2.12.2011

Déficit de atenção

Dieta restritiva pode reduzir sintomas do TDAH

Pesquisadores acreditam que alguns alimentos podem afetar negativamente o cérebro e provocar o transtorno de déficit de atenção

tdahfoto.jpg Falta de atenção: crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade enfrentam dificuldades em prestar atenção e controlar seu comportamento (Getty Images)
Segundo o estudo, da mesma forma que alguns alimentos podem provocar reações adversas, que vão da asma a problemas gastrointestinais, em crianças, eles podem afetar o cérebro e originar problemas em seu comportamento
Mudanças na alimentação pode ser uma maneira eficiente de reduzir os sintomas do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) nas crianças entre quatro e oito anos de idade, diz estudo publicado na edição deste sábado do período médico britânico The Lancet.
O estudo foi feito com 100 crianças da Bélgica e da Holanda, todas diagnosticadas com TDAH. Elas foram divididas em dois grupos escolhidos aleatoriamente. Um grupo recebeu, por cinco semanas, uma dieta restritiva, sem alimentos processados, que incluía apenas água, arroz, carne, peras e vegetais. Depois foram introduzidos na dieta batata, trigo e mais frutas. O outro grupo recebeu apenas aconselhamento sobre alimentação saudável.
Das 41 crianças que completaram as cinco semanas de dieta restritiva, 78% tiveram uma redução nos sintomas e 22% (nove crianças) não apresentaram nenhuma melhora. “Chegamos à conclusão de que mudanças na dieta deveriam ser consideradas para todas as crianças com  TDAH”, afirmaram os autores do estudo, realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Radboud e pelo Centro de Pesquisas sobre TDAH, ambos localizados na Holanda.
Embora não existam evidências conclusivas sobre o papel dos alimentos no desenvolvimento do TDAH, um dos transtornos neurológicos mais comum em crianças, há a suspeita de que comidas ricas em açúcar possam desencadear os sintomas e de que substâncias como aditivos alimentares tenham efeito sobre o comportamento infantil.
Veja

TROTE: UMA TREMENDA INFANTILIDADE

Trote, uma prática medieval que desafia as universidades

Instituições tentam implementar programas de "boas-vindas aos calouros", mas ainda falham em coibir agressões e humilhações

Nathalia Goulart
Calouro da USP de 1996 tenta "matar formiga no grito": ritual de passagem não pode descambar para violência e humilhação
Calouro da USP de 1996 tenta "matar formiga no grito": ritual de passagem não pode descambar para violência e humilhação 
As primeiras universidades surgiram na Europa em plena Idade Média. Foram um sopro de liberdade. Permitiram progressivamente ao homem atuar segundo a razão, em vez de apenas obedecer a dogmas. Paradoxalmente, ao mesmo tempo em que nasciam os centros de estudo, surgia uma instituição muito mais tributária da ideia que hoje fazemos da "Idade das Trevas": o trote. Os primeiros registros da prática datam do início do século XIV. Calouros da região correspondente à moderna Alemanha eram obrigados a andar nus e ingerir fezes de animais mediante a promessa de que poderiam se vingar nos novatos do ano seguinte. "Os alunos veteranos descontavam nos mais novos a repressão promovida em sala de aula por professores rigorosos", afirma Antônio Zuin, professor do Departamento de Educação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e autor do livro O Trote na Universidade: Passagens de um Rito de Iniciação.
Linha do tempo: os trotes violentos no Brasil, de 1831 a 2011

O trote é uma demonstração de que, a despeito de avanços inegáveis, o mundo não mudou tanto assim em quase 800 anos. Mantém no século XXI um tanto de século XIV. Prova disso é que o trote se mantém no calendário como uma atividade acadêmica regular: encerrada a fase de vestibulares, se inicia a de divulgação de listas de candidatos aprovados e explode a agressão e a humilhação dos novatos. Neste ano, por exemplo, uma tropa de veteranos da Universidade de Brasília (UnB) exibiu sua porção medieval ao obrigar calouras a simular sexo oral com uma linguiça envolta numa camisinha e embebida em leite condensado. Americanos e franceses, entre outros, também tem motivos para lamentar. Lá, como aqui, o trote persiste, preocupa e escapa do controle.
No centro do problema, estão as próprias universidades. A maioria das instituições proíbe o trote dentro de suas dependências – algumas já o fazem há cerca de 40 anos. Contudo, em geral, a fiscalização não é rigorosa, e as atividades envolvendo veteranos e calouros muitas vezes acontecem do lado de fora dos muros acadêmicos. "A universidade ainda não vê como sua tarefa coibir o trote", diz Antonio Ribeiro de Almeida Júnior, professor de sociologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP) e autor do livro Universidade, Preconceito e Trote. "A proibição por si só não funciona. É preciso punir aqueles que desrespeitam a norma. O problema é que normalmente as universidades se restringem a abrir inquéritos, mas ninguém é punido", afirma.
Mostrar aos algozes a face dura da lei foi a escolha da França. Desde 1998, está em vigor no país uma lei que criminaliza o trote violento. Os condenados podem pegar um ano de prisão e pagar multa de até 15.000 euros. Desde que o mecanismo entrou em vigor, os veteranos passaram a se comportar melhor, apontam estudos locais. As práticas humilhantes e violentas foram substituídas por uma jornada de integração dos novos alunos à instituição. Estudante de psicologia da École des Psychologues Praticiens, de Paris, Maria Elisa Serra passou pela experiência. "Foram promovidas festas, gincanas e atividades dentro da universidade. Foram dois dias divertidos e saudáveis", diz a brasileira. Alguma semelhança com a tradicional baderna por que passaram seus colegas no Brasil? "Nenhuma", ela responde.
Tiago Queiroz/AE
Calouros do Mackenzie obrigados a ingerir pinga, em 2008
Calouros do Mackenzie obrigados a ingerir pinga, em 2008
Trote camarada – Algumas instituições brasileiras têm se esforçado para melhorar as estatísticas sobre trotes – que são escassas, diga-se, pois o medo dos novatos inibe reclamações e o problema só costuma vir à tona quando ocorrem mortes ou ferimentos graves. Há dois anos a UnB criou, em parceria com os diretórios de estudantes, um "programa de boas-vindas aos calouros" nos moldes franceses. Alguns resultados são animadores. No curso de agronomia, a parcela de vítimas de trotes caiu de 75% para 50%. Contudo, o episódio da linguiça encapada por camisinha, ocorrido na mesma unidade da universidade, segue como alerta de que ainda há muito o que fazer. A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) tenta iniciativas semelhantes para afastar o trote violento. "Conversamos com os diretórios acadêmicos para coibir esse tipo de ação. Em paralelo, desenvolvemos atividades em parceria com os alunos veteranos para receber os novos estudantes. Nos últimos quatro anos, não registramos nenhuma ocorrência relacionada aos calouros", afirma Luiz Leduino de Salles Neto, pró-reitor de assuntos estudantis da Unifesp.
Os legisladores brasileiros ainda discutem o que fazer para enfrentar o problema que, por aqui, já tem quase dois séculos – o trote chegou ao país trazido por brasileiros que haviam estudado na Europa no século XIX. Um projeto de lei que pretende disciplinar o assunto foi aprovado na Câmara em 2009 e, desde então, repousa no Senado. Pretende proibir o constrangimento dos calouros, a exposição deles a situações vexatórias e ofensas graves, além de garantir a integridade física dos novatos. O texto determina que as universidades abram processos disciplinares contra os veteranos violentos, mas não prevê sanções a instituições que se furtarem a cumprir suas responsabilidades. Aos alunos que se excederem, seriam aplicadas multas – de 1.000 a 20.000 reais –, suspensão de um a seis meses e até expulsão. Desde 1999, alguns estados mantêm leis locais que tratam do tema, caso de São Paulo e Santa Catarina. No entanto, passada mais de uma década, não há registros de condenações motivadas por esses freios legais.
Os Estados Unidos também tentam minorar o problema pela via legal – e têm falhado igualmente. Em 44 estados, o trote já é considerado crime. Contudo, 29 estudantes morreram vítimas de trotes violentos na última década, cinco deles só em 2008, segundo levantamento de Hank Nuwer, professor do Franklin College e estudioso do assunto. "As leis e os programas das universidades que tentam promover atividades alternativas ainda são ineficientes. É difícil combater uma prática que, até a metade do século passado, era amplamente incentivada pelas próprias instituições de ensino", diz Nuwer.
Entre os americanos, em geral, violência e humilhação não são impostos cobrados às portas da instituição. Lá, os maiores problemas são registrados durante a seleção promovida por veteranos para escolher os novatos que serão aceitos pelas fraternidades (somente de homens) e irmandades (de mulheres). Ambos são grupos fechados que alegam selecionar os melhores e, posteriormente, beneficiá-los de alguma forma, como oferecendo conexões sociais privilegiadas ou acesso a oportunidades de emprego. A possibilidade de se tornar um líder no meio universitário – e fora dele – anima os jovens a encarar provas arriscadas para fazer parte dos grupos. "O maior problema ali é relativo ao abuso de bebida alcoólica, além de brincadeiras aparentemente inocentes, como levar um candidato a uma área rural ou a um bairro extremamente perigoso em plena madrugada e deixá-lo ali sozinho, à própria sorte", conta o especialista americano.
Como ocorria há quase 800 anos, o ingresso de um calouro na universidade pode de fato configurar um ponto de inflexão na vida desse jovem. É quando uma porta se abre à sua frente. Fazem sentido, por isso, festas e cerimônias. "O momento pede um ritual que marque a transição. O calouro precisa ser iniciado no meio acadêmico e os veteranos precisam cumprir esse papel", afirma o professor Antônio Zuin, da UFSCar. Está claro, contudo, que, em pleno século XXI, esse ritual não pode reproduzir a face obscura do século XIV.
VEJA
 

Jovens alcoólatras começam a beber antes dos 11 anos

Saúde pública

40% dos adolescentes que procuram tratamento estão nesse caso, segundo levantamento da Secretaria de Saúde de São Paulo

Pesquisa sobre alcoolismo: jovens começam a beber ainda crianças, geralmente em casa ou na presença de familiares Pesquisa sobre alcoolismo: jovens começam a beber ainda crianças, geralmente em casa ou na presença de familiares 
"Eram crianças que tinham o consentimento da família para beber, porque o pai ou a mãe bebiam. Eles começaram a ingerir bebidas sem culpa e não se deram conta de que estavam se viciando"
Marta Ezierski, diretora do Cratod
O manobrista Johnny, de 22 anos, tomou o primeiro gole de vinho aos 11 anos, com o irmão mais velho. Aos 7 anos, a doméstica Madalena, que hoje tem 50, bebeu um copo de pinga em casa, pensando que era água. Hoje, os dois engrossam as estatísticas do Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod) de São Paulo: 40% dos adolescentes e 16% dos adultos que procuram tratamento para se livrar do vício experimentaram bebida alcoólica antes dos 11 anos de idade.
Os dados sobre o primeiro contato com a bebida impressionaram a psiquiatra Marta Ezierski, diretora do Cratod, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. "Uma coisa é falar de alcoolismo na população em geral. Outra é falar com base em uma população triada, já dependente. O número é muito alto", diz Marta. As informações são resultado de duas análises: uma envolvendo 684 pacientes adultos e outra com 138 adolescentes que procuraram o centro nos últimos dois anos.
Consentimento familiar - O ponto que mais chamou a atenção foi o fato de os jovens terem começado a beber ainda crianças, geralmente em casa ou na presença de familiares. Segundo o levantamento, em 39% dos casos o pai bebia abusivamente; em 19%, a mãe; e em 11%, o padrasto. O relatório aponta ainda que, após o contato com álcool e tabaco, metade relatou ter experimentado maconha. "Eram crianças que tinham o consentimento da família para beber, porque o pai ou a mãe bebiam. Eles começaram a ingerir bebidas sem culpa e não se deram conta de que estavam se viciando. Um paciente chegou a dizer que havia nascido dentro do álcool", diz a diretora do Cratod.
Segundo Marta, o levantamento também demonstrou que, em geral, os adultos procuram ajuda quando já se envolveram com outras drogas, estão deprimidos, tentaram suicídio ou porque estão com alguma doença ou sequela decorrente do consumo abusivo. Já os adolescentes, diz a médica, normalmente vão ao Cratod por causa de conflitos em casa ou na sociedade.
  Agência Estado

