10.06.2018

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Haddad Presidente

Vamos nordestinos salvar o nosso país
O Amor vai vencer. E o BRASIL FELIZ DE NOVO 

Haddad impecável

10.05.2018

Kit Gay nunca existiu. “9º Seminário LGBT infantil” também é mentira

O livro “Aparelho Sexual e Cia” faz parte


  • 401 COMENTÁRIOS


  • Após entrevista com candidato à Presidência no Jornal nacional, livro citado gerou polêmica nas redes sociais! Ele NÃO faz parte do kit gay distribuído nas escolas pelo MEC?
    Em entrevista ao telejornal Jornal Nacional, no dia 28 de agosto 
    de 2018, um candidato à Presidência tentou mostrar as páginas 
    de um livro chamado Aparelho Sexual e Cia e afirmou que o 
    material faria parte do “kit gay” distribuído em escolas públicas
     do país.
    O candidato ainda disse que o tal livro teria sido lançado durante
     o “9º Seminário LGBT infantil” e que fazia parte do material
     “ensinando” homossexualidade para as crianças nas escolas.
    A declaração do político gerou um aumento nas buscas pelo
     assunto, tendo como resultado um monte de solicitações para que o E-farsas pesquise se isso é verdade ou mentira!
    Será que o livro Aparelho Sexual e Cia faz parte do “kit gay”
     distribuído nas escolas públicas?

    Capa do livro “Aparelho Sexual e Cia” que, de acordo com um
     presidenciável, estaria sendo distribuído nas escolas juntamente
    com um “kit gay”! Será verdade? (foto: Reprodução/Google Images)

    Verdade ou mentira?

    Antes de mais nada, nunca existiu o “9º Seminário LGBT infantil”!
     O que houve, em maio de 2012, foi o “9º Seminário LGBT”
     que tratava do tema “infância e sexualidade”.
    Na ocasião, o coordenador da Frente Parlamentar Mista pela
     Cidadania LGBT, deputado Jean Wyllys, explicou que o
     objetivo do evento foi o de proteger a infância e reconhecer
     a diversidade sexual. Com convidados especialistas em 
    Direito, Educação, Sexualidade, Psicologia e Cultura, 
    o seminário teve o lema “Todas as Infâncias são Esperança“.
    “Em torno desse tema a gente quer discutir o próprio reconhecimento de uma sexualidade infantil, proteger as crianças que escapam dos papéis de gênero definidos pela sociedade da violência. A gente sabe que tem muita criança que sofre violência doméstica terrível, são queimadas, são espancadas porque não se enquadram em papéis de gênero. Ou seja, aquele garoto que, com 6, 7 anos de idade, quer brincar de boneca e os pais batem”, disse o deputado, na ocasião.
    Outro detalhe é que nunca existiu um “kit gay”! Como muito bem

    Entre em contato com o E-farsas

     via WhatsApp: (11) 96075-5663

    “O material, composto por três vídeos e guia de orientação aos professores, tinha como objetivo debater a sexualidade no ambiente escolar, como forma de reconhecimento da diversidade sexual e alertar sobre o preconceito.”
    Apesar de ter sido aprovado pela comunidade LGBT e de não ser voltado apenas para gays, o material foi batizado de “kit gay” pela chamada “Bancada Evangélica” no Congresso e, após muita polêmica, acabou não indo para frente!

    Mas… e o livro?

    Voltando ao livro “Aparelho Sexual e Cia“, desde 2013 o Ministério da Educação (MEC) tem que desmentir essa história sobre a aprovação do ministério na distribuição do referido livro. O órgão afirma que o livro “Aparelho Sexual e Cia” não faz parte da lista de livros recomendados pelo MEC e que ele não está no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e no Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE):
    “[…]Em 2013, o Ministério da Educação já havia respondido oficialmente à imprensa que “a informação sobre a suposta recomendação é equivocada e que o livro não consta no Programa Nacional do Livro Didático/PNLD e no Programa Nacional Biblioteca da Escola/PNBE”        
    O livro, que é uma tradução do original da escritora francesa Helene Bruller e foi lançado no Brasil em 2007 pela Companhia das Letras, já foi publicado em mais de 10 idiomas e teve mais de 1,5 milhão de cópias vendidas no mundo inteiro.
    Com uma linguagem simples, o livro aborda várias questões que os adolescentes têm em relação ao sexo e que deveriam ser discutidas em família, mas que não são:
    “Geralmente, os adolescentes sabem menos sobre amor e sexo, e todas as questões que esses temas envolvem, do que os adultos acreditam. Como é estar apaixonado? Como se beija na boca? Por que crescem pêlos e espinhas pelo corpo durante a puberdade? O que é masturbação? Como nascem os bebês? Essas e muitas outras questões intrigantes são explicadas neste guia, com bastante humor mas também com sólida base pedagógica, rigor científico e delicadeza. Inspirado nas aventuras do personagem de histórias em quadrinhos Titeuf – sucesso absoluto na Europa, com onze livros publicados, que venderam mais de dezesseis milhões de exemplares -, Aparelho sexual e cia. traz o humor das tiras do personagem, que aparecem espalhadas pelas páginas do guia, complementando as explicações e deixando a leitura mais leve. Sem cair em moralismo ou usar clichês, a obra trata de todos os aspectos da sexualidade na linguagem do público a que se destina: a paixão, as mudanças da puberdade, a transa, a contracepção, doenças sexualmente transmissíveis, pedofilia e incesto são alguns dos temas esclarecidos. Com mais de um milhão e meio de exemplares vendidos, e publicado em dez línguas diferentes, este guia virou até exposição na Cidade de Ciências e Tecnologia de La Villette, em Paris. Para aqueles que procuram uma maneira nova e mais atraente de informar os jovens sobre assuntos de maior importância, sem precisar amarrá-los na cadeira…”

    Variação de um boato antigo

    Essa não é a primeira vez que o MEC é acusado de distribuir conteúdo considerado impróprio nas escolas! Em 2016, desmentimos aqui no E-farsas a notícia afirmando que o livro chamado “Bochechas Querem Saber… Como Nascemos” estaria sendo distribuídos nas escolas públicas.

    Conclusão

    O livro “Aparelho Sexual e Cia” não está sendo (e não foi) distribuído pelo MEC nas escolas brasileiras!

    10.04.2018

    Só um extremismo nos ameaça: o do fascismo


     
    O ex-ministro Roberto Amaral afirma que a ameaça fascista é bastante real neste ano de 2018 cujo lema, patrocinado pela candidatura de Jair Bolsonaro, é a campanha da extrema-direita ‘O Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
    Só um extremismo nos ameaça: o do fascismo
    Roberto Amaral*
    Depois de haver intentado a tomada do poder mediante o putsch integralista de 1938, e na vigência do regime constitucional participado de todas as insurgências golpistas (agosto de 1954; novembro de 1955; agosto de 1961; 1964), é esta a primeira vez que a extrema direita no Brasil se legitima através do movimento de massas, e pode chegar ao governo mediante o processo eleitoral, ponto de partida para a conquista do poder.
    É a ameaça fascista.
    Nem a História se repete nem o processo social se desenvolve linearmente, nem o conceito de fascismo (ou qualquer conceito, como, por exemplo o de direito ou de democracia) é uma equação. A História sempre reflete as intervenções de tempo e espaço e sofre ainda, no curso do tempo, as transformações impostas pelas novas visões de mundo que reinterpretam, reinventando-o, o fato histórico, assim emprestando-lhe novas leituras valorativas.
    Embora então contemporâneas, as formações fascistas do século passado — e foram muitas, caminhando da Europa até a América do Sul, com ensaios como o Estado Novo (1937-1945) –, diferenciaram-se entre si. Diferenciavam-se umas das outras mesmo as experiências europeias mais conspícuas e certamente modelares (a Itália de Mussolini e a Alemanha nazista) da experiência asiática (Japão) e diferenciavam-se todas das experiências portuguesa e espanhola, embora todas guardassem entre si elementos identificadores como mesma base social, o apoio nas grandes massas e a formulação dos intelectuais orgânicos das chamadas elites, em regra ligados ao estamento burocrático.
    Esse totalitarismo aqui identificado como fascismo era a panaceia oferecida às burguesias de todo o mundo como aquele regime novo que poderia realizar as reformas sociais capazes de fazer face à ameaça comunista, pois a Revolução de Outubro colocara em evidência os direitos sociais das grandes massas Essa necessidade aqui serviu de pretexto para a ditadura Vargas (1937-1945); funcionou como elemento aglutinador das forças que nos impuseram o golpe de 1964. Não por acaso a invenção do fantasma do comunismo volta a ser levantado pelos setores mais atrasados do empresariado, especialmente o rural, como um dos fermentos da onda que parece nortear o processo político brasileiro.
    Para a mobilização das massas e conquista de quadros, o fascismo, como todo totalitarismo, precisa de um inimigo, interno ou externo; quando não o tem, inventa.
    Esse inimigo pode ser o judeu, como já foi, e são hoje as populações palestinas, podem ser os comunistas, os homossexuais, os negros, os amarelos, os persas do Irã, os índios, os imigrantes, a mulher emancipada, os desterrados da terra morrendo nas águas do Mediterrâneo e nas fronteiras de todo o mundo. A identificação e demonização desse inimigo, que precisa ser eliminado, é fundamental: o “comunista”, ou “petista” em sua atualização histórica, é a síntese perfeita de tudo o que atenta contra a tríade Deus, Pátria e Família: homossexualidade, aborto, uso de drogas, desrespeito à propriedade privada, leniência com a criminalidade urbana, direitos humanos, cotas raciais…
    O nazismo demonizou judeus e comunistas, perseguiu intelectuais, artistas e cientistas acusados de marxistas; a ditadura militar brasileira elegeu os comunistas como ‘o inimigo interno a ser liquidado’, o mesmo leitmotif das ditaduras militares do Chile, do Uruguai e da Argentina, que inovou com o inimigo britânico com o aditivo da guerra das Malvinas.
    O mais preciso, porém, é tratarmos de fascismos, considerando suas características gerais, similitudes e diferenças; nesse sentido é lógico o retorno da onda totalitária, e ao mesmo tempo é injustificável negá-lo sob o pretexto de que não se apresenta segundo o mesmo ritual, as mesmas formas e fórmulas que se consideram clássicas (por exemplo, o modelo italiano), ignorando o impacto promovido pelas circunstâncias históricas dotando-o, esse totalitarismo, de um certo sincretismo certamente responsável pela sua permanente ameaça à democracia.
    No Brasil, a tríade “Deus, Pátria e Família”, da campanha fascista, é a mesma evocada pelo salazarismo em Portugal – e ambas inspiradas no Dio, Patria, Famiglia do fascismo italiano divulgada no Brasil pela primeira vez pelo integralismo de Plínio Salgado, ao regressar da Europa e de seu primeiro contato com Mussolini (1930). O nazismo proclamava Deutschland über Alles (‘Alemanha acima de tudo’), fonte do America First (‘A América em primeiro lugar’) que daria novo slogan para a campanha da extrema-direita brasileira ‘O Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
    O fascismo em todas as suas formas faz o apelo à tradição, alimenta-se no irracionalismo e no culto à ação pela ação (‘ela é bela em si, dispensa a reflexão’). Refratário à crítica, não admite nem a divergência nem o divergente, repele o debate, denuncia a defesa dos direitos humanos e recusa compromissos com a legalidade, que sempre viola. É-lhe inato o fomento à intolerância, a inaptidão para a controvérsia; o apelo à “ordem” e a Deus, o aniquilamento das oposições; bem como o recurso à intimidação, à violência e ao terror.
    A ameaça que nos ronda guarda similitudes e distinções. A defesa do Estado e os conflitos com o liberalismo, de sua origem, são no Brasil de hoje substituídos pela desconstituição do Estado, o domínio absoluto do grande capital e a adesão a um neoliberalismo exacerbado que exige a ditadura plena para poder implantar-se.
    A xenofobia é invocada sem vínculo com a soberania. O catolicismo italiano, português e espanhol é substituído pelo neopentecostalismo primitivo cujo papel na regressão política brasileira, aliás, ainda não foi devidamente estudado. Despojado de ideário programático, o fascismo nativo de nossos dias se unifica pelo combate à corrupção, pela intolerância, pelo ‘anticomunismo’ visceral e extemporâneo.
    O processo social brasileiro não é a reprodução de outros processos – até porque isso é impossível— mas a forma histórica que o totalitarismo, com a lógica fascista (um fascismo adaptado às nossas contingências de toda ordem) está tomando entre nós. Vale dizer, numa sociedade moldada pela escravidão, e centrada na desigualdade, onde o exercício da cidadania é, na prática, um privilégio e não um direito, características do fascismo – como o uso brutal da violência pelo Estado como forma de controle – não representam uma mudança abruta, uma revolução copernicana. Dito de outro modo: os jovens negros das favelas e periferias brasileiras já têm bastante contato com a realidade de uma sociedade e um Estado autoritários, intolerantes, excludentes, que lhes vedam o pleno exercício de sua humanidade – e lhes tiram mesmo a vida sem dificuldade. A implantação de uma modalidade de fascismo no Brasil de hoje seria uma intensificação e formalização do que já é parte do nosso cotidiano.
    O papel do homem na História não pode ser valorado ou medido quando apartado do império das circunstâncias, e aqui vale a pena lembrar a lição de Marx no 18 brumário de Luís Bonaparte: “Os homens fazem sua própria História, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado”. Transposto para nossa realidade isso significa que o ponto fulcral da análise ao processo brasileiro, comparativa ou não, vis a vis outras experiências, não nos deve remeter à análise reducionista do papel do indivíduo que, no presente processo eleitoral, simboliza, para distintas camadas das grandes massas e setores da burguesia, a efetivação de um discurso autoritário difuso que, organizado, remete para as fontes do conceito clássico do fascismo, com suas variantes, o que é óbvio.
    O importante não é o ginete, com ou sem luvas, mas o cavalo e o processo social que o criou e o alimenta; que o fez crescer sem que esse desenvolvimento fosse percebido, nem mesmo após os idos de 2013; nem mesmo após o difícil délivrance do pleito de 2014.
    O decisivo, identificado o processo, é contê-lo. O fascismo jabuticaba é um fato objetivo, impondo, no processo eleitoral e, o que é mais importante, para além dele, a disjuntiva democracia ou fascismo, a versão contemporânea de civilização ou barbárie. O dever dos democratas é enfrenta-lo e derrotá-lo.
    Ao final de uma campanha eleitoral, na qual não se discutiram propostas para o futuro do país, sejam neoliberais, sejam intervencionistas, sejam nacionalistas, sejam entreguistas, o povo vai votar movido pelo simbólico e não pelo concreto, pois a hidra fascista, convenientemente silenciada pelo infame atentado de que foi vítima, não foi compelida a apresentar suas propostas.
    Em face desse desafio, não há inocentes por que não há meio termo ou alternativa, e todos seremos responsáveis pelo que fizermos ou deixarmos de fazer pois ainda está em nossas mãos optar pela democracia, sem a qual não mais haverá propostas a discutir. Cairá o toldo do circo e seremos todos silenciados pela treva da ditadura.
    A difícil arte de sobreviver à própria biografia– O professor Cristóvam Buarque (PPS), ex-ministro de Lula, acordou dobradinha com Rogério Rosso (PSD), cria de Joaquim Roriz que almeja o governo do Distrito Federal. Rosso apoia o capitão, portanto, a insurgência fascista, à qual, nestes termos, se filia o senador candidato à releição. Não poderia o ex-reitor encerrar sua vida política com menos indignidade e mais respeito aos seus antigos amigos?