderiam usar lentes gelatinosas, optam por continuar utilizando o tipo
de lentes que estão acostumados, porque as consideram muito seguras e
porque geram menos complicações do que as gelatinosas. Drauzio – A partir de quantos graus de astigmatismo a lente gelatinosa não deve ser mais indicada? Amaryllis Avakian– Em geral, as
lentes gelatinosas podem ser usadas para casos de astigmatismo até no
máximo um grau, mas essa tolerância pode variar de paciente para
paciente. A partir desse grau, se utilizadas, as gelatinosas não
corrigirão totalmente o problema visual e a pessoa ficará com a visão
embaçada. Existe um tipo especial de lente gelatinosa, chamada lente tórica,
que corrige também o astigmatismo. Alguns indivíduos adaptam-se muito
bem a elas, enquanto outros necessitam das lentes rígidas para obter uma
visão nítida. Drauzio – Para a população
acima de 40 anos, que começa a ter dificuldade para enxergar de perto e
tem outros problemas de visão como astigmatismo, hipermetropia ou
miopia, existem lentes de contato capazes de corrigir os dois defeitos? Amaryllis Avakian – Existem lentes que corrigem a
miopia (dificuldade para enxergar de longe) e a presbiopia (dificuldade
para enxergar de perto), porém o conforto que proporcionam não é grande e
devem ser usadas por pouco tempo em situações sociais – almoços em
restaurantes, festas, casamentos – às quais não se quer comparecer
usando óculos. Elas não são indicadas, por exemplo, para indivíduos com
comprometimento da visão para longe e para perto, que pretendam usá-las o
dia inteiro. Drauzio – Para pessoas que não enxergam bem de perto nem de longe, a única solução continua sendo os óculos bifocais? Amaryllis Avakian – Existem outras opções. Em alguns
casos, conseguimos corrigir o defeito para perto num olho e o defeito
para longe no outro olho, mas algumas pessoas não se adaptam a esse tipo
de intervenção. A outra possibilidade é corrigir apenas a miopia com a
lente de contato e a pessoa continuar usando óculos para a leitura. Drauzio – Parece estranho enxergar com um olho de perto e com o outro de longe. Como o cérebro entende essas mensagens? Amaryllis Avakian – Parece estranho, mas a
experiência mostra que é uma alternativa melhor do que a lente de
contato bifocal para algumas pessoas, embora outras não se acostumem com
ela. A adaptação do cérebro não constitui um problema maior. No começo é
mais difícil, mas mantendo o uso, ele se acomoda à nova situação. MELHOR OPÇÃO Drauzio –Existem situações em que é melhor usar lente de contato do que óculos, ou a indicação obedece sempre a valores estéticos? Amaryllis Avakian – Existem situações em que as
lentes de contato são a melhor indicação. É o caso da pessoa que tem
grau muito alto em um dos olhos somente, ou daquela que faz cirurgia da
catarata num dos olhos e não recebe o implante do cristalino. Como consequência, ela fica com 10 a 15 graus de hipermetropia no
olho operado e, talvez, uma pequena alteração no outro olho. Se lhe
receitarmos óculos com diferença de grau muito grande em cada lente, ela
jamais conseguirá juntar as duas imagens no cérebro e as lentes de
contato representarão apenas uma das soluções para o problema. A outra
seria o implante do cristalino, se houver possibilidade de fazê-lo. CONTRAINDICAÇÕES Drauzio – Existem situações em que as lentes de contato não devem ser usadas de jeito nenhum? Amaryllis Avakian – Existem contraindicações
relativas e absolutas. Lentes de contato não podem ser usadas por
pessoas que tenham olhos secos, apresentem algum tipo de alergia no olho
ou alterações nas pálpebras e na córnea. Não devem ser usadas, também,
em ambientes muito poluídos, nem por pessoas que exerçam certas
atividades. Por exemplo, as lentes de contato não são indicadas para os
trabalhadores da construção civil. Os resíduos existentes no local do
trabalho e as mãos que estão quase sempre sujas aumentam
consideravelmente a possibilidade de contaminação. Drauzio – Como você orienta a pessoa que tem
um defeito de visão que pode ser corrigido pelas lentes de contato e
não apresenta nenhuma contraindicação mais séria para usá-las? Amaryllis Avakian – O pré-requisito básico é a
pessoa estar motivada para usar as lentes de contato. Depois, ela
