2.25.2012

Médico também quer exclusividade para acupuntura.

Acupuntura


Técnica milenar chinesa não tem regulamentação no Brasil e médicos querem tornar a prática exclusiva para a profissão, com medo de má aplicação por outras áreas, pois só eles tem competência, os outros profissionais de saúde de fisioterapia, biomedicina, enfermagem, farmácia e fonoaudiologia são incompetentes. 

Com projeto de lei tramitando no Congresso desde 2003, a acupuntura, vertente da medicina chinesa e que consiste em tratamento de saúde a partir da sensibilização de pontos energéticos com agulhas, continua sem regulamentação. A $ituação preocupa médico$ que atuam na área.
A técnica se popularizou no Brasil na década de 80 e conta com mais de 25 mil acupunturistas e cinco mil médicos especializados. Na China, é uma prática de três mil anos e foi incorporada ao ensino médico universitário na Revolução Cultural em 1966.
Hildebrando Sábato, médico e presidente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura, órgão oficial da Acupuntura no país, explica que, como prática da saúde, a acupuntura deve fazer parte de um encaminhamento posterior ao diagnóstico médico que pode estar errado.
O risco de acupunturistas que não sejam formados em medicina é de que o tratamento com outras técnicas possa ser negligenciado. “Às vezes, a acupuntura não é o tratamento mais indicado”, diz ele. Ele conta do caso de um paciente com apendicite, que teve complicações por ter recorrido a acupuntura (não médica) antes de recorrer ao diagnóstico.


Além da medicina, os conselhos de fisioterapia, biomedicina, enfermagem, farmácia e fonoaudiologia reivindicam a atividade como especialidade própria.
 O acupunturista pode fazer um diagnóstico “energético”, que difere do procedimento “etio-clínico-nosológico”, padrão na medicina e que detecta a doença em todos os seus patamares.
Hoje, o certificado de especialização em acupuntura pode ser obtido tanto por médicos – o CMBA é um dos órgãos que aplicam a prova de título na área –quanto em cursos livres. Sem regulamentação, na prática, qualquer pessoa pode exercer a profissão. No projeto de lei 1549/2003, a prática seria restrita àqueles que já tem mais cinco anos de atuação na área, profissionais da saúde especializados e aos que obtiverem diploma de ensino superior em acupuntura, além de certificados internacionais que tem equivalência aos cursos oficializados no Brasil. Todos outros cursos não regulamentados e profissionais sem especialização ficariam proibidos do exercício.
O próprio texto indica a divergência entre a prática por médicos e não médicos: “Os profissionais de saúde tiveram melhor percepção do seu potencial curativo e a reconheceram como especialidade muito antes dos médicos”, diz a justificativa do projeto.
No voto do relator, o deputado Eduardo Moury, em 2010, destacou a “briga” entre as entidades de classe médica e as representantes das demais categorias da saúde, que contestaram legalmente a restrição da tecnica a uma especialidade médica. O texto também lembra que muitos dos responsáveis pela introdução desta técnica no Brasil não tem formação universitária, e seriam contemplados pela lei.
Aprovado na última semana na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado, o projeto de lei 7703, de 2006 e denominado Ato Médico suscitou novamente a discussão. O texto não aborda especificamente o tema, mas aponta que práticas invasivas são de competência exclusiva dos profissionais da medicina, o que criou um temor de que, nas entrelinhas, significaria a proibição da acupuntura para os não-médicos.
“Do ponto de vista técnico, você está fazendo a inserção de instrumentos cirúrugicos”, afirma Sábato. Na lei, a indicação e execução da intervenção cirúrgica e prescrição dos cuidados médicos pré e pós-peratórios são privativas aos médicos. Para Sábato, no entanto, essa interpretação não confere. “Tatuadores tem a mesma preocupação, mas não vaos versar sobre sua atividade. Existem preocupações muito alarmistas”, afirma. O projeto de lei estabelece as práticas exclusivas do profissional da medicina, a exemplo de todas as outras 13 especialidades da saúde, que já possuem regulação.  “Todas as profissões tem sua lei: só a medicina que não. Parecia óbvio demais o que era atribuição do médico”, explica.

