12.18.2015

Existe 1 repelente mais indicado para gestantes prevenirem zika vírus; veja qual




O atual surto de microcefalia causado pelo zika vírus está deixando as gestantes preocupadas. O cuidado é importante, mas não deve se tornar pânico, afinal, a prevenção da doença é possível e está nas nossas mãos. Além de evitar acúmulo de água e lixo, o uso de repelentes é muito importante, mas é preciso escolher um tipo eficiente e usá-lo corretamente.


Melhor repelente para gestantes prevenirem zika 

De acordo com o ginecologista e obstetra Javier Miguelez, do Hospital e Maternidade São Luiz, de São Paulo, o repelente mais utilizado é feito à base de Icaridina e leva o nome comercial Exposis. A vantagem do produto é o tempo de duração dos seus efeitos. “Seu intervalo de aplicação é de 10 horas, enquanto os demais repelentes apresentam um intervalo de aplicação menor.”
A dermatologista Camila Simon, da clínica Camila Simon, explica que nenhum repelente é contraindicado para grávidas e que, além da Icaridina, também existe o DEET, que dura 6 horas e deve ser reaplicado no máximo 3 vezes ao dia, e o IR 35/35, que também é eficaz, mas tem tempo de repelência mais curto.
A polêmica do DEET
Recentemente a apresentadora Bela Gil publicou, junto com sua receita de repelente natural, afirmações que diziam que o repelente à base de DEET causariam alterações no desenvolvimento neurológico do feto. Camila Simon explica que não é bem assim: “Esse componente só é capaz de causar alterações no desenvolvimento do feto quando estiver em concentrações maiores que 50%, no repelente ele está em, no máximo, 14% e é considerado seguro”.

Repelentes naturais X industrializados 

Repelentes com fórmulas naturais, apesar de possuírem benefícios, têm efeito de baixíssima duração (chegando a um máximo de 20 minutos) ou não são comprovadamente eficazes. Em um momento em que um mosquito oferece tamanho risco à saúde, o ideal é optar por versões que comprovadamente protejam a gestante e o bebê.


Frente a um surto de microcefalia causado pela picada do mosquito, o mais indicado é optar por repelentes que sejam comprovadamente mais eficazes e durem na pele

Jeito certo de usar repelente 

Ao contrário do que muitos pensam, o repelente não deve ser aplicado diretamente sobre a pele. “O correto é que o produto forme um halo de repelência de cerca de 4 cm ao redor do corpo, nesse caso, se você colocar roupas por cima da pele, elas abafarão o produto e diminuirão a eficácia”.
O correto é aplicar o repelente sobre o corpo e as roupas quando você já está vestido e passou todos os produtos tópicos de costume, como hidratante e protetor solar, permitindo que se forme essa “aura” de proteção.

Distribuição de repelentes

O ministério da Saúde divulgou na última terça-feira (15) que, até o fim de fevereiro, passará a distribuir repelentes gratuitamente às gestantes. A oferta do produto ainda será discutida com produtores de repelente e com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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Justiça condena ex-senador Eduardo Azeredo(PSDB) a 20 anos de prisão


Ele foi blindado até agora por ser do PSDB. Agora a casa caiu.

Ele responderá por crimes de peculato e lavagem de dinheiro, cometidos em campanha eleitoral de 1998

O Dia
Minas Gerais - O ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB) foi condenado, em primeira instância, a 20 anos e 10 meses de prisão, em regime inicialmente fechado, pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. A sentença foi proferida pela juíza da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, Melissa Pinheiro Costa Lage. O tucano poderá recorrer da decisão em liberdade.
Ex-senador e ex-deputado, Azeredo foi condenado por crimes cometidos durante a campanha eleitoral pela sua reeleição ao governo de Minas Gerais, em 1998. Ele foi considerado culpado por sete crimes de peculato — que é o desvio de bens praticado contra a administração pública por servidor público — e seis crimes de lavagem de dinheiro.


Eduardo Azeredo é condenado a 20 anos de prisão por lavagem de dinheiro
Foto: Agência Câmara

Eleito governador de Minas em 1994, Azeredo concorria à reeleição em 1998. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Azeredo foi o principal beneficiário do esquema de desvio de verbas de estatais para a campanha eleitoral.
A fraude funcionava por meio de repasses estatais para o suposto patrocínio de eventos esportivos. As empresas, de acordo com a denúncia, repassavam a verba à empresa SMP&B, de Marcos Valério. O Banco Rural também consta no processo. Ele forneceria empréstimos às agências sem apresentação de garantias. Esses recursos abasteciam a campanha do PSDB.

Papa aprova canonização de madre Teresa de Calcutá

A canonização ocorre depois de a Igreja Católica ter aprovado por unanimidade a “cura extraordinária” de um brasileiro em 2008, que se encontrava em fase terminal por graves problemas cerebrais

O Dia
Vaticano - O papa Francisco assinou nessa quinta-feira o decreto que autoriza a canonização da madre Teresa de Calcutá, o que deverá ocorrer em setembro, informou o diário católico Avvenire. O jornal informou que a canonização da beata Teresa de Calcutá será pública em fevereiro, durante o Consistório Ordinário, e que ela será feita santa em 4 de setembro de 2016, no âmbito do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia.
Papa aprova canonização de madre Teresa de Calcutá
Foto: Agência Lusa
A canonização ocorre depois de a Igreja Católica ter aprovado por unanimidade a “cura extraordinária” de um brasileiro em 2008, que se encontrava em fase terminal por graves problemas cerebrais. O "milagre" ocorreu em dezembro daquele ano, quando o doente, em coma, ia ser operado, mas devido a problemas técnicos a intervenção cirúrgica teve de ser adiada por meia hora.
Ao voltar à sala de operações, segundo o jornal Avvenire, o médico encontrou o doente sentado, desperto, perfeitamente consciente e a perguntar o que fazia ali. O médico explicou, durante a fase de estudo do suposto milagre, que “nunca viu um caso como esse” e que todos os doentes com os mesmos problemas, que passaram por ele em 17 anos de profissão, tinham morrido.
As análises sucessivas do caso revelaram a cura da patologia cerebral em curto espaço de tempo e sem sequelas, o que levou o brasileiro a retomar sua vida. As provas obtidas durante o processo de estudo do caso mostram que as pessoas próximas do doente - de quem a esposa era devota - rezaram muito a Madre Teresa.
A Ordem das Missionárias da Caridade, fundada por ela, celebrou nesta sexta, na cidade indiana de Calcutá, o anúncio da canonização. "Estamos muito felizes e agradecidas. Soubemos da notícia esta manhã", disse à agência Efe a porta-voz da congregação em Calcutá, irmã Christie.
Inês Gonxha Bojaxhiu, nome de Madre Teresa, nasceu em 26 de agosto de 1910 em Skopje, capital da atual república da Macedônia, na comunidade albanesa. Ela foi beatificada em 2003, depois de o Vaticano ter reconhecido como um milagre a cura de um tumor no abdômen de uma mulher indiana.
Durante meio século, madre Teresa desenvolveu um trabalho social em Calcutá com as Missionárias da Caridade. Em 1979, foi distinguida com o Prêmio Nobel da Paz. As Missionárias da Paz contam hoje com cerca de 4.500 religiosas, que trabalham em mais de 130 países na assistência aos pobres e doentes.
Teresa de Calcutá morreu em 5 de setembro de 1997, aos 87 anos, na sede da congregação, onde morava.
Da Agência Lusa

Apesar de você - Chico Buarque

12.17.2015

Lula tem coluna mensal no 'New York Times'

Artigos irão tratar de política, economia internacional e combate à fome.
Este é o 1ª contrato de coluna assinado pelo ex-presidente, diz assessoria.