DORMIR POUCO FAZ MAL AO CORAÇÃO

Dormir menos de seis horas por noite faz mal ao coração

Risco de sofrer ataque cardíaco é 50% maior; e chance de derrame cresce 15%

Hora de dormir: diminuir o tempo de sono para trabalhar mais pode colocar a saúde em risco Hora de dormir: diminuir o tempo de sono para trabalhar mais pode colocar a saúde em risco (Jupiterimages/Thinkstock)
"Esse hábito de dormir tarde e acordar cedo é uma verdadeira bomba-relógio para a saúde"
Francesco Cappuccio, pesquisador
Uma pessoa que dorme menos de seis horas por noite tem um risco 50% maior de morrer após um ataque cardíaco - e a chance de sofrer um derrame fatal também cresce 15%. A conclusão é de uma pesquisa da da Universidade de Warwick, na Inglaterra, que comprovou o perigo recorrente de uma rotina agitada e irregular de trabalho que faz com que muitas pessoas descansem cada vez menos em função da sobrecarga diária, o que já se tornou hábito entre 60% da população adulta.
Segundo os cientistas, uma noite de sono ruim pode afetar o equilíbrio dos hormônios grelina e leptina, importantes na regulação do apetite. Isso explicaria por que pessoas com esse perfil tendem a comer mais e a ter tendência à obesidade, o que eleva os riscos de pressão alta e doenças cardiovasculares. Por consequência dessa espécie de círculo vicioso, elas também ficam mais propensas a ataques cardíacos e derrames.
Metodologia – Para chegar aos resultados, os pesquisadores analisaram os hábitos de sono de cerca de 475.000 voluntários que participaram de 15 estudos em oito países, entre eles Inglaterra, Estados Unidos, Japão e Alemanha. Entre as conclusões, está a ideia de que o difundido lema de que trabalhar duro é o melhor caminho para se sobressair tem sacrificado a qualidade do sono e a saúde da população.
“Esse hábito de dormir tarde e acordar cedo é uma verdadeira bomba-relógio para a saúde. A busca por um equilíbrio entre vida pessoal e profissional tem feito com que muitos optem por abrir mão de horas do lazer para garantir que todas as tarefas do dia sejam feitas”, disse Francesco Cappuccio, da Universidade de Warwick, ao jornal inglês Daily Mail.
Mas atenção, os especialistas ressalvam que dormir muito (mais de nove horas) também pode aumentar as chances de infarto. O estudo foi publicado no periódico European Heart Journal.

O que leva os cachorros a latirem furiosamente para certas pessoas?

Psicologia: Emoções aproximam outros animais do ser humano




Rio - O que leva os cachorros a latirem furiosamente para certas pessoas? Ou uma chimpanzé a velar seu filhote morto precocemente? Embora as reações dos vertebrados sejam muito semelhantes às humanas, as razões para que ajam assim divergem das nossas.

De acordo com Ceres Faraco, médica veterinária e doutora em Psicologia, especialista em comportamento animal, os animais vertebrados em geral têm sentimentos como raiva e afeição. Porém, não compreendem porque ou de onde vem estes sentimentos. Apenas os manifestam instintivamente. Enquanto que os humanos sabem o motivo de sua raiva ou compaixão, e, além disso, conseguem controlá-las - ao contrário dos vertebrados. "A alegria e tristeza dos elefantes, a aflição dos chimpanzés e gansos e a alegria e amor dos cães não deixam dúvidas sobre nossas semelhanças. Como nós, os animais experimentam medo, alegria, felicidade, prazer, vergonha, raiva, ciúmes, irritação, desconcerto, desespero e compaixão", diz Faraco.

Os vertebrados são seres sencientes, ou seja, que sentem - mas não pensam. Eles têm a capacidade de avaliar as ações dos outros, lembrar suas próprias ações e consequências, avaliar riscos e ter certos sentimentos e grau de consciência. Porém, não são seres conscientes como os humanos.

Segundo César Ades, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em comportamento animal, os primatas cujos filhotes morrem os carregam durante dias, às vezes até que se decomponham. O professor lembra o estudo da pesquisadora inglesa Jane Goodall, que conviveu por anos com chimpanzés em seu habitat natural. Ela relatou que um filhote, quando perdeu a mãe, ficou encolhido e imóvel, sem interesse por nada, deprimido e acabou morrendo algum tempo depois.
Outro exemplo de laço extremo entre os animais lembrado por Ades está entre o ganso macho e a fêmea, onde há um vínculo que dura a vida inteira. Quando morre a fêmea, o macho perde a sua combatividade e se mostra bastante perturbado e sem energia.

Recentemente, o Instituto Max Planck de Psicolinguística (MPI, na sigla em inglês), da Holanda, divulgou um vídeo em que uma mãe chimpanzé lamenta a morte do filhote, velando-o por horas. Atualmente, quase nada se sabe sobre como os primatas reagem à morte, o que eles entendem, e se eles choram. Entretanto, os pesquisadores do MPI acreditam ter relatado um período único de transição de como a mãe aprendeu sobre a morte de seu filho, um processo nunca antes relatado em detalhe.

"Os vídeos são extremamente valiosos, porque eles nos forçam a parar e pensar sobre o que pode estar acontecendo na mente dos outros primatas", diz Katherine Cronin, uma das autoras do estudo.

Alguns pesquisadores defendem que não existe amor maternal entre os animais. Para eles, o instinto protetor é considerado um comportamento de sobrevivência da espécie. Ceres repudia essa hipótese com o relato de Pierre Pfeffer, especialista em estudo de elefantes, que testemunhou, em Botswana, na África, o encontro entre uma mãe elefante e seu filhote que haviam se perdido fazia muitos anos. Eles estavam vivendo em manadas distintas e, quando o filhote se aproximou, a mãe abandonou o grupo e balançava-se demonstrando imensa alegria.

"As emoções são absolutamente verdadeiras como nos demais animais sencientes. É notório o sofrimento diante da perda de um ser querido. Na minha experiência como clínica de comportamento de cães e gatos, vivencio diariamente as emoções e os distúrbios emocionais desses animais, não há dúvida sobre isso", diz. Outro caso interessante, conta Ceres, é o de Alex (um papagaio participante de vários estudos da pesquisadora Irene Pepperberg sobre conhecimento, que conseguia somar, dizer palavras e expressar conceitos). Ao ser levado ao veterinário para uma cirurgia, o animal gritou angustiado ao vê-la sair: "vem aqui, te quero muito, quero voltar"
Terra

Cientistas desvendam segredo do salto da pulga

Mecanismo que permite que inseto seja catapultado a uma distância 200 vezes maior do que seu corpo há muito intriga pesquisadores.

BBC
Cientistas da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, resolveram o mistério de como pulgas saltam tão longe e tão rápido.
Estudos anteriores já haviam revelado que a energia necessária para catapultar uma pulga a uma distância 200 vezes maior do que o comprimento do seu corpo tinha sua origem em uma estrutura elástica, semelhante a uma mola, presente no organismo do inseto.
Mas os especialistas não entendiam como as pulgas transferiam esta energia para o chão de forma a poder saltar.
Pulga é monitorada durante o estudo (Foto: Cortesia da Universidade de Cambridge) 
Pulga é monitorada durante o estudo. (Foto: Cortesia da Universidade de Cambridge)
Filmagens feitas com câmeras capazes de capturar objetos se movendo em alta velocidade revelaram que o segredo está na forma como as pulgas usam suas pernas traseiras - como alavancas de múltiplas partes.
Esse 'efeito alavanca' permite que as pulgas pressionem suas patas no chão e a liberação repentina da 'mola enrolada' projeta o inseto para a frente e para cima, afirmam os cientistas na revista científica "Journal of Experimental Biology".
Um dos cientistas envolvidos no trabalho espera poder utilizar mecanismos semelhantes ao da pulga na construção de máquinas.
Polêmica
Meio século atrás, dois grupos de pesquisadores descobriram que a energia que permitia o salto do inseto era gerada por uma mola interna e não pelos músculos minúsculos da pulga. Essa descoberta levou ao surgimento de duas teorias rivais sobre a agilidade do inseto.
Enquanto um grupo defendia a idéia de que as pulgas se projetavam para a frente a partir dos joelhos, outro dizia que, ao se comprimir, a mola agia a partir das juntas da perna traseira do inseto, empurrando as patas da pulga contra o solo. Partindo dessa posição "agachada", o inseto era capaz de saltar para cima.
Os cientistas responsáveis pelo novo estudo, Gregory Sutton e Malcolm Burrows, da Cambridge University, em Cambridge, na Inglaterra, queriam dar fim à discussão.
O objetivo de Sutton é projetar robôs que possam pular tão alto como as pulgas.
"Se você observa as ações e movimentos que os animais são capazes de gerar, eles são tão melhores do que maquinas modernas", ele disse à BBC.
Como seus predecessores, Sutton se baseou em estudos anatômicos detalhados das pulgas.
Eles revelaram a existência de colunas vertebrais relativamente grandes perto das patas do inseto, estruturas que indicam que essas são as áreas que empurram o solo para obter tração.
Filmando pulgas
As revelações mais cruciais vieram das filmagens, que foram feitas ao longo de uma semana. Para os pesquisadores, o grande desafio foi descobrir como convencer uma pulga a saltar no momento certo, dentro do campo de visão da câmera e em foco.
"Finalmente descobrirmos que as pulgas não pulavam se estava escuro', explicou Sutton. 'Então, desligávamos as luzes, posicionávamos a câmera para colocar a pulga no plano (de filmagem), acendíamos a luz e a pulga saltava."
Quando os pesquisadores fizeram um modelo da trajetória do salto de cada pulga, ele coincidia exatamente com a trajetória calculada em 1967 por um cientista britânico chamado Henry Bennet-Clark.
"Nossos dados batiam exatamente com os de Bennett Clark."
Mas alguns aspectos da agilidade da pulga ainda não foram esclarecidos.
"Elas sempre saltam na mesma direção, então achamos que elas podem ser limitadas', disse Sutton. 'E não sabemos como a pulga trava suas pernas em posição quando está comprimindo a mola."
Sutton acrescentou: "Isso nos mostra quão pouco sabemos sobre os insetos mais comuns".

OMS: álcool mata mais que aids, violência e tuberculose

Cerca de 2,5 milhões de pessoas morrem todo ano em decorrência do vício

Abuso do álcool: cerca de 11% das pessoas que consomem bebida alcoólica têm, ao menos, um episódio de bebedeira por semana Abuso do álcool: cerca de 11% das pessoas que consomem bebida alcoólica têm, ao menos, um episódio de bebedeira por semana 
Cerca de 2,5 milhões de pessoas morrem todos os anos de causas decorrentes do consumo de álcool
O álcool é responsável por 4% de todas as mortes no mundo. De acordo com o relatório Global Status Report on Alcohol and Health (Relatório da Situação Global sobre Álcool e Saúde), divulgado pela Organização Mundial de Saúde nesta sexta-feira, cerca de 2,5 milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência do consumo de álcool – número maior que as mortes causadas pela aids, tuberculose ou violência física. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, as maiores causas de morte são problemas cardiovasculares e o câncer, duas doenças relacionadas ao vício.
Segundo os dados levantados pela organização, o aumento da renda per capita tem alavancado o consumo de bebidas alcoólicas em países altamente povoados na África e na Ásia, como a Índia a África do Sul. O consumo excessivo, no entanto, tem se tornado um problema também nos países desenvolvidos, que sofrem com o crescimento das taxas de acidentes de trânsito, da violência, de doenças, da negligência infantil e do absentismo no trabalho.
“O uso prejudicial do álcool é especialmente fatal para os jovens, além de ser a causa principal de morte em homens entre 15 e 59 anos”, afirma o relatório. Os índices atingem o ápice na Rússia, país onde a cada cinco mortes uma tem como causa o consumo excessivo de álcool. E esse consumo exagerado, que frequentemente leva a comportamentos de risco, tem se mostrado prevalente, principalmente, no Brasil, Casaquistão, México, Rússia, África do Sul e Ucrânia. Em países com população predominante de muçulmanos, entretanto, os índices de consumo estão entre os mais baixos da pesquisa.
Consumo - Em todo o mundo, cerca de 11% das pessoas que bebem têm ao menos um episódio de consumo excessivo por semana. Dentro desse contexto, os homens são os campeões: para cada mulher que abusa da bebida, quatro homens fazem o mesmo.
A produção caseira ou ilegal de bebida alcoólica é responsável por 30% do consumo mundial entre adultos. Algumas dessas bebidas, uma vez que não seguem padrões estabelecidos de produção, são tóxicas. Segundo o relatório da ONU, as maneiras mais efetivas de barrar o consumo exagerado, especialmente entre adolescentes, são aumentar os impostos sobre o produção, regulamentar níveis alcoólicos permitidos para motoristas e dificultar o acesso à bebida, com limitação de idade para compra.
Doenças e danos – Segundo dados publicados pela ONU em 2004, o álcool já era considerado o principal causador de 60 tipos de doenças e ferimentos. Entre a lista de mazelas causadas pela bebida estão cirrose, epilepsia, envenenamento e diferentes tipos de câncer – entre eles, câncer colorretal, mama, laringe e fígado.
(Com agência Reuters)

“O ponto central de nossa vida”

por Paulo Coelho
Certa vez perguntaram ao escultor Michelangelo como fazia para criar obras tão magníficas.
“É muito simples”, respondeu Michelangelo. “Quando olho um bloco de mármore, vejo a escultura dentro. Tudo que tenho que fazer é retirar as aparas”.
No fundo, a vida é a arte de ver além das aparências.
A obra de arte de nossa existência está, muitas vezes, coberta por anos de medos, culpas, indecisões. Mas se nós decidirmos tirar estas aparas, se não duvidarmos de nossa capacidade, seremos capazes de levar adiante a missão que nos foi destinada.