Nota" boaspraticasfarmaceuticas" : Os médicos não estão preocupados com saúde da população. Estão sim querendo aumentar o faturamento com a exclusividade nesta especialização, que podem ser executada por outros profissionais de saúde.  

GEL PARA TRATAMENTO DE ENFARTE

Gel repovoa áreas danificadas por ataque cardíaco em tratamento experimental

O novo hidrogel, em estudo nos Estados Unidos, será um passo de gigante na área dos tratamentos cardíaco


Um gel injetável que repovoa as áreas danificadas por um ataque cardíaco está a ser testado, com sucesso, em suínos. Os bons resultados nestes ensaios levam os investigadores a querer testar o tratamento em humanos, com a vantagem de ser menos invasivo e de não obrigar à aplicação de uma anestesia geral.
O novo hidrogel, em estudo nos Estados Unidos, será um passo de gigante na área dos tratamentos cardíacos. Em caso de enfarte, certas células dos músculos do coração morrem, o que tem levado a ciência a procurar, desde há muitos anos, a melhor técnica para recuperar ou recriar esses tecidos. O sucesso do novo hidrogel nos ensaios realizados com suínos aumentou as expectativas quanto à possível aplicação em humanos.
A principal novidade deste hidrogel reside na composição, pois é feito a partir de tecido conjuntivo cardíaco que dispensa as células do músculo: estas são retiradas por meio de um processo de limpeza, liofilizadas e moídas em pó. Após um processo de liquefacção, o fluído resultado tem a vantagem de ser injetável, podendo por isso ser aplicado diretamente no coração.
O estado líquido permite a dispersão pelo tecido atacado, com a temperatura corporal a alterar a densidade do gel. Quando atinge a temperatura normal transforma-se numa estrutura mais sólida, em estilo alveolar, permitindo que as células repovoem as áreas de tecido cardíaco danificadas onde o gel foi injetado.
Além de preservar a função cardíaca, este gel, mais sólido e poroso quando à temperatura do corpo, transmite sinais bioquímicos que ajudam a bloquear a deterioração dos tecidos circundantes. Karen Christman, a investigadora principal, salienta que a resposta ao ataque cardíaco é dada por “remodelação de tipo positivo e não pró-inflamatória”.
O fato de ser injetável tem ainda a vantagem de ser minimamente invasivo (pode ser aplicado por cateter) e dispensa o recurso à anestesia geral ou à cirurgia. Ainda assim, a principal atração deste gel é o fato de não haver um tratamento padrão para as situações de ataque cardíaco. Só nos EUA registam-se cerca de 784 mil casos de enfarte por ano.
A condução dos ensaios em suínos foi justificada com as semelhanças entre estes animais e os humanos, nomeadamente quanto à anatomia, tamanho e temperatura do coração. Os principais resultados dos testes apontam a ausência de rejeição pelo organismo e a não existência de arritmias cardíacas, levando os investigadores a concluir que tais situações não irão acontecer aquando dos testes em humanos.
Por outro lado, a maioria dos tratamentos injetáveis têm sido testados em ratos, com o recurso a seringas, pois não têm a densidade correta para serem aplicados por via cateter.
Fonte:  http://www.ptjornal.com/

 Saiba mais:

Gel pode recuperar tecido cardíaco danificado por infarto

Material pode ser injetado no corpo humano por um cateter

Hidrogel O tecido conjuntivo em pedaços passa por uma limpeza profunda dentro de um béquer para remover suas células. No final de todo o processo, obtém-se um gel poroso e semissólido (UC San Diego Jacobs School of Engineering)
Cientistas da Universidade da Califórnia, em San Diego, desenvolveram um hidrogel injetável que promete ser uma forma eficaz de tratar danos no tecido do músculo do coração causados por infarto. Segundo Karen Christman, líder da pesquisa, publicada no Journal of the American College of Cardiology, a estimativa é de que ocorram 750 mil ataques cardíacos a cada ano só nos Estados Unidos. No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, são 320 mil mortes por problemas cardiovasculares por ano