precisa entender que lente de contato é um perigo potencial para os
olhos. A córnea, que se situa na parte anterior do olho, é uma membrana
com seis milímetros de espessura, transparente como o vidro de um
relógio, sem nenhum vaso em sua superfície que provoque desvio da luz e
embaçamento da visão. A ausência de vasos sanguíneos faz com que sua
nutrição ocorra por via indireta, ou seja, ela capta oxigênio e
nutrientes dos vasos distantes, do ar e do filme lacrimal, que é
distribuído dentro do olho quando piscamos. Colocando uma lente sobre a
córnea, a ação do filme lacrimal fica alterada, porque a lente é um
objeto estranho que impede o contato do oxigênio com a córnea. Drauzio – A lágrima precisa passar entre a córnea e a lente? Amaryllis Avakian – A lágrima precisa passar para
que o uso da lente não ocasione problemas. Se não passar, a córnea não
respira e surgem vasos sanguíneos que a deixam completamente alterada. O
grande problema é que essas alterações não ocorrem de um dia para o
outro. As pessoas precisam saber que, a longo prazo, comprar lentes de
contato num estabelecimento comercial qualquer e usá-las sem orientação
médica representa um grande perigo para seus olhos. Na verdade, o uso
crônico das lentes diminui a oxigenação da córnea e pode provocar
úlceras ou outras alterações que levam à cegueira. Drauzio – Você já viu isso acontecer? Amaryllis Avakian – Já. Na prática diária, é muito
frequente observar complicações que ocorreram porque as pessoas não
foram orientadas como deviam. Drauzio – Quais são os erros mais comuns que elas cometem? Amaryllis Avakian – O primeiro erro é comprar a
lente num lugar qualquer. A lente precisa ser indicada por um médico que
deve adaptá-la ao olho do usuário. A lente que serve para mim, não
serve para você, por exemplo. Além disso, a lente não dispensa controle periódico. Está enganado
quem acha que pode passar dez anos sem voltar ao médico que adaptou a
lente. As consultas devem ser repetidas a cada seis meses para verificar
se o uso da lente não está causando algum efeito adverso no olho. Outro erro acontece na hora de limpar a lente, caso não sejam respeitadas as especificações do fabricante. Drauzio – Muitas pessoas não tiram a lente nem na hora de dormir… Amaryllis Avakian – Muita gente faz isso por falta
de orientação. Lentes de contato devem ser retiradas obrigatoriamente
antes de dormir. Se durante o dia, com os olhos abertos, elas já
diminuem a oxigenação da córnea, imagine à noite com as pálpebras
fechadas. Mesmo as descartáveis, que permitem maior permeabilidade do
oxigênio, não resolvem, porque não há nada como deixar a córnea livre
para evitar problemas. LIMPEZA DAS LENTES Drauzio – Como deve ser feita a limpeza das lentes? Amaryllis Avakian – Existem soluções indicadas para
limpar cada tipo de lente, à venda nas farmácias, e elas devem ficar
imersas nesses produtos durante toda a noite. Para as descartáveis que
serão trocadas em quinze ou trinta dias, isso basta. Já as que vão ser
usadas por um ano requerem cuidados especiais. Além de remover resíduos
(cosméticos, secreções, etc.) que aderem às lentes, é preciso fazer a
desproteinização, ou seja, retirar os depósitos de proteínas a cada sete
ou quinze dias, conforme o tipo de lente. Outra medida importante é limpar o estojo em que são guardadas e que
precisa ser trocado a cada seis meses. Estudos apontam que complicações
nos olhos, como úlceras de córnea ou infecções graves, foram causadas
por micro-organismo presente no estojo em que era colocada a lente. Drauzio–A lente não produz proteínas. É o olho que produz. Como elas formam depósitos na lente? Amaryllis Avakian – A lágrima faz com que as
proteínas se depositem no olho e elas se fixam na lente. A limpeza
diária com o produto vendido nas farmácias retira somente a oleosidade e
os detritos poluentes. Os depósitos de proteínas têm de ser removidos
utilizando uma substância especial. Drauzio – E muita gente põe e tira a lente sem tomar cuidados básicos com a higiene das mãos. Amaryllis Avakian – É verdade. Quem usa lentes
precisa manter as unhas curtas, bem aparadas, lavar as mãos e jamais
usar água da torneira para a limpeza da lente. A acantameba, um dos
