ALGUNS PROCEDIMENTOS UTILIZADOS EM UTI
RESTRIÇÃO
Material (restrição mecânica)
- atadura de crepe; algodão, gaze, compressas cirúrgicas; lençóis; tala; fita adesiva; braçadeiras de contenção.
Procedimento
- proceder a restrição no leito dos segmentos corporais na seguinte ordem: ombros, pulsos e tornozelos, quadril e joelhos;
- ombros: lencol em diagonal pelas costas, axilas e ombros, cruzando-as na região cervical;
- tornozelos e pulsos: proteger com algodão ortopédico, com a atadura de crepe fazer movimento circular, amarrar;
- quadril: colocar um lençol dobrado sobre o quadril e outro sob a região lombar, torcer as pontas, amarrar;
- joelhos: com 02 lençóis. Passar a ponta D sobre o joelho D e sob o E e a ponta do lado E sobre o joelho E e sob o D;
Observações
- não utilizar ataduras de crepe (faixas) menor do que 10 cm;
- evitar garroteamento dos membros;
- afrouxar a restrição em casos de edema, lesão e palidez;
- retirar a restrição uma vez ao dia (banho);
- proceder limpeza e massagem de conforto no local.
SONDA NASOGÁSTRICA
(do nariz ao estômago)
Sonda aberta: drenagem
Sonda fechada: alimentação
Material
- sonda gástrica LEVINE ( mulher 14 a 16, homem 16 a 18);
- seringa de 20ml; copo com água; gaze, benzina; toalha de rosto; xylocaína gel; fita adesiva; estetoscópio; biombo s/n; luvas de procedimento; sacos para lixo.
Procedimento
- Elevar a cabeceira da cama (posição Fowler – 45º) com a cabeceira inclinada para frente ou decúbito dorsal horizontal com cabeça lateralizada;
- Proteger o tórax com a toalha e limpar as narinas com gaze;
- Limpar o nariz e a testa com gaze e benzina para retirar a oleosidade da pele;
- Medir a sonda do lóbulo da orelha até a ponta do nariz e até a base do apêndice;
- Marcar com adesivo;
- Calçar luvas;
- Lubrificar a sonda com xylocaína;
- Introduzir a sonda em uma das narinas pedindo ao paciente que degluta, introduzir até a marca do adesivo;
- Observar sinais de cianose, dispnéia e tosse;
- Para verificar se a sonda está no local:
· Injetar 20ml de ar na sonda e auscultar com esteto, na base do apêndice xifóide, para ouvir ruídos hidroaéreos;
· Ver fluxo de suco gástrico aspirando com a seringa de 20ml;
· Colocar a ponta da sonda no copo com água, se tiver borbulhamento está na traquéia. Deve ser retirada.
· Toda vez que a sonda for aberta, para algum procedimento, dobrá-la para evitar a entrada de ar;
· Fechá-la ou conectá-la ao coletor;
· Fixar a sonda não tracionando a narina.
CURATIVO
Curativo Infectado: limpeza de fora para dentro
Curativo Limpo: limpeza de dentro para fora.
Material:
- Bandeja ou carrinho contendo pacote de curativos:
- 1 pinça anatômica; 1 pinça dente de rato; 1 pinça Kocher ou Kelly; tesoura estéril s/n; pacotes de gases esterilizados; micropore ou esparadrapo; almotolia com éter ou benzina; almotolia com soluções anti-sépticas, SF 0.9% E PVPI; saco para lixo; atadura de crepe ou gaze s/n; pomadas, seringa, algodão e espátula s/n; luvas de procedimento.
Procedimentos
- fixar o saco para lxo em loca conveniente;
- abrir o pacote estéril com técnica e dispor as pinças;
- colocar gaze em quantidade suficiente, dentro do campo;
- remover ocurativo com a pinça dente de rato, Kelly ou luva de procedimento e uma gaze embebida em benzina ou SF (se houver aderência);
- limpar com SF e fazer anti-sepsia com PVPI ou curativo disponível;
- cobrir com gaze estéril.