Comentários

  1. A vida é uma arte, se não fizermos nossas próprias esculturas jamais chegara em lugar algum.

  2. O Ponto central de nossa vida…Consiste em ver a vida como ela é na realidade; com seus problems estruturais e sociais; dificuldades financeiras e convivências ambientais. Tudo isto faz parta da nossa convivência e condição humana. Se quisermos viver e agirmos na realidade, temos que ser forte e inteligentes e enfrentarmos as dificuldades da vida com os pés firme no chão e o coração voltado para fazer o bem. Porque a vida já é difícil até por demais. Se agente ainda quiser impor a ela certos preconceitos e complicações, aí meu amigo, ela se torna ainda mais difícil de vivê-la. Portanto, procuremos viver a vida na sua plenitude, com humildade, amor e respeito aos direitos dos outros. Para que possamos ter as nossas pretensões realizadas e vivermos com sabedoria e inteligência.

  3. Essas palavras são muito verdadeiras, porém as palavras ou o \’\'de boca\’\’ sempre são mais fáceis ou belas do que encarar diariamente a realidade deste mundo diverso. Feliz daquele que consegue absorver isso em momentos conturbados.

  4. “Quem não tem inteligência para criar tem que ter coragem para copiar”



  5. Paulo Coelho, vc é demais!!!

    Não li muitos livros seus, por enquanto, mas sempre que vejo alguma publicação sua fico impressionada! Sem duvida as experiencias que vc tem o ajudaram muito a compreender as questões da vida. Fico feliz que vc as compartilhe com a gente.
  6. Todos vão para o mesmo
    lugar,todos são pó,
    e todos ao pó tornarão…

  7. “Ponto central da nossa vida”
    E a felicidade
    Projeto Felicidade para Todos, tem que ser compreendido e não confundido para ser “ponto central da nossa vida”
    Se todos pudessem ver o filme da vida antes durante, e não depois no fim da vida
    No fundo, a vida e a arte além da solução, se aprender tudo na hora certa da vida
    Distribuir a realidade antes durante a vida, deixando o resto para depois da morte que ainda esta entre-nos, ate o dia de sair de linha, ficando as mortes do pavio curto e da ignorância central pede um equilíbrio real, a felicidade que todos esperam vem se assim desejarmos
    Não pode, ser sopa só e pão, e sim moradia alimentação educação para gerenciar a nossa mente para o futuro positivo de cada um com a realidade exposta dentro o Projeto Felicidade para Todos, saber viver a vida sem depender de esmola
    Precisa aprender “ponto central da nossa vida”
    No projeto Felicidade para Todos, por excesso de coisas e trocar o nome sem sair do lugar deixando tudo na mesma, e melhor deixar de lado procurar outra coisa para fazer deixar quem quer fazer
    Por somente duas coisas no Projeto Felicidade para todos ter a chance de escaldar as obras que deseja na vida, levar adiante a missão do progresso de todos deixando a porta aberta aonde esta a semente plantada
    Uma coisa moradia com financiamento através de um sistema habitacional associativo sem juro com garantia absoluta que de tranqüilidade de imaginar o impossível de ser possível
    Com aprovação do Ministério Publico, com monitoramento em tempo real da Receita Federal, com o fundo de garantia liberando recurso para as cartas de credito ate o núcleo habitacional sem juros ter vida própria, o governo garante e os imóveis são a garantia hipotecaria
    Segunda coisa educação que forme todos os nossos descendentes melhor que nos em tudo antes durante o processo de crescimento, para ser positivo a vida inteira
    Levando tudo da vida real para as salas de aulas de todas as escolas desse planeta terra em material didático de acordo com a idade, incluindo cursos de oratória e palestrando que ajuda gerencia a inteligência humana em tempo real
    Creche jardim de infância em fotos coloridas com nome de cada coisa possível de realizar no futuro
    Primário em desenho animado das coisas da vida que inspira o futuro
    Ginásio em videogames desenvolve o raciocínio servindo de motivador constante
    Colegial ou semelhante, desenvolver as idéias levando para teatro cinema televisão radio internet e o que mais vem pela frente superando tudo do presente para o futuro ser melhor para todos viver bem a vida

  8. Muito bom! As vezes é difícil, mas se tentarmos e insistirmos, dá certo.

  9. Para notar que a vida é uma obra de artes e que precisa ser aparada as arestas, é preciso que se tenha a visão além do alcande (como os tunder cats), ou ficaremos todos em nossos mundinhos vivendo vidinhas sem sentido esperando a morte chegar.

  10. Infelizmente somos assim, so conseguimos visualizar pedras ou seja o exterior! mas muitas vezes vemos o exterior porque queremos ver assim! porque temos medo que depois das “aparas tiradas” a escultura seja mais bela que a nos proprios

  11. A obra de arte de minha existência, não está ficando nenhuma obra-prima como as
    da Michelangelo, mas não dá para queixar-se. Está bem razoável; em alguns pontos
    superou a minha expectativa, noutros está ficando aquém do esperado.
    Nos pontos que estão abaixo do que eu sonhei criar, colaboraram decisivamente
    algumas decisões equivocadas, medos e culpas. Algumas indecisões sobre
    assuntos relevantes, também tiveram significativa influência no conjunto da obra,
    Mas, considerando que minhas habilidades são mínimas, se comparadas com as do
    grande mestre Michelangelo, devo dar-me por satisfeito, sem, entretanto, deixar de
    buscar o aprimoramento, dia-após-dia. Nunca é tarde para corrigir algum detalhe.

  12. Realmente faz muito sentido!
    Imagino que seja como dizer tenho vergonha disso ou daquilo, quando na verdade a vergonha vem de si mesmo. Porque ter vergonha de quem somos!

  13. …A sensibilidade de buscar nas coisas sua essencia mais profunda, nos torna especiais, buscar o que de mais bonito possa se ter um jeito timido…mas um coração grande, um silencio, mas tb uma gentileza, além da beleza fisica existe uma pessoa de verdade na sua essencia e quando conseguimos ultrapassar essas barreiras, descobrimos pessoas valiosas em nossa volta.

  14. Exatamente isso: “No fundo, a vida é a arte de ver além das aparências

ESTUDAR FORA DO PAIS NUNCA FOI TÃO FÁCIL

O melhor momento para estudar fora 

Mais de 200 mil brasileiros de todas as idades devem deixar o País em busca de educação em escolas estrangeiras este ano. Com o real forte, o caminho está aberto para aspirações de todos os gostos e bolsos


chamada.jpg
HARVARD VERDE-AMARELA
Grupo de brasileiros na emblemática universidade americana. O paulistano
Henrique Flory (no fundo, o terceiro da esq. para a dir.) cursa pós em administração
pública. Mariana Simões (na frente, a terceira da esq. para a dir.), de Fortaleza,
faz mestrado em ciência e prática da prevenção
 
Passar uma temporada de estudos no Exterior é o sonho dourado de muitos brasileiros. Independentemente da faixa etária e das aspirações envolvidas. Pais acalentam proporcionar aos filhos adolescentes a oportunidade de cursar parte do ensino médio fora, vivenciando outra cultura e afiando uma segunda língua para o cada vez mais concorrido mercado de trabalho. Jovens recém-chegados à maioridade mergulham em testes, formulários e seleções disputadíssimas para obter a chance de se sentar nos bancos de universidades centenárias. Profissionais estabelecidos dão uma pausa na rotina para aprimorar o currículo em pós-graduações ou MBAs. E pessoas de todas as idades se deliciam com o cardápio de cursos livres que salpicam pelo mundo, numa democracia de datas, durações e temas. Os anseios são muitos, mas, até há pouco tempo, só alguns privilegiados conseguiam realizá-los. Pois bem, isso mudou. Estudar no Exterior deixou o terreno da fantasia distante e passou a ser a doce realidade de muitas pessoas, graças ao real fortalecido em relação às outras moedas, principalmente ao dólar.
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EFERVESCÊNCIA
Victor Bicalho se formou em matemática aplicada
e economia em Harvard. Na época em que
morava no campus, o colega Mark Zuckerberg criou o Facebook

“A moeda forte amplia os horizontes de quem busca o intercâmbio”, diz Samir Zaveri, coordenador da Feira de Intercâmbio e Cursos no Exterior. Hoje em dia, por exemplo, é comum uma família gastar mais para manter um filho estudando numa escola de primeiro time no Brasil do que no Exterior – especialmente se o curso for high school, equivalente ao ensino médio nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo que se investe alto aqui em escolas particulares, transporte, material didático e demais despesas, quem faz high school na América só paga passagem aérea e infraestrutura, pois escritórios especializados encontram colégio e casa para o estrangeiro e assumem a responsabilidade pela papelada necessária. Um ano nos Estados Unidos sai por US$ 7,5 mil, pouco mais de R$ 12,5 mil, fora o transporte aéreo.

Tal cenário fez o número de brasileiros que vão estudar fora subir 15% em um ano. Segundo dados da Feira de Intercâmbio e Cursos no Exterior, em 2010 foram 193 mil. E, em 2011, devemos romper a barreira dos 200 mil. O principal destino continua sendo os Estados Unidos, por conta da relevância do inglês e do número de parcerias firmadas entre instituições nacionais e americanas. De acordo com o relatório anual “Open Doors 2010”, 8.786 brasileiros estão matriculados lá em escolas de ensino superior, cursando graduação, pós ou inglês. O segundo principal destino é a França. O país europeu mantém 631 convênios com universidades brasileiras e recebeu 2,9 mil alunos nos níveis de graduação e pós só no ano passado. ISTOÉ fez um levantamento de tudo o que é necessário saber para aproveitar esse bom momento e programar uma temporada de estudos no Exterior – quanto custa, quando ir, melhores cursos e instituições e a alternativa das bolsas de estudo, entre outras orientações.
DE MALAS PRONTAS
Letícia Gerola vai fazer seis meses
de high school no Canadá
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O caminho é trabalhoso e cansativo, mas profundamente recompensador. Que o diga o matemático mineiro Victor Bicalho, 27 anos. Ao terminar o ensino médio, ele deixou de lado os livros do vestibular para se candidatar a uma vaga em uma universidade americana, inspirado pelo pai médico, estudante de pós-graduação nos Estados Unidos, e pela lembrança de um curso livre de inglês que fez durante a adolescência na Inglaterra. Excelente aluno, determinado, não só conseguiu uma vaga em uma faculdade americana como alcançou o olimpo: entrou na lendária Harvard, uma das mais conceituadas instituições de ensino do mundo, onde permaneceu de 2002 a 2006. Hoje, formado em economia e matemática aplicada e trabalhando em um escritório de investimentos imobiliários em São Paulo, Bicalho tem a sensação de que a estada em terras estrangeiras o fez crescer como nunca. “Harvard é uma efervescência, lá as coisas acontecem”, diz o mineiro, que presenciou, por exemplo, o nascimento da rede de relacionamentos Facebook, pelas mãos do colega Mark Zuckerberg, em 2004.
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MÃO NA MASSA
Marina Marques estagiou em
restaurantes italianos com estrelas no “Guia
Michelin”. Hoje trabalha com o premiado Alex Atala

Por mais que o real esteja valorizado, estudar no Exterior continua sendo um alto investimento. Por isso, é fundamental escolher muito bem o que fazer e para onde ir. O paulistano Henrique Flory, 42 anos, que faz mestrado em administração pública em Harvard, tem uma tese interessante. Para ele, na hora de decidir por um curso e por uma instituição é preciso avaliar os três “Cs”. Ou seja, quanto a experiência lhe trará em conhecimento, contatos e credibilidade. “Harvard oferece os três ‘Cs’” em profusão”, diz ele, entre uma aula e outra, no campus da universidade, em Cambridge, onde divide a mesma sala de aula com personagens relevantes do cenário mundial como Vasil Sikharulidze, ex-ministro da Defesa da Geórgia, e Violet Gonda, considerada a voz da resistência contra o ditador do Zimbábue, Robert Mugabe.