micro-organismos presente na água da torneira, provoca infecção muito
grave nos usuários de lente de contato e pode levar à cegueira. ESQUEMA DE TROCA E CUSTO Drauzio –Qual é o esquema ideal de troca das lentes descartáveis? Amaryllis Avakian – A lente “one day” deve
ser trocada todos os dias, mas as pessoas acabam abusando e a usam por
vários dias. Esse descuido é a causa de muitas complicações. Drauzio–Essas lentes de troca diária custam caro? Amaryllis Avakian – Dependendo da marca, as lentes de troca diária custam aproximadamente duzentos reais por mês. Drauzio – Quanto custam as lentes que duram mais tempo? Amaryllis Avakian – Lentes que duram um mês saem a
mais ou menos R$80,00 cada caixa com seis lentes. Em geral, a pessoa
precisa comprar duas caixas, uma para cada olho, portanto adquire lentes
para seis meses de uso. Lentes que podem ser usadas durante um ano custam por volta de R$100,00 a unidade. Drauzio – Que sintomas no olho indicam que a lente de contato está sendo usada de maneira inadequada? Amaryllis Avakian – O uso da lente de contato não
pode embaçar a visão, nem provocar lacrimejamento, vermelhidão ou outras
alterações como coceira, ardor e secreção. Qualquer um desses sintomas é
sinal de que o médico deve ser procurado com urgência. PERGUNTAS ENVIADAS POR E-MAIL Talita Berchat – Vitória/ES –Por que algumas pessoas não podem usar lentes de contato? Amaryllis Avakian – Algumas pessoas não podem usar
lentes de contato por características anatômicas do próprio olho (olho
seco, alergias, etc.) ou porque não serão capazes de tomar os cuidados
que seu uso requer. Por esse motivo, lentes de contato não devem ser
indicadas para as crianças. Tatiane Mairim – Guarulhos/ SP – O uso de lentes coloridas pode prejudicar os olhos de quem não apresenta déficits visuais? Amaryllis Avakian – A lente colorida prejudica os
olhos da mesma forma que as outras lentes. Mesmo que não tenham grau e
atendam só uma indicação estética, devem ser adaptadas aos olhos do
usuário por um médico e requerem controle especializado. Eliane Botelho – Juiz de Fora/MG – Lentes descartáveis podem provocar alergias, edema e secreção? Amaryllis Avakian – Podem e isso é comum,
principalmente se a pessoa dormir com elas e não respeitar o tempo
indicado para o descarte nem as condições de limpeza da lente. Silvia de Carvalho – Itanhaém/SP –Existem lentes de contato antialérgicas? Amaryllis Avakian – Não existem lentes
antialérgicas, embora as de troca diária tenham diminuído muito os casos
de alergia à própria lente ou aos produtos de limpeza. Sites:
www.aaco@uol.com.br
www.especialistaemcatarata.com.br
Edição revista e atualizada em 10/09/2015
Ministério Público quer que perigos do uso inadequado do produto, como cegueira e conjuntivite, venham na embalagem
Para corrigir problemas na visão, ou apenas brincar de colorir os olhos é
preciso cuidado, higiene e informação. Os prejuízos que o uso incorreto
das lentes de contato podem provocar na saúde são múltiplos e sérios.
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Úlcera de córnea, conjuntivite alérgica,
irritação ocular e cegueira listam os danos mais graves aos olhos. Tais
doenças, porém, não constam nas embalagens dos principais fabricantes do
produto comercializado no Brasil. O consumidor não recebe nenhuma
orientação sobre riscos e cuidados exigidos pelo material.
O Ministério Público Federal (MPF) acaba de
acionar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pedindo que
cobre dos fabricantes de lentes de contato informações sobre
os problemas que elas podem causar à saúde. A exigência, feita na última
sexta-feira (24), é que os dados sejam incluídos nas embalagens ou nos
rótulos dos produtos.
A recomendação, encaminhada pelo procurador da República Claudio
Gheventer, foi resultado de um ano de apuração do material
comercializado nas principais farmácias do País. Segundo Gheventer, o
MPF verificou que as embalagens das lentes da Johnson & Johnson e da
Novartis não possuem as mais básicas informações.
O procurador afirma que as bulas, contendo
as advertências e instruções de uso, são entregues separadamente aos
comerciantes, que ficam encarregados de repassá-las ao consumidor, o que
não necessariamente é feito.