TECIDO CONJUNTIVO
As células do tecido conjuntivo têm como função servir de suporte e manter unida a estrutura corporal. Presente na maioria dos órgãos, como o coração, o tecido conjuntivo forma grande parte dos músculos, tendões, ossos, cartilagens e da pele. Também é conhecido como tecido conectivo, por preencher os espaços intercelulares do corpo e ligar órgãos e tecidos diversos.
O gel é produzido a partir de tecido conjuntivo cardíaco retirado de células musculares do coração por meio de um processo de limpeza. Então é liofizado (passa por um processo de secagem feito a baixa temperatura), moído até virar pó e liquefeito até se tornar um fluido que pode ser facilmente injetado no coração. Quando atinge a temperatura do corpo, ele se torna um gel semi-sólido e poroso, que leva as células a reocupar as áreas danificadas do tecido cardíaco.
Segundo o Dr. Luis Gowdak, membro da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP) e cardiologista do InCor, o infarto ocorre a partir de uma súbita privação de oxigênio no tecido cardíaco. Se o fluxo de oxigênio não for rapidamente restabelecido, as células de parte ou de todo o coração morrem. Se o paciente sobreviver, as sequelas do ataque serão uma cicatriz e a diminuição da capacidade de contração do órgão, gerando insuficiência cardíaca.
"O objetivo do hidrogel, nesse caso, é regenerar a cicatriz e as células mortas, melhorando assim a capacidade de contração do músculo cardíaco", explica Gowdak. "A substância criada pelos pesquisadores norte-americanos faz parte do que se chama hoje em dia de medicina regenerativa, assim como a utilização de células tronco na regeneração de outros órgãos do corpo".
A pesquisa mostra que o hidrogel pode ser injetado no corpo humano por meio de um cateter, método pouco invasivo que dispensa cirurgia ou anestesia geral. O teste, que usou tecido do coração de porcos, foi aplicado em ratos e não causou nenhuma rejeição do organismo ou arritmias cardíacas nos animais. Segundo Christman, isso acontece porque a equipe removeu todas as células que poderiam ser rejeitadas pelo corpo.

Reeducação alimentar, exercícios e sem remédios para emagrecer:

Enfermeira de MG emagrece 41 kg após desistir de cirurgia e remédios

Beatriz Quirino, de 22 anos, tem feito reeducação alimentar e exercícios.
Jovem passou de 106 kg para 65 kg em 6 meses, e ainda quer perder 5 kg.


