4.24.2020

chupa que é de manga

Farinha do mesmo saco

A imagem pode conter: 1 pessoa, closeup, texto que diz "'Eu vejo Moro e Bolsonaro como uma coisa só' ROSÂNGELA MORO"

Sergio Moro está fora do governo Bolsonaro

Estrela do ministério, convidado durante a campanha eleitoral quando ainda era juiz, anunciou há pouco sua saída numa entrevista coletiva no Ministério da Justiça. Sua cara era de total abatimento. Moro foi decisivo para a eleição de Jair Bolsonaro: vale lembrar que ele levantou o sigilo da delação podre de Antonio Palocci – levantamento que nem mesmo Deltan Dallagnol conseguiu defender.
 
O ex-juiz sai do governo muito menor do que entrou. Deu a Bolsonaro parcela considerável da sua credibilidade junto à opinião pública, transferiu seu cacife político ao presidente. Em troca, recebeu seguidas humilhações de Bolsonaro e de seu entorno. Tiraram dele o Coaf, vetaram nomeações, interferiram na PF. Durante a coletiva de hoje, Moro disse que teve apoio de Bolsonaro em alguns projetos, “mas em outros não”. 
 
O estopim da queda foi a troca do diretor-geral da Polícia Federal. Ainda Moro, na coletiva: “o problema não é o nome, mas por que trocar?”. Moro não disse, mas o motivo é claro: proteger a família Bolsonaro dos casos de corrupção nos quais estão envolvidos. Sobre esse ponto, Moro elogiou o PT por ter mantido a autonomia da PF durante seus governos. 
 
Moro poderá sempre se dizer surpreendido pelo comportamento do agora ex-chefe. O que não muda é que jamais poderia ter sido ministro. Se tivesse qualquer apreço pela justiça e pela democracia não deveria ter aceitado o cargo, dado o histórico da família Bolsonaro, seu apreço por torturadores e desprezo pelas instituições democráticas.
 
Além disso, em qualquer país sério, o juiz que tirou da corrida presidencial outro candidato com chances de ser eleito não assumiria um cargo no governo do candidato vencedor. Seria um escândalo, como foi. Mas a sede de poder de Moro ficou escancarada, como demonstramos inúmeras vezes nos arquivos secretos da Lava Jato.
 
Chego então à Vaza Jato. Depois das revelações que fizemos, Sergio Moro não deveria ter permanecido no Ministério. As improbidades cometidas quando ocupava a 13ª Vara Federal de Curitiba são gravíssimas, interferiram na condução dos rumos da República e colocam em xeque todo o desenrolar da operação Lava Jato. Afinal, como aceitar que um juiz que evita investigar políticos para não "melindrar alguém cujo o apoio é importante" ocupe a pasta da Justiça? É isso o que chamam de bandido de estimação?
 
O ciclo de Sergio Moro no Ministério se encerrou hoje. A vergonha da sua participação no governo Bolsonaro, no entanto, é eterna. E para que não esqueçamos também de que ele sempre teve apreço pelo autoritarismo e pelo desrespeito às instituições, vale a pena ver de novo os melhores momentos do ex-juiz na Vaza Jato:
  1. O agora ex-ministro trabalhou em parceria com a força-tarefa de Curitiba sugerindo troca de fases da operação, interferindo nas investigações e dando pistas sobre elas. "Não é muito tempo sem operação?", ele questionou a Dallagnol em certa ocasião. 
  2. “Moro viola sempre o sistema acusatório e é tolerado por seus resultados”. Eu também acho, mas quem disse isso foi a procuradora Monique Cheker em uma conversa onde vários membros da força-tarefa reclamavam das violações do ex-juiz e de sua possível ida para o governo Bolsonaro (sempre bom lembrar que Monique é Monique). 
  3. Acostumado a interferir nos rumos da política brasileira, Sergio Moro também sugeriu que os procuradores vazassem trechos de delação para interferir na política da Venezuela. “Talvez seja o caso de tornar pública a delação da Odebrecht sobre propinas na Venezuela”, sugeriu a Dallagnol numa clara demonstração de desrespeito a qualquer princípio democrático e diplomático. 
  4. Dallagnol já sabia que Moro estava se metendo numa enrascada ao aceitar o convite de Bolsonaro. Ninguém em sã consciência comprou a ideia de que Bolsonaro é um militante anticorrupção, né? "Seja como for, presidente não vai afastar o filho. E se isso tudo acontecer antes de aparecer vaga no supremo?”, profetizou Deltan. 
  5. Acostumado desde os tempos de Curitiba a interferir na PF, Moro certamente não gostou de ver Bolsonaro passando por cima da sua autoridade. O ex-juiz gosta do poder, e durante sua carreira na magistratura não só direcionou ações do MPF como também fazia dobradinha com a PF.
Há muito mais coisas sobre as impropriedades de Moro durante a Lava Jato. O acervo é enorme e pode ser consultado aqui
 
É impossível saber o que a saída do ex-juiz significa para os rumos de um governo que vem desmoronando em praça pública. É certo que se não estivéssemos em meio a uma pandemia, Bolsonaro estaria hoje muito vulnerável a um processo de impeachment. O presidente se protege com o vírus. Chega a ser poético. 
 
Moro está fora, mas não se iludam: a campanha presidencial de 2022 começou, e Moro e Bolsonaro, bem,,, são uma coisa só. O ex-ministro continua sendo o político mais popular do Brasil, apesar de sair do ministério pela porta dos fundos – ele disse, na coletiva, que soube da exoneração de Valeixo pelo Diário Oficial, e que não assinou o documento, apesar de sua assinatura constar no pé de página. Se Moro diminuiu a ponto de ser chutado por Bolsonaro, certamente foi também pela força do jornalismo independente, que não se deixa seduzir por super-heróis e que não se comporta como porta-voz de autoridade. 
 
Um abraço,
Leandro Demori
Editor Executivo

4.22.2020

Glenn: o que falta para a mídia aceitar que Moro é uma fraude?



A narrativa do "herói" já se provou uma mentira
22/04/2020
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(Foto 1: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados - Foto 2: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O que será necessário para a mídia brasileira finalmente aceitar que Sérgio Moro é a maior fraude?

Se ele se juntou à família criminosa da milícia Bolsonaro, pq não ficaria ao lado de Roberto Jefferson?

Sinto muito que o herói que construiu seja mentira, mas é hora de aceitá-lo
No tweet, Greenwald compartilha o print de uma matéria de Guilherme Amado no site da revista Época. Diz o texto:
Sergio Moro já havia flexibilizado sua implacável intolerância com os suspeitos de corrupção e vinha topando aparecer na mesma foto que o ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antonio e o encrencado Flávio Bolsonaro.
Agora, Moro está no mesmo governo que negocia sem constrangimento com os mensaleiros Valdemar Costa Neto e Roberto Jefferson.
Qualquer dia desses, Bolsonaro acaba convidando Moro para um jantar com Jefferson e Valdemar no Alvorada

Santos Cruz avisa: Exército não marcha com governo Bolsonaro


Santos Cruz e Bolsonaro 247 - O ex-ministro da Secretaria de Governo da Presidência general Carlos Alberto Santos Cruz afirmou em entrevista que o Exército não é partidário e não “marcha” ao lado do governo de Jair Bolsonaro.
“Não existe essa marcha junto com o governo”, disse o general em entrevista nesta quarta-feira (22) aos jornalistas Carla Araújo e Hanrrikson de Andrade.
Ele criticou as manifestações do último domingo (19) que pediam o fechamento do Congresso, do STF (Supremo Tribunal Federal) e a instituição do AI-5.
“A instituição, vou falar pelo Exército, é extremamente disciplinada. Ela é ligada ao estado brasileiro, nas atribuições da Constituição. Exército não é partidário, de governo. Ele presta todo respeito às autoridades, população, mas não tem essa caminhada junto. Isso não existe”, afirmou.
Para sustentar a sua afirmação, Santos Cruz lembrou que não havia ministros militares no ato, apenas Bolsonaro.
"Fica uma confusão com ataques e xingamentos na internet, e o presidente aparece naquele cenário na frente de um quartel general de uma das Forças, que é o Exército, e o presidente é o comandante-chefe. Fica uma ideia de movimento institucional que não teve. São situações confusas que poderiam ser evitadas", afirmou.
O ex-ministro disse ainda que Bolsonaro vive ainda no "modo campanha eleitoral".
"Depois da eleição, você deixa o presidente governar, mas um pequeno grupo continuou no mesmo sistema como se fosse ter eleição na semana que vem. Isso parte pro desrespeito. O problema não está no governo. O problema é esse grupo sem controle que extrapola todos os limites da educação e respeito", criticou, se referindo ao chamado gabinete do ódio.

4.21.2020

Agora não tem divulgação

Juiz afirmou que D. Marisa tinha R$ 256 milhões.
Foi amplamente divulgado. Agora descobre-se que eram R$ 26 mil. Tendeu?