“É evidente a violação ao Código de Defesa
do Consumidor e à própria regulamentação da Anvisa, que preconiza que
essas instruções estejam nas embalagens”, assevera.
Gheventer ainda revela que as
fabricantes reconhecem os riscos, mas alegam que é permitido pela
legislação entregar o material separado da bula. A afirmação, para o
procurador, comprova que a fiscalização é flexível e dá espaço para tais
condutas. Após a notificação, a Anvisa tem 45 dias para informar se vai
acatar ou não a recomendação do MPF. Como usar
Apesar do acesso fácil, não são todas as
pessoas aptas a fazer o uso das lentes de contato, revela Newton Kara
José, oftalmologista do Hospital Sírio Libanês de São Paulo. “Os olhos
precisam ser saudáveis para suportar o material. Doenças na córnea,
irritações ou inflamações são impeditivos automáticos para substituir os
óculos pelas lentes.”
O especialista também alerta que o
material não devem ser utilizadas por menores de 15 anos. Na visão de
Kara, os pacientes mais jovens não possuem maturidade suficiente para
identificar possíveis complicações.“Não adianta controle e fiscalização
dos pais. Cabe ao paciente reconhecer, entender os riscos. O desleixo
dessa fase pode provocar complicações sérias.”
O uso das lentes exige cuidados constantes.
Kara explica que é fundamental lavar o material ao final do dia e
deixá-lo na solução de limpeza específica para as lentes de contato.
Embora não exista nenhuma contraindicação, o uso das lentes não deve ser
excessivo. Além disso, é importante que os óculos não sejam
descartados. É uma segurança na falta ou impossibilidade de usar lentes,
defende. Sinais óbvios
Ao menor sinal de irritação ou dor, é
imprescindível retirar as lentes dos olhos e fazer a higienização com o
líquido recomendado pelo oftalmologista. Se após a limpeza o incômodo
permanecer, é sinal de que o material pode ter provocado uma lesão na
córnea ou, no mínimo, agredido os olhos.
Respeitar o prazo de validade das lentes
descartáveis ou de longa duração é essencial. Segundo o médico, a
maioria do pacientes faz a troca quando começa a sentir algum incômodo.
“Com o passar do tempo, o usuário fica relapso. Os olhos manifestam o
desconforto rapidamente. Além de higiene e controle, é fundamental o
acompanhamento médico e a troca de lentes dentro do prazo. O incômodo,
usado como termômetro de validade, pode representar um comprometimento
já existente, provocado pela perda de qualidade do material.” Cores e maquiagem
No caso de lentes coloridas, a orientação é
ainda mais severa. Independente do uso diário ou esporádico, o material
deve ser higienizado constantemente. O especialista pontua que a falta
de conhecimento e informação banaliza o uso das lentes de contato. “As
lentes coloridas podem gerar complicações muito maiores. Os usuários não
estão preparados, desconhecem os procedimentos de limpeza. A ausência
de grau não elimina os riscos.”
As mulheres devem ter cautela redobrada.
Segundo Kara, a maquiagem também representa um potencial fator de risco à
saúde dos olhos. Rímel, lápis, delineadores e demais instrumentos para
reforçar a beleza feminina impregnam os olhos e, conseqüentemente, as
lentes. “A maquiagem é muito contaminada, um meio altamente propício
para o crescimento de bactéria.”
Ministério Público quer que perigos do uso inadequado do produto, como cegueira e conjuntivite, venham na embalagem
Para corrigir problemas na visão, ou apenas brincar de colorir os olhos é
preciso cuidado, higiene e informação. Os prejuízos que o uso incorreto
das lentes de contato podem provocar na saúde são múltiplos e sérios.
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Úlcera de córnea, conjuntivite alérgica,
irritação ocular e cegueira listam os danos mais graves aos olhos. Tais
doenças, porém, não constam nas embalagens dos principais fabricantes do
produto comercializado no Brasil. O consumidor não recebe nenhuma
orientação sobre riscos e cuidados exigidos pelo material.
O Ministério Público Federal (MPF) acaba de
acionar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pedindo que
cobre dos fabricantes de lentes de contato informações sobre
os problemas que elas podem causar à saúde. A exigência, feita na última
sexta-feira (24), é que os dados sejam incluídos nas embalagens ou nos
rótulos dos produtos.