Do G1, em São Paulo
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Lula com Michael Greenspon, diretor-geral do serviço de notícias do New York Times.  (Foto: Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)Lula com Michael Greenspon, diretor-geral do serviço de
notícias do NYT (Foto: Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)
O Instituto Lula informou nesta terça-feira (23) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fechou um contrato com o "The New York Times" e terá uma coluna mensal distribuída pela agência de notícias do jornal norte-americano.
Segundo a assessoria do ex-presidente, os textos assinados por Lula serão distribuídos pelo serviço de notícias do "New York Times", mas não serão necessariamente publicados na versão impressa do prestigioso jornal.
"A coluna tratará de política e economia internacional, e de iniciativas para o combate à fome e à miséria no mundo", informou o Instituto Lula, em comunicado.
O contrato com o "New York Times" foi fechado na segunda-feira, nos Estados Unidos, quando Lula se reuniu com Michael Greenspon, diretor-geral do serviço de notícias da companhia. A duração do contrato não foi informada.
A "estreia" de Lula como articulista do serviço de notícias do "New York Times" ocorreu  em junho de 2013..
Lula já havia colaborado com o periódico norte-americano, que cedeu espaço para um artigo escrito pelo ex-presidente sobre a morte de Hugo Chávez. O texto traduzido do português para o inglês foi publicado no dia 7 de março. Na ocasião, a assessoria de imprensa do Instituto Lula informou que o ex-presidente negociava com o "The New York Times" para se tornar colunista mensal da agência de artigos do jornal.

Globo golpista


Nesta quarta-feira (16), uma equipe da Rede Globo, deslocada para cobrir a manifestação contra o impeachment da Presidenta Dilma, foi expulsa do protesto.



Aos gritos de "fora, golpistas" e "a verdade é dura, a Rede Globo apoio a ditadura", os profissionais da emissora tiveram dificuldade no evento.

O  Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Democracia, Contra o Ajuste Fiscal e pela Cassação do Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha,  que acontece em várias cidades do Brasil, é organizado por CUT (Central Única dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores/as do Brasil), Intersindical (Central da Classe Trabalhadora), MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), UNE (União Nacional dos Estudantes) e Conen (Coordenação Nacional de Entidades Negras).

É o primeiro ato dos grupos de esquerda do Brasil desde que Cunha resolveu aceitar o pedido de impeachment contra Dilma.


Do Conversa Afiada

Delatores afirmam que Cunha recebeu suborno para liberar verbas do FGTS

Procurador-geral entra com pedido de afastamento cautelar do presidente da Câmara do cargo de deputado federal

O Dia
Brasília - A Procuradoria-Geral da República revelou que reuniu provas de que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebeu R$ 52 milhões em propina na Suíça e em Israel da Carioca Engenharia.
Segundo a revista ‘Época’, o pagamento a Cunha foi revelado por dois sócios da Carioca, em acordo de delação premiada que fecharam com a Procuradoria.
Janot argumentou que Cunha tem “ultrapassado todos os limites” no cargo de presidente da Câmara
Foto: Câmara dos Deputados
A empreiteira participa da revitalização da Zona Portuária do Rio, no Porto Maravilha, junto com a OAS. O pagamento foi dividido em 36 prestações, de acordo com os delatores Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior, os donos da Carioca. Foi o próprio Cunha que acertou e cobrou a propina, sem o uso de intermediários, ainda segundo os donos da empreiteira.
A Caixa Econômica Federal (CEF) é responsável pela gestão do fundo de investimento criado para financiar as obras do Porto Maravilha, projeto de revitalização do Porto do Rio conduzido, desde 2011, pela prefeitura carioca.
De acordo com os delatores, o suborno foi pago para que a empresa recebesse R$ 3,5 bilhões do FGTS-FI, o fundo de investimento que usa recursos do Fundo de Garantia.
Um aliado de Cunha, Fábio Cleto, cuidava do FGTS e de loterias na Caixa Econômica Federal. Demitido pela presidente Dilma Rousseff na semana passada, Cleto era vice-presidente de Fundos de Governo e de Loterias da Caixa. Anteontem, sua residência foi vasculhada por policiais federais em Operação Lava Jato. Cleto era uma indicação do presidente da Câmara. Na condição de representante titular da CEF no Conselho Curador do FGTS, ele exerceu um papel-chave na aprovação do aporte de recursos para o Porto Maravilha.
Outro personagem do caso é José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, apontado como um dos mentores da operação urbana montada para o Porto Maravilha. Ouvido pela Justiça, ele deu detalhes sobre a conexão Eduardo Cunha-Caixa. As investigações da força-tarefa da Lava Jato estão concentradas no rastreamento de nova conta na Suíça, suposto destino da propina quitada em prestações.
Futuro de Cunha nas mãos do Supremo
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ontem o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do cargo de deputado federal. O pedido foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), um dia depois das residências e escritório de Cunha terem sido vasculhados pelos agentes da Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato.
No pedido, Janot argumentou que Cunha “vem utilizando o cargo em interesse próprio e ilícito unicamente para evitar que as investigações contra ele continuem e cheguem ao esclarecimento de suas condutas, bem como para reiterar nas práticas delitivas”. O procurador-geral listou 11 comprovações de que Cunha usa o mandato de deputado e o cargo de presidente da Câmara para ‘constranger e intimidar parlamentares, réus colaboradores, advogados e agentes públicos, com o objetivo de embaraçar e retardar investigações contra si”.
“O Eduardo Cunha tem adotado, há muito, posicionamentos absolutamente incompatíveis com o devido processo legal, valendo-se de sua prerrogativa de presidente da Câmara dos Deputados unicamente com o propósito de autoproteção mediante ações espúrias para evitar a apuração de suas condutas, tanto na esfera penal como na esfera política”, diz um trecho do pedido da PGR.
Eduardo Cunha é investigado em três inquéritos sob suspeitas de corrupção, sendo que um deles já virou denúncia ao Supremo Tribunal Federal, acusado de receber propina de contrato com a Petrobras.
Em nota divulgada ontem à noite, Janot afirmou que Cunha utiliza o cargo para “interesse próprio e fins ilícitos”. “A medida é necessária para garantir a ordem pública, a regularidade de procedimentos criminais em curso perante o STF e a normalidade das apurações submetidas ao Conselho de Ética.”
Como Cunha preside a Câmara, seu caso terá de ser analisado pelo plenário do Supremo, o que deverá ocorrer na sexta-feira.

12.14.2015

Obama agradece Dilma e diz que novo acordo sobre clima não teria saído sem Brasil



Segunda-feira, 14 de dezembro de 2015 às 20:16
Obama com Dilma
Obama agradeceu empenho da presidenta Dilma, felicitou negociadores brasileiros, em especial ministra Izabella Teixeira, e disse esperar que dois países continuem trabalhando juntos em 2016. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
O governo divulgou nota informando que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, telefonou no final da tarde desta segunda-feira (14) à presidenta da República Dilma Rousseff para agradecer a liderança brasileira no êxito do Acordo de Paris, na COP21.
Obama felicitou os negociadores brasileiros, em especial a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e agradeceu o empenho da presidenta Dilma Rousseff e do governo, sem os quais, segundo ele, não se obteria o resultado final, alcançado em Paris.
Confira abaixo a íntegra da nota:
Nota à Imprensa
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, telefonou hoje no final da tarde à presidenta da República Dilma Rousseff, para agradecer a liderança brasileira no êxito do Acordo de Paris, na COP21.
O presidente Obama felicitou os negociadores brasileiros, em especial a ministra Izabella Teixeira, agradeceu o empenho da presidenta Dilma Rousseff e do governo, sem os quais, segundo ele, não se obteria o resultado final, alcançado em Paris.
Ressaltou a importância da coordenação entre Brasil e Estados Unidos, que trabalharam como um só time para atingir metas comuns.           
Manifestou sua expectativa de que os dois países continuem cooperando e trabalhando juntos em novas áreas, em 2016.
A presidenta Dilma parabenizou o presidente Obama pela liderança firme e proativa dos Estados Unidos nas negociações de Paris.
Expressou sua convicção de que a cooperação entre Brasil e Estados Unidos, ao longo de 2016, trará resultados positivos para o desenvolvimento e a paz mundial.
Secretaria de Imprensa
Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

Gilberto Gil convoca mobilização contra o Golpe no mandato da presidenta Dilma


Do Pragmatismo Político

Gilberto Gil afirma que vê no Brasil um exemplo de “delírio político tentando legitimar uma aventura jurídica com o pedido de impeachment de Dilma Rousseff”. Cantor e compositor pede mobilização contra o impedimento da presidente
Gilberto Gil impeachment Dilma
O cantor, compositor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil criticou ontem (7) o processo de impeachment aberto na Câmara dos Deputados contra a presidenta Dilma Rousseff. Segundo ele, neste momento, se vê no Brasil um exemplo de uma “aventura, um delírio político tentando legitimar uma aventura jurídica com o pedido de impeachment da presidente”.
Gil disse ainda esperar que a sociedade brasileira se manifeste contra o impedimento de Dilma. “É uma coisa que está ficando cada vez mais clara e espero que fique suficientemente clara para a sociedade brasileira, no sentido que a sociedade brasileira tenha a capacidade de se manifestar definitivamente contra essa tentativa de impedimento da presidente”.
Ele afirmou ainda que não se sente capacitado para o exercício da política e classificou de uma contribuição passageira a experiência que teve no campo político quando ocupou os cargos de secretário de Cultura da Bahia e, depois, de ministro da Cultura durante o governo Lula. Gil disse que essa contribuição se deu mais na gestão da questão pública, no sentido de conceber e dirigir à população políticas públicas e refletir as necessidades delas.
“Se fosse para fazer uma contribuição no campo da política, possivelmente, não teria assumido as responsabilidades que assumi tanto na Secretaria de Cultura da Bahia como no Ministério da Cultura, porque não me sinto capacitado, não me sinto apto, não tenho talento para o exercício da política”, disse. “Não tenho apetite político para vivenciar a vida política da maneira que a política se estabeleceu nestes últimos quadrantes”, acrescentou.
Para o ex-ministro, a política se não foi sempre assim, pelo menos de um tempo para cá, passou a ser um sistema subsidiário de grandes jogos de interesses em outros campos, especialmente, da vida material, dos interesses da produção e na distribuição de bens. “A política tem se reduzido cada vez mais a esses interesses confinados em certos setores e certos âmbitos. A capacidade da política pensar em uma aventura maior que inclua a visão 360 graus da vida, de toda a sociedade, em todo o tempo, isso é uma questão cada vez mais complicada e difícil”.
Gil participou hoje (7), no Circo Voador, no centro do Rio, do debate Aventuras Políticas do Século 21, incluído na programação do projeto Emergências realizado pelo Ministério da Cultura, por meio da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural (SCDC). Após o debate, ele fez houve um show musical.
Agência Brasil

Governo contesta informações sobre decretos em pedido de impeachment

Pedido sustenta que decretos orçamentários não teriam 'base legal'.
Em nota, Planejamento nega que eles aumentaram gastos da União.

Do G1, em São Paulo
O ministério do Planejamento publicou uma nota nesta segunda-feira (14) afirmando que as informações apontadas no pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff com base em decretos orçamentários que foram editados pelo governo "não se sustentam". Segundo o governo, eles estão "de acordo com a legislação" e "não aumentaram as despesas da União".
Em sua decisão ao acolher o pedido de impeachment, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), destacou a edição de decretos neste ano que autorizaram despesas sem autorização do Congresso, além de procedimentos conhecidos como "pedaladas fiscais" – atrasos de repasses do Tesouro para bancos públicos.
Esses dois atos, ligados à execução do Orçamento federal, estão entre as principais denúncias apresentadas pelos advogados Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Pascoal para pedir o afastamento da petista da Presidência. Para eles, os procedimentos contrariaram a lei orçamentária e configuram crimes de responsabilidade da presidente.
O principal elemento do presidente da Câmara para aceitar o pedido foi a edição de seis decretos neste ano, que abriram créditos suplementares de R$ 2,5 bilhões, o que, na prática, autorizou a ampliação de despesas de vários órgãos públicos.
O dinheiro foi para diversos órgãos do Executivo, Legislativo e Judiciário. No governo, foram atendidos os ministérios da Fazenda, Educação, Previdência, Trabalho, Cultura, Educação, Agricultura, Cidades, Transportes e Meio Ambiente. Também foram destinadas verbas para tribunais da Justiça Federal e Defensoria Pública da União.
Leia a íntegra da nota:
Um dos fatores apontados no pedido de impeachment da Presidenta da República é a edição, em 2015, de seis decretos de suplementação orçamentária que supostamente não teriam base legal e a consequente execução de despesas que não teriam autorização do Congresso Nacional.
O questionamento não é feito sobre o valor total dos decretos, mas apenas sobre a parte que se refere à utilização de excesso de arrecadação de receitas próprias ou de superávit financeiro de anos anteriores como fonte de recursos. Alega-se que o uso dessas fontes seria incompatível com o alcance da meta fiscal.
O valor total dos decretos é de R$ 95 bilhões, dos quais, apenas R$ 2,5 bilhões referem-se às fontes mencionadas. O valor restante foi compensado com o cancelamento parcial de outras dotações como apresentado na tabela 1.
Desses R$ 2,5 bilhões correspondentes a excesso de arrecadação ou superávit financeiro, R$ 708 milhões referem-se a despesas financeiras que por definição não entram no cálculo do resultado primário, como detalhado na tabela 2.
As alegações feitas no pedido de impeachment não se sustentam por dois motivos básicos: os decretos mencionados estão de acordo com a legislação em vigor e, por si sós, não aumentaram a despesa da União.
Por que os Decretos estão de Acordo com a Lei?
A autorização para abertura de créditos suplementares por Decreto consta do art. 4º da Lei Orçamentária Anual de 2015 (LOA 2015), que define a possibilidade em diversas situações. São 29 incisos que tratam de autorizações específicas, muitas delas para garantir a agilidade na adaptação do orçamento em determinadas situações. Este mesmo artigo da LOA 2015 define que as fontes possíveis para abertura de crédito são: 

a) anulação parcial de dotações, limitada a 20% (vinte por cento) do valor do subtítulo objeto da anulação;
b) reserva de contingência, inclusive à conta de recursos próprios e vinculados, observado o disposto no art. 5o, inciso III, da LRF;
c) excesso de arrecadação de receitas próprias, nos termos do art. 43, §§ 1o, inciso II, 3o e 4o, da Lei no  4.320, de 17 de março de 1964;
d) excesso de arrecadação de receitas do Tesouro Nacional; e
e) superávit financeiro apurado no balanço patrimonial do exercício de 2014, nos termos do art. 43, §§ 1o, inciso I, e 2o, da Lei no  4.320, de 1964;
Portanto, não há como questionar que poderiam ser editados decretos de suplementação e que estes decretos poderiam ter como fontes de recursos o excesso de arrecadação de receitas próprias ou superávit financeiro de anos anteriores.
Por que os Decretos não aumentam a despesa discricionária da União?
Sobre a adequação dos decretos de suplementação orçamentária ao cumprimento da meta fiscal, é importante separar claramente a gestão fiscal da gestão orçamentária.

Os Decretos de Crédito Suplementar são objetos da Gestão Orçamentária, enquanto o cumprimento da meta diz respeito à Gestão Fiscal.
Sobre a gestão fiscal, a Lei de Responsabilidade Fiscal é clara:
“Art. 9o Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.”
Essa limitação de empenho e movimentação financeira é o que popularmente se chama de contingenciamento. Ou seja, a cada ano, o Governo limita, por meio de Decreto específico e numerado, o total de despesas que podem efetivamente ser executadas por cada órgão. Assim, para executar uma despesa, não basta que o órgão tenha dotação orçamentária, ele também precisa de limite de execução financeira.
Os decretos que estão sendo questionados são decorrentes da gestão orçamentária e não aumentaram o limite de execução para nenhum órgão definido no decreto de contingenciamento. Portanto, eles não ampliaram o total de despesas que podiam ser executadas. Em realidade, eles apenas possibilitaram que os órgãos remanejassem recursos internamente, de forma a melhorar a qualidade do gasto.
Assim, não cabe falar que houve comprometimento da meta fiscal por esses decretos. No período imediatamente anterior a esses decretos, ao contrário do que se acusa, o Governo cortou ainda mais seus gastos discricionários em R$ 8,6 bilhões, aumentando o contingenciamento total de 2015 para R$ 79,8 bilhões, o maior contingenciamento já realizado desde o início da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Esclarecimentos adicionais
Porque os decretos são não-numerados
Os decretos mencionados no pedido de impeachment não possuem numeração por que não possuem caráter normativo. Mais especificamente, segundo o Decreto 4.176/2002, editado pelo então Presidente Fernando Henrique Cardoso, somente os decretos de caráter normativo deverão ser numerados. Os demais tipos de decreto, como aberturas de créditos e provimento e vacância de cargos, são identificados pelo seu tema e data de publicação. Esses Decretos são publicados no diário oficial e estão disponíveis “Portal da Legislação do Governo Federal”: http://www4.planalto.gov.br/legislacao/legislacao-1/decretos-nao-numerados1#content

Esforço Fiscal de 2015Ao longo de 2015, o governo federal vem adotando uma série de medidas de ajuste fiscal, cujo valor total estimado atinge R$ 134 bilhões (2,3% do PIB). Houve medidas de redução de despesas e aumento ou recuperação de receitas. O esforço de redução de despesas atingiu R$ 82,7 bilhões (1,4% do PIB) e responde por 61,7% do esforço fiscal programado para este ano, como detalhado na tabela 3.

Rio Grande do Sul reedita Campanha da Legalidade para defender o mandato da presidenta Dilma

O Rio Grande do Sul está disposto a reeditar a resistência, unindo diversas forças em defesa da manutenção do mandato presidencial de Dilma Rousseff.


Naira Hofmeister PT RS / facebook
Ainda não passa de um plano e de uma foto oficial, feita na sexta-feira (11), junto da estátua de Leonel Brizola e ao lado do Palácio Piratini, de onde o histórico líder trabalhista comandou a Campanha da Legalidade para garantir a posse do vice-presidente João Goulart em 1961. Mas é um fato: o Rio Grande do Sul está disposto a reeditar a resistência, unindo diversas forças políticas em defesa da manutenção do mandato presidencial de Dilma Rousseff. A ideia foi lançada longe do território gaúcho, em São Luís do Maranhão no dia 6 de dezembro, quatro dias depois de o presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha, ter aberto o processo de impeachment da chefe do Executivo Federal em represália ao anúncio da bancada do Partido dos Trabalhadores de que votaria pela sua cassação – Cunha é acusado de ter quebrado o decoro parlamentar ao mentir no Congresso Nacional sobre a manutenção de contas pessoais na Suíça.

Menos de uma semana depois, representantes de cinco partidos políticos – PT, PDT, PCdoB, PSOL e Rede – e de movimentos sociais encorparam o movimento em um ato repleto de simbologia em Porto Alegre.

“Não há embasamento legal para o pedido de Impeachment da presidenta Dilma. Estamos nos somando a milhares de homens e mulheres que, no exercício pleno de sua cidadania, atuam em defesa da Legalidade, da Democracia e do Estado de Direito”, assinala a carta de adesão, lida na ocasião pelo prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (que trocou o PT pelo PDT em 2001).

Estava lá a estátua de Brizola, punho cerrado e dedo indicador em riste, a expressão grave registrada pelo artista plástico Otto Dumovich em bronze. Parecia participar dos discursos e quando o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, falou em “intéresses” dos que defendem o golpe – assim mesmo, com a sílaba tônica deslocada, do jeito que falava Brizola – não houve mais dúvidas de que a causa atual tem suas semelhanças com o ambiente de 1961.

As palavras do líder histórico trabalhista naquela ocasião reverberaram, ditas pela boca de Fortunati: “Cumprimos com o nosso dever. Procuramos não apenas resguardar as liberdades públicas e individuais, mas não permitir que atentassem contra elas, como também, resolvemos nos opor ativamente contra as que querem atentar contra a ordem jurídica, contra as liberdades, contra a ordem institucional em nosso país”.

Para completar, horas depois do ato, no início da tarde de sexta-feira, ao encerrar a Marcha dos Sem, o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, propôs a organização de uma vigília permanente na Praça da Matriz a partir de janeiro. “Temos essa obrigação, pois foi nessa praça que o povo gaúcho, em agosto de 61, construiu trincheiras e garantiu a posse de Jango. Temos que organizar um acampamento aqui para garantir a permanência da presidenta Dilma”, incentivou.

Ex-governadores se somam à rede legalista

Enquanto o atual governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), não assinou o manifesto em defesa do mandato presidencial como fizeram 16 dos 27 chefes de Executivos estaduais no Brasil, dois ex-comandantes do Palácio Piratini, ambos do PT, estiveram no ato diante da estátua de Brizola.

Tarso Genro (gestão 2011-2014) recordou outros nomes que fizeram história ao resistir a pressões dos tais “interesses” golpistas. “Desde a Revolução de 1930 temos espasmos de autoritarismo e reação contra a democracia quando há redução das desigualdades sociais, da melhoria do padrão de vida das populações, de democratização do espaço público. Isso ocorreu contra Getúlio, contra Jango, Juscelino, Brizola e tentaram fazer isso contra o Lula. Agora existe um movimento no mesmo sentido, reacionário e conservador utilizando as próprias instâncias democráticas para interromper um mandato legitimamente eleito”.

Olívio Dutra (1999-2002) conclamou à união de forças do campo popular democrático para combater a tentativa de retirar Dilma do comando do Planalto. “Temos que garantir que o processo democrático não seja interrompido, temos críticas ao governo, mas é importante que nós recuperemos a autoridade da presidente. Problemas na democracia se resolve com mais democracia”.

Também estavam presentes deputados estaduais e federais e até a presidenciável em 2014 pelo PSOL, Luciana Genro, que faz oposição à presidenta Dilma. “O PSOL é contra o impeachment e contra o golpismo de Eduardo Cunha”, escreveu Luciana em seu site ao relatar o evento.

Íntegra da carta de adesão

Neste momento, declaramos nossa adesão ao Movimento Rede da Legalidade contra o Impeachment e o golpe no Brasil.

Fazemos nossas as palavras do então governador Leonel Brizola, proferidas em 1961: “Cumprimos com o nosso dever. Não fizemos uma revolução. Apenas assumimos uma atitude de inabalável resistência. Decidimos não abrir mão da nossa autonomia e procuramos lá, não apenas resguardar as liberdades públicas e individuais, garantias, mas não permitir que atentassem contra elas, como também, resolvemos nos opor ativamente contra as que querem atentar contra a ordem jurídica, contra as liberdades, contra a ordem institucional em nosso país”.

A democracia é maior que tudo e este pensamento nos permite separar, neste momento, divergências ideológicas, programáticas, visões sobre a economia e projetos políticos para o país.

É com este discernimento que afirmamos que não há embasamento legal para o pedido de Impeachment da Presidenta Dilma.

Com este ato, hoje, 11 de dezembro de 2015, estamos nos somando a milhares de homens e mulheres que, no exercício pleno de sua cidadania, atuam em defesa da Legalidade, da Democracia e do Estado de Direito.

Créditos da foto: PT RS 

Não defendo o Golpe: Fernandinha Torres

Ótima pergunta!!!


A atriz Fernanda Torres botou a cara na janela e gritou: sou artista, burguesa, mas não defendo o impeachment de Dilma”. E arrematou: caso ela saia, quem nos representará Cunha, Aécio, Renan, Temer, Serra, Malafaia, Caiado, Alckmin?

Rita Mansano
Marcílio Antonio Silva
Garcez Veiga
Garcez Veiga Parabéns...

Alexandre Nero deu um cala boca em Fausto Silva: “Só queria lembrar…” Chupa!

No programa de Faustão, neste domingo (13), vários atores rebateram ao vivo as críticas antipetistas do apresentador e o golpismo da Globo.
O ator Alexandre Nero pediu para que as pessoas deem menos opinião e tenham mais conhecimento: “Eu acho que a gente precisa de menos opiniões e mais conhecimento. Vamos atrás de conhecimento, saber das coisas”, afirmou.
Faustão afirmou que o “país não pode ficar do jeito que está. O país da corrupção, o país que não tem nada de educação, não tem nada de infraestrutura, não tem assistência médica, tem uma violência absurda. Não pode ficar o país ao Deus dará, nessa bagunça que está”, o típico discurso do apresentador golpista que todos os domingos repete as mesmas coisas.
Ator Alexandre Nero rebateu: “Só queria lembrar que não é de hoje que isso acontece. (Chupa essa manga Faustão!) O país faz 500 anos… Vamos ter consciência, clareza e, mais do que tudo, tolerância com o diferente, com o próximo. Para que a gente possa ouvir as ideias diferentes. Porque a gente sempre repudia o que parece diferente do que a gente quer ou almeja. Vamos respeitar o próximo. Acho que isso é a coisa mais importante”.
Depois dessa, se eu fosse o Faustão ficaria dois domingos calados, sem repetir as mesmas babaquices.

O DIA DA INFÂMIA

Colaboração da Tia Pilar
> Minha geração testemunhou o que eu acreditava ter sido o episódio mais infame da história do Congresso. Na madrugada de 2 de abril de 1964, o senador Auro de Moura Andrade declarou vaga a Presidência da República, sob o falso pretexto de que João Goulart teria deixado o país, consumando o golpe que nos levou a 21 anos de ditadura.
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> Indignado, o polido deputado Tancredo Neves surpreendeu o plenário aos gritos de "Canalha! Canalha!".
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> No crepúsculo deste 2 de dezembro, um patético descendente dos golpistas de 64 deu início ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
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> A natureza do golpe é a mesma, embora os interesses, no caso os do deputado Eduardo Cunha, sejam ainda mais torpes. E no mesmo plenário onde antes o avô enfrentara o usurpador, o senador Aécio Neves celebrou com os golpistas este segundo Dia da Infâmia.
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> Jamais imaginei que pudéssemos chegar à lama em que o gangsterismo de uns e o oportunismo de outros mergulharam o país. O Brasil passou um ano emparedado entre a chantagem de Eduardo Cunha –que abusa do cargo para escapar ao julgamento de seus delitos– e a hipocrisia da oposição, que vem namorando o golpe desde que perdeu as eleições presidenciais para o PT, pela quarta vez consecutiva.
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> Pediram uma ridícula recontagem de votos; entraram com ações para anular a eleição; ocuparam os meios de comunicação para divulgar delações inexistentes; compraram pareceres no balcão de juristas de ocasião e, escondidos atrás de siglas desconhecidas, botaram seus exércitos nas ruas, sempre magnificados nas contas da imprensa.
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> Nada conseguiram, a não ser tumultuar a vida política e agravar irresponsavelmente a situação da economia, sabotando o país com suas pautas-bomba.
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> Nada conseguiram por duas singelas razões: Dilma é uma mulher honesta e o povo sabe que, mesmo com todos os problemas, a oposição foi incapaz de apresentar um projeto de país alternativo aos avanços dos governos Lula e Dilma.
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> Aos inconformados com as urnas restou o comparsa que eles plantaram na presidência da Câmara –como se sabe, o PSDB, o DEM e o PPS votaram em Eduardo Cunha contra o candidato do PT, Arlindo Chinaglia. Dono de "capivara" policial mais extensa que a biografia, Cunha disparou a arma colocada em suas mãos por Hélio Bicudo.
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> O triste de tudo isso é saber que o ódio de Bicudo ao PT não vem de divergências políticas e ideológicas, mas por ter-lhe escapado das mãos uma sinecura –ou, como ele declarou aos jornais, "um alto cargo, provavelmente fora do país".
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> Dilma não será processada por ter roubado, desviado, mentido, acobertado ou ameaçado. Será processada porque tomou decisões para manter em dia pagamentos de compromissos sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida.
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> O TCU viu crimes nessas decisões, embora não os visse em atos semelhantes de outros governos. Mas é o relator das contas do governo, o ministro Augusto Nardes, e não Dilma, que é investigado na Operação Zelotes, junto com o sobrinho. E é o presidente do TCU, Aroldo Cedraz, e não Dilma, que é citado na Lava Jato, junto com o filho. Todos suspeitos de tráfico de influência. Provoca náusea, mas não surpreende.
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> "Claras las cosas, oscuro el chocolate", dizem os portenhos. Agora a linha divisória está clara. Vamos ver quem está do lado da lei, do Estado democrático de Direito, da democracia e do respeito ao voto do povo.
>
> E veremos quem se alia ao oportunismo, ao gangsterismo, ao vale-tudo pelo poder. Não tenho dúvidas: a presidente Dilma sairá maior dessa guerra, mais uma entre tantas que enfrentou, sem jamais ter se ajoelhado diante de seus algozes.
>
> FERNANDO MORAIS, 69, é jornalista e escritor. É autor, entre outros, dos livros "Chatô, o Rei do Brasil" e "Olga"

Neto de Jango é médico da família na Rocinha


João Marcelo Goulart nasceu no mesmo dia que o avô e ex-presidente, de quem herdou o nome e a vontade de mudar o país pela base, promovendo justiça social

Caio Barbosa
Rio - O morador da Rocinha que chega ao Posto de Saúde da Família Albert Sabin, no alto do morro, e fica sob os cuidados do Doutor João, nem imagina que aquele médico, que detesta ser chamado de doutor, é neto de um ex-presidente da República. João Marcelo Vieira Goulart, como o nome sugere, é neto de João Goulart, e nasceu exatos 25 anos depois de seu avô ter sido deposto por um golpe militar que jogou o país nas trevas.
A data de nascimento é 1º de março, a mesma do ex-presidente, de quem herdou não apenas o nome, mas a vontade de mudar o país pela base. E é do alto da favela mais conhecida do Brasil que ele faz sua parte, exercendo a Medicina humanitária que aprendeu em Cuba, buscando forças para seguir os sonhos de Jango.
Doutor João, como é conhecido na Rocinha, estudou em escola de Medicina criada por Fidel Castro
Foto: Divulgação
Maranhense criado no Rio Grande do Sul até os 10 anos de idade, adquiriu o sotaque gaúcho da família e o apreço pelo Grêmio. Chegou ao Rio de Janeiro na pré-adolescência, mas não é do samba, nem da praia. Prefere a vida caseira, ouvindo Pink Floyd, Mano Chao e Caetano Veloso, curtindo a família e o filho recém-nascido.
Nesta entrevista exclusiva ao DIA, o médico João Goulart se mostra sereno, ponderado, mas firme. Não hesita em afirmar que seu avô foi assassinado. Faz críticas e elogios ao governo Dilma, à Revolução Cubana e detona o sistema político brasileiro. E avisa: "me chama de João. Não gosto desse negócio de doutor, nem de senhor. Não sou senhor de ninguém. Somos todos iguais", diz. 
Você não conheceu o seu avô. Somente através de livros, filmes e pelos seus familiares. Vocês gostam de tudo o que já foi produzido sobre ele?
Sim. Sobretudo a última biografia, escrita pelo (historiador) Jorge Ferreira, que é mais completa e fiel aos erros e acertos do meu avô. E o documentário Dossiê Jango, o mais recente, que traz novos documentos e depoimentos das pessoas que participaram da vigilância do meu avô no exílio, e que falam sobre o envenenamento dele. É um documentário rico em provas que apontam para o assassinato.
Vocês estão seguros que ele foi assassinado? A exumação recente não provou isso.
A exumação dá início a um processo. Mas 30 anos depois da morte, com o corpo enterrado em São Borja, onde chove muito e houve até inundação, é muito difícil provar que alguém foi envenenado. É preciso encontrar uma concentração da substância necessária para matar. E com o passar dos anos isso é impossível. Mas foram encontradas substâncias que não eram para estar ali, que na época da morte do meu avô, só o exército americano tinha acesso. Uma substância muito similar ao TNT (explosivo).
Será um processo longo.
Sim. Não é fácil chegar à verdade sobre a morte de um ex-presidente ainda no exílio, numa época em que os EUA faziam uma série de operações na América Latina, com ditadura na Argentina, no Chile. Já foi dado um primeiro passo, falta ter acesso aos documentos norte-americanos (hoje ainda secretos e confidenciais). Além de ouvir os agentes que participaram das operações, que já foram ouvidos por outros governos da América Latina, mas não pelo nosso, que nunca tomou a iniciativa de ir atrás disso.
Mesmo com uma presidenta que sofreu com esta ditadura?
Com a Dilma a gente teve bastante avanço. Mas com os outros governos, não. É muito mais uma questão de estado do que de governo. Precisamos fazer mudanças na Lei de Anistia, que ainda protege os militares. Ainda temos um longo caminho a percorrer para conhecer a verdade, conhecer a nossa história e evitar que aquilo volte a se repetir. Os livros de História não retratam a verdade. Quando eu estava na escola, falavam em Revolução de 1964, e não em Golpe Militar, e Jango comunista. Não dá.
Quem foi Jango para você e para a família? Comunista, trabalhista, conciliador?
Um trabalhista, mas acima de tudo um cara humanitário, que queria fazer justiça social no país. Que queria garantir trabalho, pois sem emprego não se movimenta a economia. Queria a reforma tributária, pois olha o que está acontecendo no país sem ela! Queria a reforma agrária para as pessoas produzirem e gerar desenvolvimento. Mas naquele momento político, é óbvio que seria classificado pelos americanos como comunista. Era apenas uma desculpa para a intervenção norte-americana, tanto que a frota dos EUA já estava na nossa costa. Eles já queriam dar o golpe em 1961, mas o Brizola segurou com a Campanha da Legalidade. Fizeram de tudo para tirar meu avô do poder, com a Operação Brother Sam, financiando campanhas de deputados da direita. Mas como não conseguiram, deram o golpe.
E você se identifica com que ideologia?
Sou socialista. Veja a Rocinha. Isso aqui é lugar de trabalhador. São domésticas que trabalham em casa de famílias da Zona Sul, porteiros, garçons, gente que ainda hoje tem seus direitos usurpados pela elite que adora reclamar mas ela própria não garante os direitos de seus empregados. Eu gostaria de ver o meu país garantindo o direito dos trabalhadores. Acho que o capitalismo e a direita tem coisas úteis ao socialismo, bem como o socialismo ao capitalismo. Mas socializar saúde, educação, cultura, esporte e lazer é mínimo que o estado deve garantir ao seu cidadão. Aprendi isso em casa, em Cuba, no meu trabalho, no meu dia a dia.
Como você, médico, avalia a saúde pública no Brasil?
Apesar de o SUS ser reconhecido no mundo todo, é preciso melhorar muito. E acho que grandes passos foram dados no governo Dilma com o Mais Médicos, que vem para garantir atenção básica de qualidade, para resolver o problema pela raiz. Você economiza muito investindo em atenção básica porque o hipertenso não vai infartar, ter AVC, parar numa UTI. O diabético não vai precisar de hemodiálise. Isso é muito custoso para o Estado e para o paciente. Temos que socializar o básico para o país poder crescer, mas nosso sistema político não permite.
Como assim?
Nosso sistema é financiado por empresas privadas. Então, como vai bater de frente com isso? Os planos de saúde devem bilhões à União e o nosso presidente da Câmara (Eduardo Cunha) quer perdoar as dívidas porque é financiado por plano de saúde (somente a Bradesco Saúde financia 214 deputados ligados a Cunha). Mesma coisa agora com a Samarco, que financia campanha. Quem vai cobrar providências para a questão de Mariana? Precisamos de uma reforma política que saia do papel.
E como você se decidiu pela Medicina e por Cuba?
Decidi fazer faculdade lá por saber que era o lugar que formava médicos com caráter humanitário e que tinha os melhores indicadores do mundo. Queria aprender e trazer meu aprendizado para o Brasil, contribuir de alguma forma com o meu país. E lá aprendi o que é atenção básica, primária, e que 85% dos problemas de saúde são resolvidos dessa forma.
Você já tinha ido a Cuba? Estudou onde?
Fui em 2007 para fazer a faculdade, e fiquei seis anos e meio lá. Estudei na Escola Latino Americana de Medicina, criada pelo Fidel nos anos 90 após o Furacão Mitch (o pior da história, com mais de 18 mil mortes), que devastou Honduras, Nicarágua e Guatemala. Não havia profissionais para atender a população nestes países e Cuba precisou enviar milhares de médicos. Fidel, então, decidiu criar a escola para formar 10 mil médicos destes países, para que eles voltassem a atendendo pobres, carentes e multiplicando conhecimento. Só que a escola deu tão certo que foram formados dez, vinte, trinta mil médicos e hoje tem americano, canadense, chinês, vietnamita, gente do mundo todo lá. Gente pobre, que mora em povoado distante e volta ao povoado depois de formado para cuidar do povo.
Uma realidade que não acontecia no Brasil antes do Mais Médicos.
O problema aqui não é a falta de médicos. Está na distribuição e na formação, que precisa ser voltada para a atenção básica, que é a necessidade do país. Se você traz um estudante para a atenção básica, é natural ele querer ajudar. Mas se não tiver isso em sua formação, vai se lixar e querer ser apenas um especialista em sua clínica particular. Pois foi isso o que aprendeu na formação.
Afinal, medicina também é servir, não apenas se servir.
Sim, e a medicina que se aprende no Brasil é a de um modelo ultrapassado, criado nos EUA para o sistema mercantil americano de 100 anos atrás. Temos que formar médicos com vínculo com a população. Pelo menos por um período. Que fique dois anos na atenção básica. Se gostar, ótimo. Se não gostar, tudo bem. Que vá fazer sua especialização e ganhar dinheiro. Mas esse médico, lá na frente, nunca vai virar as costas na sua clínica para quem estiver necessitado.
E que Cuba você conheceu? Aqui no Brasil, quem é de esquerda ama, quem é de direita odeia (risos).
Os turistas adoram. Quem odeia, nunca foi. Na população, no entanto, há uma divisão. Quem viveu a Revolução é 100% Fidel. São pessoas que viram a transformação de uma país miserável, antro de drogas e prostituição, num país muito melhor. Mas com o embargo norte-americano (nos anos 60) e o fim da União Soviética (em 1990), faltou tudo, e há uma geração que nasceu nessa época e não gosta de Cuba. Mas, ainda assim, é um país que oferece educação, saúde, cultura, esporte e lazer em níveis excelentes.
Que problemas você notou por lá?
Há erros cometidos pela Revolução, como não permitir que o cubano abra seu próprio negócio, e isso deixa eles furiosos, e erros que vão além da Revolução. Na saúde, por exemplo, os níveis de meningite são muito bons, mas aquém do desejado porque a patente da vacina é norte-americana e nem isso o é permitido importar. Nem vacina, para evitar o sofrimento e morte! A internet, por exemplo, demorou a chegar. E só foi possível graças a um cabo de fibra ótica que atravessou o oceano pela Venezuela. Porque se não fosse a Venezuela, não teria internet até hoje.
E por que muitos cubanos querem deixar o país?
Ora, porque os americanos oferecem ao cubano que chega lá, casa, comida, roupa lavada, emprego no momento em que você coloca os pés nos EUA. Mas só ao cubano. Se você chegar lá hoje, ficará ilegal. Você e qualquer outra pessoa de qualquer país. Mas cubano recebe tudo. É uma estratégia norte-americana de boicotar o regime cubano. Só que alguém divulga isso? Não.
E o que você pensa sobre Cuba, sobre a abertura que está acontecendo?
Tenho muita vontade de voltar um dia e continuar estudando naquele sistema que é único. Vejo um país que ainda tem muito a oferecer ao mundo. Bastam algumas políticas mudarem, tanto por parte de Cuba como por parte dos EUA. Vamos ver o que acontece com essa abertura, se vai dar certo. Não adianta abrir e entrar a cultura do consumismo excessivo.
E qual sua avaliação do governo Dilma?
Não sou petista, mas acho que o Brasil mudou muito com o PT. De forma positiva. As oportunidades para quem não tem renda são muito maiores do que na década de 90. A miséria e a pobreza diminuíram muito. Mas ainda é preciso ampliar isso. Garantir direitos, saúde e educação. Acho que o governo desviou um pouco o foco destas questões nos últimos anos, com esta relação com empreiteiras...
Nas redes sociais, muito se fala em relações milionárias dos filhos do Lula, da filha de José Serra, do neto do general Figueiredo. Você tem um perfil diferente. Dorme melhor assim?
Durmo melhor sabendo que posso contribuir com meu país pelo meu trabalho. E espero contribuir ainda mais. Mas acho que cada um traça seus objetivos. Eu não fico pensando nisso. Penso apenas no meu objetivo.
E o que você costuma responder a quem diz que a saúde no Brasil é uma tragédia?
Digo que estamos dando passos importantes. O Mais Médicos, como falei, é um deles. A Escola Nacional de Saúde Pública, na Fiocruz, já está discutindo mudanças na formação médica no país. Isto é importante. A gente ouve muita reclamação no atendimento terciário, especializado. E com razão. Mas a atenção básica, quando está presente, funciona. O problema é que ela nem sempre está presente. E isso depende, também, da parceria e da vontade política de estados e municípios. Aqui no Rio temos melhorado muito. Ainda há problemas? Muitos. Mas o programa Saúde da Família no Brasil é coisa nova, é um bebê, diferentemente de Cuba, Reino Unido e Canadá, por exemplo. Precisamos chegar lá.

Estudar quebra a barreira do preconceito", diz preso que fez Enem; assista

Por Nicolas Iory - iG São Paulo

Detentos contam ao iG suas histórias, objetivos e como foi a preparação para o exame, aplicado a 23 mil presos no País

Este mês de dezembro está sendo especial para Wander Henrique Alixandria e Hernani de Carvalho Costa. Após meses de estudo em um ambiente pouco favorável, as expressões eram de dever cumprido naquela quinta-feira (3).
Os dois são detentos do Centro de Detenção Provisória (CDP) Belém 2, localizado na marginal Tietê, na zona norte de São Paulo. Eles realizaram a prova do Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade (Enem PPL), aplicada nos dias 1º e 2 deste mês.
Vestindo camisetas brancas e calças beges, eles mal conseguiam disfarçar a timidez e o nervosismo ao contar suas impressões e histórias
Wander tem 24 anos de idade e aproximadamente 1,70 m de altura. Hernani é um pouco mais alto e já chegou aos 35 anos. Eles vivem com outros 200 detentos na ala do semiaberto do CDP, que foi projetada para receber 108 presos. Nos prédios voltados ao regime fechado, estão 2.450 homens apesar de a unidade comportar 768 pessoas.
Mesmo com a superlotação, Hernani conta que os demais presos respeitam os momentos em que ele se dedica aos estudos.

"Concluí o Ensino Médio dentro das unidades prisionais e este é o terceiro ano que estou fazendo o Enem. Procuro estudar no horário da manhã, que é quando minha mente está mais fresca. É quando consigo absorver mais as ideias e assim elas se tornam mais contundentes na hora de responder às questões. Eu sempre procuro motivar as pessoas e tento trazer isso para que os outros também possam sentir o gosto do saber. Então fica mais fácil", relata Hernani.
Wander lembra do apoio que recebeu da família para se preparar para o Enem. Nascido em Peruíbe, na Baixada Santista, ele chegou a cursar os primeiros semestres do curso de Direito, mas havia trancado a graduação quando foi preso.
"Mesmo estando aqui dentro, ainda tenho objetivos de estudar lá fora, de fazer uma faculdade. Então o Enem me possibilitou retomar a minha vida. Meu irmão também fez a prova e minha família mandava o material didático dele para eu me preparar."
Wander Henrique e Hernani realizaram a prova no CDP Belém 2, na zona norte da capital paulista
Reprodução/TViG
Wander Henrique e Hernani realizaram a prova no CDP Belém 2, na zona norte da capital paulista
Assim como os dois detentos do CDP Belém 2, mais de 23 mil jovens e adultos realizaram a prova em presídios ou unidades socioeducativas de todo o País. Somente no Estado de São Paulo, foram 12.028 adultos e 1.154 adolescentes tentando solucionar as questões das quatro provas objetivas que compõem o exame, além da redação, que teve proposta diferente da realizada pelos demais candidatos do Enem.
Enquanto os estudantes de todo o Brasil escreveram sobre a violência contra a mulher – tema que gerou polêmica na edição deste ano –, os candidatos do Enem PPL dissertaram sobre a valorização dos professores.
E é justamente o desempenho na redação que deixa Hernani mais otimista para conseguir alcançar seu objetivo: uma bolsa de estudos em um curso superior. 
"Tive algumas dificuldades porque a gente fica um pouco nervoso na prova. Sempre é um momento tenso, mesmo que a gente já tenha feito antes. Mas acho que consegui me dar muito bem na redação."
Futuro
Hernani está preso há 15 anos. Ele foi condenado a 28 anos e sete meses de prisão por receptação, tráfico de drogas e roubo. Segundo ele, a dedicação aos estudos foi fundamental para encarar esse período de sua vida.
"Nós estamos conscientes da nossa condição, mas temos de acreditar. Mesmo na condição na qual nos encontramos, nós temos possibilidade de alcançar algo. Se uma história foi escrita, uma nova história pode ser reescrita", acredita
Já Wander está na prisão há um ano e quatro meses. Ele foi detido pela Polícia Federal com 28 mil porções de LSD e condenado a 11 anos e oito meses de reclusão por tráfico internacional de entorpecentes.
Mesmo sem saber ao certo quanto tempo levará até deixar a prisão de uma vez por todas, ele faz planos para sua vida após o CDP. Para Wander, o fato de milhares de presos estarem prestando a prova do Enem pode ajudar a quebrar preconceitos com a população carcerária.
"A visão de todos que estão do lado de fora é diferente. Você acaba quebrando barreiras fazendo o Enem, mostrando que está motivado a fazer um curso, a mudar de vida. Assim que passar este pesadelo, pretendo colocar a minha vida no lugar: voltar a trabalhar, voltar a estudar e, se Deus quiser, alcançar todos os meus objetivos."