Após anos de tentativas frustradas para emagrecer, que incluíram moderadores de apetite, consultas a nutricionistas, endocrinologistas, psicólogos, médicos ortomoleculares e terapias holísticas, além de exames para fazer uma cirurgia de redução de estômago, a enfermeira Beatriz Quirino, de 22 anos, eliminou 41 kg com reeducação alimentar e exercícios físicos.
“Meus pais sempre foram contra a operação bariátrica, pois conheciam casos de pessoas que tiveram depressão, passavam mal ou vomitavam ao comer. Quem faz tem muita coragem e merece respeito, mas, sem o apoio da minha família, não tive coragem”, conta a mineira de Belo Horizonte.
Beatriz antes e depois (Foto: Arquivo pessoal)Imagem à esquerda mostra Beatriz em junho de 2010, com 99 kg - depois ela ainda ganhou 7 kg - e em janeiro deste ano, com 65 kg, após 6 meses de reeducação alimentar e exercícios (Foto: Arquivo pessoal)
Foi no mesmo mês, em agosto de 2011, que Beatriz aproveitou que uma tia tinha marcado consulta com uma nutróloga, mas não poderia ir, e foi no lugar dela. No entanto, ela não acreditava que conseguiria sair do patamar dos 106 kg.
"Lá, fiz um exame chamado bioimpedância, que mediu a quantidade de ossos, músculos, gordura e água no meu corpo. Tinha 58% de gordura. A conversa durou uma hora e meia e quis 'estrangular' a médica, por tanto terrorismo sobre os malefícios da obesidade”, lembra. Atualmente, seu percentual de gordura está em 39,5%, e quer chegar aos 30% – o normal é entre 18% e 28%.
A nutróloga recomendou um programa alimentar que previa refeições menores e mais frequentes, muitas fibras, água e caminhadas leves. Foi então que a enfermeira trocou os biscoitos recheados, salgadinhos, refrigerante e fast food por frutas, iogurtes, barrinhas de cereais e legumes como brócolis, couve-flor, abóbora e cenoura no vapor, já que não gosta de salada.
“Também diminuí a carne vermelha de sete para uma vez por semana e aumentei a ingestão de água de 200 ml para 1,5 litro por dia. A acne sumiu da minha pele, e o intestino que era preguiçoso e funcionava uma vez por semana, muitas vezes à base de laxante, hoje está bem regulado”, compara Beatriz.
A acne sumiu da minha pele, e o intestino que era preguiçoso (...), hoje está bem regulado"
Beatriz Quirino
Para se manter na linha, a mineira comprou uma bolsa térmica onde coloca tudo o que vai comer durante o período em que estiver fora de casa. Além disso, programa o celular para despertar a cada 2h, para não ficar com a barriga vazia nem sentir fome demais.
Caminhadas e academia
Nos primeiros cinco meses de mudança de hábitos, Beatriz fez apenas um controle alimentar, pois cumpria um plantão de 12h por dia no trabalho e, à noite, estudava para um concurso público. A atividade física, então, ficava restrita a caminhadas de 40 minutos aos finais de semana, em uma praça perto de casa.
Passada essa fase, em janeiro a enfermeira se matriculou na academia, aonde vai de segunda a sexta, durante 1h, e faz exercícios aeróbicos e musculação.
“A diferença de um mês para cá foi gigante. Ganhei fôlego, resistência e posso subir uma escada ou ladeira sem cansar”, diz.
Beatriz carnaval (Foto: Arquivo pessoal) 
Beatriz realizou um sonho e cortou o cabelo neste
carnaval, após perder 41 kg (Foto: Arquivo pessoal)
Roupas, cabelo e até o pé menores
Ao chegar aos 65 kg em 1,60 m de altura, Beatriz encurtou as roupas e os cabelos, um sonho antigo.
“Sempre quis ter cabelo curto, mas tinha medo de ficar com o rosto muito redondo”, ressalta.
Os vestidos também perderam pano no comprimento e nas laterais: “Antes, eu só usava batas e coisas largas. Passei de uma calça 54 para 42 e de uma blusa GGG para M. Até meu pé diminuiu, porque era inchado. Mudei do número 38 para o 37”, revela.
A enfermeira doou todo o guarda-roupa antigo para instituições de caridade e ainda está comprando peças novas. Vai esperar renovar por completo quando perder mais 5 kg – seu objetivo final.
O único senão da perda de peso foi a flacidez nos braços, abdômen, mamas e parte interna da coxa, que Beatriz pretende um dia corrigir com cirurgia plástica.
Sempre quis ter cabelo curto, mas tinha medo de ficar com o rosto muito redondo"
Beatriz Quirino
Vida nova
A reeducação da enfermeira mudou por completo a forma como ela vê os alimentos. “Sempre idolatrei a comida, achava a coisa mais gostosa do mundo. Minhas recompensas por notas boas na escola ou favores aos meus pais sempre eram com isso”, conta.
Ela agora não perde mais oportunidades como acontecia na infância e na adolescência, como a vez em que deixou de ir a uma viagem com a turma do ensino médio por vergonha de usar roupa de banho.
Além da transformação física, as pessoas perceberam uma melhora no humor de Beatriz. “Estou mais tranquila, engraçada. Sempre fui extrovertida, mas sentia vergonha de me aproximar de pessoas estranhas. Ganhei autoconfiança”, destaca.
Beatriz antes e depois 2 (Foto: Arquivo pessoal) 
Beatriz e Wander juntos em agosto de 2011e, à direita, na virada do ano (Foto: Arquivo pessoal)
O sentimento de inferioridade e desvantagem em relação aos outros acabou, e o apoio da família e do namorado, Wander – que está com Beatriz há dois anos e meio –, foi fundamental nesse processo.
“Todo obeso é uma bomba prestes a explodir. Meu pai é hipertenso, meu avô diabético e há vários casos de problema de peso na minha família. Hoje, tenho orgulho das minhas fotos e quero incentivar todos gordinhos do Brasil a saber que sempre tem uma saída. Apesar de podermos ser lindos independentemente do peso, a saúde tem que estar em primeiro lugar”, completa.