A recomendação, encaminhada pelo procurador da República Claudio
Gheventer, foi resultado de um ano de apuração do material
comercializado nas principais farmácias do País. Segundo Gheventer, o
MPF verificou que as embalagens das lentes da Johnson & Johnson e da
Novartis não possuem as mais básicas informações.
O procurador afirma que as bulas, contendo
as advertências e instruções de uso, são entregues separadamente aos
comerciantes, que ficam encarregados de repassá-las ao consumidor, o que
não necessariamente é feito.
“É evidente a violação ao Código de Defesa
do Consumidor e à própria regulamentação da Anvisa, que preconiza que
essas instruções estejam nas embalagens”, assevera.
Gheventer ainda revela que as
fabricantes reconhecem os riscos, mas alegam que é permitido pela
legislação entregar o material separado da bula. A afirmação, para o
procurador, comprova que a fiscalização é flexível e dá espaço para tais
condutas. Após a notificação, a Anvisa tem 45 dias para informar se vai
acatar ou não a recomendação do MPF. Como usar
Apesar do acesso fácil, não são todas as
pessoas aptas a fazer o uso das lentes de contato, revela Newton Kara
José, oftalmologista do Hospital Sírio Libanês de São Paulo. “Os olhos
precisam ser saudáveis para suportar o material. Doenças na córnea,
irritações ou inflamações são impeditivos automáticos para substituir os
óculos pelas lentes.”
O especialista também alerta que o
material não devem ser utilizadas por menores de 15 anos. Na visão de
Kara, os pacientes mais jovens não possuem maturidade suficiente para
identificar possíveis complicações.“Não adianta controle e fiscalização
dos pais. Cabe ao paciente reconhecer, entender os riscos. O desleixo
dessa fase pode provocar complicações sérias.”
O uso das lentes exige cuidados constantes.
Kara explica que é fundamental lavar o material ao final do dia e
deixá-lo na solução de limpeza específica para as lentes de contato.
Embora não exista nenhuma contraindicação, o uso das lentes não deve ser
excessivo. Além disso, é importante que os óculos não sejam
descartados. É uma segurança na falta ou impossibilidade de usar lentes,
defende. Sinais óbvios
Ao menor sinal de irritação ou dor, é
imprescindível retirar as lentes dos olhos e fazer a higienização com o
líquido recomendado pelo oftalmologista. Se após a limpeza o incômodo
permanecer, é sinal de que o material pode ter provocado uma lesão na
córnea ou, no mínimo, agredido os olhos.
Respeitar o prazo de validade das lentes
descartáveis ou de longa duração é essencial. Segundo o médico, a
maioria do pacientes faz a troca quando começa a sentir algum incômodo.
“Com o passar do tempo, o usuário fica relapso. Os olhos manifestam o
desconforto rapidamente. Além de higiene e controle, é fundamental o
acompanhamento médico e a troca de lentes dentro do prazo. O incômodo,
usado como termômetro de validade, pode representar um comprometimento
já existente, provocado pela perda de qualidade do material.” Cores e maquiagem
No caso de lentes coloridas, a orientação é
ainda mais severa. Independente do uso diário ou esporádico, o material
deve ser higienizado constantemente. O especialista pontua que a falta
de conhecimento e informação banaliza o uso das lentes de contato. “As
lentes coloridas podem gerar complicações muito maiores. Os usuários não
estão preparados, desconhecem os procedimentos de limpeza. A ausência
de grau não elimina os riscos.”
As mulheres devem ter cautela redobrada.
Segundo Kara, a maquiagem também representa um potencial fator de risco à
saúde dos olhos. Rímel, lápis, delineadores e demais instrumentos para
reforçar a beleza feminina impregnam os olhos e, conseqüentemente, as
lentes. “A maquiagem é muito contaminada, um meio altamente propício
para o crescimento de bactéria.”
Ministério Público quer que perigos do uso inadequado do produto, como cegueira e conjuntivite, venham na embalagem
Para corrigir problemas na visão, ou apenas brincar de colorir os olhos é
preciso cuidado, higiene e informação. Os prejuízos que o uso incorreto
das lentes de contato podem provocar na saúde são múltiplos e sérios.