O aluno que viaja para o Exterior para fazer um curso superior deve, no entanto, estar atento para a revalidação de seu diploma internacional. No caso específico do ensino médio (high ­school), ela é burocrática, porém garantida. Por essas e outras, fazer high school continua sendo uma excelente oportunidade para aprender outra língua e experimentar outra cultura. O paulistano Leonardo Pedro Perrelli Faria, 17 anos, escolheu a Inglaterra e passou dez meses do ano passado na cidade britânica de Worthing. Além do inglês impecável, conquistou autoconfiança e muitas amizades. “Nos feriados e nas férias, eu aproveitava para viajar”, diz ele, que visitou a França, Dinamarca, Suécia, Holanda, Bélgica, Alemanha, Escócia e as Ilhas Canárias. Quando voltou para o Brasil, Faria constatou que tinha melhorado muito em matérias que antes pouco lhe interessavam. “Em história, por exemplo, comecei a tirar nota oito e nove, coisa que nunca tinha acontecido”, diz. Segundo ele, o enfoque e o rigor britânico com a disciplina foram fundamentais para a mudança. “Pretendo cursar parte da faculdade de administração que vou fazer em uma instituição inglesa”, planeja o estudante, confirmando uma tendência apontada por especialistas: quem vai para o Exterior no ensino médio costuma voltar na época do ensino superior.
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São histórias assim que empolgam outros brasileiros a arrumar as malas. A paulistana Letícia Gerola, 16 anos, está ansiosa para passar seis meses na Belleville High School, em Toronto, no Canadá. O embarque está previsto para o final de julho e ela deve começar os estudos já em agosto, início do ano letivo no Hemisfério Norte. A jovem será a primeira dos três irmãos da família Gerola a fazer intercâmbio. “Quero ganhar fluência no inglês e ter mais independência”, diz ela, que ficará em uma casa de família canadense. Os pais se dividem entre a felicidade de poder mandar a primogênita para uma experiência tão rica e a antecipação da saudade. “Se o dólar estivesse alto, não poderíamos bancar a viagem”, reconhece a fisioterapeuta Aparecida de Oliveira, que nunca passou mais de 15 dias distante da filha. Nos últimos cinco anos, o Canadá tem atraído cada vez mais estudantes do ensino médio porque, ao contrário dos EUA, permite que os intercambistas escolham em qual escola estudar e com qual família morar.

Mais de 200 mil brasileiros de todas as idades devem deixar o País em busca de educação em escolas estrangeiras este ano. Com o real forte, o caminho está aberto para aspirações de todos os gostos e bolsos

Claudia Jordão e João Loes
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NOVOS RUMOS
O intercâmbio de Stephan Hardt duraria seis
meses. Ele ficou 18, se formou em administração
da engenharia e garantiu emprego

Outra modalidade que cresce é a graduação parcial, em que o aluno matriculado numa universidade brasileira passa uma temporada de estudos numa instituição estrangeira. Para isso, é bom que as escolas envolvidas tenham algum tipo de acordo – assim os créditos do estudante que viaja são com mais facilidade revalidados na volta. Geralmente, quando o brasileiro deixa sua vaga na universidade nacional em aberto, ela é preenchida por um estrangeiro – do mesmo curso e instituição. “É o que chamamos de intercâmbio real”, diz Anelise Hoffman, coordenadora do núcleo de intercâmbios da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Nesse mercado há duas décadas, a especialista diz que o setor vive um boom desde 2001 e que ainda são poucas as universidades brasileiras com parcerias no Exterior. Mas quem vai não se arrepende. “Foi uma experiência que mudou os rumos da minha vida”, diz o engenheiro paranaense Stephan Hardt, 23 anos. Aos 20, quando fazia engenharia de produção na PUC do Paraná, ele se candidatou a uma vaga para intercâmbio na Universidade St. Mary, em San Antonio, no Texas (EUA). A ideia inicial, de passar seis meses, logo virou uma estada de um ano e meio e garantiu a Hardt o diploma internacional de administração da engenharia, reconhecido no Brasil. Ainda lá, atento às oportunidades, ele garantiu um estágio e posteriormente um emprego na Brenntag, líder mundial em distribuição de derivados químicos. “Tive que trancar a PUC-PR, mas, com o tempo, volto ao Brasil e concluo o curso de engenharia de produção.” Com isso, o paranaense terá dois diplomas, especialização reconhecida em duas áreas e liberdade para escolher se quer continuar trabalhando nos EUA ou voltar para o Brasil.
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CRESCIMENTO
Em dez meses de high school na Inglaterra,
Leonardo Faria aperfeiçoou o inglês e conheceu oito países

Mas não são necessárias mudanças tão radicais para desfrutar de uma transformadora experiência estrangeira. Para quem não quer – ou não pode – programar viagens longas, a melhor opção são os cursos livres. Eles são mais despretensiosos, não envolvem esquema burocrático de matrícula nem disputa acirrada por vagas. E, melhor: há sempre uma oportunidade para todas as faixas etárias, níveis acadêmicos e gostos. “O mais popular continua sendo o de idiomas”, explica Samuel Lloyd, coordenador do Student Travel Bureau, uma das maiores organizações internacionais de viagens educacionais. “Mas é possível combinar o país que se quer com o que se pretende estudar”, diz. Em 2010, a cozinheira paulistana Marina Marques, 23 anos, passou seis meses na Itália fazendo gastronomia. “Os quatro meses de prática foram sensacionais”, lembra ela, que trabalhou em dois restaurantes, ambos com estrelas no “Guia Michelin”, o mais rigoroso do mundo. “Esse é o tipo de experiência que faz a diferença na hora de procurar um emprego”, reconhece. Pela empreitada internacional, Marina desembolsou 8,6 mil euros (R$ 19,6 mil). Valeu a pena. Hoje ela trabalha no Dalva e Dito, restaurante do brasileiro Alex Atala, um dos 20 chefs mais influentes do mundo, que também está à frente do badalado D.O.M., em São Paulo.
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EXCELÊNCIA
Alunos do MBA da Universidade Columbia, Leão Carvalho e Everton Silva
passaram por disputada peneira para chegar aonde estão

As oportunidades são tantas e tão boas que é possível viajar e trabalhar – uma maneira de viver a experiência do intercâmbio, aprender uma língua e experimentar uma atividade, sem estourar o orçamento. Em 2009, a psicóloga carioca Andréa Carolina Lima, 23 anos, foi contratada por três meses pela Disney, em Orlando, na Flórida. Lá ela atuou como uma espécie de faz-tudo, realizando tarefas que iam da faxina a guia de turismo, trabalho pelo qual recebia cerca de US$ 200 (R$ 332) semanais. Com o dinheiro, bancou as próprias despesas e ainda conseguiu fazer uma viagem de uma semana para Nova York, antes de voltar para o Brasil. “Morava com outras seis meninas e conheci gente do mundo todo”, lembra ela, que, antes de começar a desempenhar suas funções, fez um curso de imersão na cultura da Disney, uma das empresas de entretenimento mais bem-sucedidas do mundo, que contrata dezenas de estudantes brasileiros anualmente.
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Se estudar fora ainda parece difícil – é preciso desembolsar mais de US$ 20 mil (R$ 33,2 mil) para um ano de curso superior nos Estados Unidos, por exemplo –, há muitas oportunidades de bolsas de estudo em escolas de excelência acadêmica, que são oferecidas pelas próprias instituições de ensino nos Estados Unidos e na Europa e por fundações no Brasil e no Exterior. “Se o aluno estrangeiro tiver as credenciais exigidas, é possível estudar em uma universidade da Ivy League (liga das oito universidades americanas de maior prestígio científico), sem colocar a mão no bolso”, diz Andreza Martins, da EducationUSA, escritório do governo americano no Brasil para assuntos de educação. A estudante Mariana Simões, 27 anos, entrou em Harvard graças a uma bolsa da Fundação Lemann e outra da própria universidade. “Estudar aqui era o sonho da minha vida”, diz ela. Para chegar lá, foi preciso foco. Mariana prestou as melhores faculdades do País – é formada em psicologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) –, fez iniciação científica, participou de projetos de pesquisa, foi a congressos, realizou trabalhos voluntários e manteve alto nível acadêmico. Tudo para pavimentar a estrada rumo a Cambridge.
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EXPERIÊNCIA
Andréa Lima trabalhou de faxineira a guia
em seu estágio remunerado na Disney.
Gostou tanto que quer voltar

Também há empresas que bancam o curso de seus funcionários. O administrador André Pedriali, 27 anos, faz MBA na Universidade Columbia, em Nova York, há pouco mais de um ano, com o patrocínio da instituição financeira em que trabalha. “Desde que cheguei, já acompanhei palestras do ex-presidente Bill Clinton, do investidor Warren Buffett e do dono da Microsoft, Bill Gates”, conta Pedriali. Aulas de logística com profissionais do alto escalão de empresas como Walmart, Microsoft e Saks Fifth Avenue também são comuns. “Você circula pelos corredores e esbarra com autoridades internacionais das mais variadas áreas”, diz Everton Silva, outro aluno do MBA da Columbia. “E, além de tudo, temos a vantagem de estar em Nova York, onde tudo acontece antes”, lembra Leão Roberto Carvalho, 27 anos. Pago, subsidiado ou remunerado, o intercâmbio vale a pena. Com a influência brasileira em ascensão no mundo, novas parcerias surgem com rapidez e destinos inusitados passam a figurar entre as opções de quem busca uma experiência internacional. Organizar uma viagem desse porte é trabalhoso, mas as recompensas são incalculáveis. Já escolheu o seu destino?

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Claudia Jordão e João Loes
 Colaborou Patrícia Diguê
 REVISTA ISTO É 



SAIBA MAIS:
Você sonha estudar no exterior? Quer dar up na carreira? Descobriu um destino incrível? Está sem destino? Quer unir conhecimento e turismo? Sabe o que quer, mas não sabe como fazer, muito menos como começar?

Tão importante quanto o destino da viagem é o caminho a ser percorrido, e é isso que o Salão do Estudante, maior feira de educação internacional da América Latina, ajudará você a definir.  O evento, que já está na sua 17ª edição. Acontecerá em março (dias 06 e 07 em São Paulo; dia 10 em Salvador; dia 12 no Rio de Janeiro; dia 14 em Curitiba; dia 16 em Porto Alegre e dia 18 em Florianópolis) e proporcionará aos jovens à oportunidade de conhecer diversas instituições estrangeiras, conversar com seus representantes e obter as informações necessárias para que possam fazer as malas e ter uma vivência internacional fantástica.

A experiência internacional é cada vez mais valorizada, afinal o intercâmbio possibilita adquirir ou aprimorar um novo idioma, além de dar ferramentas profissionais e pessoais que permitem amadurecer, criar independência, conhecer novas culturas e fazer contatos com pessoas dos mais diversificados cantos do mundo. “Tudo isso possibilita que o estudante agregue novos valores e também obtenha melhores oportunidades no mercado de trabalho”, diz Samir Zaveri, coordenador do Salão do Estudante.

Não é a toa que é oferecida na feira inúmeras opções de cursos que vão desde High-School até MBA, passando pela graduação, mestrado, doutorado, especialização, cursos de idioma, cursos de verão, escolas técnicas, estágios e cursos de extensão.

Para isso, instituições de ensino de países como Canadá, Espanha, EUA, Austrália, Inglaterra, Irlanda, Itália, África do Sul, Alemanha, Suíça, Japão, Nova Zelândia, Holanda, Argentina, França, dentre outros, estarão presentes.

O Salão do Estudante ainda conta com a presença de agências de intercâmbio com propostas variadas, promoções especiais e funcionários treinados para sanar dúvidas e dar dicas sobre vistos, hospedagem e seguro-saúde.

Para que você possa conversar com pessoas que já tiveram um sonho semelhante ao seu e conseguiram realizá-lo, a feira oferece seminários ministrados por ex-alunos brasileiros que já estudaram lá fora e são capazes de trocar informações sobre os principais destinos procurados pelos brasileiros, cursos oferecidos em cada país, além de conhecer curiosidades culturais de cada canto do mundo.