Luna D'Alama Do G1, em São Paulo

 PORQUE NÃO TOMAR REMEDIOS:

 Quais são  efeitos colaterais?

Mesmo que os remédios sejam seguros se usados da maneira correta, eles podem causar uma série de efeitos colaterais. "Cada tipo de medicação contra obesidade tem efeitos colaterais específicos, que também variam de acordo como metabolismo de cada individuo", explica a endocrinologista Glaucia Duarte.

Os anorexígenos (anfepramona, femproporex, mazindol), podem causar irritabilidade, insônia ou sono superficial, tremores, depressão ou se alternam períodos de estímulo com períodos de depressão, aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca. "Todos esses efeitos estão ligados ao sistema nervoso e cardiovascular, áreas onde os anorexígenos têm efeito", diz Glaucia Duarte.

Já os sacietógenos, que aumentam a sensação de saciedade, normalmente apresentam efeitos colaterais mais suaves que os anfetamínicos, causando insônia ou sono superficial, agitação, irritabilidade (que não é um sintoma frequente). Mesmo assim a sibutramina, que se enquadra nesse grupo, foi proibida de ser comercializada nos Estados Unidos e na Europa por que os órgãos responsáveis alegaram que o medicamento acelera a frequência cardíaca, provocando arritmias em quem já tem a propensão de doenças cardíacas. No Brasil, a sibutramina foi enquadrada na categoria de remédio controlado.

Os inibidores da absorção de gorduras apresentam efeitos colaterais principalmente se a ingestão de gorduras for exagerada. É como um sinal vermelho. "A pessoa apresentará diarreia com fezes pastosas ou líquidas, podendo até eliminar gotas de gorduras depois de refeições mais pesadas. Por isso, mesmo tomando remédios para emagrecer, é preciso ter uma alimentação balanceada e saudável", diz a endocrinologista Vânia dos Santos Nunes.  

Amianto: Condenação na Itália, uso liberado no Brasil


A exposição de trabalhadores e pessoas da comunidade aos males causados pelo amianto – fibra natural considerada cancerígena, mas resistente e barata e, por isso, muito utilizada na construção civil – levou dois magnatas à cadeia. A Justiça italiana condenou na segunda-feira 13 o bilionário suíço Stephan Schmidheiny e o barão belga Louis de Cartier de Marchienne a 16 anos de prisão. Os fundadores da empresa Eternit responderam por omissão intencional de cautelas e desastre ambiental doloso ao expor funcionários ao produto, sabendo que este era prejudicial ao meio ambiente e à saúde.
A sentença ainda obriga a dupla a pagar 95 milhões de euros em indenizações aos autores da ação civil, que traz milhares de doentes terminais e mais de 2 mil mortos.
Hermano Castro, pneumologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, destaca que o amianto é considerado cancerígeno em todas as suas formas – inclusive o crisoltina, usado no Brasil – desde o século XX. “Não existe justificativa para a utilização do amianto da maneira como ocorreu e há uma enorme responsabilidade do setor industrial nisto. O mesmo acontece com outros produtos nocivos à saúde, mantidos no mercado apenas por questões comerciais.”

Magnatas fundadores de empresa que expôs funcionários ao amianto sabendo de seu poder nocivo recebem pena de 16 anos de prisão na Itália. Foto: Giuseppe Cacage/AFP
 
Segundo a Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea), o item, proibido em mais de 50 países, é utilizado em quase 3 mil produtos industriais, como telhas, caixas d’água, pastilhas e lonas para freios.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que 125 milhões de pessoas convivem com amianto no trabalho e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que 100 mil trabalhadores morram por ano devido a doenças relacionadas ao amianto.
No Brasil, a Eternit afirmou em comunicado oficial em seu site, não ter relação com a companhia em outros países, inclusive na Itália, e que a empresa possui 100% de capital nacional. “O uso da marca se dá de forma distinta por diversas empresas em vários países.”
Fernanda Giannasi, auditora fiscal do Ministério do Trabalho e fundadora da Abrea, que está na Itália para acompanhar o julgamento, contesta a empresa. “Estão tentando minimizar o problema ao máximo. Até 2001, a Amindus, que faz parte do grupo suíço fundador da empresa no Brasil, ainda tinha participação na Eternit.”
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Segundo ela, na Itália, a empresa declarou falência há anos, mas o processo não tem prescrição. “Os donos não têm mais interesses no amianto, mas isso não significa ausência de responsabilidade.”
A Eternit brasileira aponta que segue “rígidos padrões de segurança que superam as exigências legais”, definidas pela Lei Federal nº 9055/95 sobre o uso, extração e industrialização, entre outros aspectos, do amianto crisotila. É essa lei que Giannasi quer pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a revisar. “É inconcebível pensar que um produto reconhecidamente cancerígeno e que já tem substitutos continue sendo explorado no Brasil.”
Ela espera que a decisão italiana reflita no STF, que, segundo a auditora, deve julgar nas próximas semanas uma Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta pela Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) e a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANTP), pedindo a inconstitucionalidade da lei federal sobre o uso controlado do amianto. “Acreditamos que os ministros têm uma posição favorável à proibição.”
A mesma posição é defendida por Castro. “Espero que o Brasil siga o exemplo de alguns países da União Europeia (onde o uso do amianto é proibido desde 2005) e que também caminhemos para substituir totalmente o produto no País”, diz. E completa que o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) define o amianto como substância perigosa e orienta seu descarte em aterro especial.
Giannasi destaca que no Brasil há um processo de 2004 semelhante ao da Itália, com decisão contra a Eternit em primeira instância pelo Tribunal Judicial de São Paulo por danos morais, materiais e de saúde para 2,5 mil pessoas. Um recurso ainda corre no Supremo Tribunal de Justiça desde 2010.
Apesar de ter o uso liberado nacionalmente, o estado de São Paulo proíbe desde 2007 a utilização de qualquer variedade de amianto em seu território. “É única medida possível para aprovar em cada estado e município uma proibição que se possa chegar a um banimento nacional. Desde 1993, existem iniciativas federais e nacionais neste sentido, mas todas foram frustradas.”
As medidas não seguiram adiante, afirma, porque o Congresso brasileiro concentra um lobby com “grande capilaridade” a favor da manutenção do amianto. “O setor consegue exercer influência com a bancada da crisotila, composta principalmente por deputados de Goiás. Muitos deles financiados por empresas do setor. No Supremo, eles têm como advogado o ex-ministro e ex-presidente do STF Maurício Côrreia (aposentado desde 2004).”
Uma barreira bancada pelo setor industrial considerada pouco inteligente por Castro. “As consequências do uso do amianto aparecem depois e as empresas vão ter que pagar por isso. O País não precisa passar por este transtorno, pois o preço disso são vidas humanas levadas em função desta exposição.”
Carta Capital

TREM TÁ FEIO NO VATICANO – GOLPE DE ESTADO? A CHAVE QUE ABRE PORTAS E COFRES DE BANCOS – “NEGRO DE ALMA BRANCA”

Veja, Folha, Época, Estadao e O Globo

Laerte Braga

Bento XVI fez um discurso na abertura da Quaresma com duras críticas aos seus opositores e refutando qualquer possibilidade de articulações dentro do colégio cardinalício (putz! Que troço doido sô!) para sua sucessão. É a primeira vez que um papa toca nesse tipo de assunto em público, sinal que a coisa está feia. Um cardeal italiano teria, segundo se afirma, dito que o papa morreria neste ano vítima de assassinato.

O botim compensa golpes e contragolpes. Na base de tudo a adequação do Banco do Vaticano às regras da Comunidade Européia sobre lavagem de dinheiro. Essa modalidade de operação bancária já esteve na crista da onda no papado de João Paulo II, o “santo súbito”, quando o cardeal norte-americano Marcinkus chegou a ter a prisão preventiva decretada pela justiça italiana.

E ficou no Vaticano até que fosse negociado um acordo para contornar o “incidente”.

O próprio Bento XVI é produto de uma espécie de golpe de mão. O discurso que pronunciou logo após a morte de João Paulo II foi como que uma ameaça aos cardeais sobre a eleição do futuro papa. Lembra um personagem da minha cidade que pretendendo ser reitor da universidade local – pública, federal – traçou um perfil ideal desse reitor e ao final proclamou – “eu”. Morreu coberto do ridículo.

Mas o integrante da juventude nazista na Alemanha nos tempos de Hitler acabou tendo êxito no seu “perfil”. Virou papa.

Sei não, esse tipo de disputa, de choque, de entrechoque entre dignatários da Igreja Católica Romana traz a baila os tempos de Lucrecia Bórgia, filha de Rodrigo Bórgia, filha ilegítima. Rodrigo foi mais tarde o papa Alexandre VI e senhor de muitas mulheres e escândalos que caracterizavam os papas à época do Renascimento.

Bento VXI deve ter sentido a corda no pescoço e por esse motivo colocou a boca no trombone.

Pastores desse mundaréu de “igrejas” que surgem diariamente e tornam um pedófilo como Magno Malta senador (o inquérito sumiu convenientemente numa delegacia no Espírito Santo), têm deixado de lado o caráter solene de igrejas, como é o caso da Católica Romana, para obter lucros mais fáceis e eleger vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, senadores, para acuar e chantagear governos. Um deles vende uma chave que abre a porta e o cofre de qualquer banco.

A transação é simples. A chave custa 500 reais, um fiel comprou e pagou em 24 prestações, tentou abrir um banco e não conseguiu. Foi preso. Chamado a se explicar o pastor esclareceu que só abre porta de bancos para aqueles que merecerem a “graça divina”. O nome da “igreja” é “Deus é dinheiro” e a notícia pode ser vista em


Não vai demorar muito e esse pastor vira deputado. O delegado encarregado do caso disse que em qualquer circunstância um cidadão que fizesse isso seria preso e processado por estelionato, mas sendo pastor, não tem como, ele se escuda na tal “graça divina”. No mérito do “fiel/otário”. Quem sabe se ele comprar aquele spray de outro pastor, o que “espanto demônio”, o assunto fica resolvido e as portas dos bancos se abrem?

Já na paróquia de Santo Espírito de Campobasso, região central da Itália, hóstias produzidas com uma farinha recheada de alucinógenos – por engano diz a notícia – produziu reações as mais variadas entre os fiéis que entraram em alfa. Duas senhoras freqüentadoras da igreja começaram a correr atrás do padre a gritar que o dito cujo era o demônio. Foi preciso a Polícia para controlar a reação da turma e segundo esses não foi nada fácil.

Está lá em



No mundo dos vivos, da realidade, o presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo exibiu um vídeo onde está presente a tortura nos presídios do estado. É a primeira vez que um presidente de um TJ procede dessa forma e o atual já havia dado indicativos que não seria complacente com o crime organizado ou não. O vídeo é estarrecedor. A tortura não é prática só nos presídios do Espírito Santo. Existe em qualquer, repito, em qualquer presídio em qualquer estado da desconjuntada Federação brasileira. É norma “disciplinar” da turma encarregada de tomar conta e participar do pseudo processo de ressocialização dos presos.

A média de reincidência hoje está próxima dos cem por cento. O sistema está falido. Se alguém perguntar ao governador de Minas Antônio Anastasia se isso acontece em seu estado ele vai dizer que não e gastar os tubos em propaganda para mostrar penitenciárias e presídios que se certamente se assemelharão a spas ou resorts de alto luxo, pela boca e com a carinha infantil de uma atriz global. Aquela que disse que os professores de Minas ganham bem.

O vídeo em questão pode ser visto em


Nesse desarranjo todo a primeira-ministra da Alemanha, Ângela Merkel, sugeriu ao seu colega grego que adiasse as eleições previstas para breve, com receio que o povo grego diga não ao pacote do Banco Central Europeu que, na prática, transforma o país em colônia, refém dos bancos falidos da Comunidade Européia. Merkel deve ter rezado na mesma capela que Hitler rezava e como os tempos são aparentemente diversos, veio com essa conversa mole.

O fato é que o conceito de nação está sumindo e o mundo inteiro vira um grande conglomerado de bancos e empresas capitaneados pelo arsenal nuclear/terrorista de ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A. Foi por conta disso que 260 soldados franceses disfarçados de rebeldes sírios foram presos pelo exército daquele país, insuflando populares à rebelião que a GLOBO chama de protestos contra o governo de Bashar Al Assad. Nem uma palavra sobre essa intervenção descarada.

A proposta de Merkel não vingou, pelo menos até agora. Os protestos na Grécia são crescentes, o povo resiste à barbárie imposta pelos bancos e como a crise se alastra pela Itália, por Portugal, pela Espanha, cada vez mais vai ficar difícil encontrar uma saída pacífica, que não passe pela borduna, até porque a reeleição de Sarkozy, neste momento, é incerta. Não que os socialistas franceses vão mudar alguma coisa. São socialistas de boca, conjugam os verbos do neoliberalismo sem problema. Como Zapatero fez na Espanha. O problema são os levantes populares, uma eventual “primavera européia”, como gostam de dizer os repórteres da GLOBO, todos comprometidos com a “verdade”.

A semana registra a confusão no carnaval de São Paulo e o desespero da mídia em culpar a escola Gaviões da Fiel, pelo fato de ter homenageado o ex-presidente Lula. Tentaram de tudo, mas o invasor foi de outra escola e por trás dele um complô para anular uma grande marmelada. A presidente da escola vencedora é tucana de carteirinha. E está guardada no peito de Kassab.

O que pouca gente prestou atenção foi na notícia que José Serra foi a Buenos Aires consultar-se com seu “psicanalista” para saber se sai ou não candidato a prefeito de São Paulo. As aspas na expressão psicanalista é porque, na verdade, Serra foi consultar o que os argentinos chamam de “bruxo”. Pedir ao dito cujo, o seu, para ler seu futuro. Se melhor tentar a Prefeitura ou esperar e tentar a presidência outra vez.

O fato é que levou uma baita rasteira de Alckimin, de FHC e de Aécio que, na muda, trocou todos os tapetes e passou sabão nos novos. Escorregão na certa.

Na pior das hipóteses, como precisa de uma lavanderia para lavar o dinheiro das privatizações no governo FHC, se perder, abre uma igreja e vira pastor. Vende tranquilamente chave de cofre de bancos. Entende do assunto, sua filha é sócia de Daniel Dantas.

No duro mesmo a semana está brava em todos os sentidos. O jornalista Paulo Henrique Amorim, da RECORDE e do blog CONVERSA AFIADA – um dos poucos sem rabo preso no Brasil – está se vendo em palpos de aranha por conta da expressão “negro de alma branca”. O epíteto que usou para classificar Heraldo Pereira, jornalista da GLOBO e empregado de Gilmar Mendes.

A leitura cínica e equivocada de alguns ditos sábios classificou a expressão de racista. É exatamente o contrário. Mas, em se tratando de mídia de mercado e seus “agentes”, tudo é possível, até ler de cabeça para baixo como gosta de fazer o ex-presidente George Bush e sair “besteirando” mundo afora.  

É que o que deve sair por baixo vem para cima. Inunda e não tem cura. Pelo menos na medicina. O “bruxo” de Serra sei lá...

A expressão já foi usada várias vezes, inclusive em relação a Pelé, a Obama e só alguns “notáveis” aqui entenderam que é racista. Deve ser o tal instituto de estudos superiores de direito de Gilmar Mendes, movido em boa parte a verbas públicas.