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Úlcera de córnea, conjuntivite alérgica,
irritação ocular e cegueira listam os danos mais graves aos olhos. Tais
doenças, porém, não constam nas embalagens dos principais fabricantes do
produto comercializado no Brasil. O consumidor não recebe nenhuma
orientação sobre riscos e cuidados exigidos pelo material.
O Ministério Público Federal (MPF) acaba de
acionar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pedindo que
cobre dos fabricantes de lentes de contato informações sobre
os problemas que elas podem causar à saúde. A exigência, feita na última
sexta-feira (24), é que os dados sejam incluídos nas embalagens ou nos
rótulos dos produtos.
A recomendação, encaminhada pelo procurador da República Claudio
Gheventer, foi resultado de um ano de apuração do material
comercializado nas principais farmácias do País. Segundo Gheventer, o
MPF verificou que as embalagens das lentes da Johnson & Johnson e da
Novartis não possuem as mais básicas informações.
O procurador afirma que as bulas, contendo
as advertências e instruções de uso, são entregues separadamente aos
comerciantes, que ficam encarregados de repassá-las ao consumidor, o que
não necessariamente é feito.
“É evidente a violação ao Código de Defesa
do Consumidor e à própria regulamentação da Anvisa, que preconiza que
essas instruções estejam nas embalagens”, assevera.
Gheventer ainda revela que as
fabricantes reconhecem os riscos, mas alegam que é permitido pela
legislação entregar o material separado da bula. A afirmação, para o
procurador, comprova que a fiscalização é flexível e dá espaço para tais
condutas. Após a notificação, a Anvisa tem 45 dias para informar se vai
acatar ou não a recomendação do MPF. Como usar
Apesar do acesso fácil, não são todas as
pessoas aptas a fazer o uso das lentes de contato, revela Newton Kara
José, oftalmologista do Hospital Sírio Libanês de São Paulo. “Os olhos
precisam ser saudáveis para suportar o material. Doenças na córnea,
irritações ou inflamações são impeditivos automáticos para substituir os
óculos pelas lentes.”
O especialista também alerta que o
material não devem ser utilizadas por menores de 15 anos. Na visão de
Kara, os pacientes mais jovens não possuem maturidade suficiente para
identificar possíveis complicações.“Não adianta controle e fiscalização
dos pais. Cabe ao paciente reconhecer, entender os riscos. O desleixo
dessa fase pode provocar complicações sérias.”
O uso das lentes exige cuidados constantes.
Kara explica que é fundamental lavar o material ao final do dia e
deixá-lo na solução de limpeza específica para as lentes de contato.
Embora não exista nenhuma contraindicação, o uso das lentes não deve ser
excessivo. Além disso, é importante que os óculos não sejam
descartados. É uma segurança na falta ou impossibilidade de usar lentes,
defende. Sinais óbvios
Ao menor sinal de irritação ou dor, é
imprescindível retirar as lentes dos olhos e fazer a higienização com o
líquido recomendado pelo oftalmologista. Se após a limpeza o incômodo
permanecer, é sinal de que o material pode ter provocado uma lesão na
córnea ou, no mínimo, agredido os olhos.
Respeitar o prazo de validade das lentes
descartáveis ou de longa duração é essencial. Segundo o médico, a
maioria do pacientes faz a troca quando começa a sentir algum incômodo.
“Com o passar do tempo, o usuário fica relapso. Os olhos manifestam o
desconforto rapidamente. Além de higiene e controle, é fundamental o
acompanhamento médico e a troca de lentes dentro do prazo. O incômodo,
usado como termômetro de validade, pode representar um comprometimento
já existente, provocado pela perda de qualidade do material.” Cores e maquiagem
No caso de lentes coloridas, a orientação é
ainda mais severa. Independente do uso diário ou esporádico, o material
deve ser higienizado constantemente. O especialista pontua que a falta
de conhecimento e informação banaliza o uso das lentes de contato. “As
lentes coloridas podem gerar complicações muito maiores. Os usuários não
estão preparados, desconhecem os procedimentos de limpeza. A ausência
de grau não elimina os riscos.”
As mulheres devem ter cautela redobrada.
Segundo Kara, a maquiagem também representa um potencial fator de risco à
saúde dos olhos. Rímel, lápis, delineadores e demais instrumentos para
reforçar a beleza feminina impregnam os olhos e, conseqüentemente, as
lentes. “A maquiagem é muito contaminada, um meio altamente propício
para o crescimento de bactéria.”