Novidades desta edição:

* Por ser o país mais procurado atualmente pelos brasileiros, o Canadá terá grande destaque nesta edição evento, oferecendo um número recorde de high schools, universidades e escolas de línguas em diversos locais do país, principalmente as de francês em Quebec.

* Pensando em quem pretende curtir o clima europeu, o evento possibilitará a troca de informações com escolas de gerência de hotel da Suíça, Austrália, Holanda e Espanha, além de trazer algumas das melhores universidades do Reino Unido, incluindo a Kings College.

* Para quem não quer ir para tão longe, pode explorar nosso país vizinho e “hablar” um “poquito” de espanhol, já que a feira contará com a presença de duas instituições da Argentina (uma escola de língua e uma do governo argentino responsável pelo turismo, Argentina National Institute of Tourism Promotion).

* Já para os que desejam ir, literalmente, para o outro lado do mundo, o Salão trará duas universidades do Japão.

* Agora se o intuito for fazer uma viagem bacana e econômica, não deixe de visitar o stand do site HostelWord.com, maior empresa de alberges do mundo inteiro.

*Para sanar todas as dúvidas a respeito da parte financeira da viagem, nada melhor do que bater um papo com as empresas de câmbio que estarão presentes em SP e no RJ.

* Essa edição do Salão do Estudante promete tudo isso e muito mais, afinal estarão reunidas o maior número de agências de intercâmbio da história do evento.

Dicas aos visitantes do Salão do Estudante:

- Prepare sua lista de perguntas: afinal, esta é uma oportunidade única de falar diretamente com representantes das instituições internacionais e com as principais agências de intercâmbio do Brasil;

- Leve seu CV: os diretores e representantes poderão analisar suas informações acadêmicas e indicar o programa que lhe seja mais apropriado;

- Visite a feira com seus pais: eles poderão falar diretamente com os diretores, esclarecendo todas as dúvidas referentes à viagem. Leve ao evento seus amigos que também estão interessantes a estudar no exterior;

- Leve papel e caneta para fazer anotações;

- Participe dos seminários oferecidos durante o Salão para falar com que já vivenciou a mesma experiência que você sonha em realizar;

- Conheça a revista Estude no Exterior: você poderá adquirir por um preço especial o mais completo guia de estudos no exterior, com dicas especiais, lista das principais escolas internacionais, agências de intercâmbio brasileiras e os principais destinos procurados por brasileiros.

- Preencha o convite vip pelo www.salaodoestudante.com.br e concorra a bolsas de estudo no exterior.

SERVIÇO:

São Paulo –  06 e 07 de março (sábado e domingo)

Local: Centro de Eventos do Colégio São Luis

Endereço: R. Luis Coelho, 323 (Prox. Metrô Consolação)

Horário: 13 às 19h00minh

Salvador – 10 de março (quarta-feira)

Local: Hotel Pestana Bahia

Endereço: Rua Fonte do Boi, 216 – Rio Vermelho

Horário: 15 às 20h00minh

Rio de Janeiro – 12 de março (sexta-feira)

Local: Hotel Sofitel

Endereço: Av. Atlântica, 4240 - Copacabana

Horário: 15 às 20h00minh

Curitiba – 14 de março (domingo)

Local: Estação Embratel Convention Center

Endereço: Avenida sete de Setembro, 2775 – Rebouças

Horário: 13 às 19h00minh

Porto Alegre – 16 de março (terça-feira)

Local: Centro de Eventos da PUC

Endereço: Av. Ipiranga, 6681 – Prédio 41

Horário: 15 às 20h00minh

Florianópolis – 18 de março (quinta-feira)

Local: Centro Sul

Endereço: Av. Gustavo Richard, s/n – Baía Sul – Centro

Horário: 15 às 20h00minh

* Entrada: R$ 10 (inteira) / R$ 5 (meia/estudante). Ou imprima seu convite VIP pelo site www.salaodoestudante.com.br

Apoio:

Rojas Comunicação

(11) 3675-4940 / 3873-6261

2.11.2011

MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE ARMAZENAMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS E PRODUTOS PARA A SAÚDE,

MANUAL DE ESTRUTURAÇÃO DE ALMOXARIFADOS DE MEDICAMENTOS E PRODUTOS PARA A SAÚDE, E DE BOAS PRÁTICAS DE ARMAZENAMENTO E DISTRIBUIÇÃO

ELABORAÇÃO ÁREA TEMÁTICA DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
COGest/SMS.G: Chizuru Minami Yokaichiya Dirce Cruz Marques Fabiola Sulpino Vieira Sandra Aparecida Jeremias Sueli Ilkiu Vilberto Crispiniano de Oliveira COLABORADORES Cristina Fujii de Castro Sílvia Regina Ansaldi da Silva Sônia Maria A. Cintra Gonçalves Vera Marta Takayama Shirley Araújo Oliveira Maria Cecília M. Greco Ronaldo José de Oliveira Eduardo Teixeira de Oliveira APOIO LOGÍSTICO Milton Salas Augusto & equipe IMPRESSÃO CEFOR - SMS


APRESENTAÇÃO
Os medicamentos são produtos diferenciados de suma importância para a melhoria ou manutenção da qualidade de vida da população. A preservação da sua qualidade deve ser garantida desde sua fabricação até a dispensação ao paciente. Desta forma, as condições de estocagem, distribuição e transporte desempenham papel fundamental para a manutenção dos padrões de qualidade dos medicamentos. Assim é imprescindível que o ciclo logístico da Assistência Farmacêutica (aquisição, programação, armazenamento, distribuição e dispensação) tenha a qualidade e a racionalidade necessárias, de modo a disponibilizar medicamentos seguros e eficazes, no momento certo e nas quantidades adequadas. Um dos componentes essenciais do sistema de fornecimento de medicamentos é a estocagem em local bem localizado, bem construído, bem organizado e seguro. Este pressuposto torna imprescindível o planejamento detalhado da montagem e funcionamento dos almoxarifados de medicamentos. A Assistência Farmacêutica conceituada como grupo de atividades relacionadas com o medicamento, destinadas a apoiar as ações de saúde demandadas por uma comunidade , desempenha papel essencial para a saúde. No município de São Paulo a Assistência Farmacêutica, como toda a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), vive momento ímpar, decorrente da descentralização administrativa em subprefeituras. A descentralização da gestão da saúde, através das respectivas coordenadorias das subprefeituras criou o fato da necessidade das estruturas do gabinete da SMS apoiarem a estruturação de alguns serviços, e dentre eles, a montagem dos almoxarifados de medicamentos. A construção deste Manual de Estruturação de Almoxarifados de Medicamentos e Produtos para a Saúde e, Boas Práticas de Armazenamento e Distribuição , tem o objetivo de apoiar as iniciativas das coordenadorias de saúde quanto à montagem e organização de seus almoxarifados de medicamentos. O manual em questão não se propõe a esgotar o assunto, mas sim, oferecer diretrizes e procedimentos básicos que possam assegurar a qualidade e a segurança dos medicamentos estocados e distribuídos, dentro das dependências das unidades do SUS municipal.

4 Assim, a Parte I trata da estruturação dos almoxarifados de medicamentos e produtos para a saúde quanto às instalações físicas, que são exigidas pelas Normas Técnicas vigentes.
A Parte II enfoca as boas práticas de armazenamento e distribuição, oferecendo diretrizes para que o almoxarifado cumpra bem a sua função de receber, estocar, guardar, conservar e controlar os medicamentos, garantindo a manutenção de seus padrões de qualidade.
A Parte III foi fundamentada em documento da Organização Mundial da Saúde e traz diretrizes para o recebimento de doações de medicamentos. Destacamos que a normatização sobre a estocagem de medicamentos, é igualmente aplicável para os produtos para a saúde. Esperamos que as informações aqui contidas sejam úteis para a estruturação dos almoxarifados e que possam garantir a manutenção do padrão de qualidade dos medicamentos dispensados no âmbito do SUS municipal.

ÁREA TEMÁTICA DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
COGest/SMS.G


PARTE I - ESTRUTURAÇÃO DE ALMOXARIFADOS DE MEDICAMENTOS E DE PRODUTOS PARA A SAÚDE

PARTE I - ESTRUTURAÇÃO DE ALMOXARIFADOS DE MEDICAMENTOS E DE PRODUTOS PARA A SAÚDE

Os almoxarifados precisam ser estruturados para desempenhar as atividades de: Recebimento; Estocagem e guarda; Conservação e Controle de estoque. Dentro deste contexto, para o melhor desempenho de suas atribuições, os almoxarifados devem ser construídos conforme as orientações que seguem.
Localização
A localização do almoxarifado deve ser planejada, em função da logística de distribuição, ou seja, que o mesmo tenha localização estratégica em relação às unidades de saúde que serão abastecidas a partir do mesmo.
Área física
A área física deverá ser projetada de acordo com a demanda de cada subprefeitura.
Estrutura física externa Deve ter espaço suficiente para a manobra dos caminhões que farão a entrega dos produtos. Deve conter plataforma para carga e descarga, com altura correspondente à base da carroceria de um caminhão, o que corresponde a aproximadamente 100 cm. Esta área de carga e descarga deve ter cobertura, para evitar a incisão direta de luz sobre os produtos durante a descarga e, eventualmente, chuva. O local deve possuir rampas que permitam facilidade de locomoção dos carrinhos contendo os produtos e devem ser estabelecidos procedimentos especiais para o recebimento em dias chuvosos. As portas externas devem ser confeccionadas em aço e em tamanho adequado para a passagem dos caminhões.
 A iluminação externa deve ser considerada como medida de segurança. O local também deve contar com serviço de segurança por 24 horas. O edifício deve se apresentar em bom estado de conservação: isento de rachaduras, pinturas descascadas, infiltrações, etc. Este ponto é especialmente importante para o caso da necessidade de locação do imóvel. Os arredores devem estar limpos e não devem existir fontes de poluição ou contaminação ambientais próximas ao mesmo. O local deve ter placa de identificação (por exemplo, Prefeitura do Município de São Paulo, Subprefeitura.).
Estrutura física interna
As instalações devem ser projetadas de acordo com o volume operacional do almoxarifado. Mas as condições físicas devem ser observadas qualquer que seja o tamanho do mesmo: Piso deve ser plano, de fácil limpeza e resistente para suportar o peso dos produtos e a movimentação dos equipamentos; Paredes constituídas de alvenaria, devem ser pintadas com cor clara, lavável e devem apresentar-se isentas de infiltrações e umidade. Pelo menos uma das quatro paredes deve receber ventilação direta, através de abertura localizada, no mínimo, a 210 cm do piso. Esta abertura deve estar protegida com tela metálica para evitar a entrada de insetos, pássaros, roedores, etc; Pé direito A altura mínima recomendada é de 6 m na área de estocagem e de 3 m nas demais áreas; Portas de preferência esmaltadas ou de alumínio, contendo fechadura e/ou cadeado; Teto de preferência de laje, mesmo que do tipo pré-moldada. Deve-se evitar telhas de amianto porque absorvem muito calor; Sinalização interna As áreas e estantes, além dos locais dos extintores de incêndio, precisam ser identificadas; Instalações elétricas devem ser mantidas em bom estado, evitando-se o uso de adaptadores. O quadro de força deve ficar externo à área de estocagem e as fiações devem estar em tubulações apropriadas. É sempre bom lembrar que os curtoscircuitos são as causas da maioria dos incêndios.
Equipamentos
Os equipamentos devem ser pensados em função do espaço físico e do volume operacional do almoxarifado. Estantes são adequadas para medicamentos desembalados ou acondicionados em pequenas caixas. As estantes modulares de aço ou de madeira revestida por fórmica, são mais indicadas porque permitem fácil manuseio. A profundidade ideal é de 60 cm, podendo ser de 40 cm em alguns casos. As tintas utilizadas nas estantes devem ter secagem rápida, para que não fiquem impregnadas nas embalagens; Estrados são apropriados para caixas maiores, não devem ultrapassar 120 cm no lado maior; Escadas para movimentação dos estoques quando os medicamentos estiverem desembalados ou acondicionados em caixas menores; Empilhadeira para quando o almoxarifado fizer uso de sistema de armazenagem vertical: estrados ou pallets . As pilhas não devem ultrapassar a altura de 1,5 m ou conforme a informação do fabricante do produto. Assim, evitam-se os desabamentos e as alterações das embalagens por compressões; Carrinhos para transporte - a escolha dos mesmos depende do volume operacional do almoxarifado; Sistema de condicionamento de ar utilizado para o controle adequado da temperatura nos locais de armazenagem de medicamentos. Devem ser pensados em função das condições dos ambientes.
Em São Paulo as temperaturas se elevam muito no verão, desta forma, a instalação deste sistema deve ser considerada; Ventiladores na impossibilidade de instalação de aparelhos de ar condicionado, deve ser previsto o uso de ventiladores; Exaustores são úteis porque ajudam na ventilação do ambiente;
Termômetros são recomendados os termômetros que registram as temperaturas máximas e mínimas para a medição na área de estocagem. Também devem ser usados termômetros adequados para a medição das temperaturas das câmaras frias ou refrigeradores;
Higrômetro usado para a medição da umidade nas áreas de armazenamento; Armários de aço com chave destinados ao armazenamento de medicamentos sujeitos a controle especial, quando o volume estocado é pequeno. No geral é preferível dispor de sala fechada para este fim; Extintores de incêndio devem ser adequados aos tipos de materiais armazenados e devem estar fixados nas paredes e sinalizados conforme normas vigentes. É recomendável a consulta ao Corpo de Bombeiros sobre os locais apropriados para a instalação dos mesmos, bem como sobre a sinalização e especificações necessárias.
Devem ter ficha de controle de inspeção e etiqueta de identificação contendo a data da recarga;
Câmara fria utilizada, principalmente, para a conservação entre 2 e 8ºC de volumes maiores de medicamentos termolábeis; Refrigerador para estocagem entre 2 e 8ºC;
Outros: o Caixas plásticas para transporte;
o Caixas de isopor para transporte;
o Cesto com tampa; o Lacres;
o Armários, escrivaninhas e cadeiras;
o Aparelho de fax; o Linha de telefone direta;
o Máquinas de calcular; o Pontas de rede (internet);
o Computadores; o Impressoras.
Áreas do almoxarifado
O almoxarifado pode estar destinado à estocagem de medicamentos e produtos para a saúde. Para tanto, devem ser previstos setores separados para os mesmos. Recomendase que cada setor (medicamentos e produtos para a saúde) tenha profissional responsável. Deve ser estruturado para conter as seguintes áreas: Recepção Área destinada ao recebimento dos produtos, na qual devem ser realizadas a verificação, a conferência e a separação dos mesmos. Expedição Área destinada à organização, preparação, conferência e liberação dos produtos. Vestiário Destinado ao pessoal da carga e descarga. Refeitório Sanitários Armazenamento 1. geral o local deve ser ventilado. Os medicamentos devem ser armazenados em estantes ou estrados. As estantes ou estrados devem ser protegidos da luz e devem permitir a livre circulação de pessoas e equipamentos. Recomenda-se o espaço de aproximadamente 150 cm entre as estantes. Os estrados devem manter distância de 80 cm entre si. No caso do uso de empilhadeiras, considerar o giro da mesma; 2. de medicamentos sujeitos a controle especial recomenda-se que haja sala reservada para o armazenamento destes medicamentos e, neste caso, a mesma deve atender às especificações sobre ventilação, temperatura, condições de luminosidade e umidade que também são necessárias para a área de armazenamento geral. A melhor localização da sala é próxima à área administrativa, porque permite maior controle do acesso das pessoas; 3. medicamentos termolábeis devem ser armazenados em equipamentos apropriados para conservação a frio (câmara fria ou refrigerador). A escolha de qual deles será utilizado depende do volume de medicamentos que precisam ser armazenados. Administração do almoxarifado. recomenda-se que a sala da administração tenha aproximadamente 10 m2 e que o acesso seja independente das demais áreas
É importante ressaltar que a recepção e a expedição podem ou não estar localizadas no mesmo espaço, no entanto, este espaço deve estar separado das outras áreas do almoxarifado.
 