Observações
- quando a ferida encontra-se com tecido de granulação (sensível) é contra-indicado a utilização de gaze para a limpeza, neste caso, recomenda-se irrigar a ferida com SF; se o pacote de curativo apresentar 4 pinças, despreza-se as duas utilizadas para remover o curativo, se apresentar 03 pinças, despreza-se a dente de rato na cuba rim ou retira-se o curativo com a luva de procedimento;
LAVAGEM INTESTINAL
Material:
- irrigador com extensão clampada contendo solução prescrita: água morna, glicerina, solução salina, SF + glicerina, fleet enema, minilax;
- sonda retal (mulher: 22 ou 24 e homem: 24 ou 26);
- pincha para fechar o intermediário; gazes; vaselina ou xylocaína; cuba rim; papel higiênico; luva de procedimento; suporte de soro; comadre; biombo s/n; impermeável; lençol móvel; solução glicerinada ou fleet enema; saco para lixo.
Procedimento:
- abrir o pacote do irrigador, conectar a sonda retal na sua borracha;
- colocar a solução (SF + glicerina) dentro do irrigador;
- retirar o ar da borracha;
- colocar a xylocaína numa gaze;
- colocar a cuba rim, gaze e irrigador completo numa bandeja e levar para o quarto;
- proteger a coma com impermeável e lençol móvel;
- dependurar o irrigador no suporte de soro à altura de 60cm do tórax do paciente;
- colocar a comadre sobre os pés da cama;
- colocar a paciente em posição de Sims;
- tirar ar da sonda sobre a cuba rim;
- clampar a extensão do irrigador;
- lubrificar a sonda reta 5 cm;
- calçar luvas;
- entreabrir as nádegas com papel higiênico;
- introduzir a sonda de 5 a 10 cm, usando uma gze, pedir ao paciente que inspire profundamente;
- firmar a sonda com uma mão e com a outra desclampar a extensão;
- deixar ecoar lentamente o líquido até restar pequena quantidade no irrigador;
- se a solução não estiver sendo infundida, fazer movimentos rotatórios;
- clampar a extensão, retirar a sonda com papel e desprezar na cuba rim;
- orientar o paciente a reter a solução, o quanto puder;
- oferecer comadre e papel higiênico à mão.
SONDA NASOENTERAL
(do nariz ao duodeno)
Somente estará aberta se estiver infundido.
Somente usada para alimentação.
Material:
- sonda enteral DOOBBHOFF, com fio guia (mandril);
- seringa de 20ml; copo com água; gaze, benzina; toalha de rosto; xylocaína gel; fita adesiva; estetoscópio; biombo s/n; luvas de procedimento; sacos para lixo.
Procedimento
- Elevar a cabeceira da cama (posição Fowler – 45º) com a cabeceira inclinada para frente ou decúbito dorsal horizontal com cabeça lateralizada;
- Proteger o tórax com a toalha e limpar as narinas com gaze;
- Limpar o nariz e a testa com gaze e benzina para retirar a oleosidade da pele;
- Medir a sonda do lóbulo da orelha até a ponta do nariz e até a base do apêndice (acrescentar mais 10cm) ;
- Marcar com adesivo;
- Calçar luvas;
- Injetar água dentro da sonda (com mandril);
- Mergulhar a ponta da sonda em copo com água para lubrificar;
- Introduzir a sonda em uma das narinas pedindo ao paciente que degluta, introduzir até a marca do adesivo;
- Retirar o fio guia após a passagem correta;
- Aguardar a migração da sonda para duodeno, antes de administrar alimentação (até 24hs) confirmada pelo RX;
- Observar sinais de cianose, dispnéia e tosse;
- Para verificar se a sonda está no local:
· Injetar 20ml de ar na sonda e auscultar com esteto, na base do apêndice xifóide, para ouvir ruídos hidroaéreos;
· Colocar a ponta da sonda no copo com água, se tiver borbulhamento está na traquéia. Deve ser retirada.
· Toda vez que a sonda for aberta, para algum procedimento, dobrá-la para evitar a entrada de ar;
· Fechá-la ou conectá-la ao coletor;
· Fixar a sonda não tracionando a narina;
· Colocar o paciente em decúbito lateral direito para que a passagem da sonda até o duodeno seja facilitada pela peristalce gástrica.
CATÉTER NASOFARÍNGEO
Material
- catéter estéril de 8 a 12;
- frasco umidificador de bolhas estéril; extensão de borracha; fluxômetro calibrado para rede de oxigênio; esparadrapo; gaze com lubrificante; 50ml de água destilada esterilizada.