PARTE II - MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE ARMAZENAMENTO E DISTRIBUIÇÃO: RECEBIMENTO, ESTOCAGEM E TRANSPORTE DE MEDICAMENTOS

PARTE II - MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE ARMAZENAMENTO E DISTRIBUIÇÃO: RECEBIMENTO, ESTOCAGEM E TRANSPORTE DE MEDICAMENTOS
Os medicamentos somente são eficazes se houver garantia de que, desde sua fabricação até a sua dispensação, sejam armazenados, transportados e manuseados em condições adequadas. Desta forma estarão preservadas a sua qualidade, eficácia e segurança. As diretrizes de Boas Práticas de Armazenamento e Distribuição aplicam-se a todas as atividades relacionadas à distribuição e armazenamento de produtos farmacêuticos nos almoxarifados da Prefeitura Municipal de São Paulo, visando à proteção da saúde da população. Para melhor entendimento deste manual são adotadas as seguintes definições: Armazenamento: Conjunto de procedimentos técnicos e administrativos que envolvem as atividades de recebimento, estocagem e guarda, conservação, segurança e controle de estoque. Estocagem e guarda: estocar consiste em ordenar adequadamente os produtos em áreas apropriadas, de acordo com suas características e condições de conservação exigidas (termolábeis, psicofármacos, etc). Embalagem: envoltório, recipiente ou qualquer forma de acondicionamento, removível ou não, destinado a cobrir, embalar, envasar, proteger ou manter os produtos farmacêuticos. Produto farmacêutico: preparado que contém princípio(s) ativo(s) e os excipientes, formulados em uma forma farmacêutica e que passou por todas as fases de produção, acondicionamento, embalagem e rotulagem. Lote: quantidade definida de um produto fabricado num ciclo de fabricação e cuja característica essencial é a homogeneidade. Número do lote: qualquer combinação de números ou letras através da qual se pode rastrear a história completa da fabricação desse lote e de distribuição no mercado. Área de ambiente controlado: sala onde a temperatura é mantida entre 15 e 30ºC para estocagem de produtos cujo acondicionamento primário não os protege da umidade. A umidade deve ser mantida entre 40 e 70%. Quente: qualquer temperatura entre 30 e 40ºC.
10 Calor excessivo: qualquer temperatura acima de 40ºC. Resfriado: qualquer temperatura entre 8 e 15ºC. Frio: qualquer temperatura que não exceda a 8ºC. Refrigeração: lugar/espaço frio no qual a temperatura é mantida, através de termostato, entre 2 a 8ºC. Congelador: temperatura mantida, através de termostato, entre -20 a -10ºC. Distribuição: atividade que consiste no suprimento de medicamentos às unidades de saúde, em quantidade, qualidade e tempo oportuno, para posterior dispensação à população usuária. 1 Recursos Humanos Deve ter número suficiente de pessoal, com as qualificações e atribuições definidas de cada trabalhador. Considerando-se que os processos de aquisição serão desencadeados pelo almoxarifado e que estes processos pressupõem especificações técnicas precisas, recomenda-se equipe técnica constituída de farmacêutico, cirurgião-dentista, enfermeiro, técnico de farmácia, auxiliar técnico administrativo, armazenador, motorista e outros. A responsabilidade técnica do almoxarifado de medicamentos deve ser assumida por um farmacêutico, que supervisionará e orientará as atividades da equipe de trabalho. Todo pessoal deve ser capacitado em Boas Práticas de Armazenamento e Distribuição. 2 Recebimento Receber é ato que implica em conferência. No recebimento verificamos se os medicamentos que foram entregues estão em conformidade com os requisitos estabelecidos, quanto à especificação, quantidade e qualidade (anexo 1). A área de recebimento deve ser separada da área de armazenamento. O pessoal deve ser treinado para esta finalidade: No ato do recebimento, cada entrada deve ser examinada quanto à documentação: o Conferir a Nota Fiscal, Ordem de Fornecimento/Empenho ou  Nota de Transferência;
 Carimbar e assinar o verso da Nota Fiscal;
o A apresentação, o número do lote e a quantidade devem estar de acordo com o edital de especificação; o Não escrever ou rasurar o documento original; o Caso o medicamento tenha sido adquirido pela Subprefeitura, o laudo de qualidade deverá ser conferido; o Os medicamentos deverão ter a inscrição PROIBIDA A VENDA PELO COMÉRCIO ; o O medicamento deverá ser entregue com prazo mínimo de 2/3 (dois terços) da expiração da validade; Os medicamentos em desacordo com as especificações solicitadas no edital (forma farmacêutica, apresentação, concentração, rótulo, embalagem, condições de conservação, lote, validade) não devem ser recebidos. bloqueada até a resolução do problema; No caso de se constatar danos na embalagem ou alteração do produto, o mesmo deve ser identificado, separado e devolvido ao remetente com comunicação por escrito; Embalagens violadas ou suspeitas de qualquer contaminação devem ser rejeitadas e registradas. Inspecionar visualmente os produtos farmacêuticos para verificar sua integridade; Assinar o canhoto da Nota Fiscal e devolvê-la ao entregador; Encaminhar a Nota Fiscal, conforme orientação, no prazo máximo de 3 dias úteis; Registrar qualquer irregularidade e comunicá-la ao superior imediato, conforme as orientações; Assinar e datar todas as notificações; Arquivar os formulários de recebimento e cópia de notificações; Não receber nenhum produto sem documentação; A Nota Fiscal deverá ser
Estocagem
O espaço deve ser planejado antes do recebimento.
Os medicamentos serão armazenados somente após o recebimento oficial, de acordo com as instruções contidas neste manual. A estocagem também deve observar as orientações fornecidas pelo fabricante. Condições gerais
Devem ser estocados sobre estrados, prateleiras , em local que não receba a luz direta do sol.
Os medicamentos sujeitos a Controle Especial devem seguir a legislação e devem ser estocados em locais próprios.
E os produtos termolábeis devem ser estocados no refrigerador, com controle de temperatura; Ordenar os produtos conforme nome genérico, lote e validade; Afixar em local visível o nome do produto, nº do lote, prazo de validade. Se houver recebimento de dois lotes diferentes do mesmo produto, identificar e estocar separadamente;
Não estocar medicamentos diferentes no mesmo estrado ou prateleira, assim, evitam-se possíveis trocas na hora da expedição;
Materiais passíveis de quebra (frascos, ampolas) devem ser guardados em local menos exposto a acidentes;
Estocar rigorosamente por lote e por prazo de validade.
Os medicamentos com datas de validade mais próximas deverão ficar à frente, para que sejam distribuídos primeiramente;
Manter distância entre os produtos, paredes, tetos e empilhamentos para facilitar a circulação do ar; Conservar os medicamentos nas embalagens originais e proteger da luminosidade; Não colocar diretamente sobre o chão;
Não misturar com produtos de outra natureza (por exemplo, material de limpeza); Manter próximos da área de expedição aqueles com maior rotatividade; Evitar colocar peso ou empilhar demasiadamente, não arremessar as caixas, manusear adequadamente para manter as características originais.
Armazenamento de medicamentos termolábeis
Os almoxarifados devem dispor de câmaras frias, refrigeradores com temperatura controlada entre 2 e 8ºC, com registro diário. A estocagem deve ser feita separadamente, por lote e prazo de validade, com registro de todas as retiradas. As retiradas devem ser programadas visando diminuir as variações internas de temperatura. Os refrigeradores devem ser mantidos limpos e arrumados, e devem ser utilizados somente para medicamentos. Não devem ser acondicionados alimentos e nem bebidas. 3.3 - Estocagem de medicamentos sob controle especial
A área de estocagem deve ser considerada de segurança máxima, com acesso apenas a pessoas autorizadas.
As entradas e saídas dos medicamentos devem ser registradas em livros próprios, de acordo com a legislação específica, sob controle e responsabilidade do farmacêutico. 3.4 - Estabilidade dos medicamentos
Os medicamentos são constituídos de fármacos com ação no organismo e para que se obtenha o máximo de benefícios desejados e o mínimo de efeitos adversos, o medicamento deve manter as características para o uso preservadas.
A estabilidade pode ser classificada em: Física - propriedades físicas originais, incluem: aparência, sabor, uniformidade e dissolução. Química - cada componente deverá reter sua integridade e potência. Microbiológica - esterilidade e ausência de contaminação por bactérias e fungos.

ALTERAÇÕES VISÍVEIS DE FORMAS FARMACÊUTICAS
Formas farmacêuticas Comprimidos Drágeas Cápsulas Pós efervescentes Cremes e pomadas Soluções e xaropes Injetáveis Emulsões Suspensões
Alterações Quantidade excessiva de pó;
Quebras, lascas, rachaduras na superfície; Manchas, descoloração, aderência entre os comprimidos ou formação de depósitos; Fissuras, rachaduras, manchas na superfície; Mudança na consistência ou amolecimento ou endurecimento;
Crescimento da massa e pressão gasosa;
Diminuição do volume por perda de água;
Mudança na consistência;
Presença de líquido ao apertar a bisnaga;
Endurecimento;
Separação de fases;
Precipitação;
Formação de gases;
Turbidez, presença de partículas, vazamento, formação de cristais, mudança na coloração;
Quebra na emulsão;
mudança na coloração e no odor;
Precipitações, presença de partículas, grumos, cheiro forte, mudança na coloração, liberação de gases;
Vários fatores podem alterar o produto, desde aqueles relacionados à fabricação a fatores ambientais relacionados às condições de transporte e estocagem (temperatura, luz, vapor d água e umidade), que são controláveis.
Devolução Registrar todas as devoluções, quantidade, lote, prazo de validade, procedência e motivos. Verificar os aspectos da embalagem originais que devem estar em boas condições. Quando se tratar de termolábil ou psicotrópico, os cuidados devem ser especiais para a reintegração ao estoque. 4.1- Reclamações Em caso de queixas técnicas ou observação de reações adversas a medicamentos, os produtos devem ser separados imediatamente. Deve ser feito registro e comunicação imediata, por escrito, para todas as unidades que receberam o lote. Os órgãos responsáveis devem ser informados através de Ficha de Notificação de Queixa Técnica e de Ficha de Notificação de Reações Adversas a Medicamentos .
Produtos adulterados e falsificados
Caso sejam identificados produtos farmacêuticos adulterados, falsificados ou suspeitos, estes devem ser imediatamente separados dos demais produtos.
As ocorrências devem ser registradas e notificadas, informando o nº do lote, sendo encaminhadas à autoridade competente e às unidades que receberam o produto.
Recolhimento
Quando houver orientação para recolhimento, efetuar imediatamente e encaminhar para o órgão solicitante, devidamente identificado, com nome, lote e quantidades.
Descarte
A perda por vencimento de prazo de validade deve ser evitada por se tratar de recursos públicos. O descarte, por outros motivos justificados, deve seguir as orientações do
16 fabricante e dos órgãos públicos responsáveis por estas questões, considerando a proteção ambiental. Os produtos farmacêuticos (medicamentos vencidos, contaminados, interditados ou não utilizados) são resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido às suas características químicas. Recentemente, em publicação no D.O.U. de 05/03/2003, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), estabeleceu através da R.D.C. 33/03 o regulamento técnico para o Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. Pela proposta da ANVISA, os resíduos químicos são classificados em 8 subgrupos. Os medicamentos estão enquadrados nos três primeiros grupos:
B1) resíduos de medicamentos e insumos farmacêuticos quando vencidos, contaminados, apreendidos para descarte, parcialmente utilizados e demais medicamentos impróprios para consumo que oferecem risco;
B2) mesma referência anterior, mas para medicamentos ou insumos farmacêuticos que, em função de seu princípio ativo e forma farmacêutica, não oferecem risco e
B3) resíduos ou insumos farmacêuticos dos medicamentos controlados pela portaria MS 344/98 e suas atualizações.
Toda instituição de saúde deve estabelecer um sistema de gerenciamento de resíduos para, entre outros, submeter os resíduos do tipo B da instrução do CONAMA ao tratamento e à disposição final específica, segundo exigências do órgão ambiental competente. Para tanto deve ser consultada a norma da ABNT NBR 12.808/93 que trata dos resíduos de serviços de saúde. Um sistema de gerenciamento de resíduos deve abordar, no mínimo, os seguintes itens:
Identificação dos resíduos produzidos e seus efeitos na saúde e no ambiente;
Levantamento sobre o sistema e disposição final para os resíduos;
Estabelecimento de uma classificação dos resíduos segundo uma tipologia clara, que seja conhecida por todos;
Estabelecimento de normas e responsabilidades na gestão e eliminação dos resíduos;
Estudo de formas de redução dos resíduos produzidos;
Utilização, de forma efetiva, dos meios de tratamento disponíveis.
Controle de estoque A atividade tem por objetivo manter informação confiável sobre níveis e movimentação física e financeira de estoques necessários ao atendimento da demanda, evitando-se a superposição de estoques ou desabastecimento do sistema. A informação em rede entre as unidades de saúde e o almoxarifado é essencial para o bom controle de estoque. O controle de estoque é fundamental para a garantia da qualidade do ciclo logístico da Assistência Farmacêutica: Subsidiar as atividades da Assistência Farmacêutica na programação, aquisição e distribuição; Assegurar o suprimento, garantindo a regularidade do abastecimento; Estabelecer quantidades necessárias e evitar perdas; Ter procedimentos operacionais da rotina (procedimentos operacionais padrão) por escrito; Ter registros de movimentação de estoque; Fornecer informações precisas, claras e a contento, com rapidez, quando solicitadas; Manter controle e arquivo dos dados organizados e atualizados.
Elementos de previsão de estoque Para manter um dimensionamento correto dos estoques que atendam às necessidades, com regularidade no abastecimento, recomenda-se a utilização dos seguintes instrumentos: Consumo médio mensal (CMM) é a soma do consumo de medicamentos utilizados em determinado período de tempo dividida pelo número de meses da sua utilização. Quanto maior o período de coleta de dados, maior a segurança nos resultados. Saídas por empréstimo devem ser desconsideradas; Estoque mínimo (EMI) é a quantidade mínima a ser mantida em estoque para atender o CMM, em determinado período de tempo, enquanto se processa o pedido de compra, considerando-se o tempo de reposição de cada produto; Estoque máximo (EMX) é a quantidade máxima que deverá ser mantida em estoque, que corresponde ao estoque de reserva, mas a quantidade de reposição;
Tempo de reposição (TR) é o tempo decorrido entre a solicitação da compra e a entrega do produto, considerando a disponibilidade para a dispensação do medicamento. Os novos pedidos são feitos quando se atinge o Ponto de Requisição. A unidade de cálculo do TR ( Tempo de Reposição) é o mês. Se determinado medicamento demora 15 dias entre o pedido da compra e a entrega pelo fornecedor, o TR será igual a 1/2 ( meio mês). Se demorar uma semana , TR será 1/4. Se demorar um mês, TR será igual a
Se levar 2 meses, TR será,  Ponto de reposição (PR) é a quantidade existente no estoque, que determina a emissão de um novo pedido; Quantidade de reposição (QR) é a quantidade de reposição de medicamentos que depende da periodicidade da aquisição.
QR = (CMM x TR + EMI) EA
EA = estoque atual
Inventário É a contagem de todos os itens em estoque para verificar se a quantidade encontrada nas prateleiras coincide com os valores informados nas fichas de controle. Deve ser realizado, periodicamente, recomenda-se semanalmente, com amostras seletivas de 10 a 20% dos produtos em estoque e dos itens de maior rotatividade e registro das irregularidades encontradas. É imprescindível a realização de inventário de todos os itens a cada seis meses.
Distribuição
A distribuição deve suprir as necessidades das unidades de saúde, seguir um cronograma, evitar atrasos e desabastecimentos:
Estabelecer e divulgar o fluxo e cronograma da distribuição;
Distribuir em quantidades corretas com qualidade;
Transportar adequadamente;
Controlar a distribuição e manter a situação físico-financeira atualizada e de forma eficiente;
A periodicidade da distribuição deve considerar a capacidade e condições de armazenamento das unidades, bem como seu potencial de consumo; A distribuição deve obedecer à regra primeiro que vence, primeiro que sai (sistema PEPS).
Distribuição: Elaborar cadernos de abastecimento de medicamentos para cada unidade de saúde, conforme a complexidade dos serviços oferecidos e o perfil epidemiológico da população atendida, sempre de acordo com os Pontos de Atenção da REMUME.
Exemplos: o (A) ambulatoriais o (E) o (E/P) N03AE01 N02AA59 clonazepam 2,0 mg comp. = para unidades fosfato de codeína 30 mg comp. = para unidades especializadas ( Saúde Mental) especializadas com aplicação do Protocolo de Tratamento. Estabelecer cronograma de abastecimento para as unidades;
Definir prazos de preenchimento e recebimento dos cadernos; analisar as solicitações do pedido; verificar a quantidade solicitada, estoque existente e consumo, e estoque disponível no Almoxarifado de forma a atender a todas as unidades; Após a conferência do caderno das unidades, processar a distribuição;
Conferir os pedidos, emitir Nota de Distribuição; Separar os medicamentos de acordo com as entregas. Não reaproveitar embalagens, nem misturar os lotes. Sempre identificá-los, utilizando cestos com tampa e lacre para as entregas nas unidades; Os produtos devem seguir com Termo de Não Conformidade no Recebimento (em duas vias); C09AA01 captopril 25 mg comp. = para unidades
Transportar adequadamente e ter recursos humanos treinados para esta finalidade;
Retornar com as vias de recebimento devidamente assinadas, carimbadas e datadas e uma via do Termo de Não Conformidade no Recebimento preenchido.
Transporte
O transporte deve garantir que os produtos farmacêuticos cheguem ao destino conforme indicações especificadas. O pessoal de transporte deve ser treinado sobre os cuidados especiais para a manutenção da qualidade: Evitar exposição dos produtos ao calor excessivo (acima de 30ºC); Usar veículo fechado; Nunca expor os produtos diretamente ao sol ou à chuva;
Não transportar os produtos com gelo seco;
Não deixar o veículo estacionado ao sol;
Descarregar primeiro os produtos termolábeis, para estocá-los imediatamente no refrigerador.
Avaliação
Aplicar instrumentos para avaliar o desempenho das atividades de armazenamento e distribuição. Como por exemplo, indicador para medir o percentual de abastecimento em quantidade e itens, de acordo com a REMUME.
Organização de Documentos Manter todos os registros de movimentação e de irregularidades organizados, para rápida informação quando solicitada. Manter sistema que permita a rastreabilidade dos produtos, de modo a possibilitar a sua localização, com vistas a um processo eficaz de intervenção, retirada ou devolução.
Remanejamento Às vezes o empréstimo entre serviços municipais é uma solução imediata para evitar o desabastecimento ou para evitar perdas.
Deve ser realizado somente após consulta e 21 autorização da outra parte envolvida. Deve-se informar o item, a quantidade, o lote e o prazo de validade do medicamento em questão. Deve seguir os mesmos fluxos de entrada e saída no controle de estoque, identificando a procedência. Os documentos devem ser mantidos organizados, assinados, datados e arquivados, identificando assim a movimentação efetuada.
Auto-inspeção
Manter procedimentos de auto-inspeção periódicos e registros de monitoração conforme a legislação. Manter Procedimentos Operacionais da Rotina por escrito e de fácil acesso.
Limpeza e conservação
O local de trabalho e a área de armazenamento devem ser mantidos limpos e isentos de pó e contaminação, insetos e roedores.
É proibido fumar, comer, beber (deve ter local específico para este fim).
O lixo deverá ser depositado em recipientes especiais com tampa e deverão ser esvaziados e limpos fora da área de armazenamento seguindo as especificações de reciclagem.
Todos os trabalhadores deverão utilizar uniformes e crachá de identificação.
Segurança dos trabalhadores e do patrimônio Medidas apropriadas devem ser tomadas para a segurança dos almoxarifados. Recomenda-se a adoção de sistemas e de serviço de segurança.
Para o pessoal que trabalha no setor, devem ser seguidas as normas da CIPA.
É indispensável instalação adequada de equipamentos contra o incêndio.

PARTE III - DIRETRIZES PARA O RECEBIMENTO DE DOAÇÕES DE MEDICAMENTOS NO ÂMBITO DA SMS-SP

PARTE III - DIRETRIZES PARA O RECEBIMENTO DE DOAÇÕES DE MEDICAMENTOS NO ÂMBITO DA SMS-SP
A doação de medicamentos pode trazer benefício para os serviços de saúde, principalmente em situações de emergência, nas quais o abastecimento dos medicamentos esteja prejudicado. No entanto, é preciso atentar para o fato de que em algumas situações as doações podem constituir problema para os serviços receptores. Como por exemplo, o recebimento de medicamentos não-padronizados no município ou ainda em quantidade superior ao consumo do serviço até o final do prazo de validade, embalagens misturadas ou quebradas, etc. São inúmeros os problemas que podem acontecer quando as doações não seguem orientações previamente estabelecidas. Portanto, constitui objetivo deste trabalho divulgar diretrizes para o recebimento de doações de medicamentos. Estas diretrizes foram baseadas no documento mundialmente adotado da Organização Mundial da Saúde (WHO. Guidelines for Drug Donations. Geneva, 1999). Princípios para a boa doação de medicamentos As doações de medicamentos devem atender a princípios que servirão de linha de julgamento para a decisão por parte do receptor sobre a aceitação ou não da doação, principalmente para as situações não previstas por estas diretrizes. Devem ser avaliados sempre que houver oferta para a doação de medicamentos e produtos para a saúde. A observância dos mesmos evita que sejam aceitas doações que possam vir a configurar problemas mais sérios para os serviços de saúde. Aspectos para consideração
Quanto à seleção e ao prazo de validade
A doação só deve ser recebida de medicamentos cujos princípios ativos estão padronizados no município, ou seja, constem da Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUME); PRINCÍPIOS PARA A BOA DOAÇÃO
Oferecer benefício máximo ao recebedor (as doações de medicamentos não solicitadas devem ser desencorajadas);
O doador deve respeitar a vontade e a autoridade do recebedor;
Não deve haver nenhuma dúvida sobre o padrão de qualidade dos medicamentos doados (se a qualidade do produto é inaceitável para que o mesmo seja comercializado, também será inaceitável para que seja utilizado pelos serviços públicos de saúde);
A comunicação entre o doador e o receptor deve ser efetiva, ou seja, as doações devem se basear na necessidade expressa do receptor e não devem ser realizadas sem o seu conhecimento.
- Todas as doações devem ser baseadas na necessidade do recebedor e devem ser relevantes ao perfil epidemiológico da população atendida pelos serviços de saúde em questão;
Os medicamentos ou produtos para a saúde devem estar registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA); A apresentação e a formulação devem sempre que possível ser similar àquela padronizada pelo município.
Garantia de qualidade
Todos os medicamentos doados devem ser oriundos de fonte confiável; Os medicamentos devem atender aos padrões de qualidade requeridos pela ANVISA e, no caso de doações de origem internacional, também devem atender aqueles definidos pela agência reguladora do país doador;
Nenhum medicamento que tenha sido dado ao paciente ou ao prescritor, como amostra grátis, deve ser reincorporado ao serviço de saúde para ser dispensado para outro paciente; -
Recomenda-se que a doação de medicamentos deva ocorrer apenas para produtos cujo período para a expiração da validade não seja inferior a 1 ano ou 2/3 da validade total. Período este contado a partir da data de entrega no almoxarifado de referência para os serviços de saúde (almoxarifado central ou almoxarifados das coordenadorias de saúde);
O período para a expiração da validade pode ser inferior a 1 ano quando a doação é feita diretamente ao serviço de saúde e desde que haja profissional responsável pelo recebimento da doação, avaliando inclusive a capacidade de vazão da quantidade recebida;
O medicamento deve ser dispensado ao paciente com pelo menos um mês de intervalo entre a última unidade que será administrada e o fim da validade (por exemplo, imaginemos que o paciente faça uso de captopril cuja validade expirará no mês de novembro, então, o consumo do último comprimido dispensado ao paciente não deve ocorrer após 31 de outubro);
Apresentação, embalagem e etiqueta
Todos os medicamentos devem estar apresentados, embalados e etiquetados conforme prevêem as normas estabelecidas pela ANVISA; Os medicamentos apresentados em embalagens para fracionamento somente devem ser aceitos pelos serviços que possuem estrutura adequada para a realização deste fracionamento (ou seja, possuam laboratório adequado para a manipulação da forma farmacêutica);
Informação e gerenciamento
O doador deve informar o receptor sobre todos os medicamentos que estão sendo considerados no processo de doação. A informação deve ser clara, sobre quantidades, apresentações, prazos de validade, etc;
O doador deve arcar com o custo de transporte e demais custos que por ventura surjam, até a entrega definitiva do medicamento no local identificado pelo receptor, a menos que seja acordado o contrário.
PARTE IV - BIBLIOGRAFIA
1. CEFOR - SMS. Manual de Formação do Auxiliar de Farmácia. unidade
2. São Paulo: 1997. 2. CFF. Resolução nº 365, de 02 de outubro de 2001. Dispõe sobre a assistência farmacêutica em distribuidoras, representantes, importadoras e exportadoras de medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos. Disponível em: http://www.cff.org.br/legis/resolucoes/res 365 2001.htm. [Maio/2003].
3. DUPIM J.A.A. Assistência Farmacêutica, um modelo de organização. Belo Horizonte, SEGRAC: 1999. 4. MARIN N. organizador Assistência farmacêutica para gerentes municipais. Rio de Janeiro, OPAS/OMS: 2003, p. 197-237.
5. MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL. Central de
Medicamentos. Almoxarifados centrais de medicamentos. Manual de recomendações para projetos de construção. 1989.
6. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Assistência farmacêutica. Instruções técnicas para sua organização. Brasília, 2001.
7. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria 1131 de 18 de junho de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico Mercosul sobre Boas Práticas de Distribuição de Produtos Farmacêuticos.
8. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº 802, de 08 de outubro de 1998. Institui o Sistema de Controle e Fiscalização em toda a cadeia dos produtos farmacêuticos. In: CFF. A organização jurídica da profissão farmacêutica. Brasília, 1999/2000, p. 742750.
MSH. Managing drug supply. Connecticut, USA, Kumarian Press: 1997, p. 313-418.
10. REIS NB & RODRIGUES PRM. Manual de Boas Práticas de Distribuição, Estocagem e Transporte de medicamentos. Pharmacia Brasileira Mar-Abr 2000:43-57.
11. SMS-SP. Grupo de trabalho armazenamento e distribuição de medicamentos. Proposta de descentralização do abastecimento de medicamentos. São Paulo, 2001.
12. SMS-SP Grupo de Trabalho de Qualidade dos Medicamentos. São Paulo, 2001.
13. SMS-SP. Programa de assistência farmacêutica. São Paulo, 1999, p. 50-67.
14. VECINA NETO, G. & REINHARDT FILHO, W. Gestão de recursos materiais e de medicamentos. São Paulo, Peirópolis: 2002. 15. WHO. Guidelines for drug donations. Geneva, 1999.
ANEXOS
ANEXO 1 - FORMULÁRIO DE RECEBIMENTO DE MEDICAMENTOS
Elaborar etiquetas grandes e legíveis para caixas armazenadas. Com a finalidade de facilitar a identificação dos produtos, sua quantidade e prazo de vencimento. Nome genérico:. Lote número:. Data de validade:. .caixas com .(quantidade da forma farmacêutica) exemplo: 40 caixas c/ 20 comprimidos Roteiro de Recebimento de Medicamentos: Análise do aspecto macroscópico: Efetuar primeiro os termolábeis. 1- Embalagens:
Embalagem da caixa coletiva: Nome genérico do medicamento Número de lote: Data de fabricação: Data de vencimento: Total da embalagem:
-Aspecto da caixa individual:
Nome genérico do medicamento:
Número do lote: Data de fabricação:
Data de validade
Registro no MS Responsável Técnico
Descrição do número de cxs contidas na cx coletiva
Inscrição Venda proibida pelo comércio
Medicamento: Solução clara e uniforme (exceção de algumas fórmulas) difícil ressuspensão odor alterado manchas vazamento quebrado condições de transporte adequado inadequado sim não
Acessórios: Conta gotas Aplicador Copo dosador Seringa Colher sim sim sim sim sim não não não não não
Nota Fiscal: Conferir destino: Descrição do medicamento:. Forma farmacêutica e concentração:. Quantidade recebida a mais:. Quantidade recebida a menos:. Número do lote:. Preencher este formulário e encaminhar ao farmacêutico do PA ou responsável e separar imediatamente dos demais produtos. Notificar imediatamente ao farmacêutico de referência. Recebido por: .(nome) e Data :.
ANEXO 2 FICHA DE NOTIFICAÇÃO DE QUEIXA TÉCNICA
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE FICHA DE NOTIFICAÇÃO DE QUEIXA TÉCNICA (ou Suspeita de Desvio de Qualidade)
Unidade Iniciais do Paciente Serviço Idade Sexo Localidade Gestante?
Sim
Endereço Residencial do Pac.: Telefone:
Não
Medicamento com problema: Fabricante: Número do Lote: Validade: Falta de Efeito Terapêutico: Cor Alteração Odor Turbidez Sabor
Nome do notificador
Apres
Rótulo Embalagem Falsificação Outros (especificar)
Categoria profissional Tefelone/Fax Data de notificação
 ORIENTAÇÕES PARA PREENCHIMENTO
Identificação de Unidade, Serviço e Localidade Preencha este campo com a Unidade de recebimento/ armazenamento/ distribuição ou dispensação (consultório, ambulatório, enfermaria, pronto-socorro, etc) e o Serviço de especialidade (pediatria, clínica médica, clínica cirúrgica, etc). Identifique a Localidade do atendimento (São Paulo, Distrito de Saúde) Identificação do paciente Quando a queixa partir do paciente Preencha os campos Iniciais do paciente, Idade, Sexo e assinale o campo correspondente caso a paciente seja gestante. Endereço residencial e telefone para contato ou e-mail. Queixa técnica ou Suspeita de Desvio de Qualidade Quando houver suspeita de qualidade (ausência de efeito, produto alterado, etc), o Medicamento com problema deve ser identificado no campo correspondente, pelo Nome comercial / genérico, complementando com as informações da Apresentação, assim como o Fabricante, n.0 de lote e a data de validade.
Identificação do notificador Identifique o Nome, a Categoria profissional (médico, farmacêutico, dentista, enfermeiro, etc), o Telefone ou Fax de contato do notificador e a Data da notificação, considerando esta a data de preenchimento do relato. As notificações devem ser enviadas por fax, e-mail ou malote para o(a) Farmacêutico(a) de referência.
ANEXO 3 FICHA DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS (RAM)
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE FICHA DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS (RAM)
Informação inicial
Unidade Iniciais do Paciente Evento adverso Serviço Idade Sexo Peso (kg)
Complementação
Localidade Altura Gestante?
Sim
Não
Diagnóstico e breve descrição do quadro clínico
././. Data do evento adverso: Insira o(s) medicamento(s) em ordem de suspeita:
No. Nome comercial / genérico Apresentação Dose Diária Via Administ. Início Término
1 2 3 4 5 6 7 8 Recuperação: Recuperação sem sequelas Recuperação com sequelas Não se recuperou ainda Desconhecido Resultado do evento adverso: Desconhecido Morte Risco de vida Motivou hospitalização Prolongou hospitalização Invalidez temporária Invalidez permanente Anomalia congênita
O evento adverso desapareceu ou diminuiu após a suspensão ou redução da dose do medicamento? Sim Não Não se aplica O evento adverso reapareceu após a reintrodução do medicamento? Sim Não
Evento médico importante
Nome do notificador Categoria profissional
Não se aplica
Tefelone/FAX Data de notificação

ESTAS INFORMAÇÕES SÃO CONFIDENCIAIS E SERÃO UTILIZADAS PARA INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
ORIENTAÇÕES PARA PREENCHIMENTO
Tipo de Relato Assinale o campo Informação inicial quando for o primeiro relato. Caso seja uma Complementacão de um relato entregue previamente, assinale o campo correspondente. Identificação de Unidade, Serviço e Localidade Preencha este campo com a Unidade de atendimento do paciente (consultório, ambulatório, enfermaria, pronto-socorro, etc) e o Serviço de especialidade (pediatria, clínica médica, clínica cirúrgica, etc). Identifique a Localidade do atendimento (São Paulo, Distrito de Saúde) Identificação do paciente Preencha os campos Iniciais do paciente, Idade, Sexo, Peso (kg), Altura (cm) e assinale o campo correspondente caso a paciente seja Gestante. Identificação do evento adverso Descreva brevemente o Evento adverso ocorrido e complemente os campos Diagnóstico e breve descrição do quadro clínico corretamente. Preencha o campo correspondente à Data do evento adverso, considerando a data de ocorrência do início do evento. Identificação do medicamento Identifique cada medicamento administrado em ordem de suspeita pelo Nome comercial / genérico, complementando com as informações da Apresentação, Dose diária utilizada, Via de administração, data de Início e Término da administração. Recuperação e Resultado do evento adverso Assinale como foi a Recuperação do paciente e o Resultado do evento adverso. Marque os campos referentes a Suspensão e Reintrodução do medicamento. Identificação do notificador
Identifique o Nome, a Categoria profissional (médico, farmacêutico, dentista, enfermeiro, etc), o Telefone ou Fax de contato do notificador e a Data da notificação, considerando esta a data de preenchimento do relato. As notificações devem ser enviadas por fax, e-mail ou malote para o(a) Farmacêutico(a) de referência.
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde (SP)