Procedimento
- instalar o fluxômetro na rede de Oxigênio e testá-lo;
- colocar a água destilada esterilizada no copo do umidificador, fechar e conectá-lo ao fluxômetro;
- conectar a extensão plástica ao umidificador;
- identificá-lo com etiqueta (data, horário e volume de água);
- medir o catéter do início do canal auditivo à ponta do nariz, marcar com adesivo;
- lubrificar o catéter e introduzí-lo em uma das narinas, até aproximadamente 2 cm antes da marca do adesivo;
- conectar o catéter à extensão;
- abrir e regular o fluxômetro (conforme prescrição);
Trocar o catéter diariamente, rodiziando as narinas.
Trocar o umidificador e a extensão a cada 48hs.
CÂNULA NASAL (óculos)
Material:
- cânula nasal dupla estéril; umidificador de bolhas estéril; extensão de borracha; fluxômetro calibrado por rede de oxigênio; 50 ml de AD esterilizada.
Procedimento:
- instalar o fluxômetro e testá-lo;
- colocar água no copo do umidificador, fechá-lo e conectá-lo ao fluxômetro;
- conectar a extensão ao umidificador;
- identificar o umidificador com etiqueta (data, horário e volume de água);
- instalar a cânula nasal do paciente e ajustá-la sem tracionar as narinas;
- conectar a cânula à extensão, abrir e regula o fluxômetro (conforme prescrição).
Trocar a cânula nasal diariamente.
Trocar o umidificador e extensão plástica a cada 48 horas.
NEBULIZAÇÃO
Material
- fluxômetro; máscara simples ou “Venturi” de formato adequado esterilizado;
- frasco nebulizador; extensão plástica corrugada (traquéia); 250 ml de água destilada esterilizada; etiqueta e folha de anotações de enfermagem.
Procedimento
- instalar o fluxômetro e testá-lo;
- colocar a água no copo do nebulizador, fechar e conectar ao fluxômetro;
- conectar a máscara ao tubo corrugado, e este ao nebulizador;
- colocar a máscara no rosto do paciente e ajustá-la, evitando compressões;
- regular o fluxo de Oxigênio, de acordo com a prescrição;
- identificar o nebulizador com adesivo (data, hora e volume).
Trocar a água do nebulizador 6/6hs, desprezando toda a água do copo e colocando nova etiqueta.
Trocar o conjunto a cada 48 horas.
INALAÇÃO
Material
- fluxômetro; micronebulizador, com máscara e extensão; 10ml de SF ou água destilada esterilizada; medicamento; etiqueta; gaze esterilizada; folha de anotações;
Procedimento
- instalar o fluxômetro na rede de Oxigênio ou ar comprimido e testá-lo;
- abrir a embalagem do micronebulizador e reservá-lo;
- colocar o SF ou AD no copinho, acrescentar o medicamento, fechar e conectar ao fluxômetro;
- conectar a máscara ao micronebulizador;
- regular o fluxo de gás (produzir névoa 5L/min);
- aproximar a máscara do rosto do paciente e ajustá-la, entre o nariz e a boca, solicitando que respire com os lábios entreabertos;
- manter o micronebulizador junto ao rosto do paciente, por 5 minutos, ou até terminar a solução (quando possível orientá-lo a fazê-lo sozinho);
- identificar com etiqueta (data, horário de instalação);
- fechar o fluxômetro e retirar o micronebulizador;
- secar com gaze, recolocá-lo na embalagem e mantê-lo na cabeceira do paciente.
Trocar o nebulizador a cada 48 horas.
ASPIRAÇÃO
Material
- sonda de aspiração de calibre adequado; intermediário de conector Y; luva estéril;
- aparelho de sucção; frasco com água (500ml) de SF 0.9% para limpeza do circuito após a utilização; gaze estéril; máscara de proteção; seringa de 10 ml s/n; agulhas 40x12 s/n; ampola de SF s/n; saco de lixo.
Procedimento:
- colocar água e sabão no frasco coletor;
- testar o aspirador;
- elevar a cabeça do paciente e lateralizá-la;
- abrir a extremidade da sonda e adaptar ao aspirador;
- manter o restante da sonda na embalagem;
- colocar a máscara e a luva (considerar uma das mãos estéril e a outra não);
- introduza a sonda com a válvula aberta, na fase inspiratória, abrindo o Y;
- aspire e retire a sonda com a mão estéril;
- desprezar em caso de obstrução e colocar as luvas (s/n fluidificar a secreção, instalando 2ml de SF);
- aspirar a boca e nariz com nova sonda;
- lavar todo o circuito com SF e desprezar a sonda;
- trocar todo circuito a 24hs.
Anotar
- data e hora;
- quantidade;
- característica da secreções;
- reações do paciente;
Aspirar durante 15 s e dar intervalos de 30 segundos.
SONDA VESICAL
Mulher: 14 a 16
Homem: 16 a 18
Material:
- pacote (cateterismo vesical) com:
- campo estéril; cuba redonda ou cúpula; 5 bolas de algodão ou gaze; pinça Pean; cuba rim; sonda vesical ou Nelaton; PVPI tópico; Luva estéril; Saco para lixo;
- Recipiente para coleta de urina (cálice graduado); Recipiente estéril para coleta de amostra de urina; Seringa 20 ml; Biombo s/n.
SONDA VESICAL DE DEMORA
Material
- gaze estéril; seringa de 20 ml ou 10 ml; agulha de 40x20; ampola de AD 10 ml / SF
- xylocaína gel lacrada; coletor de urina estéril (sistema fechado); micropore; comadre; sonda Foley; homem: uma seringa a mais (xylocaína / água).
Procedimento
- colocar o paciente em posição (mulher: ginecológica; homem: pernas estendidas);
- biombo e foco de luz s/n;
- lavar as mãos;
- abrir o coletor e fixá-lo na cama, colocar a ponta da conexão sobr o campo fixando-o com adesivo;
- abrir o pacote de sondagem (cateterismo vesical) sobre o leito, no sentido diagonal, colocando uma das pontas sob a região glútea (se paciente abitado, abrir em mesa auxiliar);
- colocar PVPI na cuba redonda, que contém as bolas de algodão;
- abrir a sonda e o resto do material sobre o campo (gaze, agulha, seringa);
- colocar xylocaína na gaze;
- abrir a ampola de água;
- calçar as luvas;
- testar o Cuff da sonda (fazer o balão inflar);
- aspirar 10 ml de água destilada sem tocar na ampola;
- lubrificar 5 cm da sonda;
- homem: preparar seringa com 10 ml de xylocaína;
- conectar a sonda ao coletor;
- fazer a anti-sepsia:
v mulher: duas bolas de algodão entre a vulva e os grandes lábios, duas bolas de algodão entre os pequenos lábios, uma bola de algodão no meato urinário;
v homem: afastar o prepúcio e expor a glande, fazer antissepsia em movimentos circular ou, do meato em direção a glande, elevar o pênis perpendicularmente ao corpo do paciente, injetar 10 ml de xylocaína no meato;
SONDA VESICAL DE ALÍVIO: Não possui CUFF
SONDA VESICAL DE DEMORA:
- FOLEY de duas vias (01 para insulflar e outra para drenar);
- FOLEY de três vias (igual a anterior + 01 para infundir solução;
- Fazer o controle da irrigação.
RETIRADA DE SONDA
Material:
- saco de lixo; luva de procedimento; seringa.
Procedimento:
- verificar a bolsa coletora (volume, cor, aspecto da urina);
- calçar luvas de procedimento;
- aspirar o soro fisiológico ou AD do CUFF (mesmo volume que foi colocado);
- retirar a sonda;
- desprezar no lixo.
IRRIGAÇÃO CONTÍNUA
Material
- sonda de 3 vias; SF para irrigação; Equipo de soro; Luvas de procedimento; Folha de impresso; Coletor; Suporte de soro;
Procedimento:
- preparar a solução;
- pendurá-lo no suporte;
- s/n sonde o paciente;
- conectar a sonda ao equipo da solução;
- substituir a solução sempre que necessário;
- controlar o gotejamento e observar a permeabilidade;
- calçar luvas;
- medir volume drenado;
- VOL. DRENADO – VOL. INFUNDIDO = VOL. TOTAL
- Observar características;
- Anotar balanço;
RETIRADA DE PONTOS
Material:
- 1 pinça Kocker, 1 pinça Kelly, 1 pinça dente de rato e 1 anatômica;
- gazes esterilizados;
- soro fisiológico;
- tesoura de iris ou lâmina de bisturi ou gilete esterilizada;
- fita adesiva;
- saco plástico.
Procedimento
- faz-se a limpeza da incisão cirúrgica, obedecendo a técnica do curativo;
- umideça os pontos com soro fisiológico, secar;
- com a pinça anatômica, segura-se a extremidade do fio e com a tesoura corta-se a parte inferior do nó;
- coloca-se uma gaze próxima à incisão, para depoisitar os pontos retirados;
- após o procedimento, fazer a limpeza local com técnica